As 20 redações selecionadas pela OQ SP-2002

Nomes organizados por ordem alfabética

1º Ano do Ens. Médio
André Meneghel Gobett, Gabriela C. Morais
Anna Carolina Barone
Diogo Almeida Aparecido
Felipe Correa Moraes
Scherduyck Wanderson Oliveira da Silva
Suzana Maria Batista de Morais

2º Ano do Ens. Médio
Camila Santos Matos de Freitas Ribeiro
Dhiego Alves Dinello, Fabio Henrique Polegato, Murilo Freitas Bagli e Renata Rouxinol Gomes
Felipe M. Antunes
George Ivan Guimarães
Guilherme Coelho Cunha
Gustavo Brechesi Servilha
Leandro Dantas de Santan
Leonardo Augusto Martins
Luiz Felipe Lopes Couto e Priscila Medeiros Telles
Michele Freitas Pinheiro, Lucia Helena da Silva Dias, Tatiane B. Tartarim, Deise de Oliveira Sanches e Viviane F. da Costa
Nagilton Bou Ghosn
Nelson Donizette Rossi Jr.
Paulo Villalobos Wiezel
Thiago N. Harada



Nome do Aluno: André Meneghel Gobett, Gabriela C. Morais
Escola: Colégio Luiz de Queiroz, Piracicaba
Prof.(a): Alexandre Martins

ÁGUA: Uso Racional e Purificação Química

            Um fator primordial para a sobrevivência dos organismos vivos é, sem dúvida, a água que constitui, nos seres humanos, 75% do cérebro e dos músculos, 85% dos rins e 23% dos ossos. Basta que o teor desta caia 20% no corpo, para provocar a morte dos tecidos. Em uma das suas teorias, já revista, o filósofo Tales dizia que a água é a matéria básica, a partir da qual se formam todas as outras. Isto não é verídico, porém, é inegável sua necessidade à vida das células.
            Mesmo sendo 78% da terra composta de água, apenas 3% desta é potável; e se encontra mal distribuída. Muitos são os fatores que contribuem para tal problema, tais como a irregularidade de precipitações e as condições geológicas. Como exemplo, pode-se citar o Brasil. Localizando-se, em sua maior parte, na zona intertropical, desfruta, em 90% de seu território, de índices pluviométricos que variam entre 1000 e 3000mm. O sertão é a única região que não se enquadra nesses parâmetros. Devido a tais características, o país conta com vastas e densas redes de drenagem e importantes excedentes hídricos que, no entanto, distribuem-se de maneira inadequada às exigências demográficas: a Amazônia, por exemplo, uma das maiores bacias fluviais, configura um dos três vazios demográficos do mundo.
            Apesar de ciente da importância da água, o homem pouco tem contribuído para a solução dos problemas resultantes de sua má utilização.  Desde os primórdios da humanidade, o uso da água é feito de maneira extensiva, sem a mínima preocupação com suas limitações, sendo que o acúmulo dos resíduos domésticos e industriais, ao longo dos rios, tornou-se mais intenso durante a revolução industrial, período da História em que o homem passou a concentrar-se nos centros urbanos e a desenvolver técnicas mais produtivas.
            A partir de então, a situação só piorou, e o cenário no qual estamos inseridos é lamentável. Segundo dados da ONU, 54% das reservas disponíveis de água doce são utilizadas a cada ano. Essa cifra deve subir para 70% em 2025, só com o crescimento populacional. Além disso, muitos fatores contribuem para o agravamento dos problemas, dentre os quais pode-se destacar:
            a) A Eutrofização desorganizada: consiste no lançamento de matéria-orgânica em rios e mares, permitindo, assim, a proliferação de seres aeróbios (bactérias e algas) que, por sua vez, consomem grande parte do oxigênio presente na água, acarretando na morte, por asfixia, de todos os seres que dependem dele para realizarem suas atividades vitais. O que se vê, a partir desse momento, é o aumento de bactérias decompositoras anaeróbias que liberam toxinas durante o processo de decomposição cadavérica, principalmente dos peixes.
            Em alguns casos, ocorre a proliferação de diniflagelados (protistas fotossintetizantes), que acabam conferindo à água a coloração  vermelha. Tal fenômeno é conhecido como Maré Vermelha, durante o qual ocorre a liberação de substâncias tóxicas na água.
            b) Os efluentes industriais: destacam-se entre os principais poluidores os detergentes, o Cromo, o Arsênio , os Cianetos, o Chumbo, o Cobre e o Mercúrio, sendo que os três últimos, ao entrarem em contato com a água, passam por transformações, originando compostos extremamente perigosos que podem ser absorvidos por peixes e frutos do mar. Já os detergentes biodegradáveis possuem uma tendência a acumular-se nas cadeias, igualmente aos não biodegradáveis (caíram em desuso, devido a uma lei federal), mas, no entanto, têm a vantagem de serem facilmente decompostos.
           c) O lixo urbano: ao ser soterrado, entra em contato com lençóis freáticos, contaminando-os.
            d) A água dura: altas concentrações de sais de cálcio e magnésio na água desencadeiam reações com detergentes e sabões, tornando-os duros. Essa dureza faz com que tais produtos adiram menos à água mas, juntamente com os demais resíduos, agravam o problema da poluição.
            e) O desperdício agrícola: de toda água utilizada para fins agrícolas, apenas 40% é aproveitada, uma vez que a maior parte da irrigação é feita através de técnicas rudimentares e em horários de alta evaporação. Já os resíduos liberados pela agricultura, formados majoritariamente por sais, adubos, pesticidas e esterco, intoxicam diversos seres. Um exemplo prático disso é o uso do DDT, inseticida que possui efeito acumulativo na cadeia alimentar.
            A somatória de todos esses percalços vem despertando a consciência de parte da sociedade, porém vagarosamente, devido à necessidade capitalista do lucro de alguns de seus segmentos. Para os demais, que ignoram o valor das conseqüências funestas, a conscientização seria atingida através de leis estaduais e federais que acresceriam um valor às taxas cobradas pelo uso da água, que variariam de acordo com o consumo de cada um.
            Essa medida, talvez, incentivasse os empresários a investir em métodos de uso racional dentro de suas empresas, para que não fossem altamente atingidos pelas cobranças extras.
            Um deles seria a reutilização da água, aquela mesma lançada em rios e esgotos sem a menor preocupação com o impacto no meio ambiente. Através de estações de tratamento, dentro das próprias firmas, a água seria tratada e purificada, tornando-se apropriada para um novo consumo interno.
A ampliação da educação ambiental, junto aos funcionários, para que saibam usá-la dentro da empresa e em suas próprias casas, é outro ponto a ser discutido, e pode ser auxiliado pela mídia, numa escala maior, uma vez que esta possui um raio de abrangência capaz de atingir toda uma nação.
            As iniciativas governamentais deveriam manifestar-se através de campanhas de conscientização populacional quanto à iminência da escassez de água potável, à sua correta utilização e ao desenvolvimento de formas convencionais ou não de purificação, como por exemplo a dessalinização, que consiste no aproveitamento da água salgada existente em abundância no Planeta. Esta pode ser feita através da evaporação, colocando a água a ser dessalinizada em tanques de fundo preto, coberto por teto inclinado, de vidro ou plástico transparente, que permite a passagem de luz solar. Os vapores se condensam na parte interna do teto e a água é recolhida em canaletas. Esse processo é barato e simples. Contudo, envolve grandes áreas para abrigar os tanques.
            Além da dessalinização por evaporação, pode-se realizá-la por congelamento. Já que a água do mar é uma solução consideravelmente diluída, ao congelá-la obtém-se o gelo puro, isto é, sem o sal. Entretanto, este é um processo de alto custo e impõe dificuldades técnicas.
            De todos os processos de dessalinização, o mais primoroso é o da osmose reversa, visto que, além de tornar a água potável, elimina fungos, vírus e bactérias.
            A osmose reversa ocorre ao se aplicar pressão no lado da solução mais concentrada salinamente, revertendo-se a tendência natural. Nesse caso, a água da solução salina passa para o lado da água pura, ficando retidos os íons de sais nela dissolvidos. A pressão a ser aplicada eqüivale a uma pressão maior que a pressão osmótica característica da solução. Esses métodos vêm sendo muito utilizados em diversos países, como Israel, detentor de mais de cinqüenta usinas em funcionamento. A tendência é difundirem-se cada vez mais, tornando-se mais acessíveis e viabilizando custos e processos.
            Pode-se citar também, e, neste caso, mais acessível ao orçamento das prefeituras, a purificação por meio de estações de tratamento de água (ETA), que se baseia na potabilização da água provinda dos mananciais. Inicia-se com a gradação, quando se detêm materiais flutuantes de maiores dimensões e adicionam-se produtos facilitando a floculação.
            Nesta etapa há a adição de sulfato de alumínio, para que haja formação de flocos maiores, que serão precipitados no próximo passo, a decantação, fase em que ocorre a deposição de sedimentos por ação da gravidade.
            Logo após, a água é encaminhada para a filtração, passando por camadas de areia fina e grossa, cascalho fino e grosso, carbono e turfa, quando se removem materiais em suspensão. Com o recebimento de cloro,  reduzem-se as bactérias que alteram as características da água, inclusive química. Após a filtragem, a água é encaminhada para os reservatórios, sendo que já está praticamente tratada e, em algumas estações, recebe luz ultravioleta. No decorrer desta fase é feita a correção do PH a fim de evitar a corrosão dos encanamentos, que provoca desperdícios. É necessário, ainda, fazer o abrandamento da água, diminuindo sua dureza, através do aquecimento ou aplicação de hidróxido de cálcio.
            Completando o tratamento do bem mais precioso da humanidade, há uma série de análises de rotina e, em seguida, ela é encaminhada às caixas d’ água da cidade, para distribuição.
            Além das estações de tratamento de água (ETA), existem também as estações de tratamento de esgoto (ETE). Em geral, as estações situam-se nas proximidades dos locais receptores, tais como lagos, represas, ou um curso d’ água qualquer. Em sua maioria, o corpo receptor é um rio.
            O material que é capturado recebe o nome de esgoto bruto e, num primeiro momento, procuram-se deter as partículas maiores, como galhos de árvores, objetos arrastados, que ficam retidos nas malhas de diferentes espaçamentos (gradação). Também é adicionada uma substância coagulante a fim de unir as partículas menores, formando outras mais densas.
            O processo prossegue nos desarenadores, quando todos esses materiais granulares são retirados. O próximo passo ocorre em decantadores primários. É nesta fase que as partículas sólidas sedimentam-se no fundo do tanque.
            O resíduo ali acumulado é denominado de lodo que, através de adensadores de gravidade e digestores anaeróbios, são retirados do fundo do tanque. No caso dos digestores, bactérias anaeróbias consomem a matéria orgânica que constitui o lodo, liberando se gás que, geralmente, é aproveitado como combustível, abastecendo equipamentos da própria estação. O consumo de matéria orgânica pelas bactérias é medido através de um índice chamado DBO ou DBO-5 (é a quantidade medida de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica contida em um litro de esgoto, num período de 5 dias em estufa). Nesse momento, o volume do lodo já diminuiu consideravelmente. Em seguida, o esgoto passa por uma série de decantações até ser escoado ao corpo receptor, que, geralmente, é um rio.
            Mesmo a água sendo matéria cíclica, a potável é recurso escasso e inversamente proporcional ao crescimento populacional. Portanto, sua falta aguda tende a agravar, como já ocorre na Índia e na África. Tal questão exige reflexão sobre o futuro global. Avanços da ciência, como o projeto Genoma, levam ao aprimoramento quantitativo. É razoável, todavia, pensar no âmbito qualitativo, tão preocupante e ameaçador aos nossos descendentes. É agir e colher as  ações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Diversos. Help! Sistema de Consulta Interativa. Ed. Klick.
FELTRE, R. Química Orgânica. Volume 3. São Paulo: Ed. Moderna, 1996.
FOLHA de São Paulo. Jornal. 09/09/2001.
MARTHO, Amabis. Biologia das Populações. São Paulo: Ed. Moderna, 1996.
MEHMI, Victor. Química Orgânica. São Paulo: Ed. Moderna, 1990.
MORSON, W. Manual Global da Ecologia. São Paulo: Ed. Augustus, 1990.
SALLES, A. Química Orgânica. Série Objetivo: São Paulo: Ed. Sol, 2000.


Aluno: Anna Carolina Barone
Escola: Colégio Bandeirantes, São Paulo
Professores: Soraya S. Snarteland, José R. L. de Almeida e Rosiani Carla B. Telles

Terra: planeta mágoa?

         Tristan, no laboratório da estação de tratamento, analisa, pensativo, algumas amostras de água bruta. Prestes a realizar os testes de turbidez, depara com seu reflexo na superfície da água. Conforme o tipo de material misturado a ela, a luz é mais ou menos absorvida, e a imagem mostra-se diferente. Hoje a água está tão turva que Tristan enxerga-se apenas como uma mancha. Uma lágrima ameaça cair sobre a amostra, mas ele logo se ocupa de cuidar dos testes de pH, odor e temperatura.
A próxima amostra a ser analisada é recolhida no tanque de floculação, onde o acréscimo de cal e de sulfato de alumínio promove a reação que libera o composto responsável pela coagulação da sujeira. No reflexo de Tristan, já se pode ver o esboço de seu rosto. Pensa o químico: “E as tribos que não conhecem o espelho? Elas precisam da água para saber quem são...”. E continua suas análises.
         Após a formação dos flocos, a água é conduzida ao tanque de decantação, onde a sujeira coagulada, após se sedimentar, é separada. Uma amostra da água decantada chega a Tristan, antes da passagem pela filtração, onde é feita novamente uma análise.
         Além dos testes já citados, há um de grande importância, que determina o tipo e o número de microorganismos presentes na água. Em várias etapas do tratamento, é feita a adição de cloro (Cl2), cuja ação desinfetante tem a função de destruí-los. Nesta fase da purificação, ele é usado para garantir que a água não se contamine durante o trajeto até a torneira do consumidor.
Tristan filosofa sobre suas aventuras pelas trilhas brasileiras: às vezes, a água cristalina de uma fonte pode estar muito infectada... No entanto, um pouco de cloro já resolve o problema. Além dele, uma nova dose de cal é acrescentada para que a acidez da água não provoque a corrosão das tubulações.
         Complementando a água purificada, há a adição de fluoreto para proporcionar aos dentes em formação, um esmalte de melhor qualidade e um sorriso mais bonito!
Sorriso... esta palavra não estampava os lábios de Tristan desde que aquela enchente inundara sua vida. Agora ele saía do trabalho, sob a chuva torrencial de setembro. São Paulo estava alagada e Tristan enfrentava o congestionamento da cidade. Dentro do carro, com a música “Asa Branca” tocando no rádio, sofria a memória das chamadas águas passadas... Iara, a sereia do sertão. Conheceu-a em sua viagem de férias ao Nordeste, anos atrás. Pensara ser uma miragem, no entanto, era verdadeira aquela pele queimada de sol, os olhos de mel, as mãos sujas da terra. Iara morava num dos casebres escondidos entre os mandacarus da caatinga. Via chuva raramente. Ia buscar água num açude distante. O pouco da água que tinha. Com a cuia cheia, caminhava de volta para casa, quando deparou com os olhos curiosos e aventureiros de Tristan. Olhos da cor do mar... o mar que nunca avistara. Mergulhou tão profundamente neles que tropeçou numa ossada de gado morto e caiu no chão duro. O jovem, encostado no carro, veio socorrê-la. Levou-a para casa, cuidou do pé torcido. Ele puxou assunto e ela deu corda para uma longa conversa, que se desenrolava durante as visitas de Tristan, nos dias que se seguiram. Ao fim de uma semana, o pé de Iara já havia sarado e ela já podia ir buscar água novamente. Desta vez, levava Tristan consigo. A moça, enquanto conversava, derramava um azulado dos olhos de mel, um brilho no olhar que chamejava como os raios de sol que reluzem do agito das águas. As águas: o sinônimo da vida. Ele então reparou água que ela recolheria:
– Mas é uma água tão suja, você bebe e não fica doente?
– Eu só uso pra me lavar, pra molhar a boca, pra cozinhar. Não bebo muito, não. – E continuou entornando-lhe seu olhar. Já era impossível nadar na vida que transbordava dos olhos daquela sereia. Não seria uma gota de água suja capaz de apagar aquele fogo...
         Ele não falou mais da água. Estava enfeitiçado de amor por Iara, e ela parecia corresponder a tais sentimentos. No entanto, também não trocaram uma palavra sobre o assunto. Foram correndo os dias, como fluem os rios Solimões e Negro, que devido às suas diferenças na composição, não se misturam, embora ambos sejam feitos de água. Ele então teve de voltar para São Paulo. Ela continuou no sertão, cuidando dos irmãos e do pai.
Naquele ano, Tristan começou o estágio na estação de tratamento de água, onde mais tarde viria a trabalhar. Nos anos que se passaram, todas as vezes que chovia, ele lembrava-se do amor que encharcara seu peito, que inundara sua vida. Até que concluiu a faculdade e resolveu voltar ao sertão para reencontrar Iara.
         Lá estava, quatro anos depois, à porta da casa onde ela morava. Uma senhora o atendeu, informando que a família que ali habitava havia fugido da seca e da tristeza trazida pela morte da filha mais velha da finada Sinhá Inajá.
– A senhora fala de Iara?
– Sim... Iara, a sereia do sertão. – E contou a Tristan o acontecido.
O químico ao compreender, chorou torrencialmente. Iara era mulher da água. Afogara-se na seca...
Quase um ano depois, Tristan ouvia a música da seca no rádio, preso no trânsito por causa das enchentes. Iara... estaria desidratada? Ou infectada pela água barrenta do açude? Será que ela não sabia que o simples ato de fervê-la destrói os microorganismos patogênicos?
         Se ao menos Tristan lhe tivesse ensinado o tratamento caseiro da água, se tivesse lhe dado o filtro com o carvão ativo, que retém os maus odores e as substâncias tóxicas... ela não teria morrido. Ele poderia ainda ter lhe trazido o hipoclorito de sódio, que é bactericida e fungicida, ou um ozonizador, que transforma o O2 do ar em O3 e este tem o poder desinfetante. Mas era tarde... Tristan via as lágrimas da chuva deslizando pelo vidro e nelas, o tempo que estava em suas mãos e ele deixou escorrer por entre os dedos. Deveria ter ido visitá-la antes... Agora chorava sobre a água derramada...
         Pegou a garrafinha de água do porta-luvas e deu um gole. Engoliu em seco. Um raio iluminou a noite. Olhou para a água cristalina e enfim, tudo ficou claro: o mundo inteiro sofreria a mesma dor que transbordava de seu peito, se as pessoas não lavassem os olhos e se pusessem a enxergar que assim como Iara, a água potável também se tornaria o que se chamam águas passadas... Por enquanto, ainda está na mão, mas escorre lentamente. Até que chega o dia em que só fica a umidade, a saudade de quando ela dava seu abraço e banhava o corpo e a alma com seu frescor, refletindo a luz do sol e sendo o espelho daqueles que nela pousassem o olhar. Tristan havia se descoberto através de Iara e agora também enxergava o valor da água.
Será que o fator responsável pela escassez desse líquido tão precioso é a má distribuição dos recursos hídricos no planeta? Ou será o crescimento populacional e seu conseqüente aumento do consumo da água?
         Para responder a essas questões, Tristan pensou no Brasil, país que detém 16% de toda a água doce do planeta, possui maior rio e o maior aqüífero subterrâneo, além de índices recorde de chuvas. De fato, São Paulo só faltava naufragar com a tempestade que caía lá fora. E Tristan ao chegar em casa, deveria tomar um banho de dois minutos, por causa do racionamento. Sim! As represas que abasteciam a cidade estavam em falta d’água... A contradição se deve ao péssimo gerenciamento dos recursos hídricos. O Brasil aproveita menos de 1% do seu potencial de água doce. Só em São Paulo, dos 370 litros recebidos por dia, em média, por cada morador, 40% é desperdiçado devido a furos nos canos, redes defeituosas, ligações clandestinas e mau uso da água por parte da população. Assim, a cidade joga fora, por dia, um bilhão de litros de água, o que equivale ao volume da Represa do Guarapiranga! Detalhe: toda essa água foi tratada.
Enquanto isso, em lugares menos privilegiados como o sertão, muitas pessoas morrem de sede. No entanto, se Iara soubesse quantos sistemas o homem já inventou para recolher a água, botaria as mãos na terra resolveria o problema, como o fez um lavrador nordestino: ele aproveitava as poucas chuvas que caíam, usando barragens subterrâneas para evitar que a água escoasse para lugares mais baixos e fosse perdida. Assim, criava açudes sob o solo e a água se acumulava, tornando a terra úmida e ótima para plantio.  Houve ainda um criador de gado do sertão, cujo gado era de altíssima qualidade se comparado com os outros da região, que estavam enfraquecidos pela seca. O que ele fazia era tirar os espinhos dos mandacarus, cactos que guardam bastante água e muitos nutrientes em seu interior, e alimentar os animais com eles. Outra planta utilizada para a alimentação do rebanho bovino e caprino do sertão é a atriplex: por precisar de cloreto de sódio para se desenvolver, dessaliniza toda a água salgada lançada no solo, sendo muito útil para o aproveitamento dos recursos hídricos dos nordestinos.
         Mas ninguém entende tanto de seca quanto os israelenses: eles vivem num deserto quase sem rios, onde chove metade do que cai no sertão cearense. Seus lençóis freáticos estão em deterioração devido ao acúmulo de sal no solo. O que eles fazem? Dessalinizam a água do mar e dos depósitos salobros subterrâneos por meio da osmose reversa: a água salgada é empurrada a alta pressão para dentro de um cilindro revestido de poliéster. Ao atravessá-lo, ela deixa o sal e se purifica. O método é três vezes mais barato do que o da evaporação (consome bem menos energia). Para completar, os israelenses reciclam boa parte do esgoto e assim, mantêm uma agricultura intensiva e uma produção de 2,2 bilhões de litros de água doce por ano.
Como não bastasse a criatividade humana, numa vila do Chile que também sofre com a seca, os moradores espremem a neblina através de redes de náilon no alto da montanha. Em contato com elas, a neblina se transforma em gotículas que são levadas por canos até a caixa d’água da vila.
         Voltando os pensamentos para o Brasil, Tristan se dá conta que no lugar onde Iara morava não há meios de empregar uma alta tecnologia. Recorda-se, então, dos indianos de Baontha-Koyala que simplesmente cavavam poços nos quintais das casas e guardavam a água das poucas chuvas.
         No entanto, talvez a questão não estivesse exatamente na escassez da água, mas em sua contaminação. Lá fora, caía a chuva urbana: a ácida. As nuvens entornam-na pura, mas os poluentes atmosféricos pelos quais ela passa se encarregam de torná-la imprópria para beber. As plantas que essa chuva regaria, trazendo a vida, acabam sendo por ela destruídas. Os monumentos, as estruturas dos prédios, os rostos humanos vão pouco a pouco se desbotando. Por fim, o que cai do céu, de graça, acaba custando caro... E a água, apesar de ser o sinônimo da saúde, pode ser o caminho para diversos microorganismos, metais pesados e substâncias tóxicas adentrarem o organismo e causarem doenças.
         Tristan conhecia um sistema de purificação utilizado numa cidade próxima à capital, no qual a água passava por um tanque cheio de aguapés e parte da sujeira, incluindo metais pesados e substâncias tóxicas, era filtrada pelas raízes das plantas. A água depois caía num solo filtrante e saía pronta para receber um tratamento convencional (o mesmo feito na estação de Tristan). Entretanto, existiam métodos mais simples, como o tratamento caseiro. O químico novamente se culpa por não tê-los ensinado a Iara...
         Já bem perto de casa, contorna o parque do Ibirapuera. O lago atualmente se encontra em bom estado... Antes, a aeração não era utilizada e os microorganismos aeróbios, em necessidade do oxigênio (O2), promoviam a reação que liberava o H2S responsável pelo cheiro insuportável de podridão. O simples ato de movimentar a água, oxigenando-a, evitou que isso continuasse, além de livrar a água do sulfeto de hidrogênio que porventura se formasse, uma vez que ele é muito volátil.
Enfim, em casa. Amanhã é dia de visitar uma indústria que está desenvolvendo uma tecnologia de purificação dos efluentes industriais por meio da ultrafiltração. Assim, a água é devolvida ao ambiente sem contaminá-lo. A ultrafiltração consiste em utilizar filtros de porosidade tão fina que as partículas coloidais ficam neles retidas, embora as impurezas em forma de solução verdadeira consigam passar.
         Também há indústrias que utilizam a desinfecção por UV, a gravimetria, microfiltração e a osmose reversa, além de métodos biológicos para tratar a água. Apesar disso, ainda existem as que despejam produtos químicos nos rios. Somam-se a elas as torneiras abertas. Os canos furados. As lágrimas dos olhos que vêem a poluição e o desperdício. Há muita água no planeta, mas a cada gota de descaso, o mundo afunda um pouquinho.
Iara era apenas uma gota no oceano, mas nela, quantas moléculas de água existiam? E quantas gotas como Iara, quantas pessoas tão preciosas como a água vivem nesse oceano? E tantas são desperdiçadas...
         Tristan conclui que a falta de fartos recursos hídricos e o crescimento da população e do consumo da água são fatores que podem ser superados com a criatividade e com a razão. E tão simples como ter ido antes visitar Iara, seria resolver a questão da escassez do líquido que cobre 70% da superfície do planeta.
         Tristan, então liga a TV e o noticiário informa: “Os astronautas da NASA avistaram a Terra do espaço. Ela não está mais azul. Está cinza.”

