2º Ano do Ens. Médio
Camila Santos Matos de Freitas Ribeiro
Dhiego Alves Dinello, Fabio Henrique Polegato, Murilo
Freitas Bagli e Renata Rouxinol Gomes
Felipe M. Antunes
George Ivan Guimarães
Guilherme Coelho Cunha
Gustavo Brechesi Servilha
Leandro Dantas de Santan
Leonardo Augusto Martins
Luiz Felipe Lopes Couto e Priscila Medeiros Telles
Michele Freitas Pinheiro, Lucia Helena da Silva Dias,
Tatiane B. Tartarim, Deise de Oliveira Sanches e Viviane F. da Costa
Nagilton Bou Ghosn
Nelson Donizette Rossi Jr.
Paulo Villalobos Wiezel
Thiago N. Harada
ÁGUA: Uso Racional e Purificação Química
Um
fator primordial para a sobrevivência dos organismos vivos é,
sem dúvida, a água que constitui, nos seres humanos, 75%
do cérebro e dos músculos, 85% dos rins e 23% dos ossos.
Basta que o teor desta caia 20% no corpo, para provocar a morte dos tecidos.
Em uma das suas teorias, já revista, o filósofo Tales dizia
que a água é a matéria básica, a partir da
qual se formam todas as outras. Isto não é verídico,
porém, é inegável sua necessidade à vida das
células.
Mesmo sendo 78% da terra composta de água, apenas 3% desta é
potável; e se encontra mal distribuída. Muitos são
os fatores que contribuem para tal problema, tais como a irregularidade
de precipitações e as condições geológicas.
Como exemplo, pode-se citar o Brasil. Localizando-se, em sua maior parte,
na zona intertropical, desfruta, em 90% de seu território, de índices
pluviométricos que variam entre 1000 e 3000mm. O sertão é
a única região que não se enquadra nesses parâmetros.
Devido a tais características, o país conta com vastas e
densas redes de drenagem e importantes excedentes hídricos que,
no entanto, distribuem-se de maneira inadequada às exigências
demográficas: a Amazônia, por exemplo, uma das maiores bacias
fluviais, configura um dos três vazios demográficos do mundo.
Apesar de ciente da importância da água, o homem pouco tem
contribuído para a solução dos problemas resultantes
de sua má utilização. Desde os primórdios
da humanidade, o uso da água é feito de maneira extensiva,
sem a mínima preocupação com suas limitações,
sendo que o acúmulo dos resíduos domésticos e industriais,
ao longo dos rios, tornou-se mais intenso durante a revolução
industrial, período da História em que o homem passou a concentrar-se
nos centros urbanos e a desenvolver técnicas mais produtivas.
A partir de então, a situação só piorou, e
o cenário no qual estamos inseridos é lamentável.
Segundo dados da ONU, 54% das reservas disponíveis de água
doce são utilizadas a cada ano. Essa cifra deve subir para 70% em
2025, só com o crescimento populacional. Além disso, muitos
fatores contribuem para o agravamento dos problemas, dentre os quais pode-se
destacar:
a) A Eutrofização desorganizada: consiste no lançamento
de matéria-orgânica em rios e mares, permitindo, assim, a
proliferação de seres aeróbios (bactérias e
algas) que, por sua vez, consomem grande parte do oxigênio presente
na água, acarretando na morte, por asfixia, de todos os seres que
dependem dele para realizarem suas atividades vitais. O que se vê,
a partir desse momento, é o aumento de bactérias decompositoras
anaeróbias que liberam toxinas durante o processo de decomposição
cadavérica, principalmente dos peixes.
Em alguns casos, ocorre a proliferação de diniflagelados
(protistas fotossintetizantes), que acabam conferindo à água
a coloração vermelha. Tal fenômeno é conhecido
como Maré Vermelha, durante o qual ocorre a liberação
de substâncias tóxicas na água.
b) Os efluentes industriais: destacam-se entre os principais poluidores
os detergentes, o Cromo, o Arsênio , os Cianetos, o Chumbo, o Cobre
e o Mercúrio, sendo que os três últimos, ao entrarem
em contato com a água, passam por transformações,
originando compostos extremamente perigosos que podem ser absorvidos por
peixes e frutos do mar. Já os detergentes biodegradáveis
possuem uma tendência a acumular-se nas cadeias, igualmente aos não
biodegradáveis (caíram em desuso, devido a uma lei federal),
mas, no entanto, têm a vantagem de serem facilmente decompostos.
c) O lixo
urbano: ao ser soterrado, entra em contato com lençóis freáticos,
contaminando-os.
d) A água dura: altas concentrações de sais de cálcio
e magnésio na água desencadeiam reações com
detergentes e sabões, tornando-os duros. Essa dureza faz com que
tais produtos adiram menos à água mas, juntamente com os
demais resíduos, agravam o problema da poluição.
e) O desperdício agrícola: de toda água utilizada
para fins agrícolas, apenas 40% é aproveitada, uma vez que
a maior parte da irrigação é feita através
de técnicas rudimentares e em horários de alta evaporação.
Já os resíduos liberados pela agricultura, formados majoritariamente
por sais, adubos, pesticidas e esterco, intoxicam diversos seres. Um exemplo
prático disso é o uso do DDT, inseticida que possui efeito
acumulativo na cadeia alimentar.
A somatória de todos esses percalços vem despertando a consciência
de parte da sociedade, porém vagarosamente, devido à necessidade
capitalista do lucro de alguns de seus segmentos. Para os demais, que ignoram
o valor das conseqüências funestas, a conscientização
seria atingida através de leis estaduais e federais que acresceriam
um valor às taxas cobradas pelo uso da água, que variariam
de acordo com o consumo de cada um.
Essa medida, talvez, incentivasse os empresários a investir em métodos
de uso racional dentro de suas empresas, para que não fossem altamente
atingidos pelas cobranças extras.
Um deles seria a reutilização da água, aquela mesma
lançada em rios e esgotos sem a menor preocupação
com o impacto no meio ambiente. Através de estações
de tratamento, dentro das próprias firmas, a água seria tratada
e purificada, tornando-se apropriada para um novo consumo interno.
A ampliação da educação ambiental, junto
aos funcionários, para que saibam usá-la dentro da empresa
e em suas próprias casas, é outro ponto a ser discutido,
e pode ser auxiliado pela mídia, numa escala maior, uma vez que
esta possui um raio de abrangência capaz de atingir toda uma nação.
As iniciativas governamentais deveriam manifestar-se através de
campanhas de conscientização populacional quanto à
iminência da escassez de água potável, à sua
correta utilização e ao desenvolvimento de formas convencionais
ou não de purificação, como por exemplo a dessalinização,
que consiste no aproveitamento da água salgada existente em abundância
no Planeta. Esta pode ser feita através da evaporação,
colocando a água a ser dessalinizada em tanques de fundo preto,
coberto por teto inclinado, de vidro ou plástico transparente, que
permite a passagem de luz solar. Os vapores se condensam na parte interna
do teto e a água é recolhida em canaletas. Esse processo
é barato e simples. Contudo, envolve grandes áreas para abrigar
os tanques.
Além da dessalinização por evaporação,
pode-se realizá-la por congelamento. Já que a água
do mar é uma solução consideravelmente diluída,
ao congelá-la obtém-se o gelo puro, isto é, sem o
sal. Entretanto, este é um processo de alto custo e impõe
dificuldades técnicas.
De todos os processos de dessalinização, o mais primoroso
é o da osmose reversa, visto que, além de tornar a água
potável, elimina fungos, vírus e bactérias.
A osmose reversa ocorre ao se aplicar pressão no lado da solução
mais concentrada salinamente, revertendo-se a tendência natural.
Nesse caso, a água da solução salina passa para o
lado da água pura, ficando retidos os íons de sais nela dissolvidos.
A pressão a ser aplicada eqüivale a uma pressão maior
que a pressão osmótica característica da solução.
Esses métodos vêm sendo muito utilizados em diversos países,
como Israel, detentor de mais de cinqüenta usinas em funcionamento.
A tendência é difundirem-se cada vez mais, tornando-se mais
acessíveis e viabilizando custos e processos.
Pode-se citar também, e, neste caso, mais acessível ao orçamento
das prefeituras, a purificação por meio de estações
de tratamento de água (ETA), que se baseia na potabilização
da água provinda dos mananciais. Inicia-se com a gradação,
quando se detêm materiais flutuantes de maiores dimensões
e adicionam-se produtos facilitando a floculação.
Nesta etapa há a adição de sulfato de alumínio,
para que haja formação de flocos maiores, que serão
precipitados no próximo passo, a decantação, fase
em que ocorre a deposição de sedimentos por ação
da gravidade.
Logo após, a água é encaminhada para a filtração,
passando por camadas de areia fina e grossa, cascalho fino e grosso, carbono
e turfa, quando se removem materiais em suspensão. Com o recebimento
de cloro, reduzem-se as bactérias que alteram as características
da água, inclusive química. Após a filtragem, a água
é encaminhada para os reservatórios, sendo que já
está praticamente tratada e, em algumas estações,
recebe luz ultravioleta. No decorrer desta fase é feita a correção
do PH a fim de evitar a corrosão dos encanamentos, que provoca desperdícios.
É necessário, ainda, fazer o abrandamento da água,
diminuindo sua dureza, através do aquecimento ou aplicação
de hidróxido de cálcio.
Completando o tratamento do bem mais precioso da humanidade, há
uma série de análises de rotina e, em seguida, ela é
encaminhada às caixas d’ água da cidade, para distribuição.
Além das estações de tratamento de água (ETA),
existem também as estações de tratamento de esgoto
(ETE). Em geral, as estações situam-se nas proximidades dos
locais receptores, tais como lagos, represas, ou um curso d’ água
qualquer. Em sua maioria, o corpo receptor é um rio.
O material que é capturado recebe o nome de esgoto bruto e, num
primeiro momento, procuram-se deter as partículas maiores, como
galhos de árvores, objetos arrastados, que ficam retidos nas malhas
de diferentes espaçamentos (gradação). Também
é adicionada uma substância coagulante a fim de unir as partículas
menores, formando outras mais densas.
O processo prossegue nos desarenadores, quando todos esses materiais granulares
são retirados. O próximo passo ocorre em decantadores primários.
É nesta fase que as partículas sólidas sedimentam-se
no fundo do tanque.
O resíduo ali acumulado é denominado de lodo que, através
de adensadores de gravidade e digestores anaeróbios, são
retirados do fundo do tanque. No caso dos digestores, bactérias
anaeróbias consomem a matéria orgânica que constitui
o lodo, liberando se gás que, geralmente, é aproveitado como
combustível, abastecendo equipamentos da própria estação.
O consumo de matéria orgânica pelas bactérias é
medido através de um índice chamado DBO ou DBO-5 (é
a quantidade medida de oxigênio necessária para oxidar a matéria
orgânica contida em um litro de esgoto, num período de 5 dias
em estufa). Nesse momento, o volume do lodo já diminuiu consideravelmente.
Em seguida, o esgoto passa por uma série de decantações
até ser escoado ao corpo receptor, que, geralmente, é um
rio.
Mesmo a água sendo matéria cíclica, a potável
é recurso escasso e inversamente proporcional ao crescimento populacional.
Portanto, sua falta aguda tende a agravar, como já ocorre na Índia
e na África. Tal questão exige reflexão sobre o futuro
global. Avanços da ciência, como o projeto Genoma, levam ao
aprimoramento quantitativo. É razoável, todavia, pensar no
âmbito qualitativo, tão preocupante e ameaçador aos
nossos descendentes. É agir e colher as ações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Diversos. Help! Sistema de Consulta Interativa. Ed. Klick.
FELTRE, R. Química Orgânica. Volume 3. São Paulo:
Ed. Moderna, 1996.
FOLHA de São Paulo. Jornal. 09/09/2001.
MARTHO, Amabis. Biologia das Populações. São Paulo:
Ed. Moderna, 1996.
MEHMI, Victor. Química Orgânica. São Paulo: Ed.
Moderna, 1990.
MORSON, W. Manual Global da Ecologia. São Paulo: Ed. Augustus,
1990.
SALLES, A. Química Orgânica. Série Objetivo: São
Paulo: Ed. Sol, 2000.
Aluno: Anna Carolina Barone
Escola: Colégio Bandeirantes, São Paulo
Professores: Soraya S. Snarteland, José R. L. de Almeida e Rosiani
Carla B. Telles
Terra: planeta mágoa?
Tristan,
no laboratório da estação de tratamento, analisa,
pensativo, algumas amostras de água bruta. Prestes a realizar os
testes de turbidez, depara com seu reflexo na superfície da água.
Conforme o tipo de material misturado a ela, a luz é mais ou menos
absorvida, e a imagem mostra-se diferente. Hoje a água está
tão turva que Tristan enxerga-se apenas como uma mancha. Uma lágrima
ameaça cair sobre a amostra, mas ele logo se ocupa de cuidar dos
testes de pH, odor e temperatura.
A próxima amostra a ser analisada é recolhida no tanque
de floculação, onde o acréscimo de cal e de sulfato
de alumínio promove a reação que libera o composto
responsável pela coagulação da sujeira. No reflexo
de Tristan, já se pode ver o esboço de seu rosto. Pensa o
químico: “E as tribos que não conhecem o espelho? Elas precisam
da água para saber quem são...”. E continua suas análises.
Após
a formação dos flocos, a água é conduzida ao
tanque de decantação, onde a sujeira coagulada, após
se sedimentar, é separada. Uma amostra da água decantada
chega a Tristan, antes da passagem pela filtração, onde é
feita novamente uma análise.
Além
dos testes já citados, há um de grande importância,
que determina o tipo e o número de microorganismos presentes na
água. Em várias etapas do tratamento, é feita a adição
de cloro (Cl2), cuja ação desinfetante tem a função
de destruí-los. Nesta fase da purificação, ele é
usado para garantir que a água não se contamine durante o
trajeto até a torneira do consumidor.
Tristan filosofa sobre suas aventuras pelas trilhas brasileiras: às
vezes, a água cristalina de uma fonte pode estar muito infectada...
No entanto, um pouco de cloro já resolve o problema. Além
dele, uma nova dose de cal é acrescentada para que a acidez da água
não provoque a corrosão das tubulações.
Complementando
a água purificada, há a adição de fluoreto
para proporcionar aos dentes em formação, um esmalte de melhor
qualidade e um sorriso mais bonito!
Sorriso... esta palavra não estampava os lábios de Tristan
desde que aquela enchente inundara sua vida. Agora ele saía do trabalho,
sob a chuva torrencial de setembro. São Paulo estava alagada e Tristan
enfrentava o congestionamento da cidade. Dentro do carro, com a música
“Asa Branca” tocando no rádio, sofria a memória das chamadas
águas passadas... Iara, a sereia do sertão. Conheceu-a em
sua viagem de férias ao Nordeste, anos atrás. Pensara ser
uma miragem, no entanto, era verdadeira aquela pele queimada de sol, os
olhos de mel, as mãos sujas da terra. Iara morava num dos casebres
escondidos entre os mandacarus da caatinga. Via chuva raramente. Ia buscar
água num açude distante. O pouco da água que tinha.
Com a cuia cheia, caminhava de volta para casa, quando deparou com os olhos
curiosos e aventureiros de Tristan. Olhos da cor do mar... o mar que nunca
avistara. Mergulhou tão profundamente neles que tropeçou
numa ossada de gado morto e caiu no chão duro. O jovem, encostado
no carro, veio socorrê-la. Levou-a para casa, cuidou do pé
torcido. Ele puxou assunto e ela deu corda para uma longa conversa, que
se desenrolava durante as visitas de Tristan, nos dias que se seguiram.
Ao fim de uma semana, o pé de Iara já havia sarado e ela
já podia ir buscar água novamente. Desta vez, levava Tristan
consigo. A moça, enquanto conversava, derramava um azulado dos olhos
de mel, um brilho no olhar que chamejava como os raios de sol que reluzem
do agito das águas. As águas: o sinônimo da vida. Ele
então reparou água que ela recolheria:
– Mas é uma água tão suja, você bebe e não
fica doente?
– Eu só uso pra me lavar, pra molhar a boca, pra cozinhar. Não
bebo muito, não. – E continuou entornando-lhe seu olhar. Já
era impossível nadar na vida que transbordava dos olhos daquela
sereia. Não seria uma gota de água suja capaz de apagar aquele
fogo...
Ele
não falou mais da água. Estava enfeitiçado de amor
por Iara, e ela parecia corresponder a tais sentimentos. No entanto, também
não trocaram uma palavra sobre o assunto. Foram correndo os dias,
como fluem os rios Solimões e Negro, que devido às suas diferenças
na composição, não se misturam, embora ambos sejam
feitos de água. Ele então teve de voltar para São
Paulo. Ela continuou no sertão, cuidando dos irmãos e do
pai.
Naquele ano, Tristan começou o estágio na estação
de tratamento de água, onde mais tarde viria a trabalhar. Nos anos
que se passaram, todas as vezes que chovia, ele lembrava-se do amor que
encharcara seu peito, que inundara sua vida. Até que concluiu a
faculdade e resolveu voltar ao sertão para reencontrar Iara.
Lá
estava, quatro anos depois, à porta da casa onde ela morava. Uma
senhora o atendeu, informando que a família que ali habitava havia
fugido da seca e da tristeza trazida pela morte da filha mais velha da
finada Sinhá Inajá.
– A senhora fala de Iara?
– Sim... Iara, a sereia do sertão. – E contou a Tristan o acontecido.
O químico ao compreender, chorou torrencialmente. Iara era mulher
da água. Afogara-se na seca...
Quase um ano depois, Tristan ouvia a música da seca no rádio,
preso no trânsito por causa das enchentes. Iara... estaria desidratada?
Ou infectada pela água barrenta do açude? Será que
ela não sabia que o simples ato de fervê-la destrói
os microorganismos patogênicos?
Se
ao menos Tristan lhe tivesse ensinado o tratamento caseiro da água,
se tivesse lhe dado o filtro com o carvão ativo, que retém
os maus odores e as substâncias tóxicas... ela não
teria morrido. Ele poderia ainda ter lhe trazido o hipoclorito de sódio,
que é bactericida e fungicida, ou um ozonizador, que transforma
o O2 do ar em O3 e este tem o poder desinfetante. Mas era tarde... Tristan
via as lágrimas da chuva deslizando pelo vidro e nelas, o tempo
que estava em suas mãos e ele deixou escorrer por entre os dedos.
Deveria ter ido visitá-la antes... Agora chorava sobre a água
derramada...
Pegou
a garrafinha de água do porta-luvas e deu um gole. Engoliu em seco.
Um raio iluminou a noite. Olhou para a água cristalina e enfim,
tudo ficou claro: o mundo inteiro sofreria a mesma dor que transbordava
de seu peito, se as pessoas não lavassem os olhos e se pusessem
a enxergar que assim como Iara, a água potável também
se tornaria o que se chamam águas passadas... Por enquanto, ainda
está na mão, mas escorre lentamente. Até que chega
o dia em que só fica a umidade, a saudade de quando ela dava seu
abraço e banhava o corpo e a alma com seu frescor, refletindo a
luz do sol e sendo o espelho daqueles que nela pousassem o olhar. Tristan
havia se descoberto através de Iara e agora também enxergava
o valor da água.
Será que o fator responsável pela escassez desse líquido
tão precioso é a má distribuição dos
recursos hídricos no planeta? Ou será o crescimento populacional
e seu conseqüente aumento do consumo da água?
Para
responder a essas questões, Tristan pensou no Brasil, país
que detém 16% de toda a água doce do planeta, possui maior
rio e o maior aqüífero subterrâneo, além de índices
recorde de chuvas. De fato, São Paulo só faltava naufragar
com a tempestade que caía lá fora. E Tristan ao chegar em
casa, deveria tomar um banho de dois minutos, por causa do racionamento.
Sim! As represas que abasteciam a cidade estavam em falta d’água...
A contradição se deve ao péssimo gerenciamento dos
recursos hídricos. O Brasil aproveita menos de 1% do seu potencial
de água doce. Só em São Paulo, dos 370 litros recebidos
por dia, em média, por cada morador, 40% é desperdiçado
devido a furos nos canos, redes defeituosas, ligações clandestinas
e mau uso da água por parte da população. Assim, a
cidade joga fora, por dia, um bilhão de litros de água, o
que equivale ao volume da Represa do Guarapiranga! Detalhe: toda essa água
foi tratada.
Enquanto isso, em lugares menos privilegiados como o sertão,
muitas pessoas morrem de sede. No entanto, se Iara soubesse quantos sistemas
o homem já inventou para recolher a água, botaria as mãos
na terra resolveria o problema, como o fez um lavrador nordestino: ele
aproveitava as poucas chuvas que caíam, usando barragens subterrâneas
para evitar que a água escoasse para lugares mais baixos e fosse
perdida. Assim, criava açudes sob o solo e a água se acumulava,
tornando a terra úmida e ótima para plantio. Houve
ainda um criador de gado do sertão, cujo gado era de altíssima
qualidade se comparado com os outros da região, que estavam enfraquecidos
pela seca. O que ele fazia era tirar os espinhos dos mandacarus, cactos
que guardam bastante água e muitos nutrientes em seu interior, e
alimentar os animais com eles. Outra planta utilizada para a alimentação
do rebanho bovino e caprino do sertão é a atriplex: por precisar
de cloreto de sódio para se desenvolver, dessaliniza toda a água
salgada lançada no solo, sendo muito útil para o aproveitamento
dos recursos hídricos dos nordestinos.
Mas
ninguém entende tanto de seca quanto os israelenses: eles vivem
num deserto quase sem rios, onde chove metade do que cai no sertão
cearense. Seus lençóis freáticos estão em deterioração
devido ao acúmulo de sal no solo. O que eles fazem? Dessalinizam
a água do mar e dos depósitos salobros subterrâneos
por meio da osmose reversa: a água salgada é empurrada a
alta pressão para dentro de um cilindro revestido de poliéster.
Ao atravessá-lo, ela deixa o sal e se purifica. O método
é três vezes mais barato do que o da evaporação
(consome bem menos energia). Para completar, os israelenses reciclam boa
parte do esgoto e assim, mantêm uma agricultura intensiva e uma produção
de 2,2 bilhões de litros de água doce por ano.
Como não bastasse a criatividade humana, numa vila do Chile
que também sofre com a seca, os moradores espremem a neblina através
de redes de náilon no alto da montanha. Em contato com elas, a neblina
se transforma em gotículas que são levadas por canos até
a caixa d’água da vila.
Voltando
os pensamentos para o Brasil, Tristan se dá conta que no lugar onde
Iara morava não há meios de empregar uma alta tecnologia.
Recorda-se, então, dos indianos de Baontha-Koyala que simplesmente
cavavam poços nos quintais das casas e guardavam a água das
poucas chuvas.