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. PORTELA, Fernando; ANDRADE, Joaquim C. Secas do Nordeste. 13. ed. São Paulo: Ática,
    1996.
2. RAMOS, Graciliano. Vidas Secas.
3. MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina.
4. FELTRE, Ricardo. Química. 4. ed., v. 1. Química Geral. São Paulo: Moderna, 2000.
5. BARBOSA, Addson L. Dicionário de Química. São Paulo: AB, 1999.
6. CANTO, Eduardo Leite de; PERUZZO, Francisco Miragaia. Química na Abordagem do
   Cotidiano. 2. ed., v. 1. Química Geral e Inorgânica. São Paulo: Moderna, 1998.
7. Normas para Tratamento de Água e de Esgoto. 1. ed. Porto Alegre: 1974.
8. Projeto Ecologia – Qualidade das Águas. São Paulo.
9. Material fornecido pela Sabesp
10. Observando o Tietê. São Paulo.
11. Super Interessante. ANGELO, Cláudio; MELLO, Mariana; VOMERO, Maria Fernanda. A
     era da falta d’água. Julho, 2000.
12. Folha de S. Paulo. Erva que consome sal despolui solo e alimenta animais, diz pesquisa. São
      Paulo: 18 de fevereiro de 2000.
13. Diário de Pernambuco. Água doce está cada vez mais escassa na Terra. Recife: 1 de outubro de
         2000.
14. Aulas de Geografia
15. Aulas de Laboratório de Química.
16. http://www.terra.com.br/noticias/, Astronautas advertem que a Terra está menos azul e mais
        cinza. 31 de agosto de 2001.
17. SALGADO, Sebastião. Terra. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.


Aluno: Diogo Almeida Aparecido
Escola: EE. Maria Auxiliadora Marques, São Bernardo do Campo
Prof. : Marcos José J. Vian

Tratamento químico e o uso racional da água

         Se você se comove ao ver notícias como a seca no Nordeste, melhor recolher suas lágrimas e guarda-las. A situação vai piorar.
         O grande e velho pesadelo dos ambientalistas, de que as reservas mundiais de água doce vão entrar em um colapso no século XXI, nunca esteve tão próximo à realidade. Um estudo das Nações Unidas prevê que 2,7  bilhões de seres humanos 45% da população mundial, vão ficar sem água no ano 2025. O problema já afeta 1 bilhão de indivíduos, principalmente no Oriente Médio e norte da África. Daqui a 24 anos, Índia, China e África do Sul deverão estar entre os países sem água. Nesses lugares, as reservas se esgotarão completamente. Dados da UNICEF revelam que atualmente cerca de 1,2 bilhões de habitantes, um quarto da população mundial, não têm acesso a água potável.
        O homem está na Terra há milhares de anos, e só há 30 existe uma pequena conscientização de que a água, dentre outros elementos essenciais à sua existência, está acabando.
         Pessoas que pensam que pelo fato de o recurso água cobrir três quartos da superfície terrestre ele é inesgotável, estão muito enganadas. Se imaginarmos que toda água do planeta estivesse numa caixa d’água de 100 litros, 97 corresponderiam  a água salgada, que não pode ser utilizada para abastecimento público, trata-la para este fim é muito trabalhoso e muitíssimo oneroso. Dos 3 litros restantes, 2,4 estão nas calotas polares e também não podem ser utilizados, 0,6 litros são águas subterrâneas de difícil acesso. Restam apenas alguns mililitros, cerca de apenas 100ml são próprios para o consumo. Para efeito de abastecimento público, de água potável, bem menos de 1% de toda a água do planeta pode ser considerado utilizável pela população.
        Em média, um indivíduo necessita de 1 a 3 litros de água diariamente para atender suas necessidades básicas: ingestão, cozimento de alimentos e higiene pessoal elementar. Entretanto, o consumo per capita, calculado pela relação da quantidade de água servida dividida pela população, vaia muito. No Brasil, bairros com moradores de melhor poder aquisitivo, este consumo chega a cerca de 350 ou 400 litros/habitante-dia. Em alguns países africanos a situação é muito triste: 14 litros/habitante-dia. Além disso, em alguns países a qualidade da água é  péssima. Alguns estudos brasileiros mostram que cerca de 65% das internações pediátricas  no país ocorrem por doenças veiculadas pela água, e quase 80% das consultas médicas têm o mesmo motivo.
         O Brasil está entre aqueles países melhor abastecidos de água, só a bacia Amazônica detém 15% de toda a água doce do mundo. Mas infelizmente, esta abundância tem algumas conseqüências negativas:  o baixo custo da conta de água torna o brasileiro acomodado e não o faz evitar o desperdício.
         O grande vilão é o desperdício doméstico, a descarga, por exemplo, utiliza 40% do consumo total de água de uma casa. Em alguns países como os Estados Unidos, as casas construídas após 1995, são obrigadas a ter descargas com caixas de 6 litros. Se uma pessoa escova os dentes em cinco minutos com a torneira não muito aberta, gasta entre 12 e 80 litros de água. No entanto, se molhar a escova e fechar a torneira enquanto escova os dentes, e ainda, enxaguar a boca com um copo de água consegue economizar em média 45 litros. Num banho de 15 minutos com chuveiro elétrico, utilizando o registro meio aberto, são gastos 45 litros em uma casa e 144 litros em um apartamento. Se fechar o registro enquanto se ensaboa, diminuindo o tempo do banho  para 5 minutos, o consumo de água cai para 15 litros em uma casa e 48 litros num apartamento. Hábitos como varres a calçada, ao invés de enxágua-la , regar plantas e jardins na parte da manhã e noite, que são períodos onde há menos evaporação e lavar o carro uma vez por mês e com um balde no lugar da mangueira podem ser ótimos quando o assunto é economizar.
         Percebe-se também grande economia de água com a sua reutilização; a água utilizada para lavar roupa pode tranqüilamente servir para lavar o quintal, por exemplo.
         Um projeto interessante é o do estádio japonês Tokyo Dome, que colhe as águas das chuvas. A água  que é captada no teto vai para um tanque no subsolo, onde é tratada e distribuída pára os banheiros e para o sistema de combate a incêndios do prédio. Um terço da água empregada no Tokyo Dome durante o ano  inteiro chega assim . é um grande exemplo de reutilização de água, além  de diminuir o consumo de água pura.
         Outro bom exemplo japonês é um prédio-modelo construído pela Agência Nacional da Terra, em Tokyo, que ensina como reusar a água. A água potável que chega ao edifício pela tubulação da rua, fica armazenada na caixa de água, de onde é  distribuída para  higiene pessoal, ingestão e cozinha. O líquido coletado no ralo segue para um tanque de tratamento, no próprio prédio. De lá, parte realimenta os canais da cidade e parte é despachada para uma segunda caixa  de água  não potável, de onde segue para os banheiros dos apartamentos, que não precisam de água pura. De lá finalmente corre para a rede de esgoto. O restante da água não potável vai para as atividades que consomem muita água, como fontes, irrigação de jardins públicos e lavagem de carros. Tudo é reaproveitado.
         A maior parte da água de Orange County na Califórnia (EUA), vem de um lençol subterrâneo. Depois do uso, o esgoto coletado das casas vai para uma estação de tratamento convencional, onde recebe uma primeira purificação. Depois é enviado à “Fábrica de Água 21”, onde o tratamento é mais complexo, lá se eliminam os elementos tóxicos, e o esgoto passa por diversas filtragens, sofre adição de cloro, para  eliminar micróbios remanescentes e passa por cilindros que contém uma membrana especial de poliéster, para eliminar as impurezas. Para finalizar o tratamento, o esgoto é misturado à água subterrânea e injetado no aqüífero. O primeiro objetivo da recarga é manter o lençol sempre cheio, impedindo a infiltração da água do Oceano Pacífico, que fica muito próximo e pode contaminar o reservatório com sal. Lá dentro, ele ainda será filtrado pelas rochas do subsolo. Depois de um ano estará pronto para ser consumido outra vez.
Há também um método brasileiro de reutilização da água, criado pelo pesquisador Enéas Salati e que utiliza plantas aquáticas para despoluir a água. A água suja, captada de um rio, passa por um tanque cheio de aguapés, parte da sujeira incluindo metais pesados e produtos químicos, que são prejudiciais à vida humana, é filtrada nas próprias raízes das plantas. Depois cai num solo filtrante que cobre uma camada de pedrinhas e um tubo furado. Essa água, filtrada pelo solo e pelas pedras, sai pelo tubo pronta para receber um tratamento convencional.
         Toda água fornecida à população através de sistemas públicos de abastecimento deve receber um tratamento. Este tratamento tem a finalidade principal de reduzir as impurezas da água até os níveis em que ela pode ser considerada potável. O tratamento mais simples consiste  na desinfecção prévia da água, antes dela entrar para a tubulação de distribuição. Com isso, se garante a eliminação de bactérias que possam estar presentes na água, nas tubulações e mesmo nas caixas d’água domiciliares. No Brasil, a desinfecção é feita pela aplicação de cloro, em doses adequadas e controladas para mover a eliminação de bactérias e vírus, sem afetar a saúde humana ou de animais. A desinfecção pelo cloro é uma das técnicas mais antiga de tratamento de água – ela já tem mais de um século. Á  medida que a cloração da água se disseminou pelo mundo, observou-se uma redução nas taxas de mortalidade, principalmente na população infantil.
Atualmente, o tratamento de água inclue  técnicas mais sofisticadas.

Captação ->Remoção de Metais  -> Filtração   -> Desinfecção ->   Fluoretação -> Correção do pH ->  Abastecimento

         Nas Estações de Tratamento de Água, onde as técnicas de tratamento são empregadas, águas captadas em rios e represas, às vezes de qualidade ruim, são transformadas em água potável, beneficiando grandes populações urbanas. Sem essas estações, muitas cidades simplesmente não existiriam.
         O esquema anterior é utilizado em muitas Estações de Tratamento, a captação é feita por bombas, com a vantagem de garantir a segurança da estação e controlar a vazão, mantendo-a constante. O processo da remoção de metais é dividido em três etapas; na coagulação será adicionado à água sulfato de alumínio, que é um agente coagulante e haverá uma agitação violenta da água, para facilitar a agregação das partículas coaguladas anteriormente, a decantação consiste em levar os flocos formados no processo anterior até o fundo do tanque, para facilitar a separação, nesse tanque há duas saídas, uma para a água pré-tratada e outra para a saída do lodo. Após a decantação, a água sofre adição de cloro, no que reduz muito os níveis de contaminantes, mas alguns flocos ainda permanecem e são detidos na filtração, esta etapa consiste na passagem da água por tanques contendo um leito de carvão, areia e pedras. Na desinfecção há outra adição  de cloro, para garantir que a água que sairá da Estação de Tratamento esteja isenta de bactérias e vírus patogênicos. O processo de fluoretação é simples e consiste apenas na adição de flúor à água, para proteção dos dentes, principalmente das crianças. A correção do pH deve ocorrer para que a água não se torne ácida o que evita problemas de corrosão e incrustação das tubulações por onde vai circular, daí vai parra os reservatórios dos bairros e está pronta parra o consumo humano.
         O tratamento da água é fundamental para que se mantenha a qualidade de vida de um ser humano, ele ajuda a prevenir diversas doenças, além de atenuar significativamente a demanda dos serviços de saúde públicos.
         Atualmente é necessário que haja conscientização dos governos mundiais quanto aos serviços de tratamento de água, que devem ser muito eficientes. É preciso que o mundo perceba que a água é um bem essencial à vida e está cada vez mais escasso, deve ser reaproveitada, economizada e muita bem cuidada.

Bibliografia:
- Site da Sabesp – www.sabesp.com.br
- Site da Universidade da Água – www.uniagua.org.br
- Revista Superinteressante Ano 14 n?o? 07, Edição Julho/2000
- Apostila de Química do Cursinho do Grêmio Politécnico da USP


Aluno: Felipe Correa Moraes
Escola: Colégio Objetivo, Suzano
Profa.: Melissa Dazzani

Água: o problema do Futuro

Prezado Leitor
 

         O planeta Terra por muito tempo foi arrasado, por décadas foi poluído e maltratado; sempre o homem olhou para si, e não para a biosfera ao seu redor.
         Hoje, estamos no ano de 2050. Às vezes penso como foi possível a vida na Terra chegar aos dias de hoje. Pensamentos que vão longe...
         Meu nome é Simon. Sou cientista e professor de uma universidade importante, mas isso não é o caso.
         Se você estiver lendo esta carta, continue lendo, não pare agora, pois o que direi poderá mudar o destino da  Terra.
 Primeiramente, foi um sucesso esta carta chegar a um destinatário, já que estou no ano de 2050 e você leitor, está  no ano de 2001. Estranho..., não se preocupe; a tecnologia desta época evoluiu sem limites, somos uma espécie que está além da vossa imaginação.
         Como já me apresentei, vou direto ao assunto. Você  e  sua comunidade, assim como seus antepassados vêm destruindo o planeta em que vocês e eu vivemos. Meu objetivo principal é alertar todos vocês de que a minha Terra já não é mais a mesma que a sua. Nós sofremos com vários fatores, como o clima, a falta de vegetais, a atmosfera que praticamente é irrespirável, enfim, nossa vida é difícil, mas o fator que decline as nossas vidas é a falta de água. Isso mesmo, o H2O que parecia infindável, não é mais suficiente nem para suprir 80% da nossa população. Hoje gastei metade do meu salário para comprar um galão de água potável, mesma  água que vocês têm de graça e não dão o menor valor.
         Provavelmente você já saiba que a água aí na sua época já está se escasseando. Proponho que você analise a situação do planeta e divulgue a minha carta, não por mim, nem por minha população, mas pela Terra.
         Os recursos que vocês usam para transformar a água em água potável são lentos, assim sendo, vocês devem usa-la com racionalidade sem desperdício.
         Segundo dados que obtive, um em cada cinco habitantes da sua época não têm acesso à água potável, imagine então como é a situação agora. É necessário saber também que de toda a água do planeta, vocês dispõem apenas de algo em torno de 1%, pois 97,5% da água é salgada e o restante é água consumível, porém em maior parte congelada.
         Ainda tenho mais dados: muitos  rios europeus e americanos estão poluídos, desperdiçando água potável; a  capacidade das represas diminui 1% a cada ano e vocês  constroem poucas novas; em alguns países a perda da água potável chega a 50%, absurdo.
         Vocês não podem continuar assim, senão vocês no futuro passarão o que nós estamos passando. Não posso aqui dar todos os exemplos de barbárie na exploração da água, por isso, mostrarei a vocês um processo que usam para a transformação da água em água potável. Isso é importante para vocês verem o quanto é preciso se fazer para que chegue água tratado no encanamento de suas casas.
         Pré-cloração: através do cloro os microorganismos são impedidos de se proliferarem.
         Aeração da água: é o processo de tratamento pelo qual a área de contato entre água e o ar são aumentados, facilitando assim o intercâmbio de gases e substâncias voláteis entre a água e o ar. Esse processo serve para retirar da água compostos como o gás carbônico, o gás sulfídrico e o cloro em excesso.
         Coagulação: é o processo que visa transformar impurezas em suspensão fina e em estado coloidal, em partículas que possam ser removidas pela sedimentação e pela filtração.
         Floculação: neste processo as partículas coaguladas agrupam-se formando flocos.
         Decantação: neste ponto, as partículas floculadas são sedimentadas.
         Filtração: Filtra as partículas que não foram sedimentadas.
         Pós-cloração: Complemento a desinfecção da água.
         Fluoretação: É colocado flúor na água porque este ajuda em muito a proteção contra as cáries.
         Viu! Como é demorado o processo para o tratamento da água. E isso foi somente um resumo, mas o mais importante é sua conscientização; se você tornou-se consciente sobre a questão água, parte do meu papel já foi concluído.
Bem, vou terminando esta carta informativa, pois creio que você  já entendeu  a seriedade do assunto. Estou grato pela sua colaboração e, por favor, espalhe estas informações pelo mundo todo, a fim de que cada pessoa saiba o que seus netos ou filhos estão passando. Você precisa tomar uma atitude, mas não amanhã, hoje! Aqui vão algumas dicas que muitos provavelmente já conhecem:
         Não mantenha a torneira aberta durante a escovação dos dentes, o que pode gastar em média 7,5 litros em cinco minutos.
 Economia de tempo no chuveiro significa grande economia de água: caso haja redução de um banho de 20 minutos para 10 minutos, há uma economia de 70 litros de água.
         Uma torneira gotejando durante um dia, consome 22 litros.
         Esses são só alguns exemplos, mas seja criativo! Não desperdice água ficando horas lavando uma calçada, ou um carro, aproveite ao máximo toda água, não deixe a Terra secar!
Só o que posso dizer é que a Terra está nas mãos de vocês. Tratem-na com o devido respeito, e ela agradecerá com recursos  indispensáveis às nossas vidas.
         Cuidado! Não terei chance de mandar outro aviso, pois a minha Terra não se encontra doente... encontra-se morta.

Boa Sorte!

Bibliografia:
As informações foram extraídas das seguintes páginas da internet:

http://www.geocities.com/RainForest/Canopy/4287/
http://www.tratamentodeágua.com.br
http://www.sabesp.com.br


Aluno:  Scherduyck Wanderson Oliveira da Silva
(Co-autores) : Adalberto de Souza Silva, Janaina Alves Viana, Jordão Silva Rocha, Priscila de Souza Oliveira
Escola: EE  João Ramalho,  São Bernardo do Campo
Prof.: Silvio Sebastião Gonçalves
 
 

ÁGUA:  Purificação Química e Uso Racional

              A água é um dos bens mais valiosos do planeta, contudo, é difícil imaginar se existiria vida sem ela... Provavelmente não. O volume de água do nosso planeta chega a cobrir 71% de sua área. No entanto, apenas 2,5% da água é potável, ou seja, com condições para o consumo humano, sendo que 2/3 da água doce está armazenada nas calotas polares e geleiras, restando apenas 0,77% de água para o nosso consumo, proveniente de lagos, rios, canais subterrâneos, água do solo, atmosfera (umidade) e na biota.
              A água potável que consumimos é a água doce, mas o tipo de água predominante no planeta é a água com alto teor de salinidade, ou seja, a água salgada, que é oceânica.
 Estima-se que a água é residente no oceano acerca de 3 mil anos. O segundo maior fator que abriga a água é as geleiras e as calotas polares. Outro importante reservatório são os mangues, que detém uma grande variação de espécies animais e vegetais, graças ao nível dos lençóis freáticos.
              Outro reservatório natural é a atmosfera, que detém menos quantidade de água residente, graças a sua contribuição ao fenômeno denominado precipitação, consistente em transformar a água gasosa (atmosférica) em água líquida novamente.
              Contudo, a questão agora é: Como atender a demanda de água de qualidade para abastecer cerca de 6 bilhões de habitantes mundiais? Pois é, este é um dos maiores desafios que a humanidade tenta resolver. A explosão demográfica é um dos fatores contribuintes para a escassez em larga escala do bem mais inestimável que o mundo já conheceu. Entretanto, este não é o único aspecto que influência tal ocorrência, também assume um papel degradativo o desperdício, mau aproveitamento e de mais importância, a poluição.
              Estima-se que o consumo mínimo per capita deve ser de 1000m3 ao ano. No entanto, já há índices abaixo desse nível em países africanos e populosos. Mesmo a plena consciência de que a água é importante nem todos tem acesso a este recurso mineral.
              Tão importante quanto discutir a quantidade de água disponível é também discutir a qualidade desta, uma vez que, a poluição da mesma cresce gradualmente desde a Segunda Guerra Mundial, indicadores de grandes evoluções e aumento urbano e do crescimento dos Parques Industriais.
              A poluição da água é fruto das atividades humanas. A poluição pode atingir águas superficiais e subterrâneas de diversas formas, tanto pontuais como difusas.
              Fontes Pontuais são as descargas de influentes a partir de industrias estação de tratamento de esgoto, de identificação muito fácil sendo possível regulamentar e pré-determinar sua composição e impacto ambiental.
 Fontes Difusas se espalham por inúmeros locais e são complicadas as suas determinações em função de suas descargas e de abrangência de águas extensas.
              Atualmente, dois tipos de controle para poluição estão em andamento: redução na fonte e tratamento de resíduos. Porém, o tratamento de resíduos é mais eficaz no tratamento de fontes pontuais, podendo remover os agentes polutos ou ainda convertê-los a uma forma menos nociva, sendo que a redução na fonte pode ser aplicada tanto nas fontes pontuais quanto nas difusas.
              Quando associamos doenças com água poluída temos razão, pois água é um dos principais vetores na transmissão de doenças aquáticas, sendo que os mais sérios são os microorganismos patogênicos, que causam doenças e mortes, que se encontram em excrementos humanos e animais, podendo ser vírus, bactérias, parasitas, entre outros.
              Estratégias são adotadas para minimizar problemas de saúde proveniente da qualidade da água, conveniente em desinfecção da água que abastecerá a população e a coleta e tratamento de esgoto. Cerca de 1,4 bilhões de pessoas em todo o mundo não tem acesso a água tratada, e ainda, 2,4 bilhões de pessoas residem em áreas que não constam a coleta de esgoto. Contudo, os esgotos domésticos e industriais também contaminam a água com inúmeras substâncias orgânicas. E estas substâncias mesmo em baixa escala, acabam por absorver o pouco oxigênio existente na água.
              O outro tipo de poluição de águas superficiais é a eutrofização artificial, que ocorre principalmente em lagos e reservatórios. Este processo de corpos aquáticos acabam por enriquecer-se de nutrientes, tais como fósforo e nitrogênio, que fluem constantemente para lagos e reservatórios.
              O fenômeno da eutrofização, portanto, acaba por ser degradativo, interferindo no sistema ambiental aquático. Desta forma, podemos citar, ainda, o crescimento da população de algas incontrolavelmente, provenientes da quantidade excessiva de nitrogênio e fósforo, gerando, ainda, uma demanda relativamente alta de oxigênio, podendo causar a morte dos peixes. Com o passar do tempo pode-se perceber anomalias nos lagos e nos reservatórios, tais como fenômenos de gases mal-cheirosos altamente tóxicos para a população aquática e a proliferação de organismos anaeróbios.
              Atualmente, centenas de milhares de toneladas de compostos orgânicos sintéticos são fabricados, para o desenvolvimento de plásticos, borrachas, solventes, etc, e graças à resistência biodegradável destes compostos eles possuem grande utilidade. Estes compostos podem ou não ser polutos a água, já que são desconhecidas as conseqüências deles frente às diversas espécies aquáticas, podendo atuar nocivamente em seres aquáticos tanto em seus sistemas nerológicos como fisiológico.
 Graças ao potencial tecnológico do mundo houve um progresso acentuado ao combate de doenças transmitidas pela água. A tarefa de fornecer água, obedecendo ao valor de potabilidade, agora é de responsabilidade governamental que deve fiscalizar os cumprimentos das normas de tratamento da água.
              Com o objetivo de remover materiais “estranhos” na composição da água existem alguns tipos de operações que englobam o tratamento, tais como coagulação/floculação, filtração e desinfecção. Tais operações podem variar de acordo com os padrões requeridos.
              As águas superficiais primeiro atravessam uma fase de remoção de materiais de dimensões e de tamanhos notáveis através de grades.
              A água com baixa turbidez é tratada com decantação direta, dispensando produtos químicos para a fase de filtração para que as minúsculas partículas se decantem por completo. Em alguns casos, são adicionados componentes químicos que floculam e coagulam as partículas com menos tamanho. Sedimentação é o processo de tratamento mais antigo e de menor custo que, além disso, realiza com eficácia e com um funcionamento simples, onde a decantação é representada pela gravidade.
 No procedimento para coagulação e floculação requer ações químicas e físicas para que pequenas partículas sejam desestabilizadas.
              São utilizados recursos mecânicos ou hidráulicos para agitar as moléculas durante 30 segundos, a fim de criar uma força de repulsão entre as partículas, depois de adicionar-se aditivos químicos.
 Não é possível obter um resultado 100% satisfatório através de decantação direta e coagulação/floculação. Daí vem à necessidade de um filtro, onde normalmente constitui-se de uma fina camada de areia formando uma camada juntamente com o cascalho. Esta combinação permite que os poros assegurem a passagem da água bloqueando as impurezas.
              Logo após a filtragem é necessário que a água passe por uma seção de desinfecção, assegurando uma qualidade e resistência a microorganismos patogênicos.
              Para o processo de desinfecção utilizam-se algumas substâncias desinfectantes, com forte solicitação ao cloro, graças a sua eficácia e baixo custo, porém outras substâncias ativas são cotadas para esse processo precedido de radiação ultravioleta.
 Deve-se evitar quantidades relativamente grandes de cloro para desinfecção pelo fato do mesmo apresentar um sabor indesejado, mas a água deve apresentar uma quantidade residual de cloro, para prevenir uma possível “volta” de microorganismos para a água. Mas o problema mais sério é que o cloro possa reagir com algumas substâncias presente na água, podendo transformá-lo em componente cancerígeno.
              Existem, basicamente 3 tipos de água, as águas doce, que provém de rios, lagos e lagoas, que não apresentam sabor salino; as salobras que provém de manguezais e lagunas, que mostram suave gosto de sais; e por fim, a salgadas que provém dos mares e oceanos, que possuem altas quantidades de sais.
              Além dessas muitas outras existem no nosso planeta. Podemos citar águas sulfurosas que trazem em si substâncias dissolvidas a base de enxofre; ferruginosas, que são ricas em ferro; ou ainda as águas calcárias, que apresentam diversos tipos de substâncias, geralmente como resultado da erosão de certos tipos de rochas calcárias. Todos esses tipos de águas são utilizados para tratamento de pessoas.
              Existem as águas radioativas que emitem radiações devido ao seu contato com elementos radioativos, podendo ser utilizadas, como a água mineral, pois, dentro de certos limites fazem bem a saúde.
              Outro tipo interessante de água são as termais, apresentam alta temperatura, devido ao seu contato com o magma através de fenda. São utilizadas com finalidades fisioterápicas em banhos para tratamento de reumatismo e outras infecções.
              Mas a água que devemos utilizar é a água potável, que não pode conter sais em grandes proporções, mais sim em quantidades ideais, pois muitos deles são essenciais a nossa saúde, tais como sódio e cálcio.
              O tratamento de esgoto também assume um papel de importância, usando processo físico, químico e biológico. Os físicos dizem respeito a vários tipos de filtração, decantação e sedimentação.
              No processo químico temos ainda à utilização de cloro para extermínio de microorganismos.
              No biológico a presença de microorganismo (algas, bactérias) presentes nos esgotos ocorre em tanques de tratamento onde a ação desses organismos é controlada através da temperatura, etc, de modo a purificar as águas ali tratadas.
              Nota-se que a quantidade de seres dependentes da água é um grupo infinitamente incontrolável, e que a cada dia tal população multiplica-se informalmente.
              Se a situação de abastecimento da água já é crítica, o que dizer da qualidade deste bem fundamental? Tal situação já gera um clima de constrangimento para a civilização, que desta vez, põe em jogo até a sua perpetualidade em território universal.
 Mas, é possível corrigir este fato, só falta haver uma competência e consciência de nossa parte.
              A sociedade precisa organizar-se para tentar chegar a um acordo para o uso racional da água, o que não é muito difícil se utilizarmos robustez e criatividade para resolver o problema de abastecimento.
 Você mesmo pode notar que usamos a água indevidamente. Por exemplo, Porque não utilizar outro tipo de água em vez de água potável para lavar quintal? Porque lavamos a roupa todos os dias ao invés de deixar acumular para um dia só? Porque não jogar lixo no lixo em vez de jogar nos rios e mananciais?
              Na indústria poderia haver mais controle e rigidez para subdividir a água em setores de menos ou mais importância.
              Além do clima um tanto árido a falta de água já começa até mesmo a interferir em setores importantíssimos para o desenvolvimento de um país, como o setor energético, que já começa a entrar em clima de racionamento em virtude da falta de chuva que geram energia nas usinas hidrelétricas. Por essa razão cientistas apostam nas usinas termoelétricas, que funcionam a partir do lixo orgânico, que acaba por emitir o gás metano, altamente poluto e é outro dos poluentes que fazem com que ocorra a chuva ácida.
              São pequenos detalhes, mas podem acrescentar alguns anos a mais para nossa sobrevivência.
              A situação da água é tão precária que os mais pessimistas já insinuam que a 3ª Guerra Mundial teria como “estopim” o confronto causado pela disputa pelo bem mineral.
 Em 20 anos, os especialistas afirmam que a água entrara em profunda crise como acontece com o petróleo.
              Cabe, agora, a todos nós criarmos competência e usar nossa criatividade para resolver a situação da escassa disponibilidade da água. Uma proposta interessante seria a dissabilização da água de origem oceânica. A Alemanha já utiliza este sistema, obtendo uma água salobra, mas de utilidade, por falta de opção, pois o país não conta com muitas fontes pluviais.
              Pequenas reparações acabam por ser atos de cidadania, tais como consertos de encanamentos, eliminação de vazamentos, e até mesmo deixando de lavar o carro e a garagem, que não necessitam de água para viver. Não jogar lixo nos rios também é importante, já que a recuperação do Rio Tietê já está sendo providenciada, e segue exemplos de sucesso, por exemplo, a recuperação do rio Tamisa em Londres, que graças aos especialistas em recuperação de compostos líquidos e a colaboração da população consegue superar a poluição.
              O objetivo desse trabalho fora colocar em foco a situação degradativa da água, que se encontra cada vez mais presente em nosso cotidiano. Fora também alertar os diversos tipos de poluição que provém do sistema humano moderno, além de apontar soluções concretas, de como a sociedade precisa organizar-se para o uso racional da água e usufrui a água com decisões inteligentes, aproveitando bem um dos bens mais valiosos do mundo.

Bibliografia

 MAGOSS, Luiz Roberto – Poluição da águas, Moderna, 8ª edição,
 MASérie Desafios.
 BORACELLA, Paulo Henrique – Poluição das águas, Moderna, 8ª edição,
 BOSérie Desafios.


Aluno: Suzana Maria Batista de Morais
Colégio Valribeira, Registro
Profa.: Alba Bruno de Brito

Água: purificação química e uso racional

               A água influi direta e indiretamente na vida do homem. Ela é vital para a sua sobrevivência em qualquer tipo de ambiente. Exemplo disso é que sem a água, o corpo do homem não sobrevive. E isto não acontece somente com o homem, mas também com a maioria dos seres vivos.
               No caso do homem, além de usada para beber, a água  é usada na agricultura, indústria, recreação, transportes. A maior parte  dessas atividades estão baseadas nesta substância.
               Mas é importante saber que, embora a água esteja em grande quantidade sobre o nosso planeta, 97,4% dela é salobra e 1,8% está nas regiões  polares, sobrando apenas 0,8% para o aproveitamento humano em todo o mundo.
               Atualmente, a maioria dos países ainda não tem preocupações maiores com a falta de água. Mas alguns já estão sofrendo deste mal e procurando medidas alternativas para driblar este grande problema. No  entanto, a maioria das pessoas  ainda não tem consciência de que a água está envolta por um ciclo gradativo de  poluição e desperdício e que dentro de algumas décadas, se não forem tomadas as devidas precauções, a falta  d'água irá se tornar um mal crônico e irrecuperável.
               Todos os dias milhares de pessoas desperdiçam água das maneiras mais variadas. Se estas pessoas se conscientizassem e parassem de desperdiçar, a situação, sem dúvida alguma, melhoraria consideravelmente.
               O desperdício de água pela população está diretamente ligado 'as diferenças sociais. Geralmente, quanto maior for a renda de uma pessoa, maior será a sua tendência para desperdiçar água. Baseados nesse fato, governos e ONGs interessados deveriam se unir para promover uma grande campanha em prol da economia  da água e da preservação das suas fontes, como os rios, lagos e lençóis freáticos.
               Com relação às indústrias, o sistema não é falho, embora  a fiscalização peque em alguns pontos. Mas é preciso melhorar sempre, já que pequenas ações podem melhorar a situação.
               E a situação é assustadora. No mundo, 73% do consumo de água se deve à irrigação de terras cultivadas,  21% são atribuídos à indústria e os outros 6% ao uso doméstico. Das águas disponíveis para a ingestão humana, 90% encontra-se no subsolo e recebem diariamente ameaças de contaminação. Na América Latina, 145 milhões de pessoas não recebem sistemas de tratamento de esgotos, 300 milhões de pessoas poluem a água com esgotos e detritos variados. E para resolver a situação seriam necessários aproximadamente 200 bilhões de dólares. No Brasil, 63% do lixo são lançados em cursos d' água e 75 milhões de pessoas não recebem, sistema de tratamento de esgotos.
               Tudo isto contribui- e muito- para o desperdício de água. Água esta, fundamental para o ser humano. Por isto, é importante estar sempre procurando maneiras eficazes para o uso racional da água. Uma alternativa bastante interessante e viável para o problema da escassez da água é o reuso.  O reuso consiste em reutilizar a água para a mesma atividade ou até mesmo uma outra, poupando as fontes. Esta alternativa surgiu da necessidade de se preservar a água ao ponto de que ela seja usada apenas" para fins nobres", ou seja, águas que tenham contato direto com o ser humano. Há o reuso direto e o indireto.
               O reuso indireto pode ser planejado ou não. No reuso indireto não planejado a água aplicada em certa atividade humana volta ao meio ambiente e este se incumbe de levá-la na direção fluvial em questão, onde está sujeita a diluição e autodepuração até ser recolhida para o aproveitamento de um novo usuário. No reuso indireto planejado os efluentes, depois de tratados, vão de forma planejada aos corpos de água superficiais ou subterrâneas. Estes são utilizados  a jusante sob  supervisão. Neste tipo de reuso subentende-se que haja um controle sobre outras descargas de efluentes durante o percurso, assegurando que o efluente tratado esteja exposto somente a misturas com outros efluentes que também sejam aceitos pelas normas de qualidade do reuso em questão.
               No reuso direto planejado das águas  os  efluentes são tratados e levados diretamente até o local do reuso, não passando pelo meio-ambiente. É o caso mais comum, usado  em indústria e irrigação. Também há a Reciclagem da água, que é o reuso interno, antes da disposição desta  para novo tratamento ou para outra dependência. Essas águas completariam o abastecimento do uso original.
               Vários países vêm experimentando este método com êxito. Na África do Sul uma grande indústria de papel começou a tratar seus efluentes para auxiliar, parcialmente, no consumo interno de água. O resultado foi tão surpreendente que todas as fábricas de papel dos país passaram a utilizar este método. Na Índia a água  proveniente deste método é usada para completar o sistema de ar condicionado em edifícios comerciais altos, contendo de vinte a  vinte e cinco andares. No Japão, cidades industriais tratam boa parte de sua água, que é reutilizada geralmente para resfriamento e  equipamentos de limpeza. Em Israel   a  água utilizada em grandes centros urbanos é tratada e levada para a região rural para irrigar plantações. É importante observar que, neste caso, sem a água proveniente do reuso as regiões agrícolas improdutivas, devido as secas consecutivas. Nos E.U.A, estado da Califórnia, no final  dos anos 60 o lençol subterrâneo que abastece a região já estava superexplorado. O sal do Oceano Pacífico começou a infiltra-se ali, comprometendo ainda mais o abastecimento. A solução foi tratar o esgoto e devolvê-lo ao solo, para reabastecer o lençol. No subsolo as rochas porosas agem como filtros e essa água tornou-se então apropriada para o consumo humano. No Brasil não existem muitos exemplos práticos, mas um certo frigorífico conseguiu atingir até 60% de economia com gastos com água através  do reuso.
                    Como se vê foi a necessidade que fez com que países tornassem tais iniciativas. Foi da necessidade que surgiram a consciência e as providências. Mas muitos países, que ainda possuem água potável, na maioria das vezes viram as costas para a situação. Este infelizmente é  o caso do Brasil, que tem muita água, mas que também possui   taxas de desperdício em torno de  40%, só na rede pública. Para se notar a gravidade da situação basta compará-la com a de certos países, como China, Índia, Paquistão  e quase todos os países do Médio Oriente e do Norte da África. Esses países, devido à localização e à população numerosa, já estão numa situação alarmante e dependem amplamente da forma como os responsáveis gerem hoje os seus recursos aqüíferos  subterrâneos, sua principal fonte de água, já que são  vários os problemas dos lençóis freáticos: a exaustão, conseqüência da exploração excessiva, a saturação do solo pela água e a salinização, causadas por drenagens insuficientes e a poluição  derivada da intensa atividade agrícola, industrial e humana.
               Esta, atualmente, é a realidade desses países. Mas não demorará muito para tornar-se uma realidade mundial. É preciso encontrar novos métodos para abastecer as reservas mundiais.
               Um desses métodos, já bastante considerado pela comunidade internacional, é a dessalinização. Há usinas no Golfo Pérsico, E.U.A, Espanha, Austrália, Caribe e Malta. Mas esta água ainda é cara. Cada metro cúbico custa dois dólares.
No Brasil, um pesquisador criou  uma versão brasileira do dessalinizador. É o Dessalinizador Solar de Múltiplos Estágios. Definindo  de uma maneira compacta, a dessalinização por evaporação funcionaria como uma chaleira, de onde a água aquecida é expulsa na forma de vapor, perdendo sais nesse processo de evaporação. A maior desvantagem do Dessalinizador Solar é o pequeno volume de água que este pode processar. Custa cerca de cinco mil reais, é  uma tecnologia limpa e de baixo custo, própria para pequenas comunidades.
              Diferente disso é o muito utilizado Sistema de Dessalinização por Osmose Reversa. Esse sistema funcionaria como um pote de água, agindo como um filtro, onde as membranas retém o sal da água, retirando as impurezas. Essa tecnologia é usada também para produzir água ultrapura durante a fabricação de remédios e alimentos e para tratar esgotos e efluentes. É o processo utilizado nas grandes usinas de purificação de água internacionais. No entanto, o processo de dessalinização por osmose reversa ainda é caro. A instalação completa de uma unidade para filtrar 24 000 litros de água por dia, para suprir as necessidades de 250 a 300 pessoas, custa em torno de  R$ 15 000,00 , com membranas importadas. Mas ainda sai mais barato que  transportar água  em caminhões- pipa, como atualmente ainda muito se faz.
              Outra necessidade nos dias de hoje é encontrar novas maneiras de tratar os efluentes para que a água possa voltar cada vez mais limpa para o local de despejo e aperfeiçoar os métodos usuais de purificação da mesma. Hoje, os métodos mais comuns são os utilizados nas E.T.As  e E.T.Es.
              Numa E.T.A , depois de captada a água passa pelo processo de aeração que remove certos gases dissolvidos nela,  introduz oxigênio e remove substâncias causadoras de gostos e odores. O segundo processo é a coagulação/ floculação, que tem  por objetivo unir partículas  de sujeira  formando flocos que serão  removidos pela decantação e filtração. Após a filtração,  na cloração, a desinfecção é realizada pela ação do cloro que elimina os microorganismos remanescentes  do tratamento sendo mantido um teor residual de cloro de acordo com a legislação é  suficiente para garantir a potabilidade da água em toda  a extensão da rede de distribuição. Depois é feita a correção pH  que é realizada pela adição de cal. O último processo é a fluoretação,  que consiste em aplicar doses adequadas  de um composto de flúor na água a ser distribuída reduzindo as incidências de cáries  dentárias e melhorando a higiene bucal.
              Numa E.T.A  os processos a serem utilizados dependem do tipo de efluente a ser  tratado. No tratamento anaeróbico os sólidos são removidos, é utilizado um tanque de equalização de fluxo e composição que  além da equalização realiza várias reações bioquímicas, provocando a acidificação bioquímica do efluente, onde compostos orgânicos complexos são separados em cadeias carbônicas menores, formando ácidos orgânicos, os quais são transformados em ácido acético,  precedente principal da formação do metano. Após a utilização do tanque o líquido deve passar por um sistema adequado de controle de pH. A temperatura é  importante na biodigestão anaeróbica. Os melhores resultados são atingidos na faixa de 28-34ºC. Abaixo de 22ºC decrescem consideravelmente a eficácia da remoção da demanda química e bioquímica de oxigênio e acima de 34ºC o processo não é estável. O líquido passa então por um reator anaeróbico. Existem vários conceitos em projeto de reatores anaeróbicos. O mais comum é o UASB  ou RAFA. Hoje em dia, a operação de reatores anaeróbicos pode ser considerada simples, se alguns conceitos básicos forem compreendidos. Trata-se do princípio da digestão anaeróbica, ou seja, compostos orgânicos complexos são quebrados até serem transformados em ácidos orgânicos. Estes ácidos são transformados em metano, CO2, água e células de bactérias anaeróbicas. Este processo é considerado um método de baixo custo. As principais vantagens sobre os processos convencionais aeróbicos são a reduzida área necessária para  a implantação, menor consumo de energia, menor  necessidade de nutrientes e a possível utilização energética do biogás.
              O tratamento biológico de esgotos e  águas residuais industriais é um plágio dos processos que ocorrem normalmente na natureza, comumente chamados de  autodepuração.  Basicamente, trata-se da atividade de bactérias e microorganismos que se alimentam da matéria orgânica dos próprios resíduos. Essa atividade depende do fornecimento de oxigênio. Tem por princípio básico reproduzir em volumes confinados as reações bioquímicas de oxidação da matéria orgânica de microorganismos , que ocorreriam em corpos d'água receptores, antes do lançamento dos despejos dos mesmos. A diferença é que,  tratando-se de volumes de confinamento relativamente pequenos, esse trabalho é realizado mediante a concentração de microorganismos. Cada  método visa a manutenção de uma biomassa ativa depuradora de poluentes  orgânicos, dos mais variados. Os sistemas de tratamento mais utilizados projetados com as características dos esgotos, além dos reatores anaeróbicos, são os filtros biológicos, os lodos ativados e as lagoas de estabilização.
              Todos esses métodos são hoje utilizados para a purificação da água, líquido que, daqui a algumas décadas, se continuarmos no ritmo  atual, será mais precioso que qualquer outra substância conhecida hoje. É preciso adiar o máximo possível, essa fatalidade. Anulá-la já não está ao nosso alcance.

BIBLIOGRAFIA
· Usberco, João e Salvador, Edgar - Química - Editora Saraiva - São Paulo - 1999
· Revista Superinteressante - nº 5 - Maio/1995 - Editora Abril
· Revista Ciência Hoje - nº 50 - Setembro/1995 - Editora Globo
· Filho, Osvaldo Beltrame - Texto Informativo do  Setor do Controle Sanitário LRTC1
· www.iwmi.org
· www.emeioambiente.com.br
· www.acquaeng.com.br
· www.reusodeagua.hpg.ig.com.br
· www.tialigia.hpg.ig.com.br
· http://br.geocities.com./atimus1/


Aluna: Camila Santos Matos de Freitas Ribeiro
Escola: Colégio Singular São Bernardo do Campo
Professora:  Miriam Possar do Carmo

Água – Purificação Química e Uso Racional

               Quem observa a paisagem La Grenouillière, retratada na pintura impressionista por Claude Monet e Auguste Renoir, certamente percebe que grande parte da calma e da paz que revestem as obras é oriunda do belo desenho das águas que circundam o pequeno barco que se situa ao centro da obra. A água sempre foi motivo de especulações filosóficas em todas as áreas do conhecimento humano. E serviu também de cemitério: enterrou no âmago dos oceanos vidas de ilustres personalidades como o político Ulisses Guimarães, a aviadora Amelia Earhart e o sempre querido John Kennedy Jr. No dilúvio bíblico, a assustadora quantidade de água que cobriu o planeta teria sido enviada por Deus para reiniciar a vida de outra maneira, já que este estava descontente com o modo que o homem havia escolhido para conduzir o planeta.
               A água foi sintetizada pela primeira vez em 1808, pelo químico Joseph Louis Gay-Lussac (1778/1850): este demonstrou que ela é sempre composta por dois volumes de hidrogênio para um de oxigênio – uma combinação espantosamente simples, como mostra hoje a universalmente conhecida fórmula H2O.
               O precioso líquido, desde os princípios da História, foi condição “sine qua non” para a fixação de grandes civilizações em determinados territórios – estas sempre se formaram e prosperaram suas agriculturas no leito de grandes rios, como o Tigre e o Eufrates, por exemplo. Assim como a linguagem, a posse dos recursos hídricos é um fator de dominação, um tipo de controle exercido sobre populações que não possuem os tais recursos.
 Segundo o filósofo grego Aristóteles, o mundo seria composto por basicamente quatro elementos: o ar, a terra, o fogo. E a água. Tanto Friedrich Nietzsche quanto John Kennedy Jr. partilhavam desta idéia: ambos, em épocas diferentes, disseram, cada um a seu modo, que a água era o princípio e o fim de tudo. Nietzsche dizia que a água é tão unificadora quanto a filosofia: dela tudo parte, e a ela tudo retorna.
 E esta água, acima de tudo, é sinônimo de vida: o bem estar e o conforto das espécies animais depende de tal modo do consumo regular de água que é praticamente impossível imaginar algum ser vivo que possa sobreviver totalmente independente da água. Um animal sobrevive quarenta dias sem alimento, enquanto vive durante três sem beber água! Os astrônomos dizem até que planetas muito secos não são propensos a encerrarem formas de vida. Suas propriedades solventes e hidratantes são indispensáveis para a manutenção do ciclo vital.
               Exemplo disso pode ser encontrado em Vidas Secas, do escritor modernista Graciliano Ramos. Ele narra as misérias e dores de uma família que desesperadamente tenta fugir da seca. O sol já arrancara da terra todas as suas propriedades: transformara-a em simples chão duro e infértil. Merece destaque o personagem Fabiano, que diversas vezes na obra clama aos céus por chuva, pela água benfazeja que há de lhes devolver o alimento e a vida, conseqüentemente.
               Outros exemplos literários que refletem a importância da água no cotidiano dos homens podem ser encontrados na épica camoniana: o poeta, em sua obra-prima Os Lusíadas, mostra as desventuras e aventuras dos portugueses ao enfrentarem o temido e desconhecido oceano em busca do mundo e da riqueza. Desventuras essas que serão retratadas, séculos depois, pelo português Fernando Pessoa: Ó mar salgado! Quanto do teu sal são lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar para que fosses nosso, ó mar! Aluísio de Azevedo mostra, em O Cortiço, um formigueiro de vida, que principia a germinar nas águas sujas e ensaboadas da lavanderia desse cortiço; e, por fim, a doce e angelical Ismália, de Alphonsus de Guimaraens, assiste ao fim de seu corpo carnal ao vê-lo mergulhar para sempre nas águas do mar, enquanto sua alma sobe aos céus.
               Em nosso país de extensão verde e amarela, o que não falta é justamente a água. O próprio Pero Vaz de Caminha descreve, extasiado, a abundância dos recursos hídricos que existem nestas terras do além-mar. Assim como um também extasiado Guilherme Arantes contempla o líquido divino que brota de todos os cantos da terra e brada que a Terra é o “planeta água”.
               Mas até mesmo a horrorizada expressão do personagem da obra O Grito, do norueguês Edvard Munch se intensificaria se este soubesse dos problemas que atravessamos e ainda vamos atravessar devido à escassez da água potável. Aproximadamente 98% de toda a água existente no planeta é inadequada para o consumo humano. E, no passado, acreditava-se que estes 2% restantes e sua constante renovação seriam suficientes para sustentar a Humanidade por muito e muito tempo. Porém, os antigos pesquisadores não contavam com os caprichos desta Humanidade: o uso desmedido e irracional desse recurso e a interrupção de seus processos de renovação tendem a trazer sérios problemas para a sobrevivência do seres vivos em geral.
               É ponto pacífico que os 2% de água doce que existem no mundo e que são destinados ao consumo humano encontram-se extremamente degradados. Além disso, há também a utilização inconsciente do recurso; este, que é fruto de uma cultura voltada para o consumismo em altíssima escala, é um dos maiores problemas da água atualmente. Ora, o que é que contamina a água de tal modo ao ponto de ela se tornar imprópria para o consumo humano? Produtos químicos e dejetos industriais são os campeões da lista. Famosos no Brasil são os casos de poluição e às vezes degradação irrecuperável de rios e mares provocados por resíduos industriais e acidentes com canais de condução de petróleo, os oleodutos. Estes erros podem danificar um ecossistema de maneira irreparável, destruindo suas espécies animais e vegetais ou fazendo com que a mãe Natureza leve um tempo incalculável para restabelecer o equilíbrio da região afetada.
               Também a eliminação de matéria orgânica e esgotos na água de rios e mares pode ser problemática, já que ambos são elementos que demandam oxigênio. Agentes infecciosos, nutrientes artificiais, substâncias tensioativas contidas nos detergentes e sólidos em suspensão são outros fatores que podem contaminar a água; essa contaminação, quaisquer que sejam os elementos causadores, traz malefícios para a saúde humana, como  diversos tipos de doenças e até a morte por ingestão de substâncias tóxicas ou exposição a estas.
               O processo de renovação dos recursos hídricos é o ciclo da água: como aprendido na tenra infância, a água evapora por causa do calor solar, condensa-se em nuvens, precipita-se e cai na forma de gotículas de água, a chuva. Até mesmo este processo encontra-se comprometido por causa da quantidade de poluentes e agentes tóxicos presentes na atmosfera: a união destes com o vapor d’água em suspensão ocasiona a chamada chuva ácida. Esta é altamente nociva, e alguns de seus efeitos são a corrosão de estruturas, a danificação de bosques e colheitas e a dizimação (ou algo próximo disso) da vida em lagos de água doce.
               Diante de tantos obstáculos que o homem acabou impondo durante muitos anos (já que esses processos não começam a ocorrer da noite para o dia), duas saídas postaram-se ao fim do túnel da peregrinação humana rumo à sobrevivência: a purificação química da água degradada e o uso racional deste recurso natural.
               A primeira, inerente ao processo de restituição das propriedades, nutrientes e aspecto naturais da água, é a mais complexa das duas. Abre-se em duas correntes: a que possibilita a transformação da água salgada em água doce e a que deseja purificar a água dos agentes destrutivos a que esta foi submetida.
               Dessalinizar a água é mais simples, e pesquisas vêm sendo feitas no sentido de tornar esta alternativa viável também para grandes quantidades de água. Já a purificação da água já poluída depende muito do nível de poluição desta e da natureza dos elementos poluidores. Quando a poluição é causada por microorganismos, a saída é detectá-los, identificá-los, estudá-los e encontrar meios plausíveis para destruí-los. Se o problema vem do excesso de matéria orgânica e produtos industriais, a purificação química em estações de tratamento pode resolver o problema. No caso dos microorganismos, há uma saída eficiente e barata para as populações de baixa renda que não têm meios de conseguir água tratada: a fervura da água que será consumida mata os micróbios e germes nela presentes, já que estes não costumam resistir a altas temperaturas.
              O tratamento da água poluída por matéria orgânica e produtos industriais tende a ser o mais custoso (portanto inviável para um país cujos gastos com a saúde pública e o saneamento básico são restritos) e não garante resultados totalmente eficientes, já que a purificação de água muito deteriorada pode não restabelecer completamente suas propriedades originais. Ou seja, uma vez destruída, nunca mais volta a ser a mesma coisa, ainda que sendo submetida aos esforços das mais diversas ciências.
               A segunda saída para o problema da água é o uso racional do recurso: sem dúvida alguma é o mais eficiente, embora demande mais tempo e a conscientização em massa da população consumidora. Apesar disso, os esforços são melhor direcionados, já que essa conscientização consiste na transmissão de bons hábitos para gerações vindouras.
 Infelizmente, a cultura baseada no utilitarismo, no pragmatismo e na lucratividade tende a agravar os problemas já apresentados em relação à conscientização do uso dos recursos naturais. Interesses comerciais  e industriais são colocados acima dos interesses coletivos: ninguém quer morrer de sede. Porém, comercialmente não é tão ruim, já que a falta de água impulsionaria estrondosamente os lucros de empresas com negócios vinculados (de maneira escusa ou não) à política da água.
              Portanto, é preciso perder esse sentimento de individualidade e egoísmo e atentar para os problemas e riscos que estão por vir (conseqüentes da má utilização e péssimo aproveitamento da água). É necessária a construção de uma cultura que rompa com a visão utilitarista e comercial sobre a água e com o ponto de que a solução para os problemas que ela envolve sejam atributos de pessoas específicas. É dever de todos preservar e proteger nosso patrimônio.
              Em primeiro lugar, a medida mais óbvia para o início de um aproveitamento racional da água que nos é dada é evitar o desperdício. Em um grande centro urbano como São Paulo, de cada dez litros de água canalizados e destinados ao consumo da população, cerca de quatro são perdidos (durante a má condução do recurso ou da própria má utilização por parte das pessoas). Simplesmente, é água jogada fora, e de maneira estúpida. As pessoas crêem que, por ser um recurso natural renovável, a água nunca acabará e, portanto, podem esbanjá-la à vontade. Conceito que, embora majoritário, é estritamente incorreto.
              Esse sentimento de consumismo extremo foi também um dos fatores que contribuíram para a atual crise energética que o Brasil vive (sem contar a grande parcela de culpa que têm os governos atual e anteriores por não terem investido da ampliação da geração, condução e distribuição de energia elétrica – mesmo concentrando 16% de toda a água doce do planeta, possuindo o maior rio do mundo e o maior aqüífero subterrâneo, o país utiliza menos de 1% de toda a sua capacidade relativa à água). O desperdício ocasiona uma grande demanda do bem em questão, às vezes superior àquilo que é possível ser fornecido. E o mesmo ocorre com a água.
              Acima de tudo, deve ser espalhada a moral da economia: não demorar tanto no banho, não esbanjar água na lavagem de calçadas e quintais, escovar os dentes com a torneira fechada. São medidas tão simples e que promovem um uso absolutamente racional da água, já que ela será utilizada aonde é necessário e na quantidade correta. Para se ter uma idéia da dimensão do problema, uma pessoa pode viver perfeitamente bem utilizando 40 litros diários de água. Porém, no Brasil, a média per capita é de 200 litros diários de água.
              A tardia conscientização dos habitantes do planeta Terra em relação ao recurso natural importantíssimo que é a água (que, embora renovável, não deixa de ser efêmera, já que o homem também interferiu em seus processos de renovação) pode ter graves conseqüências, principalmente relacionadas à poluição da água, como o envenenamento de seres vivos com substâncias tóxicas eventualmente presentes em mananciais. Mas também o absurdo desperdício da água sem que nada seja feito para tentar reverter esse processo pode trazer a mais simples e cruel das conseqüências: a sede em massa causada pelo fim da água potável. Esta conseqüência já encontra-se em vias de encaminhamento: hoje, perto de 1 bilhão de pessoas no mundo não têm acesso à água potável e 25.000 pessoas morrem por dia em decorrência direta ou indireta dessa carência.
              Moral da história: preservar, tratar e utilizar somente o necessário. Há exatamente quarenta anos, o cosmonauta russo Iuri Alekseievitch Gagarin observou que a Terra era azul, por causa de seus três quartos de superfície cobertos por água. Hoje, certamente ele não diria a mesma coisa: os seres humanos estão destruindo a beleza azul do planetinha. O que não podemos é deixar que alguém diga um dia que o planeta Terra é cinza, sombra essa causada pelo fantasma da estupidez humana.