No
entanto, talvez a questão não estivesse exatamente na escassez
da água, mas em sua contaminação. Lá fora,
caía a chuva urbana: a ácida. As nuvens entornam-na pura,
mas os poluentes atmosféricos pelos quais ela passa se encarregam
de torná-la imprópria para beber. As plantas que essa chuva
regaria, trazendo a vida, acabam sendo por ela destruídas. Os monumentos,
as estruturas dos prédios, os rostos humanos vão pouco a
pouco se desbotando. Por fim, o que cai do céu, de graça,
acaba custando caro... E a água, apesar de ser o sinônimo
da saúde, pode ser o caminho para diversos microorganismos, metais
pesados e substâncias tóxicas adentrarem o organismo e causarem
doenças.
Tristan
conhecia um sistema de purificação utilizado numa cidade
próxima à capital, no qual a água passava por um tanque
cheio de aguapés e parte da sujeira, incluindo metais pesados e
substâncias tóxicas, era filtrada pelas raízes das
plantas. A água depois caía num solo filtrante e saía
pronta para receber um tratamento convencional (o mesmo feito na estação
de Tristan). Entretanto, existiam métodos mais simples, como o tratamento
caseiro. O químico novamente se culpa por não tê-los
ensinado a Iara...
Já
bem perto de casa, contorna o parque do Ibirapuera. O lago atualmente se
encontra em bom estado... Antes, a aeração não era
utilizada e os microorganismos aeróbios, em necessidade do oxigênio
(O2), promoviam a reação que liberava o H2S responsável
pelo cheiro insuportável de podridão. O simples ato de movimentar
a água, oxigenando-a, evitou que isso continuasse, além de
livrar a água do sulfeto de hidrogênio que porventura se formasse,
uma vez que ele é muito volátil.
Enfim, em casa. Amanhã é dia de visitar uma indústria
que está desenvolvendo uma tecnologia de purificação
dos efluentes industriais por meio da ultrafiltração. Assim,
a água é devolvida ao ambiente sem contaminá-lo. A
ultrafiltração consiste em utilizar filtros de porosidade
tão fina que as partículas coloidais ficam neles retidas,
embora as impurezas em forma de solução verdadeira consigam
passar.
Também
há indústrias que utilizam a desinfecção por
UV, a gravimetria, microfiltração e a osmose reversa, além
de métodos biológicos para tratar a água. Apesar disso,
ainda existem as que despejam produtos químicos nos rios. Somam-se
a elas as torneiras abertas. Os canos furados. As lágrimas dos olhos
que vêem a poluição e o desperdício. Há
muita água no planeta, mas a cada gota de descaso, o mundo afunda
um pouquinho.
Iara era apenas uma gota no oceano, mas nela, quantas moléculas
de água existiam? E quantas gotas como Iara, quantas pessoas tão
preciosas como a água vivem nesse oceano? E tantas são desperdiçadas...
Tristan
conclui que a falta de fartos recursos hídricos e o crescimento
da população e do consumo da água são fatores
que podem ser superados com a criatividade e com a razão. E tão
simples como ter ido antes visitar Iara, seria resolver a questão
da escassez do líquido que cobre 70% da superfície do planeta.
Tristan,
então liga a TV e o noticiário informa: “Os astronautas da
NASA avistaram a Terra do espaço. Ela não está mais
azul. Está cinza.”
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. PORTELA, Fernando; ANDRADE, Joaquim C. Secas do Nordeste. 13. ed.
São Paulo: Ática,
1996.
2. RAMOS, Graciliano. Vidas Secas.
3. MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina.
4. FELTRE, Ricardo. Química. 4. ed., v. 1. Química Geral.
São Paulo: Moderna, 2000.
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Paulo: AB, 1999.
6. CANTO, Eduardo Leite de; PERUZZO, Francisco Miragaia. Química
na Abordagem do
Cotidiano. 2. ed., v. 1. Química Geral e Inorgânica.
São Paulo: Moderna, 1998.
7. Normas para Tratamento de Água e de Esgoto. 1. ed. Porto
Alegre: 1974.
8. Projeto Ecologia – Qualidade das Águas. São Paulo.
9. Material fornecido pela Sabesp
10. Observando o Tietê. São Paulo.
11. Super Interessante. ANGELO, Cláudio; MELLO, Mariana; VOMERO,
Maria Fernanda. A
era da falta d’água. Julho, 2000.
12. Folha de S. Paulo. Erva que consome sal despolui solo e alimenta
animais, diz pesquisa. São
Paulo: 18 de fevereiro de 2000.
13. Diário de Pernambuco. Água doce está cada
vez mais escassa na Terra. Recife: 1 de outubro de
2000.
14. Aulas de Geografia
15. Aulas de Laboratório de Química.
16. http://www.terra.com.br/noticias/, Astronautas advertem que a Terra
está menos azul e mais
cinza. 31 de agosto de 2001.
17. SALGADO, Sebastião. Terra. São Paulo: Companhia das
Letras, 1997.
Aluno: Diogo Almeida Aparecido
Escola: EE. Maria Auxiliadora Marques, São Bernardo do Campo
Prof. : Marcos José J. Vian
Tratamento químico e o uso racional da água
Se
você se comove ao ver notícias como a seca no Nordeste, melhor
recolher suas lágrimas e guarda-las. A situação vai
piorar.
O grande
e velho pesadelo dos ambientalistas, de que as reservas mundiais de água
doce vão entrar em um colapso no século XXI, nunca esteve
tão próximo à realidade. Um estudo das Nações
Unidas prevê que 2,7 bilhões de seres humanos 45% da
população mundial, vão ficar sem água no ano
2025. O problema já afeta 1 bilhão de indivíduos,
principalmente no Oriente Médio e norte da África. Daqui
a 24 anos, Índia, China e África do Sul deverão estar
entre os países sem água. Nesses lugares, as reservas se
esgotarão completamente. Dados da UNICEF revelam que atualmente
cerca de 1,2 bilhões de habitantes, um quarto da população
mundial, não têm acesso a água potável.
O homem
está na Terra há milhares de anos, e só há
30 existe uma pequena conscientização de que a água,
dentre outros elementos essenciais à sua existência, está
acabando.
Pessoas
que pensam que pelo fato de o recurso água cobrir três quartos
da superfície terrestre ele é inesgotável, estão
muito enganadas. Se imaginarmos que toda água do planeta estivesse
numa caixa d’água de 100 litros, 97 corresponderiam a água
salgada, que não pode ser utilizada para abastecimento público,
trata-la para este fim é muito trabalhoso e muitíssimo oneroso.
Dos 3 litros restantes, 2,4 estão nas calotas polares e também
não podem ser utilizados, 0,6 litros são águas subterrâneas
de difícil acesso. Restam apenas alguns mililitros, cerca de apenas
100ml são próprios para o consumo. Para efeito de abastecimento
público, de água potável, bem menos de 1% de toda
a água do planeta pode ser considerado utilizável pela população.
Em
média, um indivíduo necessita de 1 a 3 litros de água
diariamente para atender suas necessidades básicas: ingestão,
cozimento de alimentos e higiene pessoal elementar. Entretanto, o consumo
per capita, calculado pela relação da quantidade de água
servida dividida pela população, vaia muito. No Brasil, bairros
com moradores de melhor poder aquisitivo, este consumo chega a cerca de
350 ou 400 litros/habitante-dia. Em alguns países africanos a situação
é muito triste: 14 litros/habitante-dia. Além disso, em alguns
países a qualidade da água é péssima.
Alguns estudos brasileiros mostram que cerca de 65% das internações
pediátricas no país ocorrem por doenças veiculadas
pela água, e quase 80% das consultas médicas têm o
mesmo motivo.
O
Brasil está entre aqueles países melhor abastecidos de água,
só a bacia Amazônica detém 15% de toda a água
doce do mundo. Mas infelizmente, esta abundância tem algumas conseqüências
negativas: o baixo custo da conta de água torna o brasileiro
acomodado e não o faz evitar o desperdício.
O
grande vilão é o desperdício doméstico, a descarga,
por exemplo, utiliza 40% do consumo total de água de uma casa. Em
alguns países como os Estados Unidos, as casas construídas
após 1995, são obrigadas a ter descargas com caixas de 6
litros. Se uma pessoa escova os dentes em cinco minutos com a torneira
não muito aberta, gasta entre 12 e 80 litros de água. No
entanto, se molhar a escova e fechar a torneira enquanto escova os dentes,
e ainda, enxaguar a boca com um copo de água consegue economizar
em média 45 litros. Num banho de 15 minutos com chuveiro elétrico,
utilizando o registro meio aberto, são gastos 45 litros em uma casa
e 144 litros em um apartamento. Se fechar o registro enquanto se ensaboa,
diminuindo o tempo do banho para 5 minutos, o consumo de água
cai para 15 litros em uma casa e 48 litros num apartamento. Hábitos
como varres a calçada, ao invés de enxágua-la , regar
plantas e jardins na parte da manhã e noite, que são períodos
onde há menos evaporação e lavar o carro uma vez por
mês e com um balde no lugar da mangueira podem ser ótimos
quando o assunto é economizar.
Percebe-se
também grande economia de água com a sua reutilização;
a água utilizada para lavar roupa pode tranqüilamente servir
para lavar o quintal, por exemplo.
Um
projeto interessante é o do estádio japonês Tokyo Dome,
que colhe as águas das chuvas. A água que é
captada no teto vai para um tanque no subsolo, onde é tratada e
distribuída pára os banheiros e para o sistema de combate
a incêndios do prédio. Um terço da água empregada
no Tokyo Dome durante o ano inteiro chega assim . é um grande
exemplo de reutilização de água, além
de diminuir o consumo de água pura.
Outro
bom exemplo japonês é um prédio-modelo construído
pela Agência Nacional da Terra, em Tokyo, que ensina como reusar
a água. A água potável que chega ao edifício
pela tubulação da rua, fica armazenada na caixa de água,
de onde é distribuída para higiene pessoal, ingestão
e cozinha. O líquido coletado no ralo segue para um tanque de tratamento,
no próprio prédio. De lá, parte realimenta os canais
da cidade e parte é despachada para uma segunda caixa de água
não potável, de onde segue para os banheiros dos apartamentos,
que não precisam de água pura. De lá finalmente corre
para a rede de esgoto. O restante da água não potável
vai para as atividades que consomem muita água, como fontes, irrigação
de jardins públicos e lavagem de carros. Tudo é reaproveitado.
A
maior parte da água de Orange County na Califórnia (EUA),
vem de um lençol subterrâneo. Depois do uso, o esgoto coletado
das casas vai para uma estação de tratamento convencional,
onde recebe uma primeira purificação. Depois é enviado
à “Fábrica de Água 21”, onde o tratamento é
mais complexo, lá se eliminam os elementos tóxicos, e o esgoto
passa por diversas filtragens, sofre adição de cloro, para
eliminar micróbios remanescentes e passa por cilindros que contém
uma membrana especial de poliéster, para eliminar as impurezas.
Para finalizar o tratamento, o esgoto é misturado à água
subterrânea e injetado no aqüífero. O primeiro objetivo
da recarga é manter o lençol sempre cheio, impedindo a infiltração
da água do Oceano Pacífico, que fica muito próximo
e pode contaminar o reservatório com sal. Lá dentro, ele
ainda será filtrado pelas rochas do subsolo. Depois de um ano estará
pronto para ser consumido outra vez.
Há também um método brasileiro de reutilização
da água, criado pelo pesquisador Enéas Salati e que utiliza
plantas aquáticas para despoluir a água. A água suja,
captada de um rio, passa por um tanque cheio de aguapés, parte da
sujeira incluindo metais pesados e produtos químicos, que são
prejudiciais à vida humana, é filtrada nas próprias
raízes das plantas. Depois cai num solo filtrante que cobre uma
camada de pedrinhas e um tubo furado. Essa água, filtrada pelo solo
e pelas pedras, sai pelo tubo pronta para receber um tratamento convencional.
Toda
água fornecida à população através de
sistemas públicos de abastecimento deve receber um tratamento. Este
tratamento tem a finalidade principal de reduzir as impurezas da água
até os níveis em que ela pode ser considerada potável.
O tratamento mais simples consiste na desinfecção prévia
da água, antes dela entrar para a tubulação de distribuição.
Com isso, se garante a eliminação de bactérias que
possam estar presentes na água, nas tubulações e mesmo
nas caixas d’água domiciliares. No Brasil, a desinfecção
é feita pela aplicação de cloro, em doses adequadas
e controladas para mover a eliminação de bactérias
e vírus, sem afetar a saúde humana ou de animais. A desinfecção
pelo cloro é uma das técnicas mais antiga de tratamento de
água – ela já tem mais de um século. Á
medida que a cloração da água se disseminou pelo mundo,
observou-se uma redução nas taxas de mortalidade, principalmente
na população infantil.
Atualmente, o tratamento de água inclue técnicas
mais sofisticadas.
Captação ->Remoção de Metais -> Filtração -> Desinfecção -> Fluoretação -> Correção do pH -> Abastecimento
Nas
Estações de Tratamento de Água, onde as técnicas
de tratamento são empregadas, águas captadas em rios e represas,
às vezes de qualidade ruim, são transformadas em água
potável, beneficiando grandes populações urbanas.
Sem essas estações, muitas cidades simplesmente não
existiriam.
O
esquema anterior é utilizado em muitas Estações de
Tratamento, a captação é feita por bombas, com a vantagem
de garantir a segurança da estação e controlar a vazão,
mantendo-a constante. O processo da remoção de metais é
dividido em três etapas; na coagulação será
adicionado à água sulfato de alumínio, que é
um agente coagulante e haverá uma agitação violenta
da água, para facilitar a agregação das partículas
coaguladas anteriormente, a decantação consiste em levar
os flocos formados no processo anterior até o fundo do tanque, para
facilitar a separação, nesse tanque há duas saídas,
uma para a água pré-tratada e outra para a saída do
lodo. Após a decantação, a água sofre adição
de cloro, no que reduz muito os níveis de contaminantes, mas alguns
flocos ainda permanecem e são detidos na filtração,
esta etapa consiste na passagem da água por tanques contendo um
leito de carvão, areia e pedras. Na desinfecção há
outra adição de cloro, para garantir que a água
que sairá da Estação de Tratamento esteja isenta de
bactérias e vírus patogênicos. O processo de fluoretação
é simples e consiste apenas na adição de flúor
à água, para proteção dos dentes, principalmente
das crianças. A correção do pH deve ocorrer para que
a água não se torne ácida o que evita problemas de
corrosão e incrustação das tubulações
por onde vai circular, daí vai parra os reservatórios dos
bairros e está pronta parra o consumo humano.
O
tratamento da água é fundamental para que se mantenha a qualidade
de vida de um ser humano, ele ajuda a prevenir diversas doenças,
além de atenuar significativamente a demanda dos serviços
de saúde públicos.
Atualmente
é necessário que haja conscientização dos governos
mundiais quanto aos serviços de tratamento de água, que devem
ser muito eficientes. É preciso que o mundo perceba que a água
é um bem essencial à vida e está cada vez mais escasso,
deve ser reaproveitada, economizada e muita bem cuidada.
Bibliografia:
- Site da Sabesp – www.sabesp.com.br
- Site da Universidade da Água – www.uniagua.org.br
- Revista Superinteressante Ano 14 n?o? 07, Edição Julho/2000
- Apostila de Química do Cursinho do Grêmio Politécnico
da USP
Aluno: Felipe Correa Moraes
Escola: Colégio Objetivo, Suzano
Profa.: Melissa Dazzani
Água: o problema do Futuro
Prezado Leitor
O
planeta Terra por muito tempo foi arrasado, por décadas foi poluído
e maltratado; sempre o homem olhou para si, e não para a biosfera
ao seu redor.
Hoje,
estamos no ano de 2050. Às vezes penso como foi possível
a vida na Terra chegar aos dias de hoje. Pensamentos que vão longe...
Meu
nome é Simon. Sou cientista e professor de uma universidade importante,
mas isso não é o caso.
Se
você estiver lendo esta carta, continue lendo, não pare agora,
pois o que direi poderá mudar o destino da Terra.
Primeiramente, foi um sucesso esta carta chegar a um destinatário,
já que estou no ano de 2050 e você leitor, está
no ano de 2001. Estranho..., não se preocupe; a tecnologia desta
época evoluiu sem limites, somos uma espécie que está
além da vossa imaginação.
Como
já me apresentei, vou direto ao assunto. Você e
sua comunidade, assim como seus antepassados vêm destruindo o planeta
em que vocês e eu vivemos. Meu objetivo principal é alertar
todos vocês de que a minha Terra já não é mais
a mesma que a sua. Nós sofremos com vários fatores, como
o clima, a falta de vegetais, a atmosfera que praticamente é irrespirável,
enfim, nossa vida é difícil, mas o fator que decline as nossas
vidas é a falta de água. Isso mesmo, o H2O que parecia infindável,
não é mais suficiente nem para suprir 80% da nossa população.
Hoje gastei metade do meu salário para comprar um galão de
água potável, mesma água que vocês têm
de graça e não dão o menor valor.
Provavelmente
você já saiba que a água aí na sua época
já está se escasseando. Proponho que você analise a
situação do planeta e divulgue a minha carta, não
por mim, nem por minha população, mas pela Terra.
Os
recursos que vocês usam para transformar a água em água
potável são lentos, assim sendo, vocês devem usa-la
com racionalidade sem desperdício.
Segundo
dados que obtive, um em cada cinco habitantes da sua época não
têm acesso à água potável, imagine então
como é a situação agora. É necessário
saber também que de toda a água do planeta, vocês dispõem
apenas de algo em torno de 1%, pois 97,5% da água é salgada
e o restante é água consumível, porém em maior
parte congelada.
Ainda
tenho mais dados: muitos rios europeus e americanos estão
poluídos, desperdiçando água potável; a
capacidade das represas diminui 1% a cada ano e vocês constroem
poucas novas; em alguns países a perda da água potável
chega a 50%, absurdo.
Vocês
não podem continuar assim, senão vocês no futuro passarão
o que nós estamos passando. Não posso aqui dar todos os exemplos
de barbárie na exploração da água, por isso,
mostrarei a vocês um processo que usam para a transformação
da água em água potável. Isso é importante
para vocês verem o quanto é preciso se fazer para que chegue
água tratado no encanamento de suas casas.
Pré-cloração:
através do cloro os microorganismos são impedidos de se proliferarem.
Aeração
da água: é o processo de tratamento pelo qual a área
de contato entre água e o ar são aumentados, facilitando
assim o intercâmbio de gases e substâncias voláteis
entre a água e o ar. Esse processo serve para retirar da água
compostos como o gás carbônico, o gás sulfídrico
e o cloro em excesso.
Coagulação:
é o processo que visa transformar impurezas em suspensão
fina e em estado coloidal, em partículas que possam ser removidas
pela sedimentação e pela filtração.
Floculação:
neste processo as partículas coaguladas agrupam-se formando flocos.
Decantação:
neste ponto, as partículas floculadas são sedimentadas.
Filtração:
Filtra as partículas que não foram sedimentadas.
Pós-cloração:
Complemento a desinfecção da água.
Fluoretação:
É colocado flúor na água porque este ajuda em muito
a proteção contra as cáries.
Viu!
Como é demorado o processo para o tratamento da água. E isso
foi somente um resumo, mas o mais importante é sua conscientização;
se você tornou-se consciente sobre a questão água,
parte do meu papel já foi concluído.
Bem, vou terminando esta carta informativa, pois creio que você
já entendeu a seriedade do assunto. Estou grato pela sua colaboração
e, por favor, espalhe estas informações pelo mundo todo,
a fim de que cada pessoa saiba o que seus netos ou filhos estão
passando. Você precisa tomar uma atitude, mas não amanhã,
hoje! Aqui vão algumas dicas que muitos provavelmente já
conhecem:
Não
mantenha a torneira aberta durante a escovação dos dentes,
o que pode gastar em média 7,5 litros em cinco minutos.
Economia de tempo no chuveiro significa grande economia de água:
caso haja redução de um banho de 20 minutos para 10 minutos,
há uma economia de 70 litros de água.
Uma
torneira gotejando durante um dia, consome 22 litros.
Esses
são só alguns exemplos, mas seja criativo! Não desperdice
água ficando horas lavando uma calçada, ou um carro, aproveite
ao máximo toda água, não deixe a Terra secar!
Só o que posso dizer é que a Terra está nas mãos
de vocês. Tratem-na com o devido respeito, e ela agradecerá
com recursos indispensáveis às nossas vidas.
Cuidado!
Não terei chance de mandar outro aviso, pois a minha Terra não
se encontra doente... encontra-se morta.
Boa Sorte!
Bibliografia:
As informações foram extraídas das seguintes páginas
da internet:
http://www.geocities.com/RainForest/Canopy/4287/
http://www.tratamentodeágua.com.br
http://www.sabesp.com.br
Aluno: Scherduyck Wanderson Oliveira da Silva
(Co-autores) : Adalberto de Souza Silva, Janaina Alves Viana, Jordão
Silva Rocha, Priscila de Souza Oliveira
Escola: EE João Ramalho, São Bernardo do
Campo
Prof.: Silvio Sebastião Gonçalves
ÁGUA: Purificação Química e Uso Racional
A água é um dos bens mais valiosos do planeta, contudo, é
difícil imaginar se existiria vida sem ela... Provavelmente não.
O volume de água do nosso planeta chega a cobrir 71% de sua área.
No entanto, apenas 2,5% da água é potável, ou seja,
com condições para o consumo humano, sendo que 2/3 da água
doce está armazenada nas calotas polares e geleiras, restando apenas
0,77% de água para o nosso consumo, proveniente de lagos, rios,
canais subterrâneos, água do solo, atmosfera (umidade) e na
biota.
A água potável que consumimos é a água doce,
mas o tipo de água predominante no planeta é a água
com alto teor de salinidade, ou seja, a água salgada, que é
oceânica.
Estima-se que a água é residente no oceano acerca
de 3 mil anos. O segundo maior fator que abriga a água é
as geleiras e as calotas polares. Outro importante reservatório
são os mangues, que detém uma grande variação
de espécies animais e vegetais, graças ao nível dos
lençóis freáticos.
Outro reservatório natural é a atmosfera, que detém
menos quantidade de água residente, graças a sua contribuição
ao fenômeno denominado precipitação, consistente em
transformar a água gasosa (atmosférica) em água líquida
novamente.
Contudo, a questão agora é: Como atender a demanda de água
de qualidade para abastecer cerca de 6 bilhões de habitantes mundiais?
Pois é, este é um dos maiores desafios que a humanidade tenta
resolver. A explosão demográfica é um dos fatores
contribuintes para a escassez em larga escala do bem mais inestimável
que o mundo já conheceu. Entretanto, este não é o
único aspecto que influência tal ocorrência, também
assume um papel degradativo o desperdício, mau aproveitamento e
de mais importância, a poluição.
Estima-se que o consumo mínimo per capita deve ser de 1000m3 ao
ano. No entanto, já há índices abaixo desse nível
em países africanos e populosos. Mesmo a plena consciência
de que a água é importante nem todos tem acesso a este recurso
mineral.
Tão importante quanto discutir a quantidade de água disponível
é também discutir a qualidade desta, uma vez que, a poluição
da mesma cresce gradualmente desde a Segunda Guerra Mundial, indicadores
de grandes evoluções e aumento urbano e do crescimento dos
Parques Industriais.
A poluição da água é fruto das atividades humanas.
A poluição pode atingir águas superficiais e subterrâneas
de diversas formas, tanto pontuais como difusas.
Fontes Pontuais são as descargas de influentes a partir de industrias
estação de tratamento de esgoto, de identificação
muito fácil sendo possível regulamentar e pré-determinar
sua composição e impacto ambiental.
Fontes Difusas se espalham por inúmeros locais e são
complicadas as suas determinações em função
de suas descargas e de abrangência de águas extensas.
Atualmente, dois tipos de controle para poluição estão
em andamento: redução na fonte e tratamento de resíduos.
Porém, o tratamento de resíduos é mais eficaz no tratamento
de fontes pontuais, podendo remover os agentes polutos ou ainda convertê-los
a uma forma menos nociva, sendo que a redução na fonte pode
ser aplicada tanto nas fontes pontuais quanto nas difusas.
Quando associamos doenças com água poluída temos razão,
pois água é um dos principais vetores na transmissão
de doenças aquáticas, sendo que os mais sérios são
os microorganismos patogênicos, que causam doenças e mortes,
que se encontram em excrementos humanos e animais, podendo ser vírus,
bactérias, parasitas, entre outros.
Estratégias são adotadas para minimizar problemas de saúde
proveniente da qualidade da água, conveniente em desinfecção
da água que abastecerá a população e a coleta
e tratamento de esgoto. Cerca de 1,4 bilhões de pessoas em todo
o mundo não tem acesso a água tratada, e ainda, 2,4 bilhões
de pessoas residem em áreas que não constam a coleta de esgoto.
Contudo, os esgotos domésticos e industriais também contaminam
a água com inúmeras substâncias orgânicas. E
estas substâncias mesmo em baixa escala, acabam por absorver o pouco
oxigênio existente na água.
O outro tipo de poluição de águas superficiais é
a eutrofização artificial, que ocorre principalmente em lagos
e reservatórios. Este processo de corpos aquáticos acabam
por enriquecer-se de nutrientes, tais como fósforo e nitrogênio,
que fluem constantemente para lagos e reservatórios.
O fenômeno da eutrofização, portanto, acaba por ser
degradativo, interferindo no sistema ambiental aquático. Desta forma,
podemos citar, ainda, o crescimento da população de algas
incontrolavelmente, provenientes da quantidade excessiva de nitrogênio
e fósforo, gerando, ainda, uma demanda relativamente alta de oxigênio,
podendo causar a morte dos peixes. Com o passar do tempo pode-se perceber
anomalias nos lagos e nos reservatórios, tais como fenômenos
de gases mal-cheirosos altamente tóxicos para a população
aquática e a proliferação de organismos anaeróbios.
Atualmente, centenas de milhares de toneladas de compostos orgânicos
sintéticos são fabricados, para o desenvolvimento de plásticos,
borrachas, solventes, etc, e graças à resistência biodegradável
destes compostos eles possuem grande utilidade. Estes compostos podem ou
não ser polutos a água, já que são desconhecidas
as conseqüências deles frente às diversas espécies
aquáticas, podendo atuar nocivamente em seres aquáticos tanto
em seus sistemas nerológicos como fisiológico.
Graças ao potencial tecnológico do mundo houve
um progresso acentuado ao combate de doenças transmitidas pela água.
A tarefa de fornecer água, obedecendo ao valor de potabilidade,
agora é de responsabilidade governamental que deve fiscalizar os
cumprimentos das normas de tratamento da água.
Com o objetivo de remover materiais “estranhos” na composição
da água existem alguns tipos de operações que englobam
o tratamento, tais como coagulação/floculação,
filtração e desinfecção. Tais operações
podem variar de acordo com os padrões requeridos.
As águas superficiais primeiro atravessam uma fase de remoção
de materiais de dimensões e de tamanhos notáveis através
de grades.
A água com baixa turbidez é tratada com decantação
direta, dispensando produtos químicos para a fase de filtração
para que as minúsculas partículas se decantem por completo.
Em alguns casos, são adicionados componentes químicos que
floculam e coagulam as partículas com menos tamanho. Sedimentação
é o processo de tratamento mais antigo e de menor custo que, além
disso, realiza com eficácia e com um funcionamento simples, onde
a decantação é representada pela gravidade.
No procedimento para coagulação e floculação
requer ações químicas e físicas para que pequenas
partículas sejam desestabilizadas.
São utilizados recursos mecânicos ou hidráulicos para
agitar as moléculas durante 30 segundos, a fim de criar uma força
de repulsão entre as partículas, depois de adicionar-se aditivos
químicos.
Não é possível obter um resultado 100% satisfatório
através de decantação direta e coagulação/floculação.
Daí vem à necessidade de um filtro, onde normalmente constitui-se
de uma fina camada de areia formando uma camada juntamente com o cascalho.
Esta combinação permite que os poros assegurem a passagem
da água bloqueando as impurezas.
Logo após a filtragem é necessário que a água
passe por uma seção de desinfecção, assegurando
uma qualidade e resistência a microorganismos patogênicos.
Para o processo de desinfecção utilizam-se algumas substâncias
desinfectantes, com forte solicitação ao cloro, graças
a sua eficácia e baixo custo, porém outras substâncias
ativas são cotadas para esse processo precedido de radiação
ultravioleta.
Deve-se evitar quantidades relativamente grandes de cloro para
desinfecção pelo fato do mesmo apresentar um sabor indesejado,
mas a água deve apresentar uma quantidade residual de cloro, para
prevenir uma possível “volta” de microorganismos para a água.
Mas o problema mais sério é que o cloro possa reagir com
algumas substâncias presente na água, podendo transformá-lo
em componente cancerígeno.
Existem, basicamente 3 tipos de água, as águas doce, que
provém de rios, lagos e lagoas, que não apresentam sabor
salino; as salobras que provém de manguezais e lagunas, que mostram
suave gosto de sais; e por fim, a salgadas que provém dos mares
e oceanos, que possuem altas quantidades de sais.
Além dessas muitas outras existem no nosso planeta. Podemos citar
águas sulfurosas que trazem em si substâncias dissolvidas
a base de enxofre; ferruginosas, que são ricas em ferro; ou ainda
as águas calcárias, que apresentam diversos tipos de substâncias,
geralmente como resultado da erosão de certos tipos de rochas calcárias.
Todos esses tipos de águas são utilizados para tratamento
de pessoas.
Existem as águas radioativas que emitem radiações
devido ao seu contato com elementos radioativos, podendo ser utilizadas,
como a água mineral, pois, dentro de certos limites fazem bem a
saúde.
Outro tipo interessante de água são as termais, apresentam
alta temperatura, devido ao seu contato com o magma através de fenda.
São utilizadas com finalidades fisioterápicas em banhos para
tratamento de reumatismo e outras infecções.
Mas a água que devemos utilizar é a água potável,
que não pode conter sais em grandes proporções, mais
sim em quantidades ideais, pois muitos deles são essenciais a nossa
saúde, tais como sódio e cálcio.
O tratamento de esgoto também assume um papel de importância,
usando processo físico, químico e biológico. Os físicos
dizem respeito a vários tipos de filtração, decantação
e sedimentação.
No processo químico temos ainda à utilização
de cloro para extermínio de microorganismos.
No biológico a presença de microorganismo (algas, bactérias)
presentes nos esgotos ocorre em tanques de tratamento onde a ação
desses organismos é controlada através da temperatura, etc,
de modo a purificar as águas ali tratadas.
Nota-se que a quantidade de seres dependentes da água é um
grupo infinitamente incontrolável, e que a cada dia tal população
multiplica-se informalmente.
Se a situação de abastecimento da água já é
crítica, o que dizer da qualidade deste bem fundamental? Tal situação
já gera um clima de constrangimento para a civilização,
que desta vez, põe em jogo até a sua perpetualidade em território
universal.
Mas, é possível corrigir este fato, só falta
haver uma competência e consciência de nossa parte.
A sociedade precisa organizar-se para tentar chegar a um acordo para o
uso racional da água, o que não é muito difícil
se utilizarmos robustez e criatividade para resolver o problema de abastecimento.
Você mesmo pode notar que usamos a água indevidamente.
Por exemplo, Porque não utilizar outro tipo de água em vez
de água potável para lavar quintal? Porque lavamos a roupa
todos os dias ao invés de deixar acumular para um dia só?
Porque não jogar lixo no lixo em vez de jogar nos rios e mananciais?
Na indústria poderia haver mais controle e rigidez para subdividir
a água em setores de menos ou mais importância.
Além do clima um tanto árido a falta de água já
começa até mesmo a interferir em setores importantíssimos
para o desenvolvimento de um país, como o setor energético,
que já começa a entrar em clima de racionamento em virtude
da falta de chuva que geram energia nas usinas hidrelétricas. Por
essa razão cientistas apostam nas usinas termoelétricas,
que funcionam a partir do lixo orgânico, que acaba por emitir o gás
metano, altamente poluto e é outro dos poluentes que fazem com que
ocorra a chuva ácida.
São pequenos detalhes, mas podem acrescentar alguns anos a mais
para nossa sobrevivência.
A situação da água é tão precária
que os mais pessimistas já insinuam que a 3ª Guerra Mundial
teria como “estopim” o confronto causado pela disputa pelo bem mineral.
Em 20 anos, os especialistas afirmam que a água entrara
em profunda crise como acontece com o petróleo.
Cabe, agora, a todos nós criarmos competência e usar nossa
criatividade para resolver a situação da escassa disponibilidade
da água. Uma proposta interessante seria a dissabilização
da água de origem oceânica. A Alemanha já utiliza este
sistema, obtendo uma água salobra, mas de utilidade, por falta de
opção, pois o país não conta com muitas fontes
pluviais.
Pequenas reparações acabam por ser atos de cidadania, tais
como consertos de encanamentos, eliminação de vazamentos,
e até mesmo deixando de lavar o carro e a garagem, que não
necessitam de água para viver. Não jogar lixo nos rios também
é importante, já que a recuperação do Rio Tietê
já está sendo providenciada, e segue exemplos de sucesso,
por exemplo, a recuperação do rio Tamisa em Londres, que
graças aos especialistas em recuperação de compostos
líquidos e a colaboração da população
consegue superar a poluição.
O objetivo desse trabalho fora colocar em foco a situação
degradativa da água, que se encontra cada vez mais presente em nosso
cotidiano. Fora também alertar os diversos tipos de poluição
que provém do sistema humano moderno, além de apontar soluções
concretas, de como a sociedade precisa organizar-se para o uso racional
da água e usufrui a água com decisões inteligentes,
aproveitando bem um dos bens mais valiosos do mundo.
Bibliografia
MAGOSS, Luiz Roberto – Poluição da águas,
Moderna, 8ª edição,
MASérie Desafios.
BORACELLA, Paulo Henrique – Poluição das águas,
Moderna, 8ª edição,
BOSérie Desafios.
Aluno: Suzana Maria Batista de Morais
Colégio Valribeira, Registro
Profa.: Alba Bruno de Brito
Água: purificação química e uso racional
A água influi direta e indiretamente na vida do homem. Ela é
vital para a sua sobrevivência em qualquer tipo de ambiente. Exemplo
disso é que sem a água, o corpo do homem não sobrevive.
E isto não acontece somente com o homem, mas também com a
maioria dos seres vivos.
No caso do homem, além de usada para beber, a água
é usada na agricultura, indústria, recreação,
transportes. A maior parte dessas atividades estão baseadas
nesta substância.
Mas é importante saber que, embora a água esteja em grande
quantidade sobre o nosso planeta, 97,4% dela é salobra e 1,8% está
nas regiões polares, sobrando apenas 0,8% para o aproveitamento
humano em todo o mundo.
Atualmente, a maioria dos países ainda não tem preocupações
maiores com a falta de água. Mas alguns já estão sofrendo
deste mal e procurando medidas alternativas para driblar este grande problema.
No entanto, a maioria das pessoas ainda não tem consciência
de que a água está envolta por um ciclo gradativo de
poluição e desperdício e que dentro de algumas décadas,
se não forem tomadas as devidas precauções, a falta
d'água irá se tornar um mal crônico e irrecuperável.
Todos os dias milhares de pessoas desperdiçam água das maneiras
mais variadas. Se estas pessoas se conscientizassem e parassem de desperdiçar,
a situação, sem dúvida alguma, melhoraria consideravelmente.
O desperdício de água pela população está
diretamente ligado 'as diferenças sociais. Geralmente, quanto maior
for a renda de uma pessoa, maior será a sua tendência para
desperdiçar água. Baseados nesse fato, governos e ONGs interessados
deveriam se unir para promover uma grande campanha em prol da economia
da água e da preservação das suas fontes, como os
rios, lagos e lençóis freáticos.
Com relação às indústrias, o sistema não
é falho, embora a fiscalização peque em alguns
pontos. Mas é preciso melhorar sempre, já que pequenas ações
podem melhorar a situação.
E a situação é assustadora. No mundo, 73% do consumo
de água se deve à irrigação de terras cultivadas,
21% são atribuídos à indústria e os outros
6% ao uso doméstico. Das águas disponíveis para a
ingestão humana, 90% encontra-se no subsolo e recebem diariamente
ameaças de contaminação. Na América Latina,
145 milhões de pessoas não recebem sistemas de tratamento
de esgotos, 300 milhões de pessoas poluem a água com esgotos
e detritos variados. E para resolver a situação seriam necessários
aproximadamente 200 bilhões de dólares. No Brasil, 63% do
lixo são lançados em cursos d' água e 75 milhões
de pessoas não recebem, sistema de tratamento de esgotos.
Tudo isto contribui- e muito- para o desperdício de água.
Água esta, fundamental para o ser humano. Por isto, é importante
estar sempre procurando maneiras eficazes para o uso racional da água.
Uma alternativa bastante interessante e viável para o problema da
escassez da água é o reuso. O reuso consiste em reutilizar
a água para a mesma atividade ou até mesmo uma outra, poupando
as fontes. Esta alternativa surgiu da necessidade de se preservar a água
ao ponto de que ela seja usada apenas" para fins nobres", ou seja, águas
que tenham contato direto com o ser humano. Há o reuso direto e
o indireto.
O reuso indireto pode ser planejado ou não. No reuso indireto não
planejado a água aplicada em certa atividade humana volta ao meio
ambiente e este se incumbe de levá-la na direção fluvial
em questão, onde está sujeita a diluição e
autodepuração até ser recolhida para o aproveitamento
de um novo usuário. No reuso indireto planejado os efluentes, depois
de tratados, vão de forma planejada aos corpos de água superficiais
ou subterrâneas. Estes são utilizados a jusante sob
supervisão. Neste tipo de reuso subentende-se que haja um controle
sobre outras descargas de efluentes durante o percurso, assegurando que
o efluente tratado esteja exposto somente a misturas com outros efluentes
que também sejam aceitos pelas normas de qualidade do reuso em questão.
No reuso direto planejado das águas os efluentes são
tratados e levados diretamente até o local do reuso, não
passando pelo meio-ambiente. É o caso mais comum, usado em
indústria e irrigação. Também há a Reciclagem
da água, que é o reuso interno, antes da disposição
desta para novo tratamento ou para outra dependência. Essas
águas completariam o abastecimento do uso original.
Vários países vêm experimentando este método
com êxito. Na África do Sul uma grande indústria de
papel começou a tratar seus efluentes para auxiliar, parcialmente,
no consumo interno de água. O resultado foi tão surpreendente
que todas as fábricas de papel dos país passaram a utilizar
este método. Na Índia a água proveniente deste
método é usada para completar o sistema de ar condicionado
em edifícios comerciais altos, contendo de vinte a vinte e
cinco andares. No Japão, cidades industriais tratam boa parte de
sua água, que é reutilizada geralmente para resfriamento
e equipamentos de limpeza. Em Israel a água
utilizada em grandes centros urbanos é tratada e levada para a região
rural para irrigar plantações. É importante observar
que, neste caso, sem a água proveniente do reuso as regiões
agrícolas improdutivas, devido as secas consecutivas. Nos E.U.A,
estado da Califórnia, no final dos anos 60 o lençol
subterrâneo que abastece a região já estava superexplorado.
O sal do Oceano Pacífico começou a infiltra-se ali, comprometendo
ainda mais o abastecimento. A solução foi tratar o esgoto
e devolvê-lo ao solo, para reabastecer o lençol. No subsolo
as rochas porosas agem como filtros e essa água tornou-se então
apropriada para o consumo humano. No Brasil não existem muitos exemplos
práticos, mas um certo frigorífico conseguiu atingir até
60% de economia com gastos com água através do reuso.
Como se vê foi a necessidade que fez com que países tornassem
tais iniciativas. Foi da necessidade que surgiram a consciência e
as providências. Mas muitos países, que ainda possuem água
potável, na maioria das vezes viram as costas para a situação.
Este infelizmente é o caso do Brasil, que tem muita água,
mas que também possui taxas de desperdício em
torno de 40%, só na rede pública. Para se notar a gravidade
da situação basta compará-la com a de certos países,
como China, Índia, Paquistão e quase todos os países
do Médio Oriente e do Norte da África. Esses países,
devido à localização e à população
numerosa, já estão numa situação alarmante
e dependem amplamente da forma como os responsáveis gerem hoje os
seus recursos aqüíferos subterrâneos, sua principal
fonte de água, já que são vários os problemas
dos lençóis freáticos: a exaustão, conseqüência
da exploração excessiva, a saturação do solo
pela água e a salinização, causadas por drenagens
insuficientes e a poluição derivada da intensa atividade
agrícola, industrial e humana.
Esta, atualmente, é a realidade desses países. Mas não
demorará muito para tornar-se uma realidade mundial. É preciso
encontrar novos métodos para abastecer as reservas mundiais.
Um desses métodos, já bastante considerado pela comunidade
internacional, é a dessalinização. Há usinas
no Golfo Pérsico, E.U.A, Espanha, Austrália, Caribe e Malta.
Mas esta água ainda é cara. Cada metro cúbico custa
dois dólares.
No Brasil, um pesquisador criou uma versão brasileira
do dessalinizador. É o Dessalinizador Solar de Múltiplos
Estágios. Definindo de uma maneira compacta, a dessalinização
por evaporação funcionaria como uma chaleira, de onde a água
aquecida é expulsa na forma de vapor, perdendo sais nesse processo
de evaporação. A maior desvantagem do Dessalinizador Solar
é o pequeno volume de água que este pode processar. Custa
cerca de cinco mil reais, é uma tecnologia limpa e de baixo
custo, própria para pequenas comunidades.
Diferente disso é o muito utilizado Sistema de Dessalinização
por Osmose Reversa. Esse sistema funcionaria como um pote de água,
agindo como um filtro, onde as membranas retém o sal da água,
retirando as impurezas. Essa tecnologia é usada também para
produzir água ultrapura durante a fabricação de remédios
e alimentos e para tratar esgotos e efluentes. É o processo utilizado
nas grandes usinas de purificação de água internacionais.
No entanto, o processo de dessalinização por osmose reversa
ainda é caro. A instalação completa de uma unidade
para filtrar 24 000 litros de água por dia, para suprir as necessidades
de 250 a 300 pessoas, custa em torno de R$ 15 000,00 , com membranas
importadas. Mas ainda sai mais barato que transportar água
em caminhões- pipa, como atualmente ainda muito se faz.
Outra necessidade nos dias de hoje é encontrar novas maneiras de
tratar os efluentes para que a água possa voltar cada vez mais limpa
para o local de despejo e aperfeiçoar os métodos usuais de
purificação da mesma. Hoje, os métodos mais comuns
são os utilizados nas E.T.As e E.T.Es.
Numa E.T.A , depois de captada a água passa pelo processo de aeração
que remove certos gases dissolvidos nela, introduz oxigênio
e remove substâncias causadoras de gostos e odores. O segundo processo
é a coagulação/ floculação, que tem
por objetivo unir partículas de sujeira formando flocos
que serão removidos pela decantação e filtração.
Após a filtração, na cloração,
a desinfecção é realizada pela ação
do cloro que elimina os microorganismos remanescentes do tratamento
sendo mantido um teor residual de cloro de acordo com a legislação
é suficiente para garantir a potabilidade da água em
toda a extensão da rede de distribuição. Depois
é feita a correção pH que é realizada
pela adição de cal. O último processo é a fluoretação,
que consiste em aplicar doses adequadas de um composto de flúor
na água a ser distribuída reduzindo as incidências
de cáries dentárias e melhorando a higiene bucal.
Numa E.T.A os processos a serem utilizados dependem do tipo de efluente
a ser tratado. No tratamento anaeróbico os sólidos
são removidos, é utilizado um tanque de equalização
de fluxo e composição que além da equalização
realiza várias reações bioquímicas, provocando
a acidificação bioquímica do efluente, onde compostos
orgânicos complexos são separados em cadeias carbônicas
menores, formando ácidos orgânicos, os quais são transformados
em ácido acético, precedente principal da formação
do metano. Após a utilização do tanque o líquido
deve passar por um sistema adequado de controle de pH. A temperatura é
importante na biodigestão anaeróbica. Os melhores resultados
são atingidos na faixa de 28-34ºC. Abaixo de 22ºC decrescem
consideravelmente a eficácia da remoção da demanda
química e bioquímica de oxigênio e acima de 34ºC
o processo não é estável. O líquido passa então
por um reator anaeróbico. Existem vários conceitos em projeto
de reatores anaeróbicos. O mais comum é o UASB ou RAFA.
Hoje em dia, a operação de reatores anaeróbicos pode
ser considerada simples, se alguns conceitos básicos forem compreendidos.
Trata-se do princípio da digestão anaeróbica, ou seja,
compostos orgânicos complexos são quebrados até serem
transformados em ácidos orgânicos. Estes ácidos são
transformados em metano, CO2, água e células de bactérias
anaeróbicas. Este processo é considerado um método
de baixo custo. As principais vantagens sobre os processos convencionais
aeróbicos são a reduzida área necessária para
a implantação, menor consumo de energia, menor necessidade
de nutrientes e a possível utilização energética
do biogás.
O tratamento biológico de esgotos e águas residuais
industriais é um plágio dos processos que ocorrem normalmente
na natureza, comumente chamados de autodepuração.
Basicamente, trata-se da atividade de bactérias e microorganismos
que se alimentam da matéria orgânica dos próprios resíduos.