Bibliografia:
· História da Arte, Maria Graça Proença
· The Lincoln Lybrary of Essential Information, enciclopédia americana
· Enciclopédia Encarta 1999, Microsoft
· Química, vols. I e III, Ricardo Feltre
· O Mundo de Sofia, Jostein Gaarder
· História Concisa da Literatura Brasileira, Alfredo Bosi
· Curso Prático de Português, vol. II, Silveira Bueno
· Provas da EEM/EAM 2001
· O Grande Livro de Perguntas e Respostas de Charlie Brown
· O Mundo Antigo, Hazel Mary Martell


Alunos: Dhiego Alves Dinello, Fabio Henrique Polegato, Murilo Freitas Bagli e Renata Rouxinol Gomes
Escola: EE. Lucia Silva de Assumpção, Pirapozinho
Professora: Maria das GraçasAlmeida Engelmeyer

ÁGUA - Ela pode mesmo acabar?

              A água é um líquido inodoro, incolor e insípido, imprescindível para o desenvolvimento dos processos vitais de todos os seres vivos. Uma prova disso é o fato de que aproximadamente setenta por cento do peso do corpo humano é constituído de água.  Além de entrar na constituição dos tecidos, ela é o dissolvente que transporta as substâncias não aproveitadas pelo organismo. O homem necessita ingerir líquido numa quantidade diária de dois a quatro litros. Pode-se sobreviver 50 dias sem comer, mas perece-se após 4 dias sem água, em média. Os conhecimentos de Biologia permitem afirmar, com pequena margem de incerteza, que a Vida apareceu primitivamente na água, sob formas muito rudimentares. As espécies foram-se aperfeiçoando sucessivamente e algumas delas evoluíram para se adaptar à vida terrestre e aérea.
              Essa substância possui a fórmula química H2O, que se compõe de dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio, dispostos nos vértices de um triângulo isóscele.A ligação entre cada átomo de oxigênio e os átomos vizinhos tem caráter parcialmente covalente, de forma que o átomo de oxigênio divide um par de elétrons com cada um dos átomos de hidrogênio. A localização desses pares de elétrons, no entanto, não é eqüidistante em relação aos dois átomos que formam a ligação covalente. Como o oxigênio tem maior afinidade por elétrons, isto é, eletronegatividade mais elevada, estes se encontram mais próximos do átomo de oxigênio, gerando uma carga negativa no vértice do triângulo ocupado por ele. Conseqüentemente, nos vértices ocupados pelos átomos de hidrogênio surge uma carga positiva. Por essa razão, diz-se que a molécula da água tem caráter polar, já que apresenta uma distribuição desigual de cargas na sua estrutura. As moléculas de água, quando no estado líquido ou sólido, tendem a associar-se através de ligações denominadas pontes de hidrogênio -- quando um átomo de hidrogênio ligado a um átomo eletronegativo forma uma ponte para um outro átomo eletronegativo.
              Em sua forma comum contém cerca de um átomo de deutério para cada 6.760 átomos de hidrogênio. Quando submetida ao processo de eletrólise, a água libera no catodo, de preferência, moléculas de hidrogênio, e a solução fica assim enriquecida em deutério. A redução adequada do volume dessa solução produz óxido de deutério quase puro. Já a água pesada é utilizada como moderadora de nêutrons em reatores nucleares.  A água pesada foi isolada pela primeira vez por Harold C. Urey, em 1931, através da eletrólise de uma solução de água e hidróxido de sódio. Com uma estrutura molecular semelhante à da água comum, ela pesada apresenta, em sua composição, dois átomos de deutério, --um isótopo estável do hidrogênio com peso molecular duas vezes superior (P.M. = 2,0 g/mol) -- e um átomo de oxigênio.
              Este líquido tão precioso possui como ponto de fusão, 0°C e de ebulição, 100° C, à pressão de uma atmosfera. Sua densidade  varia com a temperatura, sendo seu valor máximo igual à aproximadamente 1,0 g/cm3, a 4°C. Além disso, observa-se que a água, ao congelar-se, sofre uma redução da densidade. Por esse motivo, o gelo -- água sólida -- flutua na água líquida. Algumas anomalias encontradas nas propriedades físicas da água são explicadas pela presença de moléculas associadas. Assim, o ponto de ebulição da água, em comparação com o dos compostos de estruturas semelhantes, é bem mais elevado. A explicação para esse fato é a seguinte: para que a água entre em ebulição é preciso ceder energia para vencer as forças de atração intermoleculares (forças de Van der Waals) existentes entre todas as moléculas conhecidas, e também responsáveis pela associação das moléculas de água, as pontes de hidrogênio.
              Nas transformações químicas, a água pode funcionar, principalmente, como solvente e como reagente. A ação solvente é considerada como um processo físico, através do qual a água solubiliza os reagentes, permitindo um contato mais íntimo entre eles e acelerando as reações entre compostos sólidos e gasosos. Isso se dá graças a sua elevada constante dielétrica e à tendência de suas moléculas a se combinarem com íons dos reagentes previamente solubilizados, formando íons hidratados.
              O Brasil possui a maior reserva mundial de recursos hídricos. Abriga, em seu território, uma das maiores redes hidrográficas do planeta, além de extensas reservas de água subterrâneas. Teoricamente, cada brasileiro tem cerca de 34 milhões de litros de água à sua disposição. Desses, 80% deles se concentram na região amazônica, enquanto falta água, por exemplo, no agreste e no sertão nordestinos. Além disso, o Brasil apresenta uma situação de exploração e uso predatório de seus recursos. A poluição das águas, o assoreamento dos rios e o desperdício contribuem para o problema da escassez. De acordo com uma pesquisa do professor Aldo Rebouças, do Instituto de Estudos Avançados da USP, a falta crônica de água na região semi-árida do Nordeste também pode ser explicada pelo mau gerenciamento e pela administração equivocada dos recursos hídricos. No primeiro caso, estão envolvidas questões como desperdício, vazamentos, ligações clandestinas, excesso de funcionários por usuário no sistema de abastecimento e falta de informação sobre como utilizar racionalmente a água; no segundo, problemas como a preocupação exclusiva com a construção de barragens e adutoras, sem um planejamento global para a área.
              Conforme dados do IBGE de 1991, as empresas de abastecimento de água brasileiras apresentam índices de perda de água tratada de até 60%. Nas nações desenvolvidas, esses números chegam a no máximo 20%. Por isso, o Brasil é considerado um dos campeões de desperdício de água no mundo. O país chega a perder cerca de 40% de toda a água tratada que produz - isto é, são jogados fora cerca de 4,16 bilhões de m³ de água por ano. Essa quantidade seria suficiente para abastecer 35 milhões de habitantes nesse mesmo período.
              Na atmosfera, a água se apresenta na forma de vapor, que pode sofrer condensação, precipitando-se como chuva, neve ou granizo, de acordo com as condições climatológicas presentes. Uma vez em contato com o solo, ela pode fluir, constituindo as chamadas águas superficiais, ou se infiltrar na terra, formando as correntes subterrâneas. As superficiais, por sua vez, através da ação do calor, evaporam e voltam à atmosfera, de onde o ciclo se reinicia.
              A evolução subterrânea da água depende fortemente das características geológicas do terreno. Ao atravessar uma camada de areia, por exemplo, seu movimento é muito lento, ao passo que, ao passar por uma zona de rochas calcárias, facilmente solúveis, forma corrente muito veloz, estabelecendo uma rede fluvial subterrânea. Em alguns casos, a água subterrânea pode ficar aprisionada entre duas camadas de rochas impermeáveis. Se essas camadas ou estratos afloram para a superfície, forma-se o que é chamado de fonte ou manancial. Quando isso não ocorre, a massa de água fica retida na parte inferior do vale que é formado pelas rochas impermeáveis. Esse tipo de estrutura geológica é muito utilizado pelo homem para a construção de poços artesianos.
              Quando a concentração dos compostos químicos dissolvidos nas águas naturais alcança um determinado valor, elas passam a chamar-se águas minerais. Se essas impurezas são constituídas de sais de cálcio e magnésio, a água se denomina água dura, essa água dura pode ser amolecida pelo tratamento com água de cal.
              As principais funções da água nos organismos vivos relacionam-se ao transporte das substâncias reguladoras dos processos vitais e à manutenção das estruturas celulares dos tecidos. Dez por cento da água contida no corpo humano se encontra no sangue; vinte por cento se localizam nos interstícios celulares; e os setenta por cento restantes ocupam o interior das células.
As plantas utilizam a água para transportar, das raízes até as folhas, as diferentes substâncias necessárias às suas funções vitais. Essa água de transporte constitui cerca de 75% do peso da planta e é eliminada nas folhas, através do processo de transpiração.
              O governo federal lançou, em 1997, o Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água, uma iniciativa interministerial que tem como principal objetivo desenvolver iniciativas educacionais e campanhas que possam chamar a atenção para a necessidade do uso racional da água. Na região metropolitana de São Paulo, as estações de Guaraú e do Alto da Boa Vista são exemplos do que é possível fazer. Elas desenvolveram projetos para reciclar a água que era utilizada na lavagem de seus filtros e, apenas com essa medida, conseguiram recuperar cerca de 880 litros de água por segundo - o equivalente a 3,16 milhões de litros por hora.
              Outras alternativas para combater a escassez e aumentar a quantidade disponível para uso doméstico, além do controle do desperdício, são a dessalinização das águas dos mares, a exploração dos lençóis freáticos e a abertura de poços artesianos. Calcula-se, por exemplo, que entre 90 e 100 mil novos poços sejam abertos no país anualmente, sobretudo na Região Nordeste.
              A Lei de Recursos Hídricos, em vigor desde janeiro de 1997, é um instrumento legal que procura assegurar a disponibilidade de água e a sua utilização racional. Como conseqüência, foram criados os Comitês de Bacias Hidrográficas, que podem ser organizados pelos estados ou pela própria União. São espécies de fóruns ou "parlamentos" onde são discutidos os diversos problemas relativos às bacias, sendo responsáveis também pela administração e solução dos conflitos em torno do uso da água. Os comitês monitoram também o cumprimento dos planos diretores das bacias, documentos que estabelecem as estratégias, ações e projetos a serem desenvolvidos em cada uma delas.
              Desde o começo da década de 90, por iniciativa dos Estados e do Ministério do Meio Ambiente, também vem sendo desenvolvido o Projeto de Conservação e Revitalização dos Recursos Hídricos, que abrangesobretudo as microbacias e as zonas rurais. Constituído por campanhas e intervenções educativas de preservação, o projeto possui um caráter preventivo, visando evitar a superexploração e a degradação dos recursos hídricos do país.
              Aguardando regulamentação para começar a funcionar, a ANA (Agência Nacional das Águas) será a instância governamental responsável por colocar em prática e monitorar as ações e políticas públicas na área dos recursos hídricos. Entre outras questões, ela deverá classificar as águas dos rios e das represas, definindo o que deve ser destinado ao consumo. Para isso, adotará como base uma resolução do Conama de 1986, que estabelece as diversas categorias de água. Quando a ANA estiver funcionando plenamente, deverá também ser implementada a cobrança pelo uso do recurso. Segundo técnicos do governo, essa medida visa levar a sociedade a utilizar racionalmente a água. Primeiramente, a medida deverá atingir o setor energético, chegando depois à irrigação, à indústria e ao comércio. O governo afirma que não haverá mudanças significativas para o consumidor doméstico, já que as tarifas deverão aumentar em torno de 1%.
              Os rios, os mares, os lagos e os lençóis subterrâneos de água são o destino final de todo poluente solúvel lançado no ar ou no solo. O esgoto doméstico é o poluente orgânico mais comum da água doce e das águas costeiras, quando em alta concentração. A matéria orgânica transportada pelos esgotos faz proliferar os microrganismos, entre os quais bactérias e protozoários, que utilizam o oxigênio existente na água para oxidar seu alimento, e em alguns casos o reduzem a zero. Os detergentes sintéticos, nem sempre biodegradáveis, impregnam a água de fosfatos, reduzem ao mínimo a taxa de oxigênio e são objeto de proibição em vários países, entre eles o Brasil.
              Ao serem carregados pela água da chuva ou pela erosão do solo, os fertilizantes químicos usados na agricultura provocam a proliferação dos microrganismos e a conseqüente redução da taxa de oxigênio nos rios, lagos e oceanos. Os pesticidas empregados na agricultura são produtos sintéticos de origem mineral, extremamente recalcitrante, que se incorporam à cadeia alimentar, inclusive a humana. Entre eles, um dos mais conhecidos é o inseticida DDT. Mercúrio, cádmio e chumbo lançados à água são elementos tóxicos, de comprovado perigo para a vida animal.
              Os casos mais dramáticos de poluição marinha têm sido originados por derramamentos de petróleo, seja em acidentes com petroleiros ou em vazamentos de poços petrolíferos submarinos. O maior perigo do despejo de resíduos industriais no mar reside na incorporação de substâncias tóxicas aos peixes, moluscos e crustáceos que servem de alimento ao homem.
              A poluição da água tem causado sérios problemas ecológicos no Brasil, em especial em rios como o Tietê, no Estado de São Paulo e Paraíba do Sul, nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A maior responsabilidade pela devastação da fauna e pela deterioração da água nessas vias fluviais cabe às indústrias químicas instaladas em suas margens.
              A falta de água para consumo humano deve ser o principal problema ambiental do próximo milênio. Segundo projeções dos cientistas, até 2025 3,3 bilhões de pessoas já não terão mais água para irrigação. As áreas mais atingidas são a África, a Ásia Central e o Oriente Médio. Entre 1990 e 1995, a demanda por água cresceu duas vezes mais que a população, como resultado do uso intensivo em atividades industriais e agrícolas. Apenas 2,5% da água do planeta corresponde as reservas de água doce e, desse total, só 0,07% está acessível ao uso humano. Os principais fatores de degradação dos rios e dos oceanos são a poluição e a contaminação, causadas por diversos fatores (lixo, esgoto, dejetos químicos, mineração). Levantamento da Comissão Mundial de Água mostra que três bilhões de pessoas no mundo vivem em péssimas condições sanitárias e 1 milhão não tem acesso à água potável.
              Conjunto de medidas adotadas para proteção das águas potáveis contra todas as formas de poluição e contaminação denomina-se “Tratamento da Água”. Consistem em análises químicas e bacteriológicas, técnicas de filtração, sedimentação, aeração, floculação e esterilização.
              O tratamento da água destinada ao consumo humano começa pelos ensaios de turbidez, cor e pH. A turbidez ou turvação da água é ocasionada pela presença de argilas, matéria orgânica e microrganismos, mono e poli celulares. A cor se deve à presença de tanino, oriundo dos vegetais e, em geral, varia de incolor até o castanho intenso.
              A etapa seguinte consiste em ligar esses ensaios às operações de floculação, decantação e filtração. A floculação é um fenômeno complexo, que consiste essencialmente em agregar em conjuntos maiores, chamados flóculos, as partículas coloidais que não são capazes de se sedimentar espontaneamente. Essa agregação, que diminui a cor e a turbidez da água, é provocada pela atração de hidróxidos (provenientes dos sulfatos de alumínio e ferro II) por íons cloreto e sulfatos existentes na água. Em virtude de sua função, aqueles sais são chamados de floculantes.
              O floculante mais largamente empregado é o sulfato de alumínio, de aplicação restrita à faixa de pH situada entre 5.5 e 8. Quando o pH da água não se encontra nessa faixa, costuma-se adicionar cal ou aluminato de sódio, a fim de elevar o pH, permitindo a formação dos flóculos de hidróxido de alumínio. O aluminato de sódio, empregado juntamente com o sulfato de alumínio, tem faixa de aplicação restrita a pHs elevados, onde se salienta, em certos casos, a remoção do íon magnésio.
Removidas a cor e a turbidez, pelas operações de floculação, decantação e filtração, faz-se uma cloração. Nessa operação, o cloro tem função bactericida e clarificante, podendo ser utilizado sob várias formas: cloro gasoso, hipoclorito de cálcio (35 a 70% de cloro), hipoclorito de sódio (dez por cento de cloro) e monóxido de dicloro ou anidrido hipocloroso.
              Para o consumo industrial, a água deve ser analisada segundo a finalidade: água de refrigeração e água para produção de vapor.
              Água de processo é a que participa diretamente das reações químicas por um mecanismo de hidrólise ou de dissolução. Seu tratamento compreende a remoção da acidez, da alcalinidade, da dureza, do ferro e de outros minerais, conforme as exigências da aplicação.
              Portanto deve-se pensar o máximo antes sair por aí gastando água sem necessidade, ou daqui à alguns anos haverá uma guerra, não por território ou religião, mas sim pelo direito de se beber um pouco de água.

BIBLIOGRAFIA
www.agua.cjb.net
Barsa
Br.geocities.com
Água maxter/index html
Almanaque Abril
BIOLOGIA – José Arnaldo Favaretto  e  Clarinda Mercadante   Editora  Moderna volume único
Revista Educação nº 221 setembro/99 – Editora Segmento


Aluno: Felipe M. Antunes
Escola: Col. Educ. Infantil Fundamental Médio Carisma
Profa. Ângela Cristina Schempp

Planeta Água

              Água para beber, água para cozinhar, água para limpar, água para viver. Esse elemento é tão importante para os seres vivos que sem ele não  seria possível a existência de qualquer vida sobre a superfície da Terra.
               Todavia, é indispensável citar a importância dela para nós, seres humanos, para a higiene do lar e das cidades, para uso industrial, irrigação das plantações, geração de energia, navegação, transporte de detritos... Enfim, por mais que tentemos, não somos  capazes de imaginar um tipo de vida em sociedade que dispense o uso da água.
               Representada por H2O, é a substância que existe em maior quantidade nos seres vivos, pois representa cerca de setenta por cento do peso do corpo humano. Além de entrar na constituição dos tecidos, a água é o solvente que transporta as substâncias não aproveitadas pelo organismo. Talvez por ser muito abundante em alguns lugares, ela se  tornou tão banal que sua presença, embora indispensável, não nos chama muito a atenção. Em tudo o que fazemos com ela, não levamos em conta que um dia a água limpa irá acabar se continuarmos desperdiçando.
              Sim, é isso mesmo, o que pensamos que é doce, na verdade é muito salgado: A quantidade da água salgada dos oceanos  é cerca de 30 vezes maior que  a quantidade de água doce dos continentes e da atmosfera. Embora abundante, boa parte da água é de difícil aproveitamento, pois no caso dos oceanos a dessalinização ainda é muito cara,  na prática ela fica inviável ao uso humano. A água das geleiras e dos lençóis também é difícil de aproveitar.
               O Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à abundância  de água, embora sua distribuição não seja uniforme em todo o território nacional. Existem regiões com chuvas perenes e com imensos rios, como a Amazônia, que são pouco habitadas, e também, regiões em que a falta de água constitui um sofrimento interminável, como o Nordeste, provocando o abandono de terras e a migração para regiões já superpovoadas.
               Hoje, o mau uso, aliado à crescente demanda pelo recurso, vem preocupando especialistas e autoridades no assunto, pelo evidente decréscimo da disponibilidade de água limpa em todo o planeta. O bem comum da humanidade está em extinção! As preocupações são portanto, em função de se perceber que, em alguns lugares da Terra, já está havendo escassez de água e também por causa do crescimento populacional. Não há nas prateleiras dos institutos de pesquisa, nada que nos permita , nessas próximas décadas, aumentar a produção de água na mesma proporção do crescimento populacional.
               No Brasil a escassez de água já acontece nos estados de Pernambuco e Paraíba quebrando o mito de que no Brasil não falta água. Para complicar, a falta de saneamento básico em diversas áreas tem sido um dos motivos de poluição das águas; hoje nós podemos  dizer que, além da poluição decorrente das indústrias, e da poluição difusa (trazida pelas chuvas), a poluição dos esgotos domésticos em volume, não em carga tóxica, é um dos grandes responsáveis pela poluição das. Não só pela poluição, mas pela morte  de peixes, crustáceos, moluscos, etc... Por fim, os próprios microorganismos decompositores aeróbicos também morrem por falta de oxigênio na água contaminada assim fica difícil a decomposição da sujeira dos rios.
              Até agora tudo sujou! Então vamos saber o lado limpo da história. A Estação de Tratamento de Água...
               Antes de qualquer coisa é necessário esclarecer: a água que consumimos vem daquele rio que passa perto de sua casa diretamente para a estação de tratamento onde será posteriormente tratada e distribuída. Inicialmente adiciona-se um agente coagulante que é misturado ao H2O para retirar as impurezas da água doce que chega, nesse primeiro processo que chamamos de FLOCULAÇÃO as impurezas aderem aos flocos gelatinosos que são mais densos que a água e decantam no fundo do reservatório dando o nome de DECANTAÇÃO, a superfície da água do tanque cai numa caneleta. Na terceira etapa a caneleta leva a água até um filtro, que elimina as partículas menores que não foram retiradas durante a floculação, dá-se o nome de FILTRAÇÃO, assim como o das experiências feitas com areia, carvão, etc.  Na última etapa a química interage na purificação da água limpa e clara. Adiciona-se cal hidratada para corrigir acidez (pH) da água que deve variar entre seis e nove, posteriormente a adição do cloro para a desinfecção, eliminando todas as bactérias e por último é adicionado o flúor para evitar a cárie dentária.
               O tratamento de esgotos já conta com diversos processos físicos, químicos e biológicos, usados normalmente de forma combinada, como esse acima. Os processos físicos são basicamente, as filtrações de diversos tipos, as decantações e sedimentações. Os processos químicos são aqueles que utilizam substâncias químicas. Podemos citar a cloração, que é utilizada para desinfetar as águas, pois o cloro consegue matar os micróbios. Os processos biológicos são aqueles que dependem da ação de microorganismos (algas e bactérias) presentes nos esgotos e ocorrem geralmente em lagos ou tanques de tratamento onde a ação desses microorganismos é controlada (aeração, pH temperatura, etc), de modo a purificar as águas ali tratadas. Atualmente há métodos inovadores, geralmente em cidades maiores. O tratamento tem a mesma eficácia, mas a mão-de-obra humana é muitas vezes trocada por máquinas e computadores que realizam o trabalho. Nas indústrias os processos de tratamento de efluentes, em sua maioria, inovadores, computadorizados, (equalização, adsorção, permuta iônica) consistem de uma série de processos físicos, químicos e biológicos e têm como  objetivo promover o tratamento e purificar as águas residuais resultantes das várias atividades industriais ou agrícolas que não podem continuar a ser rejeitadas sem tratamento prévio. Nem toda a tecnologia empregada nestes métodos e nem toda a química adicionada podem ser tão eficazes sem uma coisa que está em nossa cabeça e em nossas mãos: a conscientização do uso racional da água; não desperdiçando nem poluindo. Por exemplo, um rio morto pode ressuscitar se não receber cargas de poluição orgânica graças à ação ininterrupta dos próprios decompositores, o rio se purifica novamente, readquirindo oxigênio e sua vida aeróbica.
               Os especialistas dão a esse processo o nome de AUTODEPURAÇÃO.  A própria natureza renova o que é da parte dela, mas quando não fazemos a nossa ... Somos nós que pagamos.
               Há também outras medidas preventivas, de caráter mais passivo, que fazem parte de uma política de proteção dos recursos hídricos de uma determinada região: geralmente uma bacia hidrográfica. O rio reflete, pois fielmente, o uso que é feito dos solos da bacia correspondente. Conseqüentemente, as medidas preventivas dirigidas à proteção da qualidade das águas deverão ser, antes de tudo, medidas disciplinadoras do uso do solo. Podemos citar as mais importantes sendo a manutenção da cobertura vegetal beira-rio, mais conhecida como mata ciliar. Limites à densidade ocupação, uma vez que a quantidade de lixo e esgoto produzida deve ser proporcional ao número de habitantes e obrigatoriamente do tratamento de esgotos e lixos. Restrições à implantação de indústrias que têm falta de sistemas de tratamento de seus efluentes. Só  através de um planejamento adequado, baseado em critérios corretos de uso das águas e dos solos exploração de lençóis  subterrâneos e descentralização das atividades produtivas, é que se poderá permitir o uso mais racional (uso sem desperdício) e a proteção da qualidade desse importante recurso natural que é a água. Quando se diz que a poluição é o preço do progresso e do desenvolvimento, nada pode ser mais falso. Hoje é possível reconciliar Tecnologia com Meio Ambiente.
 