Essa atividade depende do fornecimento de oxigênio. Tem por princípio
básico reproduzir em volumes confinados as reações
bioquímicas de oxidação da matéria orgânica
de microorganismos , que ocorreriam em corpos d'água receptores,
antes do lançamento dos despejos dos mesmos. A diferença
é que, tratando-se de volumes de confinamento relativamente
pequenos, esse trabalho é realizado mediante a concentração
de microorganismos. Cada método visa a manutenção
de uma biomassa ativa depuradora de poluentes orgânicos, dos
mais variados. Os sistemas de tratamento mais utilizados projetados com
as características dos esgotos, além dos reatores anaeróbicos,
são os filtros biológicos, os lodos ativados e as lagoas
de estabilização.
Todos esses métodos são hoje utilizados para a purificação
da água, líquido que, daqui a algumas décadas, se
continuarmos no ritmo atual, será mais precioso que qualquer
outra substância conhecida hoje. É preciso adiar o máximo
possível, essa fatalidade. Anulá-la já não
está ao nosso alcance.
BIBLIOGRAFIA
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Editora Saraiva - São Paulo - 1999
· Revista Superinteressante - nº 5 - Maio/1995 - Editora
Abril
· Revista Ciência Hoje - nº 50 - Setembro/1995 -
Editora Globo
· Filho, Osvaldo Beltrame - Texto Informativo do Setor
do Controle Sanitário LRTC1
· www.iwmi.org
· www.emeioambiente.com.br
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· www.reusodeagua.hpg.ig.com.br
· www.tialigia.hpg.ig.com.br
· http://br.geocities.com./atimus1/
Aluna: Camila Santos Matos de Freitas Ribeiro
Escola: Colégio Singular São Bernardo do Campo
Professora: Miriam Possar do Carmo
Água – Purificação Química e Uso Racional
Quem observa a paisagem La Grenouillière, retratada na pintura impressionista
por Claude Monet e Auguste Renoir, certamente percebe que grande parte
da calma e da paz que revestem as obras é oriunda do belo desenho
das águas que circundam o pequeno barco que se situa ao centro da
obra. A água sempre foi motivo de especulações filosóficas
em todas as áreas do conhecimento humano. E serviu também
de cemitério: enterrou no âmago dos oceanos vidas de ilustres
personalidades como o político Ulisses Guimarães, a aviadora
Amelia Earhart e o sempre querido John Kennedy Jr. No dilúvio bíblico,
a assustadora quantidade de água que cobriu o planeta teria sido
enviada por Deus para reiniciar a vida de outra maneira, já que
este estava descontente com o modo que o homem havia escolhido para conduzir
o planeta.
A água foi sintetizada pela primeira vez em 1808, pelo químico
Joseph Louis Gay-Lussac (1778/1850): este demonstrou que ela é sempre
composta por dois volumes de hidrogênio para um de oxigênio
– uma combinação espantosamente simples, como mostra hoje
a universalmente conhecida fórmula H2O.
O precioso líquido, desde os princípios da História,
foi condição “sine qua non” para a fixação
de grandes civilizações em determinados territórios
– estas sempre se formaram e prosperaram suas agriculturas no leito de
grandes rios, como o Tigre e o Eufrates, por exemplo. Assim como a linguagem,
a posse dos recursos hídricos é um fator de dominação,
um tipo de controle exercido sobre populações que não
possuem os tais recursos.
Segundo o filósofo grego Aristóteles, o mundo seria
composto por basicamente quatro elementos: o ar, a terra, o fogo. E a água.
Tanto Friedrich Nietzsche quanto John Kennedy Jr. partilhavam desta idéia:
ambos, em épocas diferentes, disseram, cada um a seu modo, que a
água era o princípio e o fim de tudo. Nietzsche dizia que
a água é tão unificadora quanto a filosofia: dela
tudo parte, e a ela tudo retorna.
E esta água, acima de tudo, é sinônimo de
vida: o bem estar e o conforto das espécies animais depende de tal
modo do consumo regular de água que é praticamente impossível
imaginar algum ser vivo que possa sobreviver totalmente independente da
água. Um animal sobrevive quarenta dias sem alimento, enquanto vive
durante três sem beber água! Os astrônomos dizem até
que planetas muito secos não são propensos a encerrarem formas
de vida. Suas propriedades solventes e hidratantes são indispensáveis
para a manutenção do ciclo vital.
Exemplo disso pode ser encontrado em Vidas Secas, do escritor modernista
Graciliano Ramos. Ele narra as misérias e dores de uma família
que desesperadamente tenta fugir da seca. O sol já arrancara da
terra todas as suas propriedades: transformara-a em simples chão
duro e infértil. Merece destaque o personagem Fabiano, que diversas
vezes na obra clama aos céus por chuva, pela água benfazeja
que há de lhes devolver o alimento e a vida, conseqüentemente.
Outros exemplos literários que refletem a importância da água
no cotidiano dos homens podem ser encontrados na épica camoniana:
o poeta, em sua obra-prima Os Lusíadas, mostra as desventuras e
aventuras dos portugueses ao enfrentarem o temido e desconhecido oceano
em busca do mundo e da riqueza. Desventuras essas que serão retratadas,
séculos depois, pelo português Fernando Pessoa: Ó mar
salgado! Quanto do teu sal são lágrimas de Portugal! Por
te cruzarmos, quantas mães choraram, quantos filhos em vão
rezaram! Quantas noivas ficaram por casar para que fosses nosso, ó
mar! Aluísio de Azevedo mostra, em O Cortiço, um formigueiro
de vida, que principia a germinar nas águas sujas e ensaboadas da
lavanderia desse cortiço; e, por fim, a doce e angelical Ismália,
de Alphonsus de Guimaraens, assiste ao fim de seu corpo carnal ao vê-lo
mergulhar para sempre nas águas do mar, enquanto sua alma sobe aos
céus.
Em nosso país de extensão verde e amarela, o que não
falta é justamente a água. O próprio Pero Vaz de Caminha
descreve, extasiado, a abundância dos recursos hídricos que
existem nestas terras do além-mar. Assim como um também extasiado
Guilherme Arantes contempla o líquido divino que brota de todos
os cantos da terra e brada que a Terra é o “planeta água”.
Mas até mesmo a horrorizada expressão do personagem da obra
O Grito, do norueguês Edvard Munch se intensificaria se este soubesse
dos problemas que atravessamos e ainda vamos atravessar devido à
escassez da água potável. Aproximadamente 98% de toda a água
existente no planeta é inadequada para o consumo humano. E, no passado,
acreditava-se que estes 2% restantes e sua constante renovação
seriam suficientes para sustentar a Humanidade por muito e muito tempo.
Porém, os antigos pesquisadores não contavam com os caprichos
desta Humanidade: o uso desmedido e irracional desse recurso e a interrupção
de seus processos de renovação tendem a trazer sérios
problemas para a sobrevivência do seres vivos em geral.
É ponto pacífico que os 2% de água doce que existem
no mundo e que são destinados ao consumo humano encontram-se extremamente
degradados. Além disso, há também a utilização
inconsciente do recurso; este, que é fruto de uma cultura voltada
para o consumismo em altíssima escala, é um dos maiores problemas
da água atualmente. Ora, o que é que contamina a água
de tal modo ao ponto de ela se tornar imprópria para o consumo humano?
Produtos químicos e dejetos industriais são os campeões
da lista. Famosos no Brasil são os casos de poluição
e às vezes degradação irrecuperável de rios
e mares provocados por resíduos industriais e acidentes com canais
de condução de petróleo, os oleodutos. Estes erros
podem danificar um ecossistema de maneira irreparável, destruindo
suas espécies animais e vegetais ou fazendo com que a mãe
Natureza leve um tempo incalculável para restabelecer o equilíbrio
da região afetada.
Também a eliminação de matéria orgânica
e esgotos na água de rios e mares pode ser problemática,
já que ambos são elementos que demandam oxigênio. Agentes
infecciosos, nutrientes artificiais, substâncias tensioativas contidas
nos detergentes e sólidos em suspensão são outros
fatores que podem contaminar a água; essa contaminação,
quaisquer que sejam os elementos causadores, traz malefícios para
a saúde humana, como diversos tipos de doenças e até
a morte por ingestão de substâncias tóxicas ou exposição
a estas.
O processo de renovação dos recursos hídricos é
o ciclo da água: como aprendido na tenra infância, a água
evapora por causa do calor solar, condensa-se em nuvens, precipita-se e
cai na forma de gotículas de água, a chuva. Até mesmo
este processo encontra-se comprometido por causa da quantidade de poluentes
e agentes tóxicos presentes na atmosfera: a união destes
com o vapor d’água em suspensão ocasiona a chamada chuva
ácida. Esta é altamente nociva, e alguns de seus efeitos
são a corrosão de estruturas, a danificação
de bosques e colheitas e a dizimação (ou algo próximo
disso) da vida em lagos de água doce.
Diante de tantos obstáculos que o homem acabou impondo durante muitos
anos (já que esses processos não começam a ocorrer
da noite para o dia), duas saídas postaram-se ao fim do túnel
da peregrinação humana rumo à sobrevivência:
a purificação química da água degradada e o
uso racional deste recurso natural.
A primeira, inerente ao processo de restituição das propriedades,
nutrientes e aspecto naturais da água, é a mais complexa
das duas. Abre-se em duas correntes: a que possibilita a transformação
da água salgada em água doce e a que deseja purificar a água
dos agentes destrutivos a que esta foi submetida.
Dessalinizar a água é mais simples, e pesquisas vêm
sendo feitas no sentido de tornar esta alternativa viável também
para grandes quantidades de água. Já a purificação
da água já poluída depende muito do nível de
poluição desta e da natureza dos elementos poluidores. Quando
a poluição é causada por microorganismos, a saída
é detectá-los, identificá-los, estudá-los e
encontrar meios plausíveis para destruí-los. Se o problema
vem do excesso de matéria orgânica e produtos industriais,
a purificação química em estações de
tratamento pode resolver o problema. No caso dos microorganismos, há
uma saída eficiente e barata para as populações de
baixa renda que não têm meios de conseguir água tratada:
a fervura da água que será consumida mata os micróbios
e germes nela presentes, já que estes não costumam resistir
a altas temperaturas.
O tratamento da água poluída por matéria orgânica
e produtos industriais tende a ser o mais custoso (portanto inviável
para um país cujos gastos com a saúde pública e o
saneamento básico são restritos) e não garante resultados
totalmente eficientes, já que a purificação de água
muito deteriorada pode não restabelecer completamente suas propriedades
originais. Ou seja, uma vez destruída, nunca mais volta a ser a
mesma coisa, ainda que sendo submetida aos esforços das mais diversas
ciências.
A segunda saída para o problema da água é o uso racional
do recurso: sem dúvida alguma é o mais eficiente, embora
demande mais tempo e a conscientização em massa da população
consumidora. Apesar disso, os esforços são melhor direcionados,
já que essa conscientização consiste na transmissão
de bons hábitos para gerações vindouras.
Infelizmente, a cultura baseada no utilitarismo, no pragmatismo
e na lucratividade tende a agravar os problemas já apresentados
em relação à conscientização do uso
dos recursos naturais. Interesses comerciais e industriais são
colocados acima dos interesses coletivos: ninguém quer morrer de
sede. Porém, comercialmente não é tão ruim,
já que a falta de água impulsionaria estrondosamente os lucros
de empresas com negócios vinculados (de maneira escusa ou não)
à política da água.
Portanto, é preciso perder esse sentimento de individualidade e
egoísmo e atentar para os problemas e riscos que estão por
vir (conseqüentes da má utilização e péssimo
aproveitamento da água). É necessária a construção
de uma cultura que rompa com a visão utilitarista e comercial sobre
a água e com o ponto de que a solução para os problemas
que ela envolve sejam atributos de pessoas específicas. É
dever de todos preservar e proteger nosso patrimônio.
Em primeiro lugar, a medida mais óbvia para o início de um
aproveitamento racional da água que nos é dada é evitar
o desperdício. Em um grande centro urbano como São Paulo,
de cada dez litros de água canalizados e destinados ao consumo da
população, cerca de quatro são perdidos (durante a
má condução do recurso ou da própria má
utilização por parte das pessoas). Simplesmente, é
água jogada fora, e de maneira estúpida. As pessoas crêem
que, por ser um recurso natural renovável, a água nunca acabará
e, portanto, podem esbanjá-la à vontade. Conceito que, embora
majoritário, é estritamente incorreto.
Esse sentimento de consumismo extremo foi também um dos fatores
que contribuíram para a atual crise energética que o Brasil
vive (sem contar a grande parcela de culpa que têm os governos atual
e anteriores por não terem investido da ampliação
da geração, condução e distribuição
de energia elétrica – mesmo concentrando 16% de toda a água
doce do planeta, possuindo o maior rio do mundo e o maior aqüífero
subterrâneo, o país utiliza menos de 1% de toda a sua capacidade
relativa à água). O desperdício ocasiona uma grande
demanda do bem em questão, às vezes superior àquilo
que é possível ser fornecido. E o mesmo ocorre com a água.
Acima de tudo, deve ser espalhada a moral da economia: não demorar
tanto no banho, não esbanjar água na lavagem de calçadas
e quintais, escovar os dentes com a torneira fechada. São medidas
tão simples e que promovem um uso absolutamente racional da água,
já que ela será utilizada aonde é necessário
e na quantidade correta. Para se ter uma idéia da dimensão
do problema, uma pessoa pode viver perfeitamente bem utilizando 40 litros
diários de água. Porém, no Brasil, a média
per capita é de 200 litros diários de água.
A tardia conscientização dos habitantes do planeta Terra
em relação ao recurso natural importantíssimo que
é a água (que, embora renovável, não deixa
de ser efêmera, já que o homem também interferiu em
seus processos de renovação) pode ter graves conseqüências,
principalmente relacionadas à poluição da água,
como o envenenamento de seres vivos com substâncias tóxicas
eventualmente presentes em mananciais. Mas também o absurdo desperdício
da água sem que nada seja feito para tentar reverter esse processo
pode trazer a mais simples e cruel das conseqüências: a sede
em massa causada pelo fim da água potável. Esta conseqüência
já encontra-se em vias de encaminhamento: hoje, perto de 1 bilhão
de pessoas no mundo não têm acesso à água potável
e 25.000 pessoas morrem por dia em decorrência direta ou indireta
dessa carência.
Moral da história: preservar, tratar e utilizar somente o necessário.
Há exatamente quarenta anos, o cosmonauta russo Iuri Alekseievitch
Gagarin observou que a Terra era azul, por causa de seus três quartos
de superfície cobertos por água. Hoje, certamente ele não
diria a mesma coisa: os seres humanos estão destruindo a beleza
azul do planetinha. O que não podemos é deixar que alguém
diga um dia que o planeta Terra é cinza, sombra essa causada pelo
fantasma da estupidez humana.
Bibliografia:
· História da Arte, Maria Graça Proença
· The Lincoln Lybrary of Essential Information, enciclopédia
americana
· Enciclopédia Encarta 1999, Microsoft
· Química, vols. I e III, Ricardo Feltre
· O Mundo de Sofia, Jostein Gaarder
· História Concisa da Literatura Brasileira, Alfredo
Bosi
· Curso Prático de Português, vol. II, Silveira
Bueno
· Provas da EEM/EAM 2001
· O Grande Livro de Perguntas e Respostas de Charlie Brown
· O Mundo Antigo, Hazel Mary Martell
Alunos: Dhiego Alves Dinello, Fabio Henrique Polegato,
Murilo Freitas Bagli e Renata Rouxinol Gomes
Escola: EE. Lucia Silva de Assumpção, Pirapozinho
Professora: Maria das GraçasAlmeida Engelmeyer
ÁGUA - Ela pode mesmo acabar?
A água é um líquido inodoro, incolor e insípido,
imprescindível para o desenvolvimento dos processos vitais de todos
os seres vivos. Uma prova disso é o fato de que aproximadamente
setenta por cento do peso do corpo humano é constituído de
água. Além de entrar na constituição
dos tecidos, ela é o dissolvente que transporta as substâncias
não aproveitadas pelo organismo. O homem necessita ingerir líquido
numa quantidade diária de dois a quatro litros. Pode-se sobreviver
50 dias sem comer, mas perece-se após 4 dias sem água, em
média. Os conhecimentos de Biologia permitem afirmar, com pequena
margem de incerteza, que a Vida apareceu primitivamente na água,
sob formas muito rudimentares. As espécies foram-se aperfeiçoando
sucessivamente e algumas delas evoluíram para se adaptar à
vida terrestre e aérea.
Essa substância possui a fórmula química H2O, que se
compõe de dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio,
dispostos nos vértices de um triângulo isóscele.A ligação
entre cada átomo de oxigênio e os átomos vizinhos tem
caráter parcialmente covalente, de forma que o átomo de oxigênio
divide um par de elétrons com cada um dos átomos de hidrogênio.
A localização desses pares de elétrons, no entanto,
não é eqüidistante em relação aos dois
átomos que formam a ligação covalente. Como o oxigênio
tem maior afinidade por elétrons, isto é, eletronegatividade
mais elevada, estes se encontram mais próximos do átomo de
oxigênio, gerando uma carga negativa no vértice do triângulo
ocupado por ele. Conseqüentemente, nos vértices ocupados pelos
átomos de hidrogênio surge uma carga positiva. Por essa razão,
diz-se que a molécula da água tem caráter polar, já
que apresenta uma distribuição desigual de cargas na sua
estrutura. As moléculas de água, quando no estado líquido
ou sólido, tendem a associar-se através de ligações
denominadas pontes de hidrogênio -- quando um átomo de hidrogênio
ligado a um átomo eletronegativo forma uma ponte para um outro átomo
eletronegativo.
Em sua forma comum contém cerca de um átomo de deutério
para cada 6.760 átomos de hidrogênio. Quando submetida ao
processo de eletrólise, a água libera no catodo, de preferência,
moléculas de hidrogênio, e a solução fica assim
enriquecida em deutério. A redução adequada do volume
dessa solução produz óxido de deutério quase
puro. Já a água pesada é utilizada como moderadora
de nêutrons em reatores nucleares. A água pesada foi
isolada pela primeira vez por Harold C. Urey, em 1931, através da
eletrólise de uma solução de água e hidróxido
de sódio. Com uma estrutura molecular semelhante à da água
comum, ela pesada apresenta, em sua composição, dois átomos
de deutério, --um isótopo estável do hidrogênio
com peso molecular duas vezes superior (P.M. = 2,0 g/mol) -- e um átomo
de oxigênio.
Este líquido tão precioso possui como ponto de fusão,
0°C e de ebulição, 100° C, à pressão
de uma atmosfera. Sua densidade varia com a temperatura, sendo seu
valor máximo igual à aproximadamente 1,0 g/cm3, a 4°C.
Além disso, observa-se que a água, ao congelar-se, sofre
uma redução da densidade. Por esse motivo, o gelo -- água
sólida -- flutua na água líquida. Algumas anomalias
encontradas nas propriedades físicas da água são explicadas
pela presença de moléculas associadas. Assim, o ponto de
ebulição da água, em comparação com
o dos compostos de estruturas semelhantes, é bem mais elevado. A
explicação para esse fato é a seguinte: para que a
água entre em ebulição é preciso ceder energia
para vencer as forças de atração intermoleculares
(forças de Van der Waals) existentes entre todas as moléculas
conhecidas, e também responsáveis pela associação
das moléculas de água, as pontes de hidrogênio.
Nas transformações químicas, a água pode funcionar,
principalmente, como solvente e como reagente. A ação solvente
é considerada como um processo físico, através do
qual a água solubiliza os reagentes, permitindo um contato mais
íntimo entre eles e acelerando as reações entre compostos
sólidos e gasosos. Isso se dá graças a sua elevada
constante dielétrica e à tendência de suas moléculas
a se combinarem com íons dos reagentes previamente solubilizados,
formando íons hidratados.
O Brasil possui a maior reserva mundial de recursos hídricos. Abriga,
em seu território, uma das maiores redes hidrográficas do
planeta, além de extensas reservas de água subterrâneas.
Teoricamente, cada brasileiro tem cerca de 34 milhões de litros
de água à sua disposição. Desses, 80% deles
se concentram na região amazônica, enquanto falta água,
por exemplo, no agreste e no sertão nordestinos. Além disso,
o Brasil apresenta uma situação de exploração
e uso predatório de seus recursos. A poluição das
águas, o assoreamento dos rios e o desperdício contribuem
para o problema da escassez. De acordo com uma pesquisa do professor Aldo
Rebouças, do Instituto de Estudos Avançados da USP, a falta
crônica de água na região semi-árida do Nordeste
também pode ser explicada pelo mau gerenciamento e pela administração
equivocada dos recursos hídricos. No primeiro caso, estão
envolvidas questões como desperdício, vazamentos, ligações
clandestinas, excesso de funcionários por usuário no sistema
de abastecimento e falta de informação sobre como utilizar
racionalmente a água; no segundo, problemas como a preocupação
exclusiva com a construção de barragens e adutoras, sem um
planejamento global para a área.
Conforme dados do IBGE de 1991, as empresas de abastecimento de água
brasileiras apresentam índices de perda de água tratada de
até 60%. Nas nações desenvolvidas, esses números
chegam a no máximo 20%. Por isso, o Brasil é considerado
um dos campeões de desperdício de água no mundo. O
país chega a perder cerca de 40% de toda a água tratada que
produz - isto é, são jogados fora cerca de 4,16 bilhões
de m³ de água por ano. Essa quantidade seria suficiente para
abastecer 35 milhões de habitantes nesse mesmo período.
Na atmosfera, a água se apresenta na forma de vapor, que pode sofrer
condensação, precipitando-se como chuva, neve ou granizo,
de acordo com as condições climatológicas presentes.
Uma vez em contato com o solo, ela pode fluir, constituindo as chamadas
águas superficiais, ou se infiltrar na terra, formando as correntes
subterrâneas. As superficiais, por sua vez, através da ação
do calor, evaporam e voltam à atmosfera, de onde o ciclo se reinicia.
A evolução subterrânea da água depende fortemente
das características geológicas do terreno. Ao atravessar
uma camada de areia, por exemplo, seu movimento é muito lento, ao
passo que, ao passar por uma zona de rochas calcárias, facilmente
solúveis, forma corrente muito veloz, estabelecendo uma rede fluvial
subterrânea. Em alguns casos, a água subterrânea pode
ficar aprisionada entre duas camadas de rochas impermeáveis. Se
essas camadas ou estratos afloram para a superfície, forma-se o
que é chamado de fonte ou manancial. Quando isso não ocorre,
a massa de água fica retida na parte inferior do vale que é
formado pelas rochas impermeáveis. Esse tipo de estrutura geológica
é muito utilizado pelo homem para a construção de
poços artesianos.
Quando a concentração dos compostos químicos dissolvidos
nas águas naturais alcança um determinado valor, elas passam
a chamar-se águas minerais. Se essas impurezas são constituídas
de sais de cálcio e magnésio, a água se denomina água
dura, essa água dura pode ser amolecida pelo tratamento com água
de cal.
As principais funções da água nos organismos vivos
relacionam-se ao transporte das substâncias reguladoras dos processos
vitais e à manutenção das estruturas celulares dos
tecidos. Dez por cento da água contida no corpo humano se encontra
no sangue; vinte por cento se localizam nos interstícios celulares;
e os setenta por cento restantes ocupam o interior das células.
As plantas utilizam a água para transportar, das raízes
até as folhas, as diferentes substâncias necessárias
às suas funções vitais. Essa água de transporte
constitui cerca de 75% do peso da planta e é eliminada nas folhas,
através do processo de transpiração.
O governo federal lançou, em 1997, o Programa Nacional de Combate
ao Desperdício de Água, uma iniciativa interministerial que
tem como principal objetivo desenvolver iniciativas educacionais e campanhas
que possam chamar a atenção para a necessidade do uso racional
da água. Na região metropolitana de São Paulo, as
estações de Guaraú e do Alto da Boa Vista são
exemplos do que é possível fazer. Elas desenvolveram projetos
para reciclar a água que era utilizada na lavagem de seus filtros
e, apenas com essa medida, conseguiram recuperar cerca de 880 litros de
água por segundo - o equivalente a 3,16 milhões de litros
por hora.
Outras alternativas para combater a escassez e aumentar a quantidade disponível
para uso doméstico, além do controle do desperdício,
são a dessalinização das águas dos mares, a
exploração dos lençóis freáticos e a
abertura de poços artesianos. Calcula-se, por exemplo, que entre
90 e 100 mil novos poços sejam abertos no país anualmente,
sobretudo na Região Nordeste.
A Lei de Recursos Hídricos, em vigor desde janeiro de 1997, é
um instrumento legal que procura assegurar a disponibilidade de água
e a sua utilização racional. Como conseqüência,
foram criados os Comitês de Bacias Hidrográficas, que podem
ser organizados pelos estados ou pela própria União. São
espécies de fóruns ou "parlamentos" onde são discutidos
os diversos problemas relativos às bacias, sendo responsáveis
também pela administração e solução
dos conflitos em torno do uso da água. Os comitês monitoram
também o cumprimento dos planos diretores das bacias, documentos
que estabelecem as estratégias, ações e projetos a
serem desenvolvidos em cada uma delas.
Desde o começo da década de 90, por iniciativa dos Estados
e do Ministério do Meio Ambiente, também vem sendo desenvolvido
o Projeto de Conservação e Revitalização dos
Recursos Hídricos, que abrangesobretudo as microbacias e as zonas
rurais. Constituído por campanhas e intervenções educativas
de preservação, o projeto possui um caráter preventivo,
visando evitar a superexploração e a degradação
dos recursos hídricos do país.
Aguardando regulamentação para começar a funcionar,
a ANA (Agência Nacional das Águas) será a instância
governamental responsável por colocar em prática e monitorar
as ações e políticas públicas na área
dos recursos hídricos. Entre outras questões, ela deverá
classificar as águas dos rios e das represas, definindo o que deve
ser destinado ao consumo. Para isso, adotará como base uma resolução
do Conama de 1986, que estabelece as diversas categorias de água.
Quando a ANA estiver funcionando plenamente, deverá também
ser implementada a cobrança pelo uso do recurso. Segundo técnicos
do governo, essa medida visa levar a sociedade a utilizar racionalmente
a água. Primeiramente, a medida deverá atingir o setor energético,
chegando depois à irrigação, à indústria
e ao comércio. O governo afirma que não haverá mudanças
significativas para o consumidor doméstico, já que as tarifas
deverão aumentar em torno de 1%.
Os rios, os mares, os lagos e os lençóis subterrâneos
de água são o destino final de todo poluente solúvel
lançado no ar ou no solo. O esgoto doméstico é o poluente
orgânico mais comum da água doce e das águas costeiras,
quando em alta concentração. A matéria orgânica
transportada pelos esgotos faz proliferar os microrganismos, entre os quais
bactérias e protozoários, que utilizam o oxigênio existente
na água para oxidar seu alimento, e em alguns casos o reduzem a
zero. Os detergentes sintéticos, nem sempre biodegradáveis,
impregnam a água de fosfatos, reduzem ao mínimo a taxa de
oxigênio e são objeto de proibição em vários
países, entre eles o Brasil.
Ao serem carregados pela água da chuva ou pela erosão do
solo, os fertilizantes químicos usados na agricultura provocam a
proliferação dos microrganismos e a conseqüente redução
da taxa de oxigênio nos rios, lagos e oceanos. Os pesticidas empregados
na agricultura são produtos sintéticos de origem mineral,
extremamente recalcitrante, que se incorporam à cadeia alimentar,
inclusive a humana. Entre eles, um dos mais conhecidos é o inseticida
DDT. Mercúrio, cádmio e chumbo lançados à água
são elementos tóxicos, de comprovado perigo para a vida animal.
Os casos mais dramáticos de poluição marinha têm
sido originados por derramamentos de petróleo, seja em acidentes
com petroleiros ou em vazamentos de poços petrolíferos submarinos.
O maior perigo do despejo de resíduos industriais no mar reside
na incorporação de substâncias tóxicas aos peixes,
moluscos e crustáceos que servem de alimento ao homem.
A poluição da água tem causado sérios problemas
ecológicos no Brasil, em especial em rios como o Tietê, no
Estado de São Paulo e Paraíba do Sul, nos Estados de São
Paulo e Rio de Janeiro. A maior responsabilidade pela devastação
da fauna e pela deterioração da água nessas vias fluviais
cabe às indústrias químicas instaladas em suas margens.
A falta de água para consumo humano deve ser o principal problema
ambiental do próximo milênio. Segundo projeções
dos cientistas, até 2025 3,3 bilhões de pessoas já
não terão mais água para irrigação.
As áreas mais atingidas são a África, a Ásia
Central e o Oriente Médio. Entre 1990 e 1995, a demanda por água
cresceu duas vezes mais que a população, como resultado do
uso intensivo em atividades industriais e agrícolas. Apenas 2,5%
da água do planeta corresponde as reservas de água doce e,
desse total, só 0,07% está acessível ao uso humano.
Os principais fatores de degradação dos rios e dos oceanos
são a poluição e a contaminação, causadas
por diversos fatores (lixo, esgoto, dejetos químicos, mineração).
Levantamento da Comissão Mundial de Água mostra que três
bilhões de pessoas no mundo vivem em péssimas condições
sanitárias e 1 milhão não tem acesso à água
potável.
Conjunto de medidas adotadas para proteção das águas
potáveis contra todas as formas de poluição e contaminação
denomina-se “Tratamento da Água”. Consistem em análises químicas
e bacteriológicas, técnicas de filtração, sedimentação,
aeração, floculação e esterilização.
O tratamento da água destinada ao consumo humano começa pelos
ensaios de turbidez, cor e pH. A turbidez ou turvação da
água é ocasionada pela presença de argilas, matéria
orgânica e microrganismos, mono e poli celulares. A cor se deve à
presença de tanino, oriundo dos vegetais e, em geral, varia de incolor
até o castanho intenso.
A etapa seguinte consiste em ligar esses ensaios às operações
de floculação, decantação e filtração.
A floculação é um fenômeno complexo, que consiste
essencialmente em agregar em conjuntos maiores, chamados flóculos,
as partículas coloidais que não são capazes de se
sedimentar espontaneamente. Essa agregação, que diminui a
cor e a turbidez da água, é provocada pela atração
de hidróxidos (provenientes dos sulfatos de alumínio e ferro
II) por íons cloreto e sulfatos existentes na água. Em virtude
de sua função, aqueles sais são chamados de floculantes.
O floculante mais largamente empregado é o sulfato de alumínio,
de aplicação restrita à faixa de pH situada entre
5.5 e 8. Quando o pH da água não se encontra nessa faixa,
costuma-se adicionar cal ou aluminato de sódio, a fim de elevar
o pH, permitindo a formação dos flóculos de hidróxido
de alumínio. O aluminato de sódio, empregado juntamente com
o sulfato de alumínio, tem faixa de aplicação restrita
a pHs elevados, onde se salienta, em certos casos, a remoção
do íon magnésio.
Removidas a cor e a turbidez, pelas operações de floculação,
decantação e filtração, faz-se uma cloração.
Nessa operação, o cloro tem função bactericida
e clarificante, podendo ser utilizado sob várias formas: cloro gasoso,
hipoclorito de cálcio (35 a 70% de cloro), hipoclorito de sódio
(dez por cento de cloro) e monóxido de dicloro ou anidrido hipocloroso.
Para o consumo industrial, a água deve ser analisada segundo a finalidade:
água de refrigeração e água para produção
de vapor.
Água de processo é a que participa diretamente das reações
químicas por um mecanismo de hidrólise ou de dissolução.
Seu tratamento compreende a remoção da acidez, da alcalinidade,
da dureza, do ferro e de outros minerais, conforme as exigências
da aplicação.
Portanto deve-se pensar o máximo antes sair por aí gastando
água sem necessidade, ou daqui à alguns anos haverá
uma guerra, não por território ou religião, mas sim
pelo direito de se beber um pouco de água.
BIBLIOGRAFIA
www.agua.cjb.net
Barsa
Br.geocities.com
Água maxter/index html
Almanaque Abril
BIOLOGIA – José Arnaldo Favaretto e Clarinda Mercadante
Editora Moderna volume único
Revista Educação nº 221 setembro/99 – Editora Segmento
Aluno: Felipe M. Antunes
Escola: Col. Educ. Infantil Fundamental Médio Carisma
Profa. Ângela Cristina Schempp
Planeta Água
Água para beber, água para cozinhar, água para limpar,
água para viver. Esse elemento é tão importante para
os seres vivos que sem ele não seria possível a existência
de qualquer vida sobre a superfície da Terra.
Todavia, é indispensável citar a importância dela para
nós, seres humanos, para a higiene do lar e das cidades, para uso
industrial, irrigação das plantações, geração
de energia, navegação, transporte de detritos... Enfim, por
mais que tentemos, não somos capazes de imaginar um tipo de
vida em sociedade que dispense o uso da água.
Representada por H2O, é a substância que existe em maior quantidade
nos seres vivos, pois representa cerca de setenta por cento do peso do
corpo humano. Além de entrar na constituição dos tecidos,
a água é o solvente que transporta as substâncias não
aproveitadas pelo organismo. Talvez por ser muito abundante em alguns lugares,
ela se tornou tão banal que sua presença, embora indispensável,
não nos chama muito a atenção. Em tudo o que fazemos
com ela, não levamos em conta que um dia a água limpa irá
acabar se continuarmos desperdiçando.
Sim, é isso mesmo, o que pensamos que é doce, na verdade
é muito salgado: A quantidade da água salgada dos oceanos
é cerca de 30 vezes maior que a quantidade de água
doce dos continentes e da atmosfera. Embora abundante, boa parte da água
é de difícil aproveitamento, pois no caso dos oceanos a dessalinização
ainda é muito cara, na prática ela fica inviável
ao uso humano. A água das geleiras e dos lençóis também
é difícil de aproveitar.
O Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à
abundância de água, embora sua distribuição
não seja uniforme em todo o território nacional. Existem
regiões com chuvas perenes e com imensos rios, como a Amazônia,
que são pouco habitadas, e também, regiões em que
a falta de água constitui um sofrimento interminável, como
o Nordeste, provocando o abandono de terras e a migração
para regiões já superpovoadas.
Hoje, o mau uso, aliado à crescente demanda pelo recurso, vem preocupando
especialistas e autoridades no assunto, pelo evidente decréscimo
da disponibilidade de água limpa em todo o planeta. O bem comum
da humanidade está em extinção! As preocupações
são portanto, em função de se perceber que, em alguns
lugares da Terra, já está havendo escassez de água
e também por causa do crescimento populacional. Não há
nas prateleiras dos institutos de pesquisa, nada que nos permita , nessas
próximas décadas, aumentar a produção de água
na mesma proporção do crescimento populacional.
No Brasil a escassez de água já acontece nos estados de Pernambuco
e Paraíba quebrando o mito de que no Brasil não falta água.
Para complicar, a falta de saneamento básico em diversas áreas
tem sido um dos motivos de poluição das águas; hoje
nós podemos dizer que, além da poluição
decorrente das indústrias, e da poluição difusa (trazida
pelas chuvas), a poluição dos esgotos domésticos em
volume, não em carga tóxica, é um dos grandes responsáveis
pela poluição das. Não só pela poluição,
mas pela morte de peixes, crustáceos, moluscos, etc... Por
fim, os próprios microorganismos decompositores aeróbicos
também morrem por falta de oxigênio na água contaminada
assim fica difícil a decomposição da sujeira dos rios.
Até agora tudo sujou! Então vamos saber o lado limpo da história.
A Estação de Tratamento de Água...
Antes de qualquer coisa é necessário esclarecer: a água
que consumimos vem daquele rio que passa perto de sua casa diretamente
para a estação de tratamento onde será posteriormente
tratada e distribuída. Inicialmente adiciona-se um agente coagulante
que é misturado ao H2O para retirar as impurezas da água
doce que chega, nesse primeiro processo que chamamos de FLOCULAÇÃO
as impurezas aderem aos flocos gelatinosos que são mais densos que
a água e decantam no fundo do reservatório dando o nome de
DECANTAÇÃO, a superfície da água do tanque
cai numa caneleta. Na terceira etapa a caneleta leva a água até
um filtro, que elimina as partículas menores que não foram
retiradas durante a floculação, dá-se o nome de FILTRAÇÃO,
assim como o das experiências feitas com areia, carvão, etc.
Na última etapa a química interage na purificação
da água limpa e clara. Adiciona-se cal hidratada para corrigir acidez
(pH) da água que deve variar entre seis e nove, posteriormente a
adição do cloro para a desinfecção, eliminando
todas as bactérias e por último é adicionado o flúor
para evitar a cárie dentária.
O tratamento de esgotos já conta com diversos processos físicos,
químicos e biológicos, usados normalmente de forma combinada,
como esse acima. Os processos físicos são basicamente, as
filtrações de diversos tipos, as decantações
e sedimentações. Os processos químicos são
aqueles que utilizam substâncias químicas. Podemos citar a
cloração, que é utilizada para desinfetar as águas,
pois o cloro consegue matar os micróbios. Os processos biológicos
são aqueles que dependem da ação de microorganismos
(algas e bactérias) presentes nos esgotos e ocorrem geralmente em
lagos ou tanques de tratamento onde a ação desses microorganismos
é controlada (aeração, pH temperatura, etc), de modo
a purificar as águas ali tratadas. Atualmente há métodos
inovadores, geralmente em cidades maiores. O tratamento tem a mesma eficácia,
mas a mão-de-obra humana é muitas vezes trocada por máquinas
e computadores que realizam o trabalho. Nas indústrias os processos
de tratamento de efluentes, em sua maioria, inovadores, computadorizados,
(equalização, adsorção, permuta iônica)
consistem de uma série de processos físicos, químicos
e biológicos e têm como objetivo promover o tratamento
e purificar as águas residuais resultantes das várias atividades
industriais ou agrícolas que não podem continuar a ser rejeitadas
sem tratamento prévio. Nem toda a tecnologia empregada nestes métodos
e nem toda a química adicionada podem ser tão eficazes sem
uma coisa que está em nossa cabeça e em nossas mãos:
a conscientização do uso racional da água; não
desperdiçando nem poluindo. Por exemplo, um rio morto pode ressuscitar
se não receber cargas de poluição orgânica graças
à ação ininterrupta dos próprios decompositores,
o rio se purifica novamente, readquirindo oxigênio e sua vida aeróbica.
Os especialistas dão a esse processo o nome de AUTODEPURAÇÃO.
A própria natureza renova o que é da parte dela, mas quando
não fazemos a nossa ... Somos nós que pagamos.
Há também outras medidas preventivas, de caráter mais
passivo, que fazem parte de uma política de proteção
dos recursos hídricos de uma determinada região: geralmente
uma bacia hidrográfica. O rio reflete, pois fielmente, o uso que
é feito dos solos da bacia correspondente. Conseqüentemente,
as medidas preventivas dirigidas à proteção da qualidade
das águas deverão ser, antes de tudo, medidas disciplinadoras
do uso do solo. Podemos citar as mais importantes sendo a manutenção
da cobertura vegetal beira-rio, mais conhecida como mata ciliar. Limites
à densidade ocupação, uma vez que a quantidade de
lixo e esgoto produzida deve ser proporcional ao número de habitantes
e obrigatoriamente do tratamento de esgotos e lixos. Restrições
à implantação de indústrias que têm falta
de sistemas de tratamento de seus efluentes. Só através
de um planejamento adequado, baseado em critérios corretos de uso
das águas e dos solos exploração de lençóis
subterrâneos e descentralização das atividades produtivas,
é que se poderá permitir o uso mais racional (uso sem desperdício)
e a proteção da qualidade desse importante recurso natural
que é a água. Quando se diz que a poluição
é o preço do progresso e do desenvolvimento, nada pode ser
mais falso. Hoje é possível reconciliar Tecnologia com Meio
Ambiente.
Bibliografia
- Poluição das águas - Luiz Roberto Magossi, Paulo
Henrique Bonacella - Editora Moderna, 1960
- ISO 14.001 - Construindo um futuro melhor - Senai - Departamento
Regional do Paraná/GWZ, 2000
- Educação Ambiental - As Ameaças ao Planeta Azul
- José Carlos Sariego - Editora Scipione, 1994
- Água - Origem, uso e preservação - Samuel Murgel
Branco - Editora Moderna, 1999
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- http://www.amigodaagua.com.br/imprensa_003.html
Aluno: George Ivan Guimarães
Escola: Colégio Valribeira , Registro
Professora: Alba Bruno de Brito
Água. Um composto extremamente comum para nós. Suas características
a tornam única. Compostos quimicamente análogos são
gasosos à temperatura ambiente. O fato de o gelo ter densidade inferior
à um permite o isolamento térmico de lagos congelados, condicionando
a vida de diversos seres marinhos. Apenas no século 18 é
que descobrimos que a água é formada por hidrogênio
e oxigênio. Por 2000 anos, perdurou a idéia de Aristóteles,
que a considerava um dos quatro elementos fundamentais. Ele não
estava tão errado assim. Sua inexistência simplesmente não
permitiria o surgimento de toda e qualquer espécie de vida que conhecemos.
Apesar de toda a sua importância ao longo de bilhões de anos,
ainda não estamos acostumados com a idéia de sua escassez.
Afinal, a água não é um recurso renovável?
O que aconteceu com o ciclo da água? Não é bem assim,
há muita água, mas salgada. Apenas uma ínfima parte
pode ser encontrada em forma de água doce e perto da superfície.
Além disso, toda água que conhecemos está neste planeta
e em alguns asteróides na forma sólida (ou talvez achemos
este líquido em Marte, teoria a ser confirmada através da
sonda Odyssey 2001).
De toda a água do mundo, apenas 2,5% é doce. Mesmo esse valor
não pode ser inteiramente aproveitado, já que mais de 70%
está congelada em geleiras polares. Sobram 0,75% para os mais de
6 bilhões de humanos. Se essa água estivesse distribuída
democraticamente, não seria necessário o alarde, mas em alguns
lugares um copo de água é uma mercadoria preciosa, e em outros,
contaminam-se milhões de litros. A disponibilidade da água
vem diminuindo incrivelmente, ao contrário da população
humana. Racionar não é uma alternativa. É uma questão
de sobrevivência. Se nem o racionamento solucionar a questão,
a idéia é buscar água onde ela existe em abundância.
A contaminação é outro grave problema. Uma pesquisa
da ONU revela que 5,3 milhões de pessoas, a maioria crianças,
morre todo ano por doenças causadas por água contaminada.
No Brasil, 30% das mortes de crianças até um ano se devem
à diarréia e 65% das internações pediátricas
são causadas por doenças também relacionadas à
água. As causas de tanta contaminação provêm
das indústrias, com seu dejeto de metais pesados; da ocupação
humana, com seus esgotos; e da agricultura, com seus pesticidas e agrotóxicos.
A escassez de água traz conseqüências óbvias.
Usamos água para produzir alimento. Sem ela, nossas safras estariam
mortas, secas. Nosso corpo tem cerca de 70% de água. Aliás,
a água é mais importante para o organismo que a própria
alimentação: sem beber, uma pessoa tem 3 dias de vida. Sem
alimento e hidratada, ela pode resistir até 40 dias. A água
está tão diretamente ligada à vida que os astrônomos,
na ânsia de encontrar novas formas de vida, procuram-na em algum
planeta, já que sua existência é característica
essencial para as formas de vida que conhecemos.
Considerado um país rico em água doce, com 13% das reservas
mundiais, o Brasil utiliza os rios e mananciais de forma caótica
e irresponsável. Não deveríamos nos preocupar com
a escassez, já que não vivemos os mesmos problemas dos árabes
e africanos e não estamos num deserto. A crise no nordeste é
secular. Agora, os moradores de grandes metrópoles também
sofrem com a água, ou melhor, com a falta dela. Os rios da Grande
São Paulo, por exemplo, seriam suficientes para captar a água
pluvial e abastecer toda a região. Mas com a ocupação
humana na beira de tais rios e com o lançamento de esgotos não
tratados, esta água está mais para lixo urbano do que para
H2O. Além de tudo, as empresas de saneamento não se preocupam
com os cerca de 70% de água clorada e fluoretada desperdiçada
em vazamentos e instalações públicas mal feitas.
As soluções para o caso brasileiro são óbvias.
Economia é a regra. E junto, vem o conceito de reciclagem de água.
A água usada no banho e na torneira pode ser usada para a descarga
de banheiros. Não é necessário água tratada
para dar banho em animais domésticos e muito menos para lavar carros
ou regar plantas. Como afirma Aldo Rebouças, professor do Instituto
de Estudos Avançados da USP: “Emissários submarinos nem deveriam
existir, mas sim um sistema de reciclagem”. Na Europa e em diversos estados
norte-americanos, existem redes separadas, uma com água potável,
tratada, e outra com água limpa, ao contrário do Brasil,
no qual só existe a rede de água com cloro e flúor.
Puro desperdício.
No caso de o consumo aumentar ainda mais, há outras formas de obter
água doce. Para o Brasil, temos o maior aqüífero do
mundo, situado nas divisas com Argentina, Paraguai e Uruguai, mas com a
maior parte na área brasileira, atingindo estados como São
Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Paraná.
O aqüífero Guarani, contém 1,2 milhão de quilômetros
cúbicos, confinado entre formações da Serra Geral,
no subsolo. A água é de excelente qualidade, graças
às camadas de rochas que filtram a água e protegem contra
contaminações. Estudos mostram que o reservatório
poderia fornecer água, anualmente, para 150 milhões de pessoas.
Os governos dos quatro países já estão atuando junto
com o Banco Mundial para transformar o aqüífero em fonte real
de água.
Outra alternativa é a dessalinização da água,
amplamente utilizada no Oriente Médio, em países como Iraque
e Kuwait. Existem vários tipos de processos para a remoção
dos sais dissolvidos. O mais simples é a destilação,
que remove vírus e organismos, mas também retira sais importantes,
os quais devem ser repostos para que a água se torne potável.