Bibliografia

- Poluição das águas - Luiz Roberto Magossi, Paulo Henrique Bonacella - Editora Moderna, 1960
- ISO 14.001 - Construindo um futuro melhor - Senai  - Departamento Regional do Paraná/GWZ, 2000
- Educação Ambiental - As Ameaças ao Planeta Azul - José Carlos Sariego - Editora Scipione, 1994
- Água - Origem, uso e preservação - Samuel Murgel Branco - Editora Moderna, 1999
- http://www.educacional.com.br
- http://www.tratamentodeagua.com.br
- http://faq.thekrib.com/pt/begin-tapwater.html
- http://www.tratamentodeagua.com.br/agua/sistemasdetramentodeagua.htm
- hhtp://wwweco.unicamp.br/projetos/agua/rrechid.html
- http://www.terra.com.br/planetaweb/flash/reconectando/agrandeteia/agua.htm
- http://www.mma.gov.br/port/srh/cap/
- http://www.aguaonline.com.br/especial/
- http://www.folhadomeioambiente.com.br/fma-102/onu102.htm
- http://www.wwiuma.org.br/lb_desafio_aguas.htm
- http://www.amigodaagua.com.br/imprensa_003.html


Aluno: George Ivan Guimarães
Escola: Colégio Valribeira , Registro
Professora: Alba Bruno de Brito

              Água. Um composto extremamente comum para nós. Suas características a tornam única. Compostos quimicamente análogos são gasosos à temperatura ambiente. O fato de o gelo ter densidade inferior à um permite o isolamento térmico de lagos congelados, condicionando a vida de diversos seres marinhos. Apenas no século 18 é que descobrimos que a água é formada por hidrogênio e oxigênio. Por 2000 anos, perdurou a idéia de Aristóteles, que a considerava um dos quatro elementos fundamentais. Ele não estava tão errado assim. Sua inexistência simplesmente não permitiria o surgimento de toda e qualquer espécie de vida que conhecemos.
              Apesar de toda a sua importância ao longo de bilhões de anos, ainda não estamos acostumados com a idéia de sua escassez. Afinal, a água não é um recurso renovável? O que aconteceu com o ciclo da água? Não é bem assim, há muita água, mas salgada. Apenas uma ínfima parte pode ser encontrada em forma de água doce e perto da superfície. Além disso, toda água que conhecemos está neste planeta e em alguns asteróides na forma sólida (ou talvez achemos este líquido em Marte, teoria a ser confirmada através da sonda Odyssey 2001).
              De toda a água do mundo, apenas 2,5% é doce. Mesmo esse valor não pode ser inteiramente aproveitado, já que mais de 70% está congelada em geleiras polares. Sobram 0,75% para os mais de 6 bilhões de humanos. Se essa água estivesse distribuída democraticamente, não seria necessário o alarde, mas em alguns lugares um copo de água é uma mercadoria preciosa, e em outros, contaminam-se milhões de litros. A disponibilidade da água vem diminuindo incrivelmente, ao contrário da população humana. Racionar não é uma alternativa. É uma questão de sobrevivência. Se nem o racionamento solucionar a questão, a idéia é buscar água onde ela existe em abundância.
              A contaminação é outro grave problema. Uma pesquisa da ONU revela que 5,3 milhões de pessoas, a maioria crianças, morre todo ano por doenças causadas por água contaminada. No Brasil, 30% das mortes de crianças até um ano se devem à diarréia e 65% das internações pediátricas são causadas por doenças também relacionadas à água. As causas de tanta contaminação provêm das indústrias, com seu dejeto de metais pesados; da ocupação humana, com seus esgotos; e da agricultura, com seus pesticidas e agrotóxicos.
              A escassez de água traz conseqüências óbvias. Usamos água para produzir alimento. Sem ela, nossas safras estariam mortas, secas. Nosso corpo tem cerca de 70% de água. Aliás, a água é mais importante para o organismo que a própria alimentação: sem beber, uma pessoa tem 3 dias de vida. Sem alimento e hidratada, ela pode resistir até 40 dias. A água está tão diretamente ligada à vida que os astrônomos, na ânsia de encontrar novas formas de vida, procuram-na em algum planeta, já que sua existência é característica essencial para as formas de vida que conhecemos.
              Considerado um país rico em água doce, com 13% das reservas mundiais, o Brasil utiliza os rios e mananciais de forma caótica e irresponsável. Não deveríamos nos preocupar com a escassez, já que não vivemos os mesmos problemas dos árabes e africanos e não estamos num deserto. A crise no nordeste é secular. Agora, os moradores de grandes metrópoles também sofrem com a água, ou melhor, com a falta dela. Os rios da Grande São Paulo, por exemplo, seriam suficientes para captar a água pluvial e abastecer toda a região. Mas com a ocupação humana na beira de tais rios e com o lançamento de esgotos não tratados, esta água está mais para lixo urbano do que para H2O. Além de tudo, as empresas de saneamento não se preocupam com os cerca de 70% de água clorada e fluoretada desperdiçada em vazamentos e instalações públicas mal feitas.
              As soluções para o caso brasileiro são óbvias. Economia é a regra. E junto, vem o conceito de reciclagem de água. A água usada no banho e na torneira pode ser usada para a descarga de banheiros. Não é necessário água tratada para dar banho em animais domésticos e muito menos para lavar carros ou regar plantas. Como afirma Aldo Rebouças, professor do Instituto de Estudos Avançados da USP: “Emissários submarinos nem deveriam existir, mas sim um sistema de reciclagem”. Na Europa e em diversos estados norte-americanos, existem redes separadas, uma com água potável, tratada, e outra com água limpa, ao contrário do Brasil, no qual só existe a rede de água com cloro e flúor. Puro desperdício.
              No caso de o consumo aumentar ainda mais, há outras formas de obter água doce. Para o Brasil, temos o maior aqüífero do mundo, situado nas divisas com Argentina, Paraguai e Uruguai, mas com a maior parte na área brasileira, atingindo estados como São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Paraná. O aqüífero Guarani, contém 1,2 milhão de quilômetros cúbicos, confinado entre formações da Serra Geral, no subsolo. A água é de excelente qualidade, graças às camadas de rochas que filtram a água e protegem contra contaminações. Estudos mostram que o reservatório poderia fornecer água, anualmente, para 150 milhões de pessoas. Os governos dos quatro países já estão atuando junto com o Banco Mundial para transformar o aqüífero em fonte real de água.
              Outra alternativa é a dessalinização da água, amplamente utilizada no Oriente Médio, em países como Iraque e Kuwait. Existem vários tipos de processos para a remoção dos sais dissolvidos. O mais simples é a destilação, que remove vírus e organismos, mas também retira sais importantes, os quais devem ser repostos para que a água se torne potável. É necessário uma quantidade muito grande de energia para tal processo. Uma variação é a destilação solar, que apesar de utilizar a energia gratuita do Sol, requer amplas áreas de evaporação para uma produção pequena, e sempre com o risco, de, ao manuseá-la para a adição de sais retirados pela destilação, acabar contaminando-a. Além da preocupação com substâncias orgânicas voláteis, que iriam ser “destiladas”, juntamente com a água.
              Há técnicas mais modernas de dessalinização, como a desionização, que remove os íons dos sais através de resinas carregadas eletricamente, num processo diferente dos filtros mecânicos, que apenas “agarram” as partículas com tamanho maior. A desionização é freqüentemente usada em aquários de grande porte e em laboratórios, pois é um processo caro e complexo.
              A técnica mais utilizada para a dessalinização é a osmose reversa, usada nos EUA (como fonte de água potável emergencial), no Oriente Médio, etc. Primeiro precisamos nos ater à questão: “O que é osmose?”. Se tivermos dois recipientes separados por uma membrana semipermeável, que permite apenas a passagem da água, e em um dos recipientes uma concentração elevada de sal, a água do recipiente mais diluído iria passar para o mais concentrado, tentando fazer com que a concentração do sal nos dois recipientes permaneça a mesma. Essa passagem pela membrana irá ocorrer até que a quantidade de água no recipiente mais concentrado chegue a um nível na qual a pressão da água supere a pressão osmótica criada pela diferença de concentração nos dois recipientes. Esse é o princípio da osmose reversa. Adicionando água salobra com suficiente pressão para neutralizar a pressão osmótica, fazemos com que a água faça o caminho inverso ao da osmose,  e então obtemos água limpa no outro recipiente. Dependendo da membrana, podemos ter diferentes concentrações salinas, num processo ajustável. A osmose reversa é comumente referida como filtração, mas é um processo bem diferente da filtração mecânica usual. Essa alternativa parece perfeita para o Nordeste brasileiro, abrangendo todo o litoral. Mas há dois inconvenientes neste processo. Um é a quase obrigação de não parar o fluxo de água, já que a membrana muitas vezes é feita de um material, o qual é o alimento de alguns insetos presentes na água (não patogênicos). Mas isso é exclusivo de métodos mais primitivos. Com modelos mais modernos, o essencial inconveniente é o preço desse processo. Apenas países nadando em petróleo, como no Oriente Médio, podem usufruir de um grande número de usinas dessalinizadoras. Inclusive, os primeiros alvos do Iraque, na Guerra do Golfo, foram estes tipos de usinas do Kuwait. A guerra por água já começou. De fato, 29 países já têm problemas com a escassez e o quadro tende a piorar. Dados das Nações Unidas comprovam que em menos de 25 anos dois em cada três habitantes do planeta serão afetados pela falta d’água, passando sede, pobreza crônica ou sendo afetados por doenças contagiosas.
              Ao correr pela superfície do solo, a água, sendo o solvente universal, carrega consigo diversos elementos, entre eles, substâncias orgânicas, terra, fezes, microorganismos. Água completamente pura, só existe em fórmulas. Ela sempre está dissolvendo alguma substância.
              É por isso que mesmo essa água captada através dos mais diversos processos pode estar contaminada e/ou poluída, e é aí que entram os processos de tratamento da água. A água que penetra na terra vai sendo filtrada pelas diversas camadas do solo. Por isso, em princípio, elas são consideradas de ótima qualidade. Mas podem conter um grau elevado de substâncias minerais dissolvidas. No Brasil, a água passa pelas Estações de Tratamento de Água (ETA), tornando-se potável, antes de ser distribuída pelos canos. Logicamente, isso só corre nas cidades que contam com alguma ETA. Na maior parte do território brasileiro a população não tem acesso à água, cenário vergonhoso para um mundo do século XXI.
              O homem utiliza a água para diversos fins, e por isso mesmo, existem tantos processos de tratamento. A água usada para resfriamento de caldeiras industriais ou para a agricultura não precisa e não deve ser tratada como água para uso humano básico, como beber e preparar alimentos. Esta sim deve ser muito bem tratada para evitar agentes patogênicos.
              O processo usado pelas ETAs para a produção da água potável é o seguinte. Ao chegar a ETA, a água bruta é enviada a uma bacia de tranqüilização, na entrada das instalações. Em seguida a água começa a ser tratada com sulfato de alumínio, cal e cloro. O sulfato e a cal aglutinam as impurezas, formando flocos, e o cloro mata os microorganismos. No floculador, estes flocos se agrupam e são depositados no fundo dos decantadores. Nesta parte, o fluxo é lento, para permitir a decantação. A água, então passa por um conjunto de filtros formados por uma camada de carvão mineral e outra de areia, que são freqüentemente limpos com a inversão do fluxo. Após passar pelo filtro, a água recebe flúor e cloro, e é distribuída. Durante todo o processo, a água passa por contínuas e rigorosas análises laboratoriais, nas quais se observam sua cor, acidez, turbidez, dosagens de cloro e flúor.
              Há também filtros que se utilizam o fluxo de água para a cultura de bactérias e fungos entre as microcavidades de seus componentes, formando uma espécie de lodo. Estes microrganismos degradam substâncias tóxicas e patogênicas, constituindo um ótimo filtro para a instalação em caixas d’água de casas ecológicas, pois é uma solução biológica, utilizando os recursos da própria natureza. É um sistema que deveria ser melhor desenvolvido, buscando microorganismos com capacidade de destruir agentes causadores de doenças contagiosas.
              Mas não é só a água que iremos consumir que deve ser tratada. Há ainda os resíduos da água, os esgotos e efluentes industriais. Há também uma solução “biológica”, a biorremediação, um processo de tratamento que utiliza microorganismos de ocorrência natural como bactérias, leveduras e fungos para degradar substâncias nocivas transformando-as em substâncias menos tóxicas ou inócuas, semelhante ao processo descrito acima. Vem sendo utilizada com sucesso na degradação de derivados do petróleo, como a gasolina e o óleo diesel, hidrocarbonetos como benzeno, xyleno e naftaleno, além de alguns pesticidas e solventes industriais. Estes microorganismos podem adaptar-se e crescer a temperatura extremas, condições desérticas, em estado aeróbico ou anaeróbico. As únicas exigências são: uma fonte de energia e uma fonte de carbono, tornando-os perfeitos para o tratamento de tóxicos ambientais.
              Enfim, temos que tomar conta dos nossos recursos. Quando se fala do fim do petróleo, logo se enumeram fontes alternativas. Em se tratando da água, isso não ocorre. É um bem único, forjado especialmente para a perpetuação da vida terrestre. Sua falta é, na verdade, mais do qualquer profecia, mais do que qualquer castigo divino ou religioso, a verdadeira aniquilação humana.

Bibliografia:
· Fonseca, Martha Reis Marques da. Química Integral. São Paulo, FTD, 1993
· Feltre, Ricardo. Fundamentos da Química. São Paulo, Moderna, 2001
· Beltrame Filho, Osvaldo. Água. SABESP.

· Revista Galileu, n° 119, Junho 2001. Rio de Janeiro, Globo. Pág. 41-52
· Pereira Filho, João. Cartilha da Água. (www.aguadebebersds.com.br/contribuicao/ferreira)
· Ciência Hoje On-Line (www.uol.com.br/cienciahoje)
· Ecoambiental (www.ecoambiental.com.br)
· Ambiental Brasil Consultores Associados (www.valimportsaneamento.com.br)
· The Water Treatment FAQ (H2O 4U – www.softwater.com)


Aluno: Guilherme Coelho Cunha
Colégio Técnico de Lorena – Cotel
Prof.: George J. M. Rocha

Água: Purificação Química e Uso Racional

               Entende-se por água potável aquela que se encontra em condições próprias para consumo humano, quer pelos aspectos físicos (organolépticos – odor e sabor), quer pelos químicos e biológicos. Pelo fato de ser um solvente universal, a água tem uma capacidade extraordinária de dissolver elementos sólidos, líquidos e gasosos e, por isso, passa a ser solução de uma infinidade de solutos minerais e orgânicos, sendo, portanto, facilmente poluída.(1)
              Atualmente, verifica-se um crescente consumo da água potável no planeta. Por isso o recurso água está cada vez mais escasso, fato que se agrava ainda mais devido ao consumo sem preocupação com re-tratamento da água utilizada, aos fatores naturais (secas em determinadas regiões) e político-econômicos (falta de verbas para investimentos em estações de tratamento).(1)
              Apenas 0,7% da água existente no planeta é útil para consumo. Apesar de a capacidade dos aqüíferos subterrâneos ser cerca de 6000 vezes maior do que as reservas hídricas dos mananciais de águas correntes superficiais, estes últimos são mais utilizados pelo ser humano para fins de abastecimento público, devido ao menor custo com processos de obtenção da água.(2)
               Antes de se pensar na maneira de tratamento da água, é preciso buscar outras formas de atuação e comportamento com relação à ocupação das bacias hidrográficas mundiais e com relação ao principal mecanismo de alimentação das reservas de água doce da natureza, decorrente do ciclo hidrológico, que é a infiltração. No entanto, este mecanismo sofre a ação humana nos incrementos de áreas impermeabilizadas, nos desmatamentos, nas remoções de terra e, principalmente, nos lançamentos de efluentes em desacordo com as condições exigidas pela lei, quer no sentido qualitativo, quer no sentido quantitativo.(2)
               O tratamento da água canalizada, antes do consumo nas residências, acarreta: maior controle e prevenção de doenças (pois, assim, haveria a eliminação de seres patogênicos e/ou elementos prejudiciais ao organismo), tais como a cólera, febre tifóide e paratifóide, desinteria bacilar, desinteria amebiana, ancilostomíase, ascaridiose e esquistossomose; implantação de hábitos higiênicos (banho, limpeza de utensílios etc); facilitação da limpeza pública; aumento da vida média e produtiva do indivíduo devido à diminuição da mortalidade ocasionada por doenças; e incentivo à instalação de indústrias e do turismo.(1)
              O tratamento que a água sofre antes de ser consumida é efetuado em Estações de Tratamento de Águas, onde, inicialmente, a água passa por um sistema de grades para reter galhos e folhas e por um crivo, a fim de reter areia. Em seguida ela vai para o tanque de pré-tratamento, onde é tratada com sulfato de alumínio, cloreto férrico, aluminato de sódio, sílica ativada ou polieletrólitos, que são agentes floculantes e clarificadores. A adição destes agentes formará flocos, onde se adsorve partículas minerais e orgânicas em suspensão, que possuem grande velocidade de sedimentação, e, em seguida, a água bruta será misturada em uma bomba de agitação e direcionada para o tanque de agitação rápida. À medida que for se homogeneizando, a água será transferida para o tanque de agitação lenta, onde ocorrerá a formação dos flocos de sujeira. Através de uma canaleta (a fim de evitar a quebra dos flocos), a água vai para os tanques de decantação cujas bases são inclinadas para que os flocos se depositem na parte mais funda, evitando serem carregados em maior quantidade para os filtros. Os flocos de sujeira decantados, depois de removidos pelo arrastamento com água, vão para tanques onde a sujeira é diluída e devolvida aos rios em conformidade com a lei, ao passo que a água vinda do tanque de decantação vai, por outra canaleta, para filtros que retêm partículas não precipitadas nos decantadores. Após a filtração, a água recebe cal para neutralização, cloro como agente bactericida e flúor para prevenção de cáries, tornando-se própria para consumo humano.(3)
               Deve-se ressaltar que, após a sua utilização, os esgotos residenciais devem receber um tratamento adequado para que a água possa ser novamente consumida, de modo a se evitar uma grande utilização de águas canalizadas, a fim de preservar a vida existente nas fontes naturais da água a ser tratada e evitar um esgotamento mais rápido das mesmas.
               Antes de chegarem às Estações de Tratamento de Efluentes, os esgotos passam pela tubulação primária e secundária. Logo em seguida, passa pelo interceptor (tubo de grandes dimensões) e por uma estação elevatória, que consiste no bombeamento do esgoto para cima, em um nível no qual se começará o tratamento. Inicialmente, os objetos maiores ficam retidos nos sistemas de gradeamento e os materiais granulares nos desarenadores. O esgoto chega aos decantadores primários (não deve haver turbulência para facilitar o processo), onde as partículas menores em solução são precipitadas com a adição de uma substância coagulante e ocorre a sedimentação das partículas sólidas mais densas. Após o tempo de detenção (já pré-determinado), o lodo é retirado, encaminhado para adensadores de gravidade e digestores aeróbicos, onde ocorre o consumo da matéria orgânica do lodo pelas bactérias e microorganismos aeróbicos, havendo a eliminação de biogás, que pode ser utilizado como combustível para abastecer equipamentos empregados.  Em seguida, o mesmo vai para digestores anaeróbicos, onde os microorganismos e bactérias anaeróbicos consomem o material excretado no fundo do tanque e, pois, ocorre a diminuição de seu volume. O lodo é, então, encaminhado para filtros prensa e câmaras de desidratação, onde diminui ainda mais seu volume, tornando-o próprio para ser utilizado como fertilizantes etc. Em casos que necessitem mais do que estes tratamentos primários, o esgoto deverá ir do decantador para tanques de aeração, onde há a recirculação do lodo que se acumulará no decantador secundário (processo de lodo-ativado). Após haver novamente a sedimentação, a água tratada vai para o corpo receptor (Estação de Tratamento de Águas) através de um emissário.(3)
               Entretanto, o caso de efluentes industriais é muito mais complexo, visto haver vários tipos deles e, pois, diferentes componentes presentes nos mesmos.
 Os efluentes de indústrias de alimentos e bebidas, por exemplo, contêm altas concentrações de matéria orgânica de origem natural e, por isso, podem receber o mesmo tratamento do esgoto doméstico. O mesmo ocorre nas indústrias têxteis, visto que seus efluentes contêm substâncias provenientes da lavagem de matérias-primas (lã, algodão etc) junto com materiais usados no processo (detergentes, lubrificantes etc) que são rigorosamente controlados os índices de emissões.(1)
 As indústrias que lidam com metais são as mais poluentes, haja vista o fato de serem eliminados em seus efluentes muitos metais pesados. O cobre, zinco, cádmio, cromo, ferro e níquel são os metais tóxicos mais comumente encontrados nos efluentes industriais. Nas Estações de Tratamento de Água, eles são parcialmente precipitados junto com o lodo e, se o mesmo for destinado à agricultura ou horticultura, poderá haver danos às plantas sensíveis à presença destes metais no solo. O cromo pode ter efeito adverso no tratamento aeróbico, ao passo que o processo de digestão anaeróbica pode sofrer interferências do zinco e cádmio. Além disso, no pH do esgoto, se houver a presença de um cianato, o mesmo estará hidrolisado em ácido cianídrico, muito volátil e tóxico.(1)
               Em indústrias, deve-se tratar os efluentes provenientes de cada processo separadamente, visto haver a afinidade de alguns compostos de diferentes efluentes (como o níquel e o cianeto, por exemplo). Um processo consiste em eliminar o cianeto por volatilização com ácido cianídrico e por oxidação biológica a carbonato de amônio. Já os efluentes contendo ferro e cobre, são tratados com uma base (visto eles terem sido utilizados em processos de decapagem em imersão ácida) o que, em seguida, acarretará a precipitação dos metais. Para eliminar o zinco, cádmio e um pouco de cobre, utiliza-se a eletrodeposição em soluções contendo cianeto; elimina-se o cianeto da mesma maneira anterior. Já o níquel é depositado em soluções tamponadas de sulfato e/ou, ainda, com a adição de cal. O efluente contendo cromo é tratado com sais ferrosos ou dióxido de enxofre , em meio ácido (para reduzir o cromo), seguidas de adição de álcali para precipitar o cromo trivalente.(3)
 Existe uma infinidade de produtos químicos eliminados na natureza através dos efluentes industriais, de modo que para cada elemento eliminado existe uma maneira específica de separá-lo. Cabe a cada indústria pesquisar a maneira mais correta de tratar seus diferentes efluentes, a fim de se evitar futuros danos à natureza e/ou interferências nos processos executados nas Estações de Tratamento, para onde o efluente industrial, após o devido tratamento, deverá ser direcionado.
 Pode-se, então, concluir que, com atual escassez da água potável, uma ótima alternativa seria conciliar os processos de tratamento da água com a proteção ambiental, pois, preservando-a juntamente com suas principais fontes de obtenção, fica evidente não somente os benefícios para o meio ambiente, mas também para toda a humanidade.