É necessário uma quantidade muito grande de energia para
tal processo. Uma variação é a destilação
solar, que apesar de utilizar a energia gratuita do Sol, requer amplas
áreas de evaporação para uma produção
pequena, e sempre com o risco, de, ao manuseá-la para a adição
de sais retirados pela destilação, acabar contaminando-a.
Além da preocupação com substâncias orgânicas
voláteis, que iriam ser “destiladas”, juntamente com a água.
Há técnicas mais modernas de dessalinização,
como a desionização, que remove os íons dos sais através
de resinas carregadas eletricamente, num processo diferente dos filtros
mecânicos, que apenas “agarram” as partículas com tamanho
maior. A desionização é freqüentemente usada
em aquários de grande porte e em laboratórios, pois é
um processo caro e complexo.
A técnica mais utilizada para a dessalinização é
a osmose reversa, usada nos EUA (como fonte de água potável
emergencial), no Oriente Médio, etc. Primeiro precisamos nos ater
à questão: “O que é osmose?”. Se tivermos dois recipientes
separados por uma membrana semipermeável, que permite apenas a passagem
da água, e em um dos recipientes uma concentração
elevada de sal, a água do recipiente mais diluído iria passar
para o mais concentrado, tentando fazer com que a concentração
do sal nos dois recipientes permaneça a mesma. Essa passagem pela
membrana irá ocorrer até que a quantidade de água
no recipiente mais concentrado chegue a um nível na qual a pressão
da água supere a pressão osmótica criada pela diferença
de concentração nos dois recipientes. Esse é o princípio
da osmose reversa. Adicionando água salobra com suficiente pressão
para neutralizar a pressão osmótica, fazemos com que a água
faça o caminho inverso ao da osmose, e então obtemos
água limpa no outro recipiente. Dependendo da membrana, podemos
ter diferentes concentrações salinas, num processo ajustável.
A osmose reversa é comumente referida como filtração,
mas é um processo bem diferente da filtração mecânica
usual. Essa alternativa parece perfeita para o Nordeste brasileiro, abrangendo
todo o litoral. Mas há dois inconvenientes neste processo. Um é
a quase obrigação de não parar o fluxo de água,
já que a membrana muitas vezes é feita de um material, o
qual é o alimento de alguns insetos presentes na água (não
patogênicos). Mas isso é exclusivo de métodos mais
primitivos. Com modelos mais modernos, o essencial inconveniente é
o preço desse processo. Apenas países nadando em petróleo,
como no Oriente Médio, podem usufruir de um grande número
de usinas dessalinizadoras. Inclusive, os primeiros alvos do Iraque, na
Guerra do Golfo, foram estes tipos de usinas do Kuwait. A guerra por água
já começou. De fato, 29 países já têm
problemas com a escassez e o quadro tende a piorar. Dados das Nações
Unidas comprovam que em menos de 25 anos dois em cada três habitantes
do planeta serão afetados pela falta d’água, passando sede,
pobreza crônica ou sendo afetados por doenças contagiosas.
Ao correr pela superfície do solo, a água, sendo o solvente
universal, carrega consigo diversos elementos, entre eles, substâncias
orgânicas, terra, fezes, microorganismos. Água completamente
pura, só existe em fórmulas. Ela sempre está dissolvendo
alguma substância.
É por isso que mesmo essa água captada através dos
mais diversos processos pode estar contaminada e/ou poluída, e é
aí que entram os processos de tratamento da água. A água
que penetra na terra vai sendo filtrada pelas diversas camadas do solo.
Por isso, em princípio, elas são consideradas de ótima
qualidade. Mas podem conter um grau elevado de substâncias minerais
dissolvidas. No Brasil, a água passa pelas Estações
de Tratamento de Água (ETA), tornando-se potável, antes de
ser distribuída pelos canos. Logicamente, isso só corre nas
cidades que contam com alguma ETA. Na maior parte do território
brasileiro a população não tem acesso à água,
cenário vergonhoso para um mundo do século XXI.
O homem utiliza a água para diversos fins, e por isso mesmo, existem
tantos processos de tratamento. A água usada para resfriamento de
caldeiras industriais ou para a agricultura não precisa e não
deve ser tratada como água para uso humano básico, como beber
e preparar alimentos. Esta sim deve ser muito bem tratada para evitar agentes
patogênicos.
O processo usado pelas ETAs para a produção da água
potável é o seguinte. Ao chegar a ETA, a água bruta
é enviada a uma bacia de tranqüilização, na entrada
das instalações. Em seguida a água começa a
ser tratada com sulfato de alumínio, cal e cloro. O sulfato e a
cal aglutinam as impurezas, formando flocos, e o cloro mata os microorganismos.
No floculador, estes flocos se agrupam e são depositados no fundo
dos decantadores. Nesta parte, o fluxo é lento, para permitir a
decantação. A água, então passa por um conjunto
de filtros formados por uma camada de carvão mineral e outra de
areia, que são freqüentemente limpos com a inversão
do fluxo. Após passar pelo filtro, a água recebe flúor
e cloro, e é distribuída. Durante todo o processo, a água
passa por contínuas e rigorosas análises laboratoriais, nas
quais se observam sua cor, acidez, turbidez, dosagens de cloro e flúor.
Há também filtros que se utilizam o fluxo de água
para a cultura de bactérias e fungos entre as microcavidades de
seus componentes, formando uma espécie de lodo. Estes microrganismos
degradam substâncias tóxicas e patogênicas, constituindo
um ótimo filtro para a instalação em caixas d’água
de casas ecológicas, pois é uma solução biológica,
utilizando os recursos da própria natureza. É um sistema
que deveria ser melhor desenvolvido, buscando microorganismos com capacidade
de destruir agentes causadores de doenças contagiosas.
Mas não é só a água que iremos consumir que
deve ser tratada. Há ainda os resíduos da água, os
esgotos e efluentes industriais. Há também uma solução
“biológica”, a biorremediação, um processo de tratamento
que utiliza microorganismos de ocorrência natural como bactérias,
leveduras e fungos para degradar substâncias nocivas transformando-as
em substâncias menos tóxicas ou inócuas, semelhante
ao processo descrito acima. Vem sendo utilizada com sucesso na degradação
de derivados do petróleo, como a gasolina e o óleo diesel,
hidrocarbonetos como benzeno, xyleno e naftaleno, além de alguns
pesticidas e solventes industriais. Estes microorganismos podem adaptar-se
e crescer a temperatura extremas, condições desérticas,
em estado aeróbico ou anaeróbico. As únicas exigências
são: uma fonte de energia e uma fonte de carbono, tornando-os perfeitos
para o tratamento de tóxicos ambientais.
Enfim, temos que tomar conta dos nossos recursos. Quando se fala do fim
do petróleo, logo se enumeram fontes alternativas. Em se tratando
da água, isso não ocorre. É um bem único, forjado
especialmente para a perpetuação da vida terrestre. Sua falta
é, na verdade, mais do qualquer profecia, mais do que qualquer castigo
divino ou religioso, a verdadeira aniquilação humana.
Bibliografia:
· Fonseca, Martha Reis Marques da. Química Integral.
São Paulo, FTD, 1993
· Feltre, Ricardo. Fundamentos da Química. São
Paulo, Moderna, 2001
· Beltrame Filho, Osvaldo. Água. SABESP.
· Revista Galileu, n° 119, Junho 2001. Rio de Janeiro, Globo.
Pág. 41-52
· Pereira Filho, João. Cartilha da Água. (www.aguadebebersds.com.br/contribuicao/ferreira)
· Ciência Hoje On-Line (www.uol.com.br/cienciahoje)
· Ecoambiental (www.ecoambiental.com.br)
· Ambiental Brasil Consultores Associados (www.valimportsaneamento.com.br)
· The Water Treatment FAQ (H2O 4U – www.softwater.com)
Aluno: Guilherme Coelho Cunha
Colégio Técnico de Lorena – Cotel
Prof.: George J. M. Rocha
Água: Purificação Química e Uso Racional
Entende-se por água potável aquela que se encontra em condições
próprias para consumo humano, quer pelos aspectos físicos
(organolépticos – odor e sabor), quer pelos químicos e biológicos.
Pelo fato de ser um solvente universal, a água tem uma capacidade
extraordinária de dissolver elementos sólidos, líquidos
e gasosos e, por isso, passa a ser solução de uma infinidade
de solutos minerais e orgânicos, sendo, portanto, facilmente poluída.(1)
Atualmente, verifica-se um crescente consumo da água potável
no planeta. Por isso o recurso água está cada vez mais escasso,
fato que se agrava ainda mais devido ao consumo sem preocupação
com re-tratamento da água utilizada, aos fatores naturais (secas
em determinadas regiões) e político-econômicos (falta
de verbas para investimentos em estações de tratamento).(1)
Apenas 0,7% da água existente no planeta é útil para
consumo. Apesar de a capacidade dos aqüíferos subterrâneos
ser cerca de 6000 vezes maior do que as reservas hídricas dos mananciais
de águas correntes superficiais, estes últimos são
mais utilizados pelo ser humano para fins de abastecimento público,
devido ao menor custo com processos de obtenção da água.(2)
Antes de se pensar na maneira de tratamento da água, é preciso
buscar outras formas de atuação e comportamento com relação
à ocupação das bacias hidrográficas mundiais
e com relação ao principal mecanismo de alimentação
das reservas de água doce da natureza, decorrente do ciclo hidrológico,
que é a infiltração. No entanto, este mecanismo sofre
a ação humana nos incrementos de áreas impermeabilizadas,
nos desmatamentos, nas remoções de terra e, principalmente,
nos lançamentos de efluentes em desacordo com as condições
exigidas pela lei, quer no sentido qualitativo, quer no sentido quantitativo.(2)
O tratamento da água canalizada, antes do consumo nas residências,
acarreta: maior controle e prevenção de doenças (pois,
assim, haveria a eliminação de seres patogênicos e/ou
elementos prejudiciais ao organismo), tais como a cólera, febre
tifóide e paratifóide, desinteria bacilar, desinteria amebiana,
ancilostomíase, ascaridiose e esquistossomose; implantação
de hábitos higiênicos (banho, limpeza de utensílios
etc); facilitação da limpeza pública; aumento da vida
média e produtiva do indivíduo devido à diminuição
da mortalidade ocasionada por doenças; e incentivo à instalação
de indústrias e do turismo.(1)
O tratamento que a água sofre antes de ser consumida é efetuado
em Estações de Tratamento de Águas, onde, inicialmente,
a água passa por um sistema de grades para reter galhos e folhas
e por um crivo, a fim de reter areia. Em seguida ela vai para o tanque
de pré-tratamento, onde é tratada com sulfato de alumínio,
cloreto férrico, aluminato de sódio, sílica ativada
ou polieletrólitos, que são agentes floculantes e clarificadores.
A adição destes agentes formará flocos, onde se adsorve
partículas minerais e orgânicas em suspensão, que possuem
grande velocidade de sedimentação, e, em seguida, a água
bruta será misturada em uma bomba de agitação e direcionada
para o tanque de agitação rápida. À medida
que for se homogeneizando, a água será transferida para o
tanque de agitação lenta, onde ocorrerá a formação
dos flocos de sujeira. Através de uma canaleta (a fim de evitar
a quebra dos flocos), a água vai para os tanques de decantação
cujas bases são inclinadas para que os flocos se depositem na parte
mais funda, evitando serem carregados em maior quantidade para os filtros.
Os flocos de sujeira decantados, depois de removidos pelo arrastamento
com água, vão para tanques onde a sujeira é diluída
e devolvida aos rios em conformidade com a lei, ao passo que a água
vinda do tanque de decantação vai, por outra canaleta, para
filtros que retêm partículas não precipitadas nos decantadores.
Após a filtração, a água recebe cal para neutralização,
cloro como agente bactericida e flúor para prevenção
de cáries, tornando-se própria para consumo humano.(3)
Deve-se ressaltar que, após a sua utilização, os esgotos
residenciais devem receber um tratamento adequado para que a água
possa ser novamente consumida, de modo a se evitar uma grande utilização
de águas canalizadas, a fim de preservar a vida existente nas fontes
naturais da água a ser tratada e evitar um esgotamento mais rápido
das mesmas.
Antes de chegarem às Estações de Tratamento de Efluentes,
os esgotos passam pela tubulação primária e secundária.
Logo em seguida, passa pelo interceptor (tubo de grandes dimensões)
e por uma estação elevatória, que consiste no bombeamento
do esgoto para cima, em um nível no qual se começará
o tratamento. Inicialmente, os objetos maiores ficam retidos nos sistemas
de gradeamento e os materiais granulares nos desarenadores. O esgoto chega
aos decantadores primários (não deve haver turbulência
para facilitar o processo), onde as partículas menores em solução
são precipitadas com a adição de uma substância
coagulante e ocorre a sedimentação das partículas
sólidas mais densas. Após o tempo de detenção
(já pré-determinado), o lodo é retirado, encaminhado
para adensadores de gravidade e digestores aeróbicos, onde ocorre
o consumo da matéria orgânica do lodo pelas bactérias
e microorganismos aeróbicos, havendo a eliminação
de biogás, que pode ser utilizado como combustível para abastecer
equipamentos empregados. Em seguida, o mesmo vai para digestores
anaeróbicos, onde os microorganismos e bactérias anaeróbicos
consomem o material excretado no fundo do tanque e, pois, ocorre a diminuição
de seu volume. O lodo é, então, encaminhado para filtros
prensa e câmaras de desidratação, onde diminui ainda
mais seu volume, tornando-o próprio para ser utilizado como fertilizantes
etc. Em casos que necessitem mais do que estes tratamentos primários,
o esgoto deverá ir do decantador para tanques de aeração,
onde há a recirculação do lodo que se acumulará
no decantador secundário (processo de lodo-ativado). Após
haver novamente a sedimentação, a água tratada vai
para o corpo receptor (Estação de Tratamento de Águas)
através de um emissário.(3)
Entretanto, o caso de efluentes industriais é muito mais complexo,
visto haver vários tipos deles e, pois, diferentes componentes presentes
nos mesmos.
Os efluentes de indústrias de alimentos e bebidas, por
exemplo, contêm altas concentrações de matéria
orgânica de origem natural e, por isso, podem receber o mesmo tratamento
do esgoto doméstico. O mesmo ocorre nas indústrias têxteis,
visto que seus efluentes contêm substâncias provenientes da
lavagem de matérias-primas (lã, algodão etc) junto
com materiais usados no processo (detergentes, lubrificantes etc) que são
rigorosamente controlados os índices de emissões.(1)
As indústrias que lidam com metais são as mais
poluentes, haja vista o fato de serem eliminados em seus efluentes muitos
metais pesados. O cobre, zinco, cádmio, cromo, ferro e níquel
são os metais tóxicos mais comumente encontrados nos efluentes
industriais. Nas Estações de Tratamento de Água, eles
são parcialmente precipitados junto com o lodo e, se o mesmo for
destinado à agricultura ou horticultura, poderá haver danos
às plantas sensíveis à presença destes metais
no solo. O cromo pode ter efeito adverso no tratamento aeróbico,
ao passo que o processo de digestão anaeróbica pode sofrer
interferências do zinco e cádmio. Além disso, no pH
do esgoto, se houver a presença de um cianato, o mesmo estará
hidrolisado em ácido cianídrico, muito volátil e tóxico.(1)
Em indústrias, deve-se tratar os efluentes provenientes de cada
processo separadamente, visto haver a afinidade de alguns compostos de
diferentes efluentes (como o níquel e o cianeto, por exemplo). Um
processo consiste em eliminar o cianeto por volatilização
com ácido cianídrico e por oxidação biológica
a carbonato de amônio. Já os efluentes contendo ferro e cobre,
são tratados com uma base (visto eles terem sido utilizados em processos
de decapagem em imersão ácida) o que, em seguida, acarretará
a precipitação dos metais. Para eliminar o zinco, cádmio
e um pouco de cobre, utiliza-se a eletrodeposição em soluções
contendo cianeto; elimina-se o cianeto da mesma maneira anterior. Já
o níquel é depositado em soluções tamponadas
de sulfato e/ou, ainda, com a adição de cal. O efluente contendo
cromo é tratado com sais ferrosos ou dióxido de enxofre ,
em meio ácido (para reduzir o cromo), seguidas de adição
de álcali para precipitar o cromo trivalente.(3)
Existe uma infinidade de produtos químicos eliminados
na natureza através dos efluentes industriais, de modo que para
cada elemento eliminado existe uma maneira específica de separá-lo.
Cabe a cada indústria pesquisar a maneira mais correta de tratar
seus diferentes efluentes, a fim de se evitar futuros danos à natureza
e/ou interferências nos processos executados nas Estações
de Tratamento, para onde o efluente industrial, após o devido tratamento,
deverá ser direcionado.
Pode-se, então, concluir que, com atual escassez da água
potável, uma ótima alternativa seria conciliar os processos
de tratamento da água com a proteção ambiental, pois,
preservando-a juntamente com suas principais fontes de obtenção,
fica evidente não somente os benefícios para o meio ambiente,
mas também para toda a humanidade.
Bibliografia
1- Benn. F.R.; e McAuliffe, C.A.. Química e Poluição.
Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.,
1981, Primeira Edição;
2- Shreve, R.N.. Indústria de Processos Químicos. Rio
de Janeiro, Editora Guanabara Dois, 1980, Quarta Edição;
e
3- Oliveira, E.O.; Gaglianone, S.; Yassuda, E.R.; Pereira, B.E.B.;
e Martins, J.A.. Técnica de Abastecimento e Tratamento de Água.
São Paulo, CETESB, 1976, Segunda Edição Revisada.
Aluno: Gustavo Brechesi Servilha
Escola: Instituto de Educação Imaculada, Campinas
Profa.: Maria Lúcia G. Conceição
A água é uma substância ímpar na natureza. Basicamente
a sua estrutura molecular é composta por dois átomos de hidrogênio
e um átomo de oxigênio. Dessa forma, podemos considerar que
a água é uma mistura de diversas espécies químicas,
diferindo em massa molecular, pois são conhecidos três isótopos
de hidrogênio e seis de oxigênio, dos quais somente três
são estáveis, resultando, portanto, 18 combinações
isotópicas para a água. Sua molécula é assimétrica
e as ligações entre elas processam-se através das
ligações de hidrogênio, ou seja, devido à polaridade,
existem forças atrativas entre as moléculas, tendendo estas
a se orientar com o hidrogênio de uma, ligando ao oxigênio
de outra, formando agregados com propriedades estruturais distintas (como
é o caso da estrutura do gelo). As ligações
de hidrogênio é que são as responsáveis pelas
principais propriedades da água, como massa específica, viscosidade,
tensão superficial, etc. A água apresenta as seguintes características:
é uma substância básica para as células vivas,
um solvente universal, reguladora das trocas de energia na biosfera, moderadora
do clima, agente de limpeza, nutrição, também, erosivo
e destrutivo, possui mobilidade excepcional, servindo de meio de transporte.
Cerca de 90% de todos os organismos vivos da Terra estão imerso
em água e o restante em vapor d’água, utilizando-a em sua
forma líquida. A vida não seria possível sem ela.
Ela está em toda parte formando os oceanos, os campos de gelo, lagos
e rios, cobre ¾ da superfície da Terra: 1 bilhão e
340 milhões de Km3 de água. Abaixo da superfície,
cerca de 4 milhões de Km3 de água permeiam solos e
rochas. Na atmosfera terrestre, existem outros 5 mil Km3 . Apesar
de a Terra estar praticamente encharcada, a grande maioria dos ecossistemas
e os seres humanos dependem de um único tipo: a água doce.
Esta representa somente 3% do total de água do planeta, estando,
destes, 87 % “presas” nas calotas polares e glaciais ou em depósitos
subterrâneos profundos ou, ainda, na atmosfera.
A água na natureza percorre um caminho que é conhecido como
o seu ciclo hidrológico: evaporação, condensação,
precipitação, retenção nas plantas e solo,
infiltração, percolação através do subsolo.
Este ciclo não se processa de forma homogênea em todo o Planeta,
sendo mais ativo nas regiões equatoriais (Região Amazônica)
e menos, até inexistentes, nas zonas áridas (Sertão
Nordestino e Saara). Essa distribuição desuniforme, associada
a crescente população humana, ocupação desordenada
de solo e uso irracional da água no Planeta, está levando
à sua escassez. A água passa a ter maior importância
econômica. O consumo torna-se, portanto, desigual. As classes mais
abastadas passam a consumir valores diários superiores a 250 l/pessoa
(bairros de classe média/ média alta), enquanto encontramos
os de baixa renda (ocupações e favelas), com consumo médio
de 30 l/pessoa.
Diversos são os usos para as águas doces no espaço
urbano e/ou rural, demandando qualidade, quantidade hídricas
diferenciadas: higiene, alimentação, transporte, lazer, recreação,
construção e processos produtivos industriais, comerciais
ou agrícolas, etc. Estes usos têm trazido como conseqüência
a poluição e/ou a contaminação dos cursos de
água. A poluição é qualquer alteração
de natureza física, química, biológica ou mesmo de
regime hidrológico que produza desequilíbrio no ciclo biológico
normal, contribuindo para alterar a composição da fauna e
da flora do meio e a contaminação são os efeitos diretos
da introdução de substâncias ou organismos nocivos,
causando doenças ao ser humano.
Dos muitos usos que a água pode ter, alguns estão mais intimamente
relacionados com a saúde humana: água utilizada como bebida
ou na preparação de alimentos; as utilizadas no asseio corporal
ou a que, por razões profissionais ou outras quaisquer, venha a
ter contato direto com a pele ou mucosas do corpo humano: ex.: trabalhadores
agrícolas em cultura por inundações, lavadeiras, atividades
recreativas (lagos, piscinas, etc.); as utilizadas na manutenção
de higiene do ambiente e, em especial, dos locais, instalações
e utensílios usados no manuseio, preparo e ingestão de alimentos
(domicílio, restaurantes, bares, etc.); as utilizadas na rega de
hortaliças ou nos criadouros de moluscos (ostras, mariscos e mexilhões).
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), aproximadamente
¼ dos leitos existentes em todos os hospitais do mundo estão
ocupados por enfermos, cujas doenças são ocasionadas pela
água. A nocividade da água pode resultar de sua má
qualidade. As doenças podem ser de transmissão ou de origem
hídrica. A primeira de transmissão através dos agentes
infecciosos e a segunda decorrente de certas substâncias denominadas
contaminantes tóxicos, por apresentar substâncias dissolvidas
em determinados teores responsáveis pelo aparecimento de doenças.
Embora as características físicas da água tenham importância
relativamente pequena no ponto de vista sanitário, elas podem ser
determinantes na escolha da tecnologia de tratamento da água. Dentre
as característica físicas, encontramos a turbidez, que é
devida a presença de partículas em estado coloidal, em suspensão,
matéria orgânica e inorgânica finamente dividida, plâncton
e outros organismos microscópicos.