Bibliografia
1- Benn. F.R.; e McAuliffe, C.A.. Química e Poluição. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1981, Primeira Edição;
2- Shreve, R.N.. Indústria de Processos Químicos. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Dois, 1980, Quarta Edição; e
3- Oliveira, E.O.; Gaglianone, S.; Yassuda, E.R.; Pereira, B.E.B.; e Martins, J.A.. Técnica de Abastecimento e Tratamento de Água. São Paulo, CETESB, 1976, Segunda Edição Revisada.


Aluno: Gustavo Brechesi Servilha
Escola: Instituto de Educação Imaculada, Campinas
Profa.: Maria Lúcia G. Conceição

A Água: um recurso finito

               A água é uma substância ímpar na natureza. Basicamente a sua estrutura molecular é composta por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio. Dessa forma, podemos considerar que a água é uma mistura de diversas espécies químicas, diferindo em massa molecular, pois são conhecidos três isótopos de hidrogênio e seis de oxigênio, dos quais somente três são estáveis, resultando, portanto, 18 combinações isotópicas para a água. Sua molécula é assimétrica e as ligações entre elas processam-se através das ligações de hidrogênio, ou seja, devido à polaridade, existem forças atrativas entre as moléculas, tendendo estas a se orientar com o hidrogênio de uma, ligando ao oxigênio de outra, formando agregados com propriedades estruturais distintas (como é o caso da estrutura do gelo).  As ligações de hidrogênio é que são as responsáveis pelas principais propriedades da água, como massa específica, viscosidade, tensão superficial, etc. A água apresenta as seguintes características: é uma substância básica para as células vivas, um solvente universal, reguladora das trocas de energia na biosfera, moderadora do clima, agente de limpeza, nutrição, também, erosivo e destrutivo, possui mobilidade excepcional, servindo de meio de transporte.
               Cerca de 90% de todos os organismos vivos da Terra estão imerso em água e o restante em vapor d’água, utilizando-a em sua forma líquida. A vida não seria possível sem ela. Ela está em toda parte formando os oceanos, os campos de gelo, lagos e rios, cobre ¾ da superfície da Terra: 1 bilhão e 340 milhões de  Km3 de água. Abaixo da superfície, cerca de 4 milhões de Km3  de água permeiam solos e rochas. Na atmosfera terrestre, existem outros 5 mil Km3  . Apesar de a Terra estar praticamente encharcada, a grande maioria dos ecossistemas e os seres humanos dependem de um único tipo: a água doce. Esta representa somente 3% do total de água do planeta, estando, destes, 87 % “presas” nas calotas polares e glaciais ou em depósitos subterrâneos profundos ou, ainda, na atmosfera.
               A água na natureza percorre um caminho que é conhecido como o seu ciclo hidrológico: evaporação, condensação, precipitação, retenção nas plantas e solo, infiltração, percolação através do subsolo. Este ciclo não se processa de forma homogênea em todo o Planeta, sendo mais ativo nas regiões equatoriais (Região Amazônica) e menos, até inexistentes, nas zonas áridas (Sertão Nordestino e Saara). Essa distribuição desuniforme, associada a crescente população humana, ocupação desordenada de solo e uso irracional da água no Planeta, está levando à sua escassez. A água passa a ter maior importância econômica. O consumo torna-se, portanto, desigual. As classes mais abastadas passam a consumir valores diários superiores a 250 l/pessoa (bairros de classe média/ média alta), enquanto encontramos os de baixa renda (ocupações e favelas), com consumo médio de 30 l/pessoa.
               Diversos são os usos para as águas doces no espaço urbano e/ou rural, demandando qualidade, quantidade hídricas  diferenciadas: higiene, alimentação, transporte, lazer, recreação, construção e processos produtivos industriais, comerciais ou agrícolas, etc. Estes usos têm trazido como conseqüência a poluição e/ou a contaminação dos cursos de água. A poluição é qualquer alteração de natureza física, química, biológica ou mesmo de regime hidrológico que produza desequilíbrio no ciclo biológico normal, contribuindo para alterar a composição da fauna e da flora do meio e a contaminação são os efeitos diretos da introdução de substâncias ou organismos nocivos, causando doenças ao ser humano.
                Dos muitos usos que a água pode ter, alguns estão mais intimamente relacionados com a saúde humana: água utilizada como bebida ou na preparação de alimentos; as utilizadas no asseio corporal ou a que, por razões profissionais ou outras quaisquer, venha a ter contato direto com a pele ou mucosas do corpo humano: ex.: trabalhadores agrícolas em cultura por inundações, lavadeiras, atividades recreativas (lagos, piscinas, etc.); as utilizadas na manutenção de higiene do ambiente e, em especial, dos locais, instalações e utensílios usados no manuseio, preparo e ingestão de alimentos (domicílio, restaurantes, bares, etc.); as utilizadas na rega de hortaliças ou nos criadouros de moluscos (ostras, mariscos e mexilhões). Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), aproximadamente ¼ dos leitos existentes em todos os hospitais do mundo estão ocupados por enfermos, cujas doenças são ocasionadas pela água. A nocividade da água pode resultar de sua má qualidade. As doenças podem ser de transmissão ou de origem hídrica. A primeira de transmissão através dos agentes infecciosos e a segunda decorrente de certas substâncias denominadas contaminantes tóxicos, por apresentar substâncias dissolvidas em determinados teores responsáveis pelo aparecimento de doenças.
               Embora as características físicas da água tenham importância relativamente pequena no ponto de vista sanitário, elas podem ser determinantes na escolha da tecnologia de tratamento da água. Dentre as característica físicas, encontramos a turbidez, que é devida a presença de partículas em estado coloidal, em suspensão, matéria orgânica e inorgânica finamente dividida, plâncton e outros organismos microscópicos.
                A produção de água que atenda consistentemente o Padrão de Potabilidade requer, na maioria dos casos, a filtração, pois somente nessa etapa é que são removidas, quase em sua totalidade,as partículas coloidais, suspensas e microrganismos em geral de forma que a desinfecção final seja definitiva. Muitas vezes, a água bruta contém componentes químicos que exigem tratamentos específicos, conduzindo à formação de precipitados e posterior por sedimentação ou filtração, ou à adsorção em hidróxidos e óxidos ou carvão ativado. Os processos gerais de tratamento de água, iniciam-se pela escolha do manancial e da qualidade da água. Basicamente um sistema completo de tratamento envolverá captação, aeração – arejamento, dosagem e aplicação de produtos químicos, coagulação e floculação, decantação ou flotação, filtração, desinfecção, controle da alcalinidade e dureza das águas e finalmente fluoretação.
               Um reaproveitamento da água pudemos verificar durante visita à fábrica 3M, em Sumaré/SP, que necessita de 17m3/hora, reaproveitando 11m3/hora, através da existência de uma estação de tratamento de esgoto, que basicamente segue o modelo de tratamento de água de abastecimento. O efluente da 3M recebe esgoto comum e industrial, sendo estes encaminhados para uma estação de tratamento, onde, primeiramente, recebem uma dosagem de ácido sulfúrico (H2SO4), para correção do pH, tendo em vista o esgoto chegar alcalino. Após corrigido o pH, o esgoto passa por um gradeamento e em seguida por uma caixa de areia, ambos com finalidade de retenção de sólidos em seus mais diversos tamanhos. Após temos uma caixa separadora de gorduras e óleos, caixa esta em que o óleo e a gordura que flutuam e são retiradas e a água, drenada próximo ao fundo da caixa, sendo levada para uma lagoa de aeração para tratamento biológico, através de bactérias aeróbicas, anaeróbicas e facultativas. As bactérias têm a finalidade de digerirem os materiais orgânicos e poluentes, produzindo água e dióxido de carbono. Em seguida a água é conduzida para a lagoa de decantação, onde se processa a decantação dos sólidos em suspensão. Após, temos a lagoa de estabilização, onde há um processo de autodepuração por ação natural (vento, chuva, calor, etc.). Em seguida temos uma segunda fase do tratamento, sendo a água encaminhada para uma nova fase de tratamento, onde são acrescentados floculantes, coagulantes e ácido, baixando o pH para ajudar o processo de floculação e coagulação. Após temos os tanques de decantação, onde bombas tiram o lodo, destinando-o á lagoa de aeração, já citada. Na saída, esta é desinfectada por cloro e tem seu pH aumentado por hidróxido de sódio (NaOH). Esta água resultante  do tratamento é armazenada em uma série de depósitos, sendo que, quando necessária sua utilização nas caldeiras das fábricas, a mesma passa por um novo tratamento, recebendo adição de floculantes ( Al2(SO4)3 ), corretivos de pH (ácido), sendo remetidos a tanques de decantação, filtros de areia e após a análise desta água (através de pHmetro, condutivímetro, cloridrímetro, espectofotômetro e hidrômetro) a mesma segue para o processo produtivo. Esse processo de reaproveitamento de água foi um dos itens avaliados na empresa para a obtenção do certificado ISO 14000.
               Essa economia trabalhada pela 3M vem na direção do uso racional da água, pois, hoje, a água é um elemento econômico, estando em vias de se estabelecer a cobrança pelo seu uso, como instrumento de equilíbrio para a qualidade de vida. O uso racional da água advém, dentre outros, por sua escassez principalmente decorrente da poluição, das perdas, desperdícios nos usos industrial, agrícola e urbano, ocupação e uso desordenado do solo(que geram a redução de áreas de infiltração da água do solo), assoreamento dos mananciais e pelos desmatamentos (geradoras de erosões).
               A solução para o uso racional da água, virá pela educação, que deve dar às pessoas a consciência de seu real valor (conscientizando contra o desperdício e seu mal uso), a garantia de fornecimento para todos da atual e das futuras gerações, a certeza da melhoria do meio ambiente, da qualidade de vida, da saúde pública, da recuperação e preservação dos mananciais e de um desenvolvimento sustentável, numa sociedade social e economicamente justa para todos.

Bibliografia:

DI BERNARDO, Luiz; Métodos e técnicas de tratamento de água; Vol. I – Rio de Janeiro: ABES, 1993
RUTKOWSKI, Emília; Bacia hidrografia e bacia ambiental; São Paulo: Sabesp , 1999
CETESB; Técnica de tratamento e abastecimento de água; Vol II, 2ª edição; São Paulo, 1977
SECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOS, SANEAMENTO E OBRAS DO EST.DE S.PAULO; Folheto “Dar valor a água é preservar a vida”; São Paulo, 2000
Entrevista com o Engenheiro de Segurança da 3M (Sumaré/SP) Afonso Oliveira (31/10/2001)


Aluno:Leandro Dantas de Santan
Escola: Colégio Koelle, Rio Claro
Professores: Alberto Pieretti Sant’ana e Ângelo di Lelle Ariente

Tratamento de Esgoto: Uma Forma Racional de Evitar-se a Poluição das Águas

           Analistas internacionais apontam que nos próximos anos haverá grande falta de água, mas esta afirmação contém uma contradição interna, pois, através do ciclo da água na natureza, onde, a grosso modo, a água presente na forma líquida evapora e forma nuvens que chovem e devolvem a água na forma  líquida ao meio terrestre. Só que este não é o problema, pois é verdade, a água nunca vai acabar, o que pode acabar é a água potável, própria para o consumo humano e irrigação de plantações. E uma forma de evitar-se a poluição da água é o tratamento de esgoto industrial e residencial, fazendo com que a água contaminada por detritos industriais seja reaproveitada.
           A partir da revolução industrial do século XVII, indústrias começaram a instalar-se próximas a rios, pois a água é utilizada no processo de produção das empresas, que retiram a água do rio, utilizam-na e devolvem-na a sua origem. Aí se começam os problemas, pois a água volta normalmente aquecida, e quando ela se encontra com a água do rio torna-a aquecida e reduz-se assim o teor de oxigênio nela dissolvido, pois o grau de solubilidade de um gás diminui com o aumento da temperatura do solvente (água), causando a morte direta de plantas aquáticas e peixes. Outro problema, os resíduos tóxicos com sais ou óxidos contendo metais pesados como o mercúrio (Hg), que ao entrar na cadeia alimentar, sofre efeito cumulativo, aumentando sua concentração conforme aumenta o nível trófico na cadeia alimentar, causando a morte de animais e contaminação da população humana que se alimenta destes animais. E ainda existe o problema dos compostos sulforados (contendo enxofre) e os  nitrogenados (contendo nitrogênio) que são os compostos geralmente mais utilizados nas indústrias, que em contato com a água, formam ácidos e desregulam o pH do rio, pois, além de matar os peixes, o menor pH do rio desregula o equilíbrio químico que há entre os compostos presentes no rio e os que estão no solo, aumentando a acidez do mesmo, causando a morte da mata ciliar e aumento dos custos para agricultores que utilizam água do rio para irrigar suas culturas, já que eles têm de usar maior quantidade de um composto básico (geralmente o cálcio, ou magnésio, processo conhecido como calagem) para neutralizar a acidez do solo, aumentando em muito os custos da produção.
           O tratamento destes dejetos é de certa forma simples, mas necessita de investimentos por parte das empresas para a construção de uma estação de tratamento de dejetos industriais. O funcionamento dessa estação é simples, necessita-se primeiramente que haja uma análise dos compostos químicos presentes na água, para que ocorra então o tratamento adequado. Contra a água aquecida, basta que ela seja refrigerada até que alcance a temperatura ambiente, para poder então ser devolvia à natureza. Contra os metais pesados, o processo é um pouco mais delicado e deve consistir primeiramente em evitar que esse metal seja usado no processo industrial, através de pesquisas de materiais alternativos. Caso não seja possível deve-se então encontrar algum composto que reaja com esse metal e permita que ele possa ser retirado da água e depois reaproveitado na indústria, evitando assim que ele contamine o meio ambiente.
           E quanto ao problema dos compostos que podem formar ácidos a empresa pode encontrar uma forma de reaproveitá-lo em seu processo de produção, evitando assim a compra de matéria prima, trazendo economia para as empresas e impedindo que elas poluam o meio ambiente.
           Um segundo problema ecológico que envolve a água é o esgoto residencial, rico em compostos orgânicos e compostos detergentes (sabões e detergentes em geral). Esses compostos, em contato com a água, formam uma espuma que retira o oxigênio da água, e ela, ao ser jogada em rios, acaba desequilibrando o ecossistema aquático, levando à morte peixes e plantas por falta de oxigênio dissolvido. Mas esse problema pode ser solucionado com substituição dos detergentes comuns pelos biodegradáveis.
           Os compostos orgânicos quando jogados nos rios, fungos e bactérias decompõe-nos, e nessa decomposição, consomem oxigênio dissolvido na água, e como o número de bactérias é extremamente alto, ela acaba por dominar todo o meio ambiente ribeiro, consumindo oxigênio e aumentando a demanda bioquímica de oxigênio, causando assim a mortalidade de peixes e plantas aquáticas.
           E para evitar-se esse problema basta simplesmente tratar a água em uma estação de tratamento de água, que deveriam estar em todas as cidades. Mas o tratamento é muito simples. A água passa por um decantador, onde todos os sedimentos sólidos são sedimentados e posteriormente utilizado como adubos. A água que sobra sofre uma injeção de ar, que favorece o desenvolvimento de microorganismos que consumirão a parte orgânica do esgoto. É então formado um lodo, que é tratado com compostos orgânicos que irão desidrata-lo, e é utilizado como fertilizante, liberando ao final do processo apenas a água pura.
           O tratamento de esgoto faz-se uma forma racional de evitar que a água que pode ser “reconsumível” não seja poluída, reduzindo-se então problemas ambientais, que provavelmente serão as maiores mazelas humanas no futuro.

Bibliografia:
www.colegiokoelle.com.br
www.sabesp.br
www.barsa.com
www.altavista.com


Aluno: Leonardo Augusto Martins
Escola: ETE. Prof. Armando Bayeux da Silva, Rio Claro
Prof. (s): Vanir D.P. Oliveira Leite e Ricardo B. de Castro

Água, tem mas acabou

            Água, ou melhor, H2O, o líquido que é essência da vida, mas que também pode trazer a morte. Em todo o percurso histórico da humanidade ela é citada, desde a Arca de Noé até os dias atuais, em que a grande preocupação é preservá-la, ou despoluí-la.  O passado da água é sujo e obscuro, foi por séculos tratada como um grande lixão, enquanto países cresciam e desenvolviam com grandes industrias, rios e mares perdiam a vida, morriam e ficavam esquecidos por muito tempo. Ela só é lembrada quando esta em falta. E atualmente a água está na moda, é discutida em muitas rodas de amigos, cientistas e governos de países estão inventando e reinventando modos de tratá-la e torná-la cada vez menos poluída e mais potável. Com sua grande popularidade a água precisa de nossa ajuda e nós dela mais ainda, e o que devemos fazer é discutir modos de tratá-la, e usá-la racionalmente e propor métodos inovadores.
            A água é uma das substâncias mais simples, porém a mais importante, pois todas as reações que acontecem em nosso organismo são em soluções aquosas e as proteínas, membranas, mitocôndrias e hormônios, somente funcionam com a presença deste líquido. A água foi e é tão importante que os gregos antigos a consideravam como se fosse um dos quatro elementos da matéria, por mais de 2000 anos pensou-se que a água era um elemento; mas somente no século 18 é que experimentos evidenciaram que a água era um composto formado por hidrogênio e oxigênio. É estimado que 70% de nossa superfície terrestre é coberta por água, 97% dessa água é salgada e menos de 1% pode ser utilizada para consumo humano, por isso temos a necessidade de usá-la sem desperdícios. Com o grande crescimento da população mundial nos últimos séculos, a água foi sendo utilizada sem grandes preocupações, ninguém pensou que um dia ela iria faltar, mas infelizmente foi isso que aconteceu e muitas pessoas, principalmente as mais pobres estão sentindo na pele o que é viver sem água ou com o mínimo possível, para se ter uma idéia um habitante da Somália vive com 1 litro de água por dia, enquanto um norte americano vive com 750 litros de água por dia, conclui-se: quem tem dinheiro não morre de sede.  A água deve ser utilizada com moderação, para poder ser garantida para várias gerações.
            Em tempos de racionamento de energia elétrica a água é muito importante, pois dela é gerada a maior parte da energia consumida em nosso país, e quando se economiza energia, está também se economizando água. O uso racional da água não é um “bicho de sete cabeças”, mas sim uma coisa simples que precisa da colaboração de todos e principalmente dos nossos governantes. Uma idéia boa e simples, que é muito utilizada no Japão, consiste na utilização da água do chuveiro para a descarga do vaso sanitário, a água passa por pequenos tratamentos químicos, podendo depois ser reutilizada, esse método economiza muita água, porque a descarga é utilizada varias vezes ao dia, gastando litros e mais litros de água a cada utilização. Muitos países que já estão enfrentando a falta de água regulam a quantidade que ela é consumida ou cobram muito caro pela mesma, se não tomarmos cuidado, o Brasil que detêm grande parte da água potável do mundo, poderá enfrentar esse grave problema.  Um outro fator que ajuda no desperdício da água são os vazamentos que ocorrem na tubulação que a transporta até nossas casas, muitos canos velhos apresentam grandes “buracos” que desperdiçam milhares de litros de água, esse problema já foi denunciado pela mídia, mas parece que os políticos não fizeram nada para resolver esse “pequeno problema”. A água se for utilizada racionalmente, com certeza não faltará para as nossas futuras gerações.
           Quando abrimos a torneira nem pensamos em todo o percurso que água fez para chegar até nossas casas, desde a captação até o seu tratamento, simplesmente deixamos passar isso despercebido. Primeiramente a água é captada de um rio, mas esse rio geralmente está poluído pela ação humana, possui muitos resíduos orgânicos e químicos, que são os mais perigosos para a vida humana, dependendo do grau de poluição de um rio será determinado o tipo de tratamento a ser utilizado. A poluição da água pode ter origem de vários lugares e fatores, a mais comum é a de esgotos domésticos, resíduos industrias, por restos de fertilizantes e agrotóxicos que causam grandes danos à natureza e diretamente aos humanos. O tratamento da água é um processo físico-químico que ela sofre, para alterar sua qualidade, tornando-a adequada para determinadas utilizações desde processos industrias até para o consumo humano e a irrigação agrícola. Os tratamentos mais comuns consistem em deixar água poluída decantar, para a sujeira ficar no fundo do reservatório, depois disso as partículas maiores são retiradas deixando a água ainda com aparência escura, depois da limpeza é aplicado o cloro, que elimina as bactérias nocivas ao homem, e finalmente ela passa pela filtração onde já está pronta para ser consumida. Existem outros tratamentos que utilizam a química para purificar água, esses tratamentos são utilizados quando a poluição é muito grande ou quase que irreversível.
           Atualmente as plantas estão sendo utilizadas no combate a poluição, centenas de espécies vegetais, associadas aos fungos e bactérias que impregnam a rizosfera, representam o equivalente botânico dos centros de desintoxicação, buscando e quebrando moléculas que podem prejudicar outros organismos. Descobriu-se que a samambaia absorve arsênico, os girassóis urânio, mostardas bebem chumbo e álamos destroem solventes. Essas plantas podem ser utilizadas no combate da poluição da água, e tem um custo muito mais barato do que os métodos convencionais e são naturais. Pode-se dizer que a água é reciclável, e que tratá-la é a melhor forma de evitar danos ao meio ambiente; se todo o esgoto que é jogado no Rio Tietê fosse tratado, hoje ele estaria muito mais limpo, e poderia representar uma forma de lazer para a população.
           A água é o bem mais valioso que o homem tem na Terra, faz parte da nossa vida, e por isso temos a obrigação de usá-la racionalmente, preservá-la como se fosse uma jóia rara, não se pode imaginar a vida sem água, e a água sem vida. O homem sobreviveu milhares de anos sem energia elétrica, mas não consegue sobreviver poucos dias sem água, precisamos dela para tudo. Temos que combater a poluição da água, usá-la somente quando necessário, cobrar atitudes dos nossos representantes políticos em relação à água, e se nada disso for feito, a água vai ficar escassa, ter preço de ouro, poucos poderão pagar por ela, muitas guerras poderão acontecer por sua causa; a fonte da vida irá secar, e nada mais poderá ser feito, além de esperar que um milagre aconteça.