A produção de água que atenda consistentemente o Padrão
de Potabilidade requer, na maioria dos casos, a filtração,
pois somente nessa etapa é que são removidas, quase em sua
totalidade,as partículas coloidais, suspensas e microrganismos em
geral de forma que a desinfecção final seja definitiva. Muitas
vezes, a água bruta contém componentes químicos que
exigem tratamentos específicos, conduzindo à formação
de precipitados e posterior por sedimentação ou filtração,
ou à adsorção em hidróxidos e óxidos
ou carvão ativado. Os processos gerais de tratamento de água,
iniciam-se pela escolha do manancial e da qualidade da água. Basicamente
um sistema completo de tratamento envolverá captação,
aeração – arejamento, dosagem e aplicação de
produtos químicos, coagulação e floculação,
decantação ou flotação, filtração,
desinfecção, controle da alcalinidade e dureza das águas
e finalmente fluoretação.
Um reaproveitamento da água pudemos verificar durante visita à
fábrica 3M, em Sumaré/SP, que necessita de 17m3/hora, reaproveitando
11m3/hora, através da existência de uma estação
de tratamento de esgoto, que basicamente segue o modelo de tratamento de
água de abastecimento. O efluente da 3M recebe esgoto comum e industrial,
sendo estes encaminhados para uma estação de tratamento,
onde, primeiramente, recebem uma dosagem de ácido sulfúrico
(H2SO4), para correção do pH, tendo em vista o esgoto chegar
alcalino. Após corrigido o pH, o esgoto passa por um gradeamento
e em seguida por uma caixa de areia, ambos com finalidade de retenção
de sólidos em seus mais diversos tamanhos. Após temos uma
caixa separadora de gorduras e óleos, caixa esta em que o óleo
e a gordura que flutuam e são retiradas e a água, drenada
próximo ao fundo da caixa, sendo levada para uma lagoa de aeração
para tratamento biológico, através de bactérias aeróbicas,
anaeróbicas e facultativas. As bactérias têm a finalidade
de digerirem os materiais orgânicos e poluentes, produzindo água
e dióxido de carbono. Em seguida a água é conduzida
para a lagoa de decantação, onde se processa a decantação
dos sólidos em suspensão. Após, temos a lagoa de estabilização,
onde há um processo de autodepuração por ação
natural (vento, chuva, calor, etc.). Em seguida temos uma segunda fase
do tratamento, sendo a água encaminhada para uma nova fase de tratamento,
onde são acrescentados floculantes, coagulantes e ácido,
baixando o pH para ajudar o processo de floculação e coagulação.
Após temos os tanques de decantação, onde bombas tiram
o lodo, destinando-o á lagoa de aeração, já
citada. Na saída, esta é desinfectada por cloro e tem seu
pH aumentado por hidróxido de sódio (NaOH). Esta água
resultante do tratamento é armazenada em uma série
de depósitos, sendo que, quando necessária sua utilização
nas caldeiras das fábricas, a mesma passa por um novo tratamento,
recebendo adição de floculantes ( Al2(SO4)3 ), corretivos
de pH (ácido), sendo remetidos a tanques de decantação,
filtros de areia e após a análise desta água (através
de pHmetro, condutivímetro, cloridrímetro, espectofotômetro
e hidrômetro) a mesma segue para o processo produtivo. Esse processo
de reaproveitamento de água foi um dos itens avaliados na empresa
para a obtenção do certificado ISO 14000.
Essa economia trabalhada pela 3M vem na direção do uso racional
da água, pois, hoje, a água é um elemento econômico,
estando em vias de se estabelecer a cobrança pelo seu uso, como
instrumento de equilíbrio para a qualidade de vida. O uso racional
da água advém, dentre outros, por sua escassez principalmente
decorrente da poluição, das perdas, desperdícios nos
usos industrial, agrícola e urbano, ocupação e uso
desordenado do solo(que geram a redução de áreas de
infiltração da água do solo), assoreamento dos mananciais
e pelos desmatamentos (geradoras de erosões).
A solução para o uso racional da água, virá
pela educação, que deve dar às pessoas a consciência
de seu real valor (conscientizando contra o desperdício e seu mal
uso), a garantia de fornecimento para todos da atual e das futuras gerações,
a certeza da melhoria do meio ambiente, da qualidade de vida, da saúde
pública, da recuperação e preservação
dos mananciais e de um desenvolvimento sustentável, numa sociedade
social e economicamente justa para todos.
Bibliografia:
DI BERNARDO, Luiz; Métodos e técnicas de tratamento de
água; Vol. I – Rio de Janeiro: ABES, 1993
RUTKOWSKI, Emília; Bacia hidrografia e bacia ambiental; São
Paulo: Sabesp , 1999
CETESB; Técnica de tratamento e abastecimento de água;
Vol II, 2ª edição; São Paulo, 1977
SECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOS, SANEAMENTO E OBRAS DO EST.DE
S.PAULO; Folheto “Dar valor a água é preservar a vida”; São
Paulo, 2000
Entrevista com o Engenheiro de Segurança da 3M (Sumaré/SP)
Afonso Oliveira (31/10/2001)
Aluno:Leandro Dantas de Santan
Escola: Colégio Koelle, Rio Claro
Professores: Alberto Pieretti Sant’ana e Ângelo di Lelle Ariente
Tratamento de Esgoto: Uma Forma Racional de Evitar-se a Poluição das Águas
Analistas internacionais apontam que nos próximos anos haverá
grande falta de água, mas esta afirmação contém
uma contradição interna, pois, através do ciclo da
água na natureza, onde, a grosso modo, a água presente na
forma líquida evapora e forma nuvens que chovem e devolvem a água
na forma líquida ao meio terrestre. Só que este não
é o problema, pois é verdade, a água nunca vai acabar,
o que pode acabar é a água potável, própria
para o consumo humano e irrigação de plantações.
E uma forma de evitar-se a poluição da água é
o tratamento de esgoto industrial e residencial, fazendo com que a água
contaminada por detritos industriais seja reaproveitada.
A partir da revolução industrial do século
XVII, indústrias começaram a instalar-se próximas
a rios, pois a água é utilizada no processo de produção
das empresas, que retiram a água do rio, utilizam-na e devolvem-na
a sua origem. Aí se começam os problemas, pois a água
volta normalmente aquecida, e quando ela se encontra com a água
do rio torna-a aquecida e reduz-se assim o teor de oxigênio nela
dissolvido, pois o grau de solubilidade de um gás diminui com o
aumento da temperatura do solvente (água), causando a morte direta
de plantas aquáticas e peixes. Outro problema, os resíduos
tóxicos com sais ou óxidos contendo metais pesados como o
mercúrio (Hg), que ao entrar na cadeia alimentar, sofre efeito cumulativo,
aumentando sua concentração conforme aumenta o nível
trófico na cadeia alimentar, causando a morte de animais e contaminação
da população humana que se alimenta destes animais. E ainda
existe o problema dos compostos sulforados (contendo enxofre) e os
nitrogenados (contendo nitrogênio) que são os compostos geralmente
mais utilizados nas indústrias, que em contato com a água,
formam ácidos e desregulam o pH do rio, pois, além de matar
os peixes, o menor pH do rio desregula o equilíbrio químico
que há entre os compostos presentes no rio e os que estão
no solo, aumentando a acidez do mesmo, causando a morte da mata ciliar
e aumento dos custos para agricultores que utilizam água do rio
para irrigar suas culturas, já que eles têm de usar maior
quantidade de um composto básico (geralmente o cálcio, ou
magnésio, processo conhecido como calagem) para neutralizar a acidez
do solo, aumentando em muito os custos da produção.
O tratamento destes dejetos é de certa forma simples, mas
necessita de investimentos por parte das empresas para a construção
de uma estação de tratamento de dejetos industriais. O funcionamento
dessa estação é simples, necessita-se primeiramente
que haja uma análise dos compostos químicos presentes na
água, para que ocorra então o tratamento adequado. Contra
a água aquecida, basta que ela seja refrigerada até que alcance
a temperatura ambiente, para poder então ser devolvia à natureza.
Contra os metais pesados, o processo é um pouco mais delicado e
deve consistir primeiramente em evitar que esse metal seja usado no processo
industrial, através de pesquisas de materiais alternativos. Caso
não seja possível deve-se então encontrar algum composto
que reaja com esse metal e permita que ele possa ser retirado da água
e depois reaproveitado na indústria, evitando assim que ele contamine
o meio ambiente.
E quanto ao problema dos compostos que podem formar ácidos
a empresa pode encontrar uma forma de reaproveitá-lo em seu processo
de produção, evitando assim a compra de matéria prima,
trazendo economia para as empresas e impedindo que elas poluam o meio ambiente.
Um segundo problema ecológico que envolve a água
é o esgoto residencial, rico em compostos orgânicos e compostos
detergentes (sabões e detergentes em geral). Esses compostos, em
contato com a água, formam uma espuma que retira o oxigênio
da água, e ela, ao ser jogada em rios, acaba desequilibrando o ecossistema
aquático, levando à morte peixes e plantas por falta de oxigênio
dissolvido. Mas esse problema pode ser solucionado com substituição
dos detergentes comuns pelos biodegradáveis.
Os compostos orgânicos quando jogados nos rios, fungos e
bactérias decompõe-nos, e nessa decomposição,
consomem oxigênio dissolvido na água, e como o número
de bactérias é extremamente alto, ela acaba por dominar todo
o meio ambiente ribeiro, consumindo oxigênio e aumentando a demanda
bioquímica de oxigênio, causando assim a mortalidade de peixes
e plantas aquáticas.
E para evitar-se esse problema basta simplesmente tratar a água
em uma estação de tratamento de água, que deveriam
estar em todas as cidades. Mas o tratamento é muito simples. A água
passa por um decantador, onde todos os sedimentos sólidos são
sedimentados e posteriormente utilizado como adubos. A água que
sobra sofre uma injeção de ar, que favorece o desenvolvimento
de microorganismos que consumirão a parte orgânica do esgoto.
É então formado um lodo, que é tratado com compostos
orgânicos que irão desidrata-lo, e é utilizado como
fertilizante, liberando ao final do processo apenas a água pura.
O tratamento de esgoto faz-se uma forma racional de evitar que
a água que pode ser “reconsumível” não seja poluída,
reduzindo-se então problemas ambientais, que provavelmente serão
as maiores mazelas humanas no futuro.
Bibliografia:
www.colegiokoelle.com.br
www.sabesp.br
www.barsa.com
www.altavista.com
Aluno: Leonardo Augusto Martins
Escola: ETE. Prof. Armando Bayeux da Silva, Rio Claro
Prof. (s): Vanir D.P. Oliveira Leite e Ricardo B. de Castro
Água, tem mas acabou
Água, ou melhor, H2O, o líquido que é essência
da vida, mas que também pode trazer a morte. Em todo o percurso
histórico da humanidade ela é citada, desde a Arca de Noé
até os dias atuais, em que a grande preocupação é
preservá-la, ou despoluí-la. O passado da água
é sujo e obscuro, foi por séculos tratada como um grande
lixão, enquanto países cresciam e desenvolviam com grandes
industrias, rios e mares perdiam a vida, morriam e ficavam esquecidos por
muito tempo. Ela só é lembrada quando esta em falta. E atualmente
a água está na moda, é discutida em muitas rodas de
amigos, cientistas e governos de países estão inventando
e reinventando modos de tratá-la e torná-la cada vez menos
poluída e mais potável. Com sua grande popularidade a água
precisa de nossa ajuda e nós dela mais ainda, e o que devemos fazer
é discutir modos de tratá-la, e usá-la racionalmente
e propor métodos inovadores.
A água é uma das substâncias mais simples,
porém a mais importante, pois todas as reações que
acontecem em nosso organismo são em soluções aquosas
e as proteínas, membranas, mitocôndrias e hormônios,
somente funcionam com a presença deste líquido. A água
foi e é tão importante que os gregos antigos a consideravam
como se fosse um dos quatro elementos da matéria, por mais de 2000
anos pensou-se que a água era um elemento; mas somente no século
18 é que experimentos evidenciaram que a água era um composto
formado por hidrogênio e oxigênio. É estimado que 70%
de nossa superfície terrestre é coberta por água,
97% dessa água é salgada e menos de 1% pode ser utilizada
para consumo humano, por isso temos a necessidade de usá-la sem
desperdícios. Com o grande crescimento da população
mundial nos últimos séculos, a água foi sendo utilizada
sem grandes preocupações, ninguém pensou que um dia
ela iria faltar, mas infelizmente foi isso que aconteceu e muitas pessoas,
principalmente as mais pobres estão sentindo na pele o que é
viver sem água ou com o mínimo possível, para se ter
uma idéia um habitante da Somália vive com 1 litro de água
por dia, enquanto um norte americano vive com 750 litros de água
por dia, conclui-se: quem tem dinheiro não morre de sede.
A água deve ser utilizada com moderação, para poder
ser garantida para várias gerações.
Em tempos de racionamento de energia elétrica a água
é muito importante, pois dela é gerada a maior parte da energia
consumida em nosso país, e quando se economiza energia, está
também se economizando água. O uso racional da água
não é um “bicho de sete cabeças”, mas sim uma coisa
simples que precisa da colaboração de todos e principalmente
dos nossos governantes. Uma idéia boa e simples, que é muito
utilizada no Japão, consiste na utilização da água
do chuveiro para a descarga do vaso sanitário, a água passa
por pequenos tratamentos químicos, podendo depois ser reutilizada,
esse método economiza muita água, porque a descarga é
utilizada varias vezes ao dia, gastando litros e mais litros de água
a cada utilização. Muitos países que já estão
enfrentando a falta de água regulam a quantidade que ela é
consumida ou cobram muito caro pela mesma, se não tomarmos cuidado,
o Brasil que detêm grande parte da água potável do
mundo, poderá enfrentar esse grave problema. Um outro fator
que ajuda no desperdício da água são os vazamentos
que ocorrem na tubulação que a transporta até nossas
casas, muitos canos velhos apresentam grandes “buracos” que desperdiçam
milhares de litros de água, esse problema já foi denunciado
pela mídia, mas parece que os políticos não fizeram
nada para resolver esse “pequeno problema”. A água se for utilizada
racionalmente, com certeza não faltará para as nossas futuras
gerações.
Quando abrimos a torneira nem pensamos em todo o percurso que água
fez para chegar até nossas casas, desde a captação
até o seu tratamento, simplesmente deixamos passar isso despercebido.
Primeiramente a água é captada de um rio, mas esse rio geralmente
está poluído pela ação humana, possui muitos
resíduos orgânicos e químicos, que são os mais
perigosos para a vida humana, dependendo do grau de poluição
de um rio será determinado o tipo de tratamento a ser utilizado.
A poluição da água pode ter origem de vários
lugares e fatores, a mais comum é a de esgotos domésticos,
resíduos industrias, por restos de fertilizantes e agrotóxicos
que causam grandes danos à natureza e diretamente aos humanos. O
tratamento da água é um processo físico-químico
que ela sofre, para alterar sua qualidade, tornando-a adequada para determinadas
utilizações desde processos industrias até para o
consumo humano e a irrigação agrícola. Os tratamentos
mais comuns consistem em deixar água poluída decantar, para
a sujeira ficar no fundo do reservatório, depois disso as partículas
maiores são retiradas deixando a água ainda com aparência
escura, depois da limpeza é aplicado o cloro, que elimina as bactérias
nocivas ao homem, e finalmente ela passa pela filtração onde
já está pronta para ser consumida. Existem outros tratamentos
que utilizam a química para purificar água, esses tratamentos
são utilizados quando a poluição é muito grande
ou quase que irreversível.
Atualmente as plantas estão sendo utilizadas no combate
a poluição, centenas de espécies vegetais, associadas
aos fungos e bactérias que impregnam a rizosfera, representam o
equivalente botânico dos centros de desintoxicação,
buscando e quebrando moléculas que podem prejudicar outros organismos.
Descobriu-se que a samambaia absorve arsênico, os girassóis
urânio, mostardas bebem chumbo e álamos destroem solventes.
Essas plantas podem ser utilizadas no combate da poluição
da água, e tem um custo muito mais barato do que os métodos
convencionais e são naturais. Pode-se dizer que a água é
reciclável, e que tratá-la é a melhor forma de evitar
danos ao meio ambiente; se todo o esgoto que é jogado no Rio Tietê
fosse tratado, hoje ele estaria muito mais limpo, e poderia representar
uma forma de lazer para a população.
A água é o bem mais valioso que o homem tem na Terra,
faz parte da nossa vida, e por isso temos a obrigação de
usá-la racionalmente, preservá-la como se fosse uma jóia
rara, não se pode imaginar a vida sem água, e a água
sem vida. O homem sobreviveu milhares de anos sem energia elétrica,
mas não consegue sobreviver poucos dias sem água, precisamos
dela para tudo. Temos que combater a poluição da água,
usá-la somente quando necessário, cobrar atitudes dos nossos
representantes políticos em relação à água,
e se nada disso for feito, a água vai ficar escassa, ter preço
de ouro, poucos poderão pagar por ela, muitas guerras poderão
acontecer por sua causa; a fonte da vida irá secar, e nada mais
poderá ser feito, além de esperar que um milagre aconteça.
Bibliografia:
· Cavinnato, Vilma Maria – Saneamento Básico (Fonte de
Saúde e Bem-estar)
· Revista Painel- Ecologia: Terra em Transe, pag3
· Sites:
www.planetaagua.com.br
www.tratamentodeagua.com.br
www.geocities.com/~esabio/agua/
www.aguadebebersds.com.br
www.educar.sc.usp.br/biologia
www.geocities.com/Athens
Água: Purificação Química e Uso Racional
A humanidade
vive um período notável e paradoxal, em que a tecnologia
superou a agilidade de conclusão racional e lógica de seu
criador – o homem. E nesse contexto de tanta sofisticação
e atualização ininterrupta dos conhecimentos é
ridículo afirmar o que é inegável: a água potável
se definha e esvai entre os dedos humanos (uma conseqüência
de séculos de degradação). Faz-se necessário
reverter essa anormalidade e para isso usar as técnicas disponíveis.
E para haver o ideal uso da tecnologia é preciso conhecer um meio
indispensável: a química.
A distribuição
da água na Terra é aproximadamente a seguinte: 97,2% nos
mares e oceanos; 2,15% nas geleiras e nas calotas polares; 0,62% nas águas
subterrâneas (aqüíferos); 0,0091% nos lagos e rios; e
0,001% na umidade atmosférica.
É insofismável
que a melhor maneira de preservar as reservas de água potável
é a conscientização da humanidade, pois a água
é um bem escasso e de propriedade universal. Esta conclusão
já é disseminada pelo mundo, mas que só ocorreu porque
a necessidade fez a ocasião. É preciso idealizar projetos
que visem a “educar o consumo de água”, devendo ser vinculado na
multimídia e ter linguagem de fácil entendimento (o que já
acontece no Brasil). Outro modo de equilibrar a demanda de água
é usar um método rígido, porém muito válido:
a racionalização. Desta forma o governo e as empresas fornecedoras
poderão melhor administrar a distribuição como um
todo e não causar privilégio em alguma região, em
detrimento as outras. A instituição federal através
de algum órgão auxiliador, deve estipular cotas diretamente
proporcionais ao número de habitantes de cada região (determinando
assim uma média padrão para cada habitante). Deve-se investir
na manutenção da rede de abastecimento, objetivando reduzir
o número de vazamento e desperdícios, melhorando conseqüentemente
o escoamento (provisão). A exploração sustentável
de aqüíferos em regiões secas caracteriza-se como uma
solução ideal, pois não é preciso grande investimento
e o retorno é imediato; atendendo a um vasto número de pessoas.
Outra política
de preservação (obrigatória) deve ser feita junto
as indústrias, já que estas eliminam a maioria de seus resíduos
no leito dos rios. E isso se faz de maneira explícita, salvo as
exceções. O governo deve colocar em prática a regulamentação
rígida, com a supervisão de profissionais competentes, em
que os tópicos observados sejam:
1. Localização da indústria (zona rural, urbana,
etc)
2. Natureza dos efluentes (químicos, orgânicos, etc)
3. Método de tratamento técnica e economicamente viável
4. Natureza do corpo receptor (rios, esgotos, aterros)
5. Existência de depuradora de esgoto municipal na área
6. Área disponível para tratamento dos despejos na própria
indústria.
7. Existência de rede pública de esgotos.
Após avaliar os tópicos citados, os técnicos
ou responsáveis terão condições de relatar
e descrever uma conclusão. Direcionando para a indústria
em questão a melhor solução de tratamento dos despejos.
É bom frisar que várias empresas industriais cujos detritos
possuam grande quantidade de substâncias tóxicas, inflamáveis,
agressivas, radiativas ou de elementos químicos que causam danos
às instalações de esgotos (provenientes de galvanoplastia,
petroquímica, material atômico, etc) deverão proceder
ao tratamento completo de seus efluentes na própria indústria.
Reduzindo seus constituintes deletérios até onde for técnica
e economicamente possível.
Há vários
métodos de purificação de efluentes, tais como físico-químicos
e bioquímicos. Os métodos químicos podem ser utilizados
para remover material coloidal, cor e turbidez, odor, metais pesados e
óleos. Além disso, os reagentes químicos são
usados para neutralizar ácidos ou álcali. A neutralização
de despejos industriais pode ser necessária, não só
para se evitar o lançamento de águas ácidas ou alcalinas
no corpo de água receptor, mas também, como medida preventiva
para proteção de jusante (direção em que correm
as águas de uma corrente fluvial), tal como a depuração
por métodos biológicos. A reação fundamental
de neutralização é escrita da seguinte maneira:
H+ + A- + M+ + (OH)- = MA + H2O
(ácido) (alcalino)
(sal) (água)
De modo geral, os principais reagentes químicos usados
para neutralização são os resíduos seguintes:
- Para ácidos: lama de cal, amônia, despejo alcalino,
calcário, carbonato de sódio, soda cáustica.
- Para alcalinos: ácido sulfúrico, ácido clorídrico,
dióxido de carbono, gás de água, enxofre, despejo
ácido.
Os processos
de purificação biológicos dividem-se em aeróbios
e anaeróbios. Nos processos aeróbios a estabilização
dos despejos é realizada por microorganismos aeróbios (que
utiliza oxigênio do ar) e facultativos. Já atuantes são
os facultativos e os anaeróbios (não utilizam o oxigênio
livre).
Os processos
aeróbios se dividem em: lodos ativados, filtro biológico
e lagoa de estabilização aeróbia. No processo de lodos
ativados, o resíduo é estabilizado biologicamente em um tanque
de aeração sob condições aeróbias. Conseguidas
pelo uso de equipamentos de aeração mecanizada ou ar difuso.
A massa biológica resultante é separada do líquido
em um tanque de decantação. Uma parte dos sólidos
biológicos sedimentados é continuamente recirculada e a massa
remanescente é disposta. No processo de lodos ativados, as bactérias
são os mais importantes microorganismos responsáveis pela
decomposição da matéria orgânica afluente. No
tanque de aeração, uma parte do despejo orgânico é
utilizada pelas bactérias para obter energia para a síntese
do material orgânico remanescente em novas células. Somente
uma parte do resíduo original é oxidada para compostos de
baixa energia, tais como: nitratos (NO3), sulfatos (SO4) e gás carbônico
(CO2). O restante é sintetizado em material celular.
No processo
de filtração biológica, o despejo líquido é
aspergido sobre pedras e escoado através do leito filtrante. O filtro
biológico consiste de um leito filtrante de meio altamente permeável,
onde os microorganismos são afixados, e através do qual o
detrito líquido é percolado (esgotamento de uma substância
fragmentada por líquido dissolvente). O meio filtrante usualmente
é constituído por pedras ou plásticos e a profundidade
média dos filtros de pedra é de 2 metros, e de 9 a 12 metros
quando o meio for de plástico. O filtro normalmente é circular,
sendo o despejo líquido distribuído sobre a parte superior
do leito, por meio de braços rotativos. O efluente sai por uma camada
de drenos, juntamente com sólidos biológicos. O material
orgânico presente no despejo é degradado por uma população
de microorganismos. A comunidade biológica no filtro consiste essencialmente
de protistas – incluindo bactérias, fungos, algas – além
de seres vivos superiores, como vermes, insetos, larvas e lesmas. Os filtros
biológicos classificam-se em: 1- de baixa taxa: é um dispositivo
relativamente simples de alta confiança, produzindo um efluente
de qualidade consistente, a partir de afluentes de concentrações
variáveis. 2- de alta taxa: possui dispositivo de recirculação
do afluente e permite a aplicação de altas taxas orgânicas.
Outros processos
aeróbios de tratamento incluem lagoas aeradas, de estabilização
fotossintética e aeradas mecanicamente. Nas lagoas aeradas sua aeração
(ventilação) é mecanizada para fornecer oxigênio
às bactérias, sendo este de lodos ativados, porém
sem recirculação. Nas lagoas fotossintéticas, o oxigênio
é fornecido pela aeração natural e pela ação
fotossintética das algas; ou seja, o oxigênio liberado pelas
algas através do processo de fotossíntese é utilizado
pelas bactérias na degradação aeróbia da matéria
orgânica. Quando se deixam os sólidos se sedimentarem, uma
camada de lodo anaeróbio acumula-se no fundo e a lagoa tornar-se-á
facultativa (aeróbia – anaeróbia).
Já nos
processos anaeróbios de tratamento de despejos, a decomposição
da matéria orgânica e/ou inorgânica é conseguida
na ausência de oxigênio molecular. A principal aplicação
está na digestão de certos resíduos industriais de
alta carga orgânica e lodos de esgoto concentrados. Nesse processo,
os microorganismos responsáveis pela decomposição
da matéria orgânica são comumente divididos em dois
grupos: o primeiro hidrolisa e fermenta compostos orgânicos complexos
para ácidos orgânicos simples; o segundo converte os ácidos
orgânicos, formados pelo primeiro grupo, em gás metano e gás
carbônico. As bactérias responsáveis por esta transformação
são estritamente anaeróbias. Esses processos de depuração
de despejos citados têm a finalidade de tratar efluentes industriais,
visando a devolução ao meio ambiente sem contaminá-lo.
Partindo do
princípio de que a água salgada, contidas nos mares e oceanos
é a substância mais abundante na crosta terrestre, foram criadas
técnicas para tratá-la e torná-la potável.
A dessalinização é o processo de conversão
da água do mar (que contém cerca de 35.000 ppm de sal) ou
a água salobra (que contém em média 5.000 ppm de sal)
em água doce própria para consumo humano, aplicações
domésticas e usos industriais. Atualmente, o mais importante método
de dessalinização é a destilação instantânea,
que opera a temperatura suficientemente baixas para evitar os problemas
de formação de depósitos(resíduos acumulativos,
como o cloreto de sódio) e corrosão, e aproveitar ao máximo
o calor latente. Inicialmente, a água do mar é aquecida e
conduzida para uma área de baixa pressão, o que provoca a
evaporação imediata de uma parte dela. Este vapor é
esfriado, condensando-se e dando origem a água destilada. O processo
de liberação de vapor a temperaturas e pressões cada
vez mais baixas é repetido sucessivamente, em vários estágios,
até que se complete o ciclo.
Não podemos
esquecer dos métodos mais convencionais de tratamento, que utilizam
processos físicos, como a decantação, filtração,
etc. E um método químico simples, a adição
de cloro(Cl) a água, que tem como finalidade a de destruir parasitas,
germes e micróbios nocivos à saúde, além disso
o cloro pode ser usado para remover compostos químicos que produzem
cheiro e sabor na água.
De forma geral,
a química torna-se uma ferramenta que auxilia o homem a tratar e
explorar de forma sustentável o famoso H2O. Como também auxilia
na depuração de resíduos domésticos e industriais.
Evidentemente utilizando a tecnologia e as técnicas apropriadas.
Bibliografia:
1-Braile, Pedro Márcio e Cavalcanti, José Eduardo. Manual
de tratamento de águas residuárias industriais. São
Paulo, CETESB, 1993.
2-Feltre, Ricardo. Fundamentos da Química, São Paulo,
Editora Moderna, 1996.
3-Almanaque Abril 99, São Paulo, Abril Cultural, 1998.
4-Como funciona, enciclopédia de ciência e técnica,
São Paulo, Abril Cultural, 1975.
5-Cavinatto, de Vilma. Saneamento básico, São Paulo,
Editora Moderna, 1996.
Com o aumento da população urbana e a escassez de
novos mananciais, torna-se cada vez mais problemático o abastecimento
de água em diversas cidades, principalmente nos grandes centros
urbanos, agravando-se no período da seca. É necessário,
portanto conscientizar as pessoas sobre a importância de um programa
de redução e de controle de perdas, bem como do uso de água
sem desperdícios.
A sujeira das indústrias, o lixo das cidades e a ocupação
de áreas ambiental, comprometem a qualidade da água de alguns
mananciais, o que gera a diminuição de água disponível.
As soluções para a diminuição do consumo
de água são compostas de diversas ações, com
detecção e reparo de vazamentos, campanhas educativas, troca
de equipamentos convencionais por equipamentos economizadores de água
e estudos para reaproveitamento de água.
A Terra é conhecida como Planeta Azul, porque sua superfície
é principalmente coberta de água, embora cerca de 1,5
bilhões de pessoas sofram sua falta (quantidade e qualidade), acarretando
o aparecimento de doenças de veiculação hídrica.
A água doce, disponível para usos múltiplos,
representa uma parcela muito pequena de água existente no planeta,
cerca de 2,66%.
A população ainda não tem uma conscientização
da água como um bem já em escassez em todo mundo.
O controle do desperdício de água não só
aponta para o fator financeiro, como muitos pensam, mas sem para uma questão
muito mais ampla, que é mostrar que a capacidade da terra em fornecer
o suprimento de água, necessário à vida da população
terrestre, está se esgotando e alguma medida deve ser tomada.
Captada em águas superficiais, a água que chega ao
reservatório domiciliar passa por uma série de etapas de
tratamentos, visando adapta-la para uso doméstico. Da mesma forma
que as águas subterrâneas, captadas em fontes ou poços,
antes de serem levadas até o consumidor sofrem um processo de cloração.
Todo processo tem acompanhamento permanente de análises em laboratórios,
visando à máxima garantia de qualidade de água.
O tratamento da água é feito pelos seguintes passos:
Coagulação; Decantação; Filtração;
Desinfecção. Há também a Fluoretação
e a Correção de Acidez.
Atualmente, 3 milhões de crianças morrem no mundo
a cada ano, de diarréia por falta de água potável
e infra-estrutura sanitária.
Encontramos ultimamente na água, também o chumbo,
que causa danos cerebrais e renais na população infantil.
Quando a água não recebe o tratamento adequado, o
prejuízo à saúde pública é enorme e
muitas vezes irreparável, com a perda de tantas vidas humanas, principalmente
de crianças inocentes.
A água é um recurso natural finito e está sendo
a grande preocupação mundial. Deve ser considerada pela sociedade
como um bem econômico, com disponibilidade limitada.
De toda água existente na terra, 93,3% é de água
salgada e apenas 2,6% de água doce.
Da água disponível na Terra, 77,2% se encontra em
forma de gelo nas calotas polares, 22,4% é de água subterrânea,
0,35% se encontra nos lagos e pântanos, apenas 0,01% da água
doce está nos rios e 0,04% está na atmosfera.
Nós, brasileiros e latinos, somos privilegiados já
que a América concentra quase dois terços das reservas conhecidas
desse líquido, sem o qual a vida é impossível.
A disponibilidade renovável de água doce na terra
pode ser estimada em porcentagens conforme:
África 10,00% América do norte 18,00%
América do Sul 23,10% Ásia 31,60%
Europa 7,00% Oceania 5,30%
Antártica 5,00%
O planejamento e a construção de um sistema
eficiente é um desafio para os administradores municipais.
Dentre os vários tipos de tratamento que podem ser adotados,
os sistemas de tratamento de esgoto por lagoas de estabilização
constituem-se, atualmente na forma mais simples para alcançar tal
fim.
Um aspecto importante de se ressaltar é que, de maneira geral,
as lagoas de estabilização são bastante indicadas
para as condições brasileiras, devido á suficiente
disponibilidade de área em um grande número de cidades com
o clima favorável.
Pode-se dizer, apenas como um parâmetro, que se estimando
em aproximadamente R$25,00 por habitante, um município pode ter
seu esgoto doméstico tratado em um sistema de tratamento por lagoas
de estabilização, sendo que as obras trarão uma melhoria
sensível da qualidade de vida de seus habitantes, além da
recuperação natural que trará seus mananciais.
“Esgotamento Sanitário”, este sim deve ser uma prioridade
na administração municipal.
Uma série de fatores está levando as empresas a investirem
no reuso e reciclo de água nos processos produtivos. Entre eles,
destacam-se a questão econômica e o comprometimento com
a preservação ambiental. As projeções feitas
para os próximos anos reforçam a necessidade de busca de
alternativas para um problema que afeta a todos, indiscriminadamente.
Além dos cuidados com o meio ambiente, o reuso e o reciclo
trazem inúmeras vantagens econômicas, entre elas a redução
de custos com a água de make-up, em que se considera o direcionamento
das águas já utilizadas para uma nova aplicação;
a redução dos custos com tratamento de efluentes; flexibilização
da capacidade da planta de tratamento e a diminuição dos
níveis e freqüência de monitoramento dos efluentes, decorrente
de um trabalho profundo realizado para as conclusões principais.
Existem boas oportunidades para o sistema semi-aberto de recirculação
ser justificado: onde os custos de água, de tratamento de efluentes
ou de cargas poluentes são significantes, ou ainda, onde o uso de
água e das emissões de efluentes necessitam ser reduzidos.
Sistemas abertos são usados onde a água é abundante,
o impacto das emissões ao meio-ambiente é baixo e os custos
de capital devem ser minimizados. São também usados em situações
onde as vazões individuais são baixas (como em resfriamento
de selos de bombas), a redução de temperatura da água
de resfriamento é crítica (caso de trocadores de calor críticos
ou sub-dimensionados) e o sistema de suprimento de água e tubulações
de retorno de água não estão disponíveis.
Em sistema semi-aberto, a redução da temperatura da
água na torre de resfriamento permite o seu reaproveitamento de
50 a 100vezes.
Nós, humanos, devemos usar com consciência a água,
não desperdiçando e sim aproveitando ao máximo os
ótimos benefícios que ela nos traz. Devemos pensar que sem
ela a vida não é possível.
Bibliografia
1. Programa de Economia de Água de Consumo Doméstico.
Projeto de Pesquisa, SABESP, Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo, 1996
2. Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água.
Ministério do Planejamento e Orçamento, março de 1998
3. Silva, Sônia N. Projeto Piloto – Programa de Economia
de Água, Anais de 18o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária
e Ambiental, Foz do Iguaçu, 1997
Aluno: Nagilton Bou Ghosn
Escola: Colégio Objetivo, Suzano
Profa.: Melissa Dazzani
Irresponsabilidade racional
Água: substância líquida, cujas moléculas
são formadas por dois átomos de hidrogênio e um de
oxigênio. Essa seria a definição química mais
simplificada daquele que é o mais importante constituinte da vida
na Terra. Mas ela é muito mais do que isso.
Desde os primórdios de sua existência, a água
assume um papel fundamental na proliferação da vida terrena.
Tamanha é a sua importância, que a grande maioria das espécies
a utiliza como habitat natural e, nos animais de grande porte, é
de enorme significado na constituição do líquido circulante.
Além disso, é o elemento principal de todas as células
no estado de vida ativa – a vida em si teve início no meio aquático
e vem evoluindo em diversas formas de espécies e inteligência
através do tempo. Nós, seres humanos, possuímos cerca
de 70% da nossa massa corpórea composta por água.
Todo o desenvolvimento da vida na Terra se deve à disponibilidade
de água para o suprimento das necessidades de um ser. O grau de
dependência hídrica chega a tal índice, que muitos
seres desenvolveram adaptações naturais, a fim de contornar
os severos problemas que a falta de água acarretaria ao seu processo
de vida. O cacto é um exemplo clássico desse fato, devido
à forma com que armazena tal recurso. Os viajantes do deserto também
sofriam com essa necessidade, tanto que suas bagagens se resumiam em apenas
água e vestimentas o suficiente para que o excesso de aridez a que
ficavam expostos fosse amenizado.
Apesar de a Terra possuir cerca de 1,35 bilhão de km3 de
água, apenas 3% desse total são considerados próprios
para consumo – a outra parte corresponde à água de oceanos
e mares - salgada e, portanto, imprópria para o abastecimento das
cidades. Desses 3%, resta apenas 1% que está armazenado na atmosfera,
em rios, lagos, lençóis freáticos e subterrâneos,
visto que o restante concentra-se nas geleiras polares.
por essas e outras razões que se expõe o importante quadro
de preocupação com as reservas hídricas mundiais.
Cada vez mais, os rios estão sofrendo a ação inescrupulosa
de indústrias e esgotos que, em geral, despejam seus resíduos
sem qualquer tipo de tratamento. A contaminação pela ação
mineradora e agrícola também vem se tornando um grande agente
poluidor . Dentre as substâncias descarregadas, estão o mercúrio,
derivados de petróleo, chumbo, fertilizantes, enfim, uma infinidade
de substâncias nocivas à saúde. Estima-se que a cada
15 minutos, 500 pessoas morrem por falta de água ou por ingerirem-na
de fontes contaminadas.
O homem começa, muito tardiamente, a se preocupar com um
problema que vem se multiplicando há tempo. É evidente que
existem vários meios de purificação da água,
mas suas reservas devem ser conservadas a fim de que possamos assegurar
a qualidade de abastecimento mundial. Dentre tais meios de tratamento para
o consumo doméstico, destacam-se a sedimentação, coagulação
(ou floculação), aeração, filtração,
esterilização, cloração e fluoração.
A água destinada à distribuição pública
deve ser captada, preferencialmente, em lençóis subterrâneos
e profundos, que estejam o mais distante possível da poluição.
Seu tratamento completo consiste nos processos acima citados, a fim de
que os eventuais poluentes que possam se encontrar na água sejam
eliminados, tornando-a própria ao consumo.
A sedimentação consiste num processo que faz com que
as partículas em suspensão se depositem no fundo de tanques
apropriados que, providos de válvulas especiais, retiram tais impurezas.
Ao mesmo tempo, costuma-se utilizar um reagente coagulante – o sulfato
de alumínio, por exemplo – que, ao contato com a água, provoca
uma substância coloidal que agrega uma grande porção
das bactérias e matérias orgânicas, levando-as ao fundo
do tanque, a fim de que se agilize o processo. Este método de coagulação,
porém, deve ser cauteloso quanto a quantidade de sulfato de alumínio
empregado, já que, quando ingerido em grandes quantidades, pode
conduzir ao retardo mental, principalmente, idosos e crianças.
A aeração dá continuidade às fases de
tratamento. Agora, a água é purificada através de
repuxos ou introdução de ar comprimido através de
tubos localizados na porção inferior dos tanques. Com este
processo, obtém-se uma maior quantidade de oxigênio, eliminação
de mau cheiro e precipitação do ferro possivelmente existente.
O processo de filtração, criado em 1829, por James
Simpson, é utilizado contra a turvação da água,
submetendo-a a um filtro de areia e cascalho, através do qual a
água deveria passar lentamente. Tal processo se mostrou de grande
sucesso e é utilizado até hoje.
A esterilização é um método espontâneo
e simples, no qual a água é fervida por 20 minutos a uma
temperatura de aproximadamente 150ºC. Para que se garanta a potabilidade,
a cloração deve ser utilizada como complemento. Neste processo,
é adicionado cloro sob a forma de gás dissolvido na água,
em uma razão de 1 a 4kg por 250.000 litros d’água, levando-se
em consideração o pH, o número de bactérias,
a temperatura e a concentração de materiais orgânicos
e minerais oxidáveis na água.
A dessanilização é outra técnica que
pode ser utilizada com a finalidade de obter-se água doce. A água
salgada de oceanos e mares pode ser submetida a diversos princípios
que irão diminuir o conteúdo de sais em suspensão.
Tal recurso pode ser realizado de diversos modos: destilação,
osmose inversa ou ainda eletrodiálise. Através da destilação,
a água doce é obtida por evaporação da água
salobra; a osmose inversa consiste na submissão da água salobra
a uma pressão de até 35 bares, o que faz com que a água
atravesse uma membrana semi-permeável, sendo captada no outro lado
do recipiente. Já o processo de eletrodiálise expõe
a água salgada a um campo elétrico que provoca migração
dos íons, que são capturados por meio de membranas adequadas.
Contudo, tal alternativa se mostra pouco utilizada devido ao alto custo
da instalação de estações dessanilizadoras,
fator esse que tem grande peso em um mundo de base econômica capitalista,
embora essa possa ser a grande salvação mundial no futuro,
visto que as reservas de água doce diminuem cada vez mais.
O uso racional de água é primordial. O desperdício
de tal recurso natural é um ato que pode ser considerado um suicídio
a longo prazo. A vida depende dela e, por esse motivo, programas de alerta
à população quanto a seu uso deveriam ser implantados.
Banhos longos, torneiras abertas sem necessidade, lavagem de calçadas
com torneira aberta constantemente, piscinas e outras tantas formas de
gastos sem quaisquer proveitos são atos de irresponsabilidade.
Além de necessidades biológicas, com a sua falta,
teríamos de enfrentar outro tipo de questão: a privação
de energia elétrica. Muitos países utilizam a energia hidrelétrica
como principal fonte de obtenção energética e, com
níveis baixos de água, a produção torna-se
menor que a demanda das grandes cidades. Porém, essa questão
se mostra diminuta se comparada ao problema principal – a nossa existência
- devido as tantas outras alternativas energéticas a que se pode
recorrer.
Estima-se que onze países da África e nove do Oriente
Médio já não possuem mais água. México,
Hungria, Índia, China e Tailândia estão também
em situação crítica. Esse é apenas o começo
do que pode vir a se tornar uma realidade intensificada nos demais países
do mundo, se medidas de precaução não forem tomadas.
São todos esses fatores que nos levam a crer que estamos
agindo de forma irresponsável com relação a nós
mesmos e aos demais seres do nosso planeta. Cada vez mais reduzimos nossa
fonte de vida. A importância da água em nosso organismo é
tanta, que basta a comparação de que conseguimos sobreviver
durante 28 dias sem nos alimentar, enquanto que não resistimos a
três dias sem água. Enquanto empresas continuarem a poluir
as reservas hídricas ao invés de tratar seus resíduos,
visando a um maior lucro, enquanto a população não
utilizar racionalmente a água, enquanto nós humanos, seres
superiores e racionais, continuarmos mantendo essa postura irresponsável,
estaremos colocando em xeque a nossa própria sobrevivência
e levando cada vez mais outros seres ao mesmo destino para o qual caminhamos:
um mundo em que a maior riqueza será a água. Devemos nos
alertar para esse problema que vem se tornando cada vez mais a realidade
mundial: somos escravos de nossos atos e eles determinarão a conseqüência
a que seremos submetidos.
Bibliografia
Jornal da UNESP, Jul.-Ago./2001 – ANO XVI – Nº 158
Enciclopédia Barsa, edição de 1974 – Enciclopaedia
Britannica Editores Ltda.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural – Nova Cultural
Almanaque Abril 98
Aluno: Nelson Donizette Rossi Jr.
Escola: ETE. Prof. Armando Bayeux da Silva, Rio Claro
Prof.essores: Vanir D.P. Oliveira Leite e Ricardo B. de Castro
Simplesmente água
Toda a população tem consciência de que a água
é essencial para que todos os seres humanos possam viver. Mas, apesar
desse conhecimento, não estão dando toda a atenção
que essa substância atualmente precisa.
A Terra possui a maioria de sua superfície coberta de água,
mas apenas uma pequena parcela desse total é água doce (2%),
ou seja, aquela que pode ser utilizada para o consumo humano. Além
disso, grande parte desses dois por cento estão concentradas principalmente
no gelo das calotas polares. Somando-se a isso, existe ainda, uma distribuição
desigual desse recurso por todo o planeta. Um exemplo claro desse acontecimento
verificamos aqui mesmo, no Brasil, onde, na região Norte há
água de forma abundante, enquanto na região vizinha (a Nordeste)
ela está, a um bom tempo, escassa.
Uma outra preocupação importante que se deve ter é
o crescimento da população mundial, obviamente evidenciado
em países chamados de subdesenvolvidos. Esse crescimento conseqüentemente
acarreta um grande problema, o aumento do consumo de água potável,
um recurso que ultimamente é difícil de se encontrar. Os
países considerados desenvolvidos deram um passo a frente sobre
o uso racional dessa substância, pois já a utilizam sem desperdício
e de maneira inteligente. No Japão, por exemplo, boa parcela da
população reutiliza a água que já havia sido
utilizada para tomar banho, no vaso sanitário. Atitudes como essa
seriam realmente bem vindas em plena época de não desperdício
e ausência de recursos naturais.
Para muitos, a poluição é um fenômeno
que seria natural, em conseqüência da vinda do progresso tecnológico
e industrial, mas para os ambientalistas essa questão não
deve ser abordada dessa maneira tão simples e visando somente o
benefício econômico da situação.
Até certo tempo atrás não havia praticamente
nenhuma forma de tratamento das águas. O esgoto, detritos industriais
e toda a água que era utilizada pela população eram
jogados nos rios que conseqüentemente iriam despejar todo o problema
para o mar e dessa forma a situação