Bibliografia:
· Cavinnato, Vilma Maria – Saneamento Básico (Fonte de Saúde e Bem-estar)
· Revista Painel- Ecologia: Terra em Transe, pag3
· Sites:
www.planetaagua.com.br
www.tratamentodeagua.com.br
www.geocities.com/~esabio/agua/
www.aguadebebersds.com.br
www.educar.sc.usp.br/biologia
www.geocities.com/Athens


Aluno: Luiz Felipe Lopes Couto e Priscila Medeiros Telles
Escola: ETE: Machado de Assis, Caçapava
Professora: Elizabeth Vilela A. F.  Moura

Água: Purificação Química e Uso Racional

          A humanidade vive um período notável e paradoxal, em que a tecnologia superou a agilidade de conclusão racional e lógica de seu criador – o homem. E nesse contexto de tanta sofisticação e atualização ininterrupta dos conhecimentos  é ridículo afirmar o que é inegável: a água potável se definha e esvai entre os dedos humanos (uma conseqüência de séculos de degradação). Faz-se necessário reverter essa anormalidade e para isso usar as técnicas disponíveis. E para haver o ideal uso da tecnologia é preciso conhecer um meio indispensável: a química.
          A distribuição da água na Terra é aproximadamente a seguinte: 97,2% nos mares e oceanos; 2,15% nas geleiras e nas calotas polares; 0,62% nas águas subterrâneas (aqüíferos); 0,0091% nos lagos e rios; e 0,001% na umidade atmosférica.
          É insofismável que a melhor maneira de preservar as reservas de água potável é a conscientização da humanidade, pois a água é um bem escasso e de propriedade universal. Esta conclusão já é disseminada pelo mundo, mas que só ocorreu porque a necessidade fez a ocasião. É preciso idealizar projetos que visem a “educar o consumo de água”, devendo ser vinculado na multimídia e ter linguagem de fácil entendimento (o que já acontece no Brasil). Outro modo de equilibrar a demanda de água é usar um método rígido, porém muito válido: a racionalização. Desta forma o governo e as empresas fornecedoras poderão melhor administrar a distribuição como um todo e não causar privilégio em alguma região, em detrimento as outras. A instituição federal através de algum órgão auxiliador, deve estipular cotas diretamente proporcionais ao número de habitantes de cada região (determinando assim uma média padrão para cada habitante). Deve-se investir na manutenção da rede de abastecimento, objetivando reduzir o número de vazamento e desperdícios, melhorando conseqüentemente o escoamento (provisão). A exploração sustentável de aqüíferos em regiões secas caracteriza-se como uma solução ideal, pois não é preciso grande investimento e o retorno é imediato; atendendo a um vasto número de pessoas.
          Outra política de preservação (obrigatória) deve ser feita junto as indústrias, já que estas eliminam a maioria de seus resíduos no leito dos rios. E isso se faz de maneira explícita, salvo as exceções. O governo deve colocar em prática a regulamentação rígida, com a supervisão de profissionais competentes, em que os tópicos observados sejam:
1. Localização da indústria (zona rural, urbana, etc)
2. Natureza dos efluentes (químicos, orgânicos, etc)
3. Método de tratamento técnica e economicamente viável
4. Natureza do corpo receptor (rios, esgotos, aterros)
5. Existência de depuradora de esgoto municipal na área
6. Área disponível para tratamento dos despejos na própria indústria.
7. Existência de rede pública de esgotos.
  Após avaliar os tópicos citados, os técnicos ou responsáveis terão condições de relatar e descrever uma conclusão. Direcionando para a indústria em questão a melhor solução de tratamento dos despejos. É bom frisar que várias empresas industriais cujos detritos possuam grande quantidade de substâncias tóxicas, inflamáveis, agressivas, radiativas ou de elementos químicos que causam danos às instalações de esgotos (provenientes de galvanoplastia, petroquímica, material atômico, etc) deverão proceder ao tratamento completo de seus efluentes na própria indústria. Reduzindo seus constituintes deletérios até onde for técnica e economicamente possível.
          Há vários métodos de purificação de efluentes, tais como físico-químicos e bioquímicos. Os métodos químicos podem ser utilizados para remover material coloidal, cor e turbidez, odor, metais pesados e óleos. Além disso, os reagentes químicos são usados para neutralizar ácidos ou álcali. A neutralização de despejos industriais pode ser necessária, não só para se evitar o lançamento de águas ácidas ou alcalinas no corpo de água receptor, mas também, como medida preventiva para proteção de jusante (direção em que correm as águas de uma corrente fluvial), tal como a depuração por métodos biológicos. A reação fundamental  de neutralização é escrita da seguinte maneira:
H+ + A- + M+ + (OH)- = MA + H2O
(ácido)     (alcalino)      (sal)   (água)
  De modo geral, os principais reagentes químicos usados para neutralização são os resíduos seguintes:
- Para ácidos: lama de cal, amônia, despejo alcalino, calcário, carbonato de sódio, soda cáustica.
- Para alcalinos: ácido sulfúrico, ácido clorídrico, dióxido de carbono, gás de  água, enxofre, despejo ácido.
          Os processos de purificação biológicos dividem-se em aeróbios e anaeróbios. Nos processos aeróbios a estabilização dos despejos é realizada por microorganismos aeróbios (que utiliza oxigênio do ar) e facultativos. Já atuantes são os facultativos e os anaeróbios (não utilizam o oxigênio livre).
          Os processos aeróbios se dividem em: lodos ativados, filtro biológico e lagoa de estabilização aeróbia. No processo de lodos ativados, o resíduo é estabilizado biologicamente em um tanque de aeração sob condições aeróbias. Conseguidas pelo uso de equipamentos de aeração mecanizada ou ar difuso. A massa biológica resultante é separada do líquido em um tanque de decantação. Uma parte dos sólidos biológicos sedimentados é continuamente recirculada e a massa remanescente é disposta. No processo de lodos ativados, as bactérias são os mais importantes microorganismos responsáveis pela decomposição da matéria orgânica afluente. No tanque de aeração, uma parte do despejo orgânico é utilizada pelas bactérias para obter energia para a síntese do material orgânico remanescente em novas células. Somente uma parte do resíduo original é oxidada para compostos de baixa energia, tais como: nitratos (NO3), sulfatos (SO4) e gás carbônico (CO2). O restante é sintetizado em material celular.
          No processo de filtração biológica, o despejo líquido é aspergido sobre pedras e escoado através do leito filtrante. O filtro biológico consiste de um leito filtrante de meio altamente permeável, onde os microorganismos são afixados, e através do qual o detrito líquido é percolado (esgotamento de uma substância fragmentada por líquido dissolvente). O meio filtrante usualmente é constituído por pedras ou plásticos e a profundidade média dos filtros de pedra é de 2 metros, e de 9 a 12 metros quando o meio for de plástico. O filtro normalmente é circular, sendo o despejo líquido distribuído sobre a parte superior do leito, por meio de braços rotativos. O efluente sai por uma camada de drenos, juntamente com sólidos biológicos. O material orgânico presente no despejo é degradado por uma população de microorganismos. A comunidade biológica no filtro consiste essencialmente de protistas – incluindo bactérias, fungos, algas – além de seres vivos superiores, como vermes, insetos, larvas e lesmas. Os filtros biológicos classificam-se em: 1- de baixa taxa: é um dispositivo relativamente simples de alta confiança, produzindo um efluente de qualidade consistente, a partir de afluentes de concentrações variáveis. 2- de alta taxa: possui dispositivo de recirculação do afluente e permite a aplicação de altas taxas orgânicas.
          Outros processos aeróbios de tratamento incluem lagoas aeradas, de estabilização fotossintética e aeradas mecanicamente. Nas lagoas aeradas sua aeração (ventilação) é mecanizada para fornecer oxigênio às bactérias, sendo este de lodos ativados, porém sem recirculação. Nas lagoas fotossintéticas, o oxigênio é fornecido pela aeração natural e pela ação fotossintética das algas; ou seja, o oxigênio liberado pelas algas através do processo de fotossíntese é utilizado pelas bactérias na degradação aeróbia da matéria orgânica. Quando se deixam os sólidos se sedimentarem, uma camada de lodo anaeróbio acumula-se no fundo e a lagoa tornar-se-á facultativa (aeróbia – anaeróbia).
          Já nos processos anaeróbios de tratamento de despejos, a decomposição da matéria orgânica e/ou inorgânica é conseguida na ausência de oxigênio molecular. A principal aplicação está na digestão de certos resíduos industriais de alta carga orgânica e lodos de esgoto concentrados. Nesse processo, os microorganismos responsáveis pela decomposição da matéria orgânica são comumente divididos em dois grupos: o primeiro hidrolisa e fermenta compostos orgânicos complexos para ácidos orgânicos simples; o segundo converte os ácidos orgânicos, formados pelo primeiro grupo, em gás metano e gás carbônico. As bactérias responsáveis por esta transformação são estritamente anaeróbias. Esses processos de depuração de despejos citados têm a finalidade de tratar efluentes industriais, visando a devolução ao meio ambiente sem contaminá-lo.
          Partindo do princípio de que a água salgada, contidas nos mares e oceanos é a substância mais abundante na crosta terrestre, foram criadas técnicas para tratá-la e torná-la potável. A dessalinização é o processo de conversão da água do mar (que contém cerca de 35.000 ppm de sal) ou a água salobra (que contém em média 5.000 ppm de sal) em água doce própria para consumo humano, aplicações domésticas e usos industriais. Atualmente, o mais importante método de dessalinização é a destilação instantânea, que opera a temperatura suficientemente baixas para evitar os problemas de formação de depósitos(resíduos acumulativos, como o cloreto de sódio) e corrosão, e aproveitar ao máximo o calor latente. Inicialmente, a água do mar é aquecida e conduzida para uma área de baixa pressão, o que provoca a evaporação imediata de uma parte dela. Este  vapor é esfriado, condensando-se e dando origem a água destilada. O processo de liberação de vapor a temperaturas e pressões cada vez mais baixas é repetido sucessivamente, em vários estágios, até que se complete o ciclo.
          Não podemos esquecer dos métodos mais convencionais de tratamento, que utilizam processos físicos, como a decantação, filtração, etc. E um método químico simples, a adição de cloro(Cl) a água, que tem como finalidade a de destruir parasitas, germes e micróbios nocivos à saúde, além disso o cloro pode ser usado para remover compostos químicos que produzem cheiro e sabor na água.
          De forma geral, a química torna-se uma ferramenta que auxilia o homem a tratar e explorar de forma sustentável o famoso H2O. Como também auxilia na depuração de resíduos domésticos e industriais. Evidentemente utilizando a tecnologia e as técnicas apropriadas.

Bibliografia:

1-Braile, Pedro Márcio e Cavalcanti, José Eduardo. Manual de tratamento de águas residuárias industriais. São Paulo, CETESB, 1993.
2-Feltre, Ricardo. Fundamentos da Química, São Paulo, Editora Moderna, 1996.
3-Almanaque Abril 99, São Paulo, Abril Cultural, 1998.
4-Como funciona, enciclopédia de ciência e técnica, São Paulo, Abril Cultural, 1975.
5-Cavinatto, de Vilma. Saneamento básico, São Paulo, Editora Moderna, 1996.


Aluna(s): Michele Freitas Pinheiro, Lucia Helena da Silva Dias, Tatiane B. Tartarim, Deise de Oliveira Sanches e Viviane F. da Costa
Escola: EE. Profa. Purcina Elisa de Almeida, Araçatuba
Professora: Helena M. de Camargo

              Com o aumento da população urbana e a escassez de novos mananciais, torna-se cada vez mais problemático o abastecimento de água em diversas cidades, principalmente nos grandes centros urbanos, agravando-se no período da seca. É necessário, portanto conscientizar as pessoas sobre a importância de um programa de redução e de controle de perdas, bem como do uso de água sem desperdícios.
              A sujeira das indústrias, o lixo das cidades e a ocupação de áreas ambiental, comprometem a qualidade da água de alguns mananciais, o que gera a diminuição de água disponível.
              As soluções para a diminuição do consumo de água são compostas de diversas ações, com detecção e reparo de vazamentos, campanhas educativas, troca de equipamentos convencionais por equipamentos economizadores de água e estudos para reaproveitamento de água.
              A Terra é conhecida como Planeta Azul, porque sua superfície é principalmente  coberta de água, embora cerca de 1,5 bilhões de pessoas sofram sua falta (quantidade e qualidade), acarretando o aparecimento de doenças de veiculação hídrica.
              A água doce, disponível para usos múltiplos, representa uma parcela muito pequena de água existente no planeta, cerca de 2,66%.
              A população ainda não tem uma conscientização da água como um bem já em escassez em todo mundo.
              O controle do desperdício de água não só aponta para o fator financeiro, como muitos pensam, mas sem para uma questão muito mais ampla, que é mostrar que a capacidade da terra em fornecer o suprimento de água, necessário à vida da população terrestre, está se esgotando e alguma medida deve ser tomada.
              Captada em águas superficiais, a água que chega ao reservatório domiciliar passa por uma série de etapas de tratamentos, visando adapta-la para uso doméstico. Da mesma forma que as águas subterrâneas, captadas em fontes  ou poços, antes de serem levadas até o consumidor sofrem um processo de cloração. Todo processo tem acompanhamento permanente de análises em laboratórios, visando à máxima garantia de qualidade de água.
              O tratamento da água é feito pelos seguintes passos: Coagulação; Decantação; Filtração; Desinfecção. Há também a Fluoretação e a Correção de Acidez.
              Atualmente, 3 milhões de crianças morrem no mundo a cada ano, de diarréia por falta de água potável e infra-estrutura sanitária.
              Encontramos ultimamente na água, também o chumbo, que causa danos cerebrais e renais na população infantil.
              Quando a água não recebe o tratamento adequado, o prejuízo à saúde pública é enorme e muitas vezes irreparável, com a perda de tantas vidas humanas, principalmente de crianças inocentes.
              A água é um recurso natural finito e está sendo a grande preocupação mundial. Deve ser considerada pela sociedade como um bem econômico, com disponibilidade limitada.
              De toda água existente na terra, 93,3% é de água salgada e apenas 2,6% de água doce.
              Da água disponível na Terra, 77,2% se encontra em forma de gelo nas calotas polares, 22,4% é de água subterrânea, 0,35% se encontra nos lagos e pântanos, apenas 0,01% da água doce está nos rios e 0,04% está na atmosfera.
              Nós, brasileiros e latinos, somos privilegiados já que a América concentra quase dois terços das reservas conhecidas desse líquido, sem o qual a vida é impossível.
              A disponibilidade renovável de água doce na terra pode ser estimada em porcentagens conforme:
              África 10,00%    América do norte 18,00%
              América do Sul  23,10%  Ásia 31,60%
              Europa  7,00%     Oceania 5,30%
              Antártica 5,00%
              O planejamento  e a construção de um sistema eficiente é um desafio para os administradores municipais.
              Dentre os vários tipos de tratamento que podem ser adotados, os sistemas de tratamento de esgoto por lagoas de estabilização constituem-se, atualmente na forma mais simples para alcançar tal fim.
              Um aspecto importante de se ressaltar é que, de maneira geral, as lagoas de estabilização são bastante indicadas para as condições brasileiras, devido á suficiente disponibilidade de área em um grande número de cidades com o clima favorável.
              Pode-se dizer, apenas como um parâmetro, que se estimando em aproximadamente R$25,00 por habitante, um município pode ter seu esgoto doméstico tratado em um sistema de tratamento por lagoas de estabilização, sendo que as obras trarão uma melhoria sensível da qualidade de vida de seus habitantes, além da recuperação natural que trará seus mananciais.
 “Esgotamento Sanitário”, este sim deve ser uma prioridade na administração municipal.
              Uma série de fatores está levando as empresas a investirem no reuso e reciclo de água nos processos produtivos. Entre eles, destacam-se a questão econômica e o comprometimento com  a preservação ambiental. As projeções feitas para os próximos anos reforçam a necessidade de busca de alternativas para um problema que afeta  a todos, indiscriminadamente.
              Além dos cuidados com o meio ambiente, o reuso e o reciclo trazem inúmeras vantagens econômicas, entre elas a redução de custos com a água de make-up, em que se considera o direcionamento das águas já utilizadas para uma nova aplicação; a redução dos custos com tratamento de efluentes; flexibilização da capacidade da planta de tratamento e a diminuição dos níveis e freqüência de monitoramento dos efluentes, decorrente de um trabalho profundo realizado para as conclusões principais.
              Existem boas oportunidades para o sistema semi-aberto de recirculação ser justificado: onde os custos de água, de tratamento de efluentes ou de cargas poluentes são significantes, ou ainda, onde o uso de água e das emissões de efluentes necessitam ser reduzidos.
              Sistemas abertos são usados onde a água é abundante, o impacto das emissões ao meio-ambiente é baixo e os custos de capital devem ser minimizados. São também usados em situações onde as vazões individuais são baixas (como em resfriamento de selos de bombas), a redução de temperatura da água de resfriamento é crítica (caso de trocadores de calor críticos ou sub-dimensionados) e o sistema de suprimento de água e tubulações de retorno de água não estão disponíveis.
              Em sistema semi-aberto, a redução da temperatura da água na torre de resfriamento permite o seu reaproveitamento de 50 a 100vezes.
                Nós, humanos, devemos usar com consciência a água, não desperdiçando e sim aproveitando ao máximo os ótimos benefícios que ela nos traz. Devemos pensar que sem ela a vida não é possível.
 

Bibliografia
1. Programa de Economia de Água de Consumo Doméstico. Projeto de Pesquisa, SABESP, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 1996
2. Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água. Ministério do Planejamento e Orçamento, março de 1998
3. Silva, Sônia  N. Projeto Piloto – Programa de Economia de Água, Anais de 18o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Foz do Iguaçu, 1997


Aluno: Nagilton Bou Ghosn
Escola: Colégio Objetivo, Suzano
Profa.: Melissa Dazzani

Irresponsabilidade racional

             Água: substância líquida, cujas moléculas são formadas por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Essa seria a definição química mais simplificada daquele que é o mais importante constituinte da vida na Terra. Mas ela é muito mais do que isso.
             Desde os primórdios de sua existência, a água assume um papel fundamental na proliferação da vida terrena. Tamanha é a sua importância, que a grande maioria das espécies a utiliza como habitat natural e, nos animais de grande porte, é de enorme significado na constituição do líquido circulante. Além disso, é o elemento principal de todas as células no estado de vida ativa – a vida em si teve início no meio aquático e vem evoluindo em diversas formas de espécies e inteligência através do tempo. Nós, seres humanos, possuímos cerca de 70% da nossa massa corpórea composta por água.
             Todo o desenvolvimento da vida na Terra se deve à disponibilidade de água para o suprimento das necessidades de um ser. O grau de dependência hídrica chega a tal índice, que muitos seres desenvolveram adaptações naturais, a fim de contornar os severos problemas que a falta de água acarretaria ao seu processo de vida. O cacto é um exemplo clássico desse fato, devido à forma com que armazena tal recurso. Os viajantes do deserto também sofriam com essa necessidade, tanto que suas bagagens se resumiam em apenas água e vestimentas o suficiente para que o excesso de aridez a que ficavam expostos fosse amenizado.
             Apesar de a Terra possuir cerca de 1,35 bilhão de km3 de água, apenas 3% desse total são considerados próprios para consumo – a outra parte corresponde à água de oceanos e mares - salgada e, portanto, imprópria para o abastecimento das cidades. Desses 3%, resta apenas 1% que está armazenado na atmosfera, em rios, lagos, lençóis freáticos e subterrâneos, visto que o restante concentra-se nas geleiras polares.
                por essas e outras razões que se expõe o importante quadro de preocupação com as reservas hídricas mundiais. Cada vez mais, os rios estão sofrendo a ação inescrupulosa de indústrias e esgotos que, em geral, despejam seus resíduos sem qualquer tipo de tratamento. A contaminação pela ação mineradora e agrícola também vem se tornando um grande agente poluidor . Dentre as substâncias descarregadas, estão o mercúrio, derivados de petróleo, chumbo, fertilizantes, enfim, uma infinidade de substâncias nocivas à saúde. Estima-se que a cada 15 minutos, 500 pessoas morrem por falta de água ou por ingerirem-na de fontes contaminadas.
             O homem começa, muito tardiamente, a se preocupar com um problema que vem se multiplicando há tempo. É evidente que existem vários meios de purificação da água, mas suas reservas devem ser conservadas a fim de que possamos assegurar a qualidade de abastecimento mundial. Dentre tais meios de tratamento para o consumo doméstico, destacam-se a sedimentação, coagulação (ou floculação), aeração, filtração, esterilização, cloração e fluoração. A água destinada à distribuição pública deve ser captada, preferencialmente, em lençóis subterrâneos e profundos, que estejam o mais distante possível da poluição. Seu tratamento completo consiste nos processos acima citados, a fim de que os eventuais poluentes que possam se encontrar na água sejam eliminados, tornando-a própria ao consumo.
             A sedimentação consiste num processo que faz com que as partículas em suspensão se depositem no fundo de tanques apropriados que, providos de válvulas especiais, retiram tais impurezas. Ao mesmo tempo, costuma-se utilizar um reagente coagulante – o sulfato de alumínio, por exemplo – que, ao contato com a água, provoca uma substância coloidal que agrega uma grande porção das bactérias e matérias orgânicas, levando-as ao fundo do tanque, a fim de que se agilize o processo. Este método de coagulação, porém, deve ser cauteloso quanto a quantidade de sulfato de alumínio empregado, já que, quando ingerido em grandes quantidades, pode conduzir ao retardo mental, principalmente, idosos e crianças.
             A aeração dá continuidade às fases de tratamento. Agora, a água é purificada através de repuxos ou introdução de ar comprimido através de tubos localizados na porção inferior dos tanques. Com este processo, obtém-se uma maior quantidade de oxigênio, eliminação de mau cheiro e precipitação do ferro possivelmente existente.
             O processo de filtração, criado em 1829, por James Simpson, é utilizado contra a turvação da água, submetendo-a a um filtro de areia e cascalho, através do qual a água deveria passar lentamente. Tal processo se mostrou de grande sucesso e é utilizado até hoje.
             A esterilização é um método espontâneo e simples, no qual a água é fervida por 20 minutos a uma temperatura de aproximadamente 150ºC. Para que se garanta a potabilidade, a cloração deve ser utilizada como complemento. Neste processo, é adicionado cloro sob a forma de gás dissolvido na água, em uma razão de 1 a 4kg por 250.000 litros d’água, levando-se em consideração o pH, o número de bactérias, a temperatura e a concentração de materiais orgânicos e minerais oxidáveis na água.
             A dessanilização é outra técnica que pode ser utilizada com a finalidade de obter-se água doce. A água salgada de oceanos e mares pode ser submetida a diversos princípios que irão diminuir o conteúdo de sais em  suspensão. Tal recurso pode ser realizado de diversos modos: destilação, osmose inversa ou ainda eletrodiálise. Através da destilação, a água doce é obtida por evaporação da água salobra; a osmose inversa consiste na submissão da água salobra a uma pressão de até 35 bares, o que faz com que a água atravesse uma membrana semi-permeável, sendo captada no outro lado do recipiente. Já o processo de eletrodiálise expõe a água salgada a um campo elétrico que provoca migração dos íons, que são capturados por meio de membranas adequadas. Contudo, tal alternativa se mostra pouco utilizada devido ao alto custo da instalação de estações dessanilizadoras, fator esse que tem grande peso em um mundo de base econômica capitalista, embora essa possa ser a grande salvação mundial no futuro, visto que as reservas de água doce diminuem cada vez mais.
             O uso racional de água é primordial. O desperdício de tal recurso natural é um ato que pode ser considerado um suicídio a longo prazo. A vida depende dela e, por esse motivo, programas de alerta à população quanto a seu uso deveriam ser implantados. Banhos longos, torneiras abertas sem necessidade, lavagem de calçadas com torneira aberta constantemente, piscinas e outras tantas formas de gastos sem quaisquer proveitos são atos de irresponsabilidade.
             Além de necessidades biológicas, com a sua falta, teríamos de enfrentar outro tipo de questão: a privação de energia elétrica. Muitos países utilizam a energia hidrelétrica como principal fonte de obtenção energética e, com níveis baixos de água, a produção torna-se menor que a demanda das grandes cidades. Porém, essa questão se mostra diminuta se comparada ao problema principal – a nossa existência - devido as tantas outras alternativas energéticas a que se pode recorrer.
             Estima-se que onze países da África e nove do Oriente Médio já não possuem mais água. México, Hungria, Índia, China e Tailândia estão também em situação crítica. Esse é apenas o começo do que pode vir a se tornar uma realidade intensificada nos demais países do mundo, se medidas de precaução não forem tomadas.
             São todos esses fatores que nos levam a crer que estamos agindo de forma irresponsável com relação a nós mesmos e aos demais seres do nosso planeta. Cada vez mais reduzimos nossa fonte de vida. A importância da água em nosso organismo é tanta, que basta a comparação de que conseguimos sobreviver durante 28 dias sem nos alimentar, enquanto que não resistimos a três dias sem água. Enquanto empresas continuarem a poluir as reservas hídricas ao invés de tratar seus resíduos, visando a um maior lucro, enquanto a população não utilizar racionalmente a água, enquanto nós humanos, seres superiores e racionais, continuarmos mantendo essa postura irresponsável, estaremos colocando em xeque a nossa própria sobrevivência e levando cada vez mais outros seres ao mesmo destino para o qual caminhamos: um mundo em que a maior riqueza será a água. Devemos nos alertar para esse problema que vem se tornando cada vez mais a realidade mundial: somos escravos de nossos atos e eles determinarão a conseqüência a que seremos submetidos.
 

Bibliografia
Jornal da UNESP, Jul.-Ago./2001 – ANO XVI – Nº 158
Enciclopédia Barsa, edição de 1974 – Enciclopaedia Britannica Editores Ltda.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural – Nova Cultural
Almanaque Abril 98


Aluno: Nelson Donizette Rossi Jr.
Escola: ETE. Prof. Armando Bayeux da Silva, Rio Claro
Prof.essores: Vanir D.P. Oliveira Leite e Ricardo B. de Castro

Simplesmente água

             Toda a população tem consciência de que a água é essencial para que todos os seres humanos possam viver. Mas, apesar desse conhecimento, não estão dando toda a atenção que essa substância atualmente precisa.
             A Terra possui a maioria de sua superfície coberta de água, mas apenas uma pequena parcela desse total é água doce (2%), ou seja, aquela que pode ser utilizada para o consumo humano. Além disso, grande parte desses dois por cento estão concentradas principalmente no gelo das calotas polares. Somando-se a isso, existe ainda, uma distribuição desigual desse recurso por todo o planeta. Um exemplo claro desse acontecimento verificamos aqui mesmo, no Brasil, onde, na região Norte há água de forma abundante, enquanto na região vizinha (a Nordeste) ela está, a um bom tempo, escassa.
             Uma outra preocupação importante que se deve ter é o crescimento da população mundial, obviamente evidenciado em países chamados de subdesenvolvidos. Esse crescimento conseqüentemente acarreta um grande problema, o aumento do consumo de água potável, um recurso que ultimamente é difícil de se encontrar. Os países considerados desenvolvidos deram um passo a frente sobre o uso racional dessa substância, pois já a utilizam sem desperdício e de maneira inteligente. No Japão, por exemplo, boa parcela da população reutiliza a água que já havia sido utilizada para tomar banho, no vaso sanitário. Atitudes como essa seriam realmente bem vindas em plena época de não desperdício e ausência de recursos naturais.
             Para muitos, a poluição é um fenômeno que seria natural, em conseqüência da vinda do progresso tecnológico e industrial, mas para os ambientalistas essa questão não deve ser abordada dessa maneira tão simples e visando somente o benefício econômico da situação.
             Até certo tempo atrás não havia praticamente nenhuma forma de tratamento das águas. O esgoto, detritos industriais e toda a água que era utilizada pela população eram jogados nos rios que conseqüentemente iriam despejar todo o problema para o mar e dessa forma a situação era empurrada com a barriga.
             Infelizmente, mesmo com tanta informação, ainda há muita poluição nas águas. Um exemplo é o uso do mercúrio em garimpos, que é utilizado para extrair o ouro que está misturado com outros compostos. Essa substância é um metal pesado, bem nocivo a saúde humana e, que quando está na água passa por transformações, originando compostos extremamente perigosos, que poderão ser ingeridos pelos peixes, e através da bioacumulação certamente envenenarão os seres humanos que se alimentarem desses animais.
             Além de metais pesados, a água pode ser poluída por meio de agrotóxicos utilizados na lavoura, detergentes e sabões em pó, lixo industrial (podendo conter vários compostos químicos prejudiciais tanto aos animais de vida aquática, quanto aos seres humanos) e também lixo urbano.
             Em muitas das grandes cidades, esgotos e matéria orgânica são lançados nos rios sem nenhum tratamento. Esse material orgânico serve como “combustível” para muitos microrganismos, que para se aproveitarem desse lixo orgânico consomem grande parte do oxigênio das águas. Com a diminuição do oxigênio, e em alguns casos, até mesmo o seu desaparecimento, ocorre uma interrupção na cadeia alimentar, que conseqüentemente irá causar a extinção da flora e da fauna naquele ecossistema aquático.
             Não são somente os rios que sofrem diretamente a poluição ocasionada pelos homens. Os oceanos constantemente são vítimas de derramamentos de petróleo (considerado o principal poluente marinho), ocasionado por vazamentos em poços petrolíferos marítimos e também navios petroleiros. Esse óleo demora vários anos para ser absorvido, formando uma camada na superfície das águas, impedindo a oxigenação da própria e muitas vezes matando a flora e a fauna do lugar, alterando bruscamente o ecossistema daquela região.
             As águas ainda podem ser contaminadas indiretamente, por meio de aterros sanitários mal forrados, fazendo com que substâncias tóxicas derivadas do lixo, como por exemplo, o chorume, cheguem aos lençóis freáticos (depósitos de água subterrâneos). Até mesmo o lixo jogado ao ar livre pode contaminar essas reservas de água.
             Apesar da alta tecnologia que possuem, lugares como o leste dos Estados Unidos e norte da Europa têm áreas com águas muito poluídas.
             Notando a importância que a água tem na vida de todos, criou-se meios para que ela ficasse limpa, ou seja, potável, para que nós pudéssemos utilizá-la sem medo algum. Um dos meios mais utilizados para o seu tratamento consiste em: primeiro a água passa bem devagar, sem ser agitada, pelos tanques de decantação, onde as partículas mais grossas e inclusive ovos de parasitas, chegam ao fundo. Depois ela passará pelos filtros, geralmente de areia e pedrinhas, onde serão removidas as impurezas que não foram retiradas no decantador. Por último ocorre a desinfecção, onde normalmente é aplicado cloro à água. Esse processo de cloração é barato e além de destruir parasitas, remove compostos químicos que porventura poderiam dar cheiro e sabor à água.
             Existe uma forma de tratamento inovadora, por meio de uma planta aquática chamada aguapé. Essa planta chegou a ser considerada uma “praga”, mas pode ser utilizada na remoção de grande parte dos resíduos orgânicos de um reservatório, por exemplo. Elas são flutuantes e possuem as raízes imersas. Essas raízes retêm partículas orgânicas presentes na água e esse material será decomposto pela ação de microrganismos, servindo assim, como nutrientes para as plantas. Esse sistema já é usado em algumas cidades do interior paulista e parece ser uma boa alternativa para ajudar na limpeza de uma substância tão importante para todos os seres vivos.
             Em certos países árabes existem usinas para a dessalinização da água do mar devido a sua escassez. O custo para se fazer esse processo é muito caro e por ter esse alto preço um litro de água potável pode custar o dobro do litro de gasolina.
             Outro fato que merece destaque é que as indústrias nunca foram muito preocupadas com seus detritos industriais, sempre os jogaram principalmente nos rios, mas agora, com a implantação do controle de qualidade e principalmente legislação ambiental mais rigorosa, estão gastando uma quantia razoável para manter uma boa imagem mediante o consumidor, desse modo tendo um mercado para seus produtos.
             Levando em consideração a situação atual conclui-se que não basta apenas algumas iniciativas privadas e governamentais incentivando o não desperdício e o uso racional da água, todos devemos estar cientes de que se a água não for prioridade, o que será?

Bibliografia:
· Cavinatto, Vilma Maria – Saneamento Básico (Fonte de Saúde e Bem-estar).
· Almanaque Abril 95


Aluno: Paulo Villalobos Wiezel
Escola: EE. Conde Francisco Matarazzo, Santa Rosa de Witerbo
Professora: Aparecida de Fátima Gonçalves

Água: purificação química e uso racional

              A água é essencial à existência dos seres vivos, é o meio ambiente de todos os animais e plantas aquáticas, ou seja, da maioria das espécies. Ela constitui o elemento principal de todas as células no estado de vida ativa. No homem, a água corresponde a cerca de 60 a 70% do peso do corpo.
                Na antiguidade, a água foi considerada um elemento simples, entretanto, o químico e físico Henry Canvendish, nascido em Nice, em 1731, descobriu que, na realidade, é uma combinação de oxigênio e hidrogênio de fórmula molecular H2O. Os experimentos desse cientista fizeram sucesso, exemplo disto é a combinação de nitrogênio e oxigênio pela ação de faíscas elétricas.
             Hoje, a água potável sofre grandes problemas. A previsão de falta foi adiantada por pesquisadores de 2010 para 2003. Isto ocorre como conseqüência das grandes devastações de áreas preservadas, onde se localizam muitas das nascentes de água potável. A contaminação de leitos de rios e lagos onde são lançados esgotos pela ação do homem causa muitos danos ao próprio e ao meio ambiente, que, por sua vez, é o maior responsável pela preservação de nossas águas.
             O aterramento do lixo urbano, dependendo da sua localização, pode ser um grande poluidor de lençóis freáticos.
             O volume de água existente na Terra é de 1.360milhões de Km3, dos quais 95,5% são águas salgadas e 2,2% estão imobilizadas nas calotas polares e nas geleiras. Portanto, restam 2,3% de água doce utilizável, incluindo aquelas dos lagos, cursos d’água e da atmosfera e principalmente, do subsolo. Na América há os maiores aqüíferos do mundo, conseqüentemente possuímos os melhores reservatórios de água potável.
             No Brasil, estamos sofrendo com o racionamento de energia elétrica. Esta, por sua vez, necessita de grandes volumes de água para que seja obtida, pela energia motriz das águas nas rotações das turbinas. Deste modo a falta de água ocasiona a falta de energia.
             De todas as regiões do Brasil, o Nordeste é a que não conseguiu atingir a meta de consumo de energia elétrica, teve que aplicar o plano B do governo, conhecido como “feriadão”.
             A seca do Nordeste sempre foi uma preocupação para o governo, os investimentos de recursos poderiam mudar essa situação, uma vez constar que há, nesse local, grandes lençóis d’água.
             Mesmo a Europa, considerada como um continente de primeiro mundo sofre problemas com a falta d’água; por exemplo, temos a França que conseguiu desenvolver os melhores perfumes do mundo, para substituir os banhos diários de nós, brasileiros.
             A água potável no Brasil tem, no mínimo, 70mg e, no máximo, 500mg de sais dissolvidos por litro, baixas quantidades de nitratos e nada de amônio.
             No mundo inteiro a água tem aspecto físico-químico incolor, inodoro e insípido.
             É considerada como solvente universal. Tem como ebuliometria a uma atmosfera, equivalente a 100ºC e criometria a mesma pressão, equivalente a OºC.
             É o único solvente que a -123ºC, a vácuo, participa do 5º estado da matéria, em que a água em estado sólido volta a seu estado líquido natural.
             A molécula da água não é linear, seu ângulo, formado pelos átomos de hidrogênio, tendo o oxigênio como vértice, é de 104,5º.É também uma molécula polar, ou seja, apresenta maior densidade de carga negativa na extremidade do oxigênio, enquanto na extremidade dos hidrogênios é maior a densidade de carga positiva. Esta polaridade é o que permite a associação das moléculas de água nos estados líquidos e sólidos. Elas se mantêm agregadas através das pontes de hidrogênio. Sendo assim um mesmo átomo de oxigênio é compartilhado por dois átomos de hidrogênio.
             Apesar de característica e aspecto tão simples, a água é indispensável à vida de seres humanos e animais, sendo que, na maioria dos casos de utilização pela população, ela exige tratamento e saneamento básico.
             Quando pensamos em tratamento de água, lembramos de diversos tipos de filtros, mas não é bem assim, há uma porcentagem mínima de produtos químicos a serem adicionados, por exemplo, visando o aceleramento do processo, adicionamos sulfato de alumínio para a aglomeração das partículas suspensas na superfície da água, outros produtos são de muita importância na descontaminação e na fosfatização de ossos e proteção contra cáries.
             Na última feira de Ciências em nossa escola tive a oportunidade de trabalhar com o tratamento de água usando um mini processador conhecido como ETA. Era um tanque de vidro, que facilitava a observação de todo o processo e principalmente das camadas de carvão e pedregulho no filtro final.
              Duas soluções eram acrescentadas em determinadas fases do processo. A primeira era o sulfato de alumínio, adicionada na etapa de floculação, havia um motor elétrico que movia a rotação da hélice dentro do tanque. Na parte de decantação do tanque adicionamos flúor diluído que, depois de decantado, ia para parte final do processo da ETA, a filtração.
             A água bruta que adicionávamos ao processo tinha grande teor de barro, entretanto na etapa final, tínhamos uma água de aspecto límpido e cristalino.
             Falando assim parece um tratamento simples, mas quando visitei o local de  tratamento de água de minha cidade, observei que a noção que tive na feira de Ciências é muito superficial em relação ao tratamento de água coletiva.
             A água que vai ao processo da ETA é captada de um riacho que entra no processo com a denominação de água bruta. Adicionamos os primeiros reagentes químicos como a pré-cloração, a soda cáustica, produto utilizado na correção de pH e sulfato de alumínio, na etapa de floculação. Eram vários tanques com etapas diferentes do processo de purificação. O que me impressionou foi a etapa de filtração e sua lavagem, conhecida como regeneração, pois o processo exige tubulações complexas de lavagens de carvão e comportas que aglomeram grandes volumes de água provindas dos tanques de decantação. O processo de filtração me decepcionou, uma vez que o professor disse que para a lavagem desse filtro são necessários cerca de 30 mil litros de água purificada e pronta para o consumo.
              Devemos nos preocupar agora, além do desperdício de água, com os causadores da poluição do meio. Os esgotos, lixos urbanos, industriais e gases poluidores serão sempre um grande problema para o homem.
Em relação ao esgoto existem tratamentos essenciais para não contaminação do meio. Algumas indústrias já estão adotando medidas importantes para o tratamento de esgoto, conhecido como Tratamento Biológico do Esgoto.
Esse fenômeno ocorre por ações de bactérias, fungos, algas e vermes, por meio de autodepuração, onde os materiais orgânicos são convertidos em produtos mineralizados inertes por mecanismos puramente naturais. A partir de fermentações anaeróbicas, os microorganismos facultativos transformam compostos orgânicos complexos em substâncias de compostos mais simples.
             A população mundial quadruplicou desde 1900, mas o consumo de água, no mesmo período, aumentou dez vezes. Esse consumo, contudo, não representa mais de 10% dos recursos naturais disponíveis.
Se a escassez de água em escala global não é um problema, colocam-se questões relacionadas à poluição dos recursos hídricos, ao abastecimento das grandes cidades e áreas industriais, ao fornecimento de água para irrigações, fatores que às vezes são associados a períodos longos de estiagem.
             A conscientização desse fator é necessária por cada um, pois nada adiantaria falar ou escrever sobre o assunto, sem que a população se comova ou não sinta no seu cotidiano o quanto este recurso é importante.
             Acredito que as palavras para serem sentidas demorariam, mas a possível conseqüência de atitudes erradas nos fazem tomar uma decisão mais rápida visando à solução do problema.
             A cada momento o problema se torna mais difícil de ser resolvido, pois cada gota desnecessária de água que sai das torneiras ajuda a secar um rio ou então volta a ele poluído.
             Por que não usar somente o necessário, por que o desperdício?
             Será que as mãos doem ao fechar uma torneira enquanto se escova os dentes, ou então, quando se ensaboa o corpo durante o banho?
             Será que as águas que são utilizadas nas lavagens das roupas não serviriam para lavar os quintais?
             O melhor seria deixar o comodismo de lado e usar a inteligência antes de tomar qualquer atitude que poderá lhe causar um dano irreparável.

Bibliografia
·        Microbiologia de lodos ativos fascículo 4 da Cetesb.
·        Enciclopédia Larousse Cultural nº1.
·        Revista Super Interessante.


Aluno: Thiago N. Harada
Escola: Vera Cruz
Professor: Rodrigo M. Liegel

Terra Planeta Água

               Por mais que os elementos químicos fundamentais estejam presentes na matéria de todos os astros do universo, só as condições especiais de nosso planeta, como sua idade, tamanho, velocidade de rotação, parâmetros orbitais, natureza de sua atmosfera, distância do sol, força do campo magnético, intensidade de radiação. fluxos de partículas energéticas o tempo, em ais uma infinidade de fatores, permitiram o surgimento da vida.
              Mas a vida não poderia existir sem um importantíssimo fator: a água em estado líquido, que os bioquímicos consideram como o solvente das moléculas que contêm carbono, o qual é essencial para a vida. Além disso, este elemento apresenta extrema importância, pois todas as substâncias absorvidas pelos seres vivos e todas as reações de seu metabolismo se dão por via aquosa. Embora a presença da água já tenha sido identificada em todo o universo, somente na Terra foi comprovada sua existência em estado líquido.
              Tudo o que ocorre e ocorreu desde a origem da vida dá-se na biosfera, uma fina camada que envolve o planeta, na qual vivem e se reproduzem os vegetais e animais incluindo o homem, onde cerca de 1,3 bilhão a 1,4 bilhão de km3 de água preenchem os vazios da crosta terrestre, cobrindo três quartos da superfície e integrando a atmosfera. Contudo, embora as águas ocupem cerca de 71% da superfície terrestre, apenas 0,63 do volume total das águas é doce e está em estado líquido; a maior parte não é aproveitada por questão como inviabilidade técnica econômica e financeira. Além disso, esta água doce não se encontra distribuída uniformemente por toda a superfície do planeta, sendo que 2/3 da água doce se encontra nas calotas polares. Do restante, uma parcela muito pequena cabe à Austrália; na África e na Europa a água também não é abundante, embora possua  cada uma o dobro do volume do que há na Austrália. Na América do Norte há o dobro do volume de água do continente africano. As regiões do globo mais favorecidas são a Ásia e a América do Sul, sendo que nessa última, só o rio Amazonas despeja mais de 6 mil km3 de água doce por ano no Oceano Atlântico.
                Não é por acaso que as primeiras civilizações se instalaram em regiões onde havia solo fértil e sempre às margens dos rios, locais onde havia disponibilidade de água essencial ao atendimento de suas necessidades básicas. Nas cidades do Antigo Egito por exemplo, após a revolução agrícola que ocorreu cerca de 5000 anos antes de Cristo, seu desenvolvimento aconteceu próximo aos rios, que atendiam às suas demandas domésticas e agrícolas no consumo da água. Posteriormente, esse elemento também passou a ser utilizado na movimentação de máquinas que cortavam madeira, em moinhos de grãos e, finalmente, em processos industriais, com os motores a vapor. Além de tudo isso, hoje em dia, a água ainda é fundamental na geração de empregos (agricultura e indústria), servindo como insumo para a produção de alimentos e bens de consumo e está  ligada a praticamente todas as formas de lazer, como o turismo, que também afeta a economia de um país.
              Partindo do princípio de que a evaporação e a precipitação das águas do mar repõem a água doce encontrada no planeta, no seu uso pelos seres humanos deve acontecer de forma cautelosa, para não afetar de maneira impactante esse ciclo natural. Como no caso da irrigação, que é, a princípio, a redenção da agricultura em áreas atingidas pela seca ou de solo árido. Ela deve, no entanto, obedecer a uma análise de conjunto (meio ambiente envolvido e suas características) e não respostas diretas de planejamento, para que a transposição de rios, a construção de poços artesianos e outras medidas destinadas a favorecer esse processo não sejam relevantes em relação ao impacto ambiental e a sua sustentabilidade a longo prazo. Os projetos de irrigação e a drenagem das áreas agrícolas devem ser considerados de risco, já que apresentam o carregamento de agrotóxicos, defensivos e adubos químicos de volta para os leitos dos rios  e sua deposição nos reservatórios e lençóis freáticos, que abastecem os trabalhadores agrícolas e suas famílias.
              A grande oferta fez da água a substância ideal para ser empregada como solvente universal na limpeza e transporte de praticamente todos os tipos de resíduos criados pelo homem. Podemos dizer que foi graças ao baixo custo associado ao uso excessivo da água, um dos principais fatores que guiaram o desenvolvimento de nossa sociedade atual. Porém ao longo de nossa história, o desenvolvimento das sociedades em seus diferentes aspectos tem conduzido o planeta a um cenário de escassez. O uso indiscriminado, o consumo crescente diretamente relacionado ao crescimento populacional, a má utilização, a poluição das águas em seus fluxos naturais acarretam um aumento direto na demanda de água doce, já atingindo 415 do total disponível. Hoje, apesar de teoricamente os 14 mil km3  ainda satisfazerem essa demanda, muitas áreas do globo terrestre sofrem com a escassez, devido a secas localizadas, lençóis subterrâneos, rios e lagos poluídos por dejetos industriais ou esgoto e até, simplesmente, pelo desperdício de  até 40% da água supostamente destinada ao nosso uso.
              A água potável de boa qualidade é essencial para a saúde e o bem estar humano. Entretanto, a maioria da população mundial ainda não tem acesso a este bem essencial, o que acarreta na degradação do meio ambiente e da saúde da população em questão. A pobreza, combinada com os baixos índices de saneamento básico em algumas regiões é no momento responsável pela morte de uma criança a cada 10 segundos no mundo. Hoje morrem 10 milhões de pessoas por ano por causa de doenças que poderiam ser evitadas se a água fosse tratada. Os poluentes aquáticos mais sérios são os microorganismos patogênicos ou seja aqueles que causam doenças e conseqüentemente a morte. Esses microorganismos encontram-se freqüentemente nos excrementos dos humanos e animais, podendo ser a forma de bactérias, vírus, parasitar, etc. É através dessas águas residuais que os microorganismos “aportam” em corpos aquáticos receptores que desta maneira podem ser repassados a novos indivíduos.
              A eutrofização artificial  é outra maneira de poluição superficial, especialmente em lagos e reservatórios. Ela acontece quando há um processo de enriquecimento de nutrientes, principalmente de Fósforo, por parte destes corpos aquáticos, já que ele  e mais elementos como o Carbono e o Nitrogênio são majoritários e limitantes para o crescimento dos microorganismos. Assim há uma aceleração nesse processo, que normalmente levaria milhares de anos, graças aos sedimentos e materiais dissolvidos que são constantemente carregados para lagos e reservatórios.
              Essa deterioração das fontes naturais vem acontecendo de forma crescente no mundo, especialmente nos últimos 50 anos. Esses problemas relacionados à poluição da água, se intensificaram após a Segunda Guerra Mundial, quando foram observados  aumentos significativos nos processos de urbanização e industrialização. Porém, desde o início deste século, têm sido adotadas medidas de saúde pública visando a minimização dos  efeitos das doenças especialmente nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Tais medidas envolvem prioritariamente algumas estratégias de controle como o tratamento e desinfecção da água destinada ao abastecimento público e a coleta e tratamento dos esgotos, ou seja, respeitar o direito de todo o cidadão ao saneamento básico.
              Diante dessas necessidades que se apresentam métodos de tratamento, foram desenvolvidos para eliminar os riscos de contaminação. A filtração da água, já no início do século XIX, mostrou-se eficiente, embora sua utilização mais ampla só tenha se dado na virada para o século XX.
              Um grande número de processos de tratamento tem sido empregado para atender às necessidades das populações modernas, como a construção de estações de tratamento de água, que reúnem um conjunto de instalações, dispositivos equipamentos destinados a tratar água bruta para o uso público ou industrial. Entre eles são:
              O armazenamento e a sedimentação simples são usados ocasionalmente, embora tenham sido largamente superados por processos mais eficientes. Uma sedimentação mais rápida é obtida pelo emprego de coagulantes químicos. A coagulação é em geral seguida pela filtração e completada pela desinfecção, como precaução final para a eliminação de germes patogênicos.
              A aeração, certos tratamentos químicos ou o carvão ativado reduzem ou evitam os gostos ou odores. O carvão ativado desempenha sua função mediante as propriedades absorventes que possui, como a estrutura altamente porosa e a grande área superficial, que permitem remover e reter muitas das impurezas da água. O amolecimento da água, a remoção do ferro e a correção de excessiva corrosividade constituem processos de tratamento que vêm sendo empregados crescentemente pelas comunidades.
              A desinfecção da água, baseia-se na destruição das bactérias patogênicas que ela possa conter. Nesse processo os coliformes fecais são destruídos, resultando na redução do número de outras bactérias. O cloro é usado quase universalmente na desinfecção da água por ser relativamente barato, seguro e por não apresentar grande dificuldade em seu manuseio.
              O abastecimento de água para as cidades gera invariavelmente um outro grande problema. Toda essa demanda de água irá se tornar esgoto, que deve ser coletado e eliminado depois de tratado. Porém ainda há métodos primitivos de remoção dos dejetos humanos em atividade, principalmente em áreas pobres que não recebem qualquer tipo de saneamento básico. Estes devem ser urgentemente substituídos por redes de coletores de esgotos, cuja finalidade é afastar o mais rapidamente possível os dejetos humanos, para evitar contaminações que geram enfermidades entre outros problemas.
              Normalmente, essas populações menos favorecidas encontram nas áreas de mananciais, devido aos vários problemas sociais nas cidades, que apesar de oferecerem muitas oportunidades de trabalho (em relação ao campo), não oferecem infra-estrutura capaz de atender tal adensamento populacional, além da especulação imobiliária e da macrocefalia do setor terciário. Assim, sem alternativas, essas pessoas encontram nestes locais uma moradia barata e relativamente perto dos grandes centros, porém sem infra-estrutura básica nenhuma, o que acarreta  numa piora na qualidade das águas dos mananciais que seriam destinadas para o uso público.
                A recuperação das bacias hidrográficas degradadas por um uso inadequado é um primeiro passo para acabar com uma série de problemas, que tem como raiz a degradação dessas áreas. É preciso planejar e investir na execução de ações como: o reassentamento de populações instaladas em áreas impróprias, o reflorestamento de áreas desmatadas, a recuperação de áreas degradadas por disposição inadequada de resíduos sólidos, implantação de infra-estrutura de saneamento básico, contemplando obras de interceptação, tratamento e disposição final dos afluentes líquidos, a coleta, o tratamento e disposição final do lixo urbano e obras para combate à erosão e minimização de inundações, entre outras: Tudo para chegar a um convívio equilibrado e sustentável com a natureza que nos serve.
              Uma proposta de desenvolvimento é sustentável quando a velocidade da inevitável agressão ambiental é menor que a velocidade com que a natureza consegue compensar esses danos. Porém, o modelo econômico, político e social atual, baseado no consumismo exacerbado (intenso), gera a exaustão e a fadiga dos recursos naturais e, assim  reduz o rendimento energético do sistema produtivo, que depende dos insumos naturais. A conseqüência é que a demanda de energia vai até a exaustão dos recursos naturais, formando um círculo vicioso de exploração indiscriminada. Se isso continuar no ritmo em que estamos, podemos chegar a um ponto de esgotamento total não só da água, que é essencial em vários aspectos para nós, mas de todos os recursos de que a natureza no prove. Fica portanto, evidente que é preciso criar um consenso não só no plano local como no plano global para uma política conservacionista em âmbito não só legal, mas em termos de conscientização, para que surjam como resultado, por exemplo, maiores esforços da comunidade científica na busca por tecnologias ambientalmente corretas.
              A água é vida. Em maior parte somos água. Das águas dependemos, sem fuga possível. Que ironia seria se morrêssemos por falta d’água num planeta que á azul pelo fato de sua existência?

Bibliografia
- Grassi, Marco Tadeu. As águas do Planeta Terra. Cadernos temáticos de Química Nova Escola, v 1p.31, maio 200
- Decálogo das águas. Rio de Janeiro: Fundação Onda Azul
- Projeto de reciclagem de nutrientes da biomassa: um ciclo dos ciclos. Purificação águas em regiões tropicais: Petrópolis: Instituto Ambiental, 1996, 15p.
- Tecnologias para tratamento de água. Revista Meio Ambiente Industrial, p.98-102, março/abril 2001
- As Vantagens do reuso e reciclo de águas. Revista Meio Ambiente Industrial, p.81-85, novembro/dezembro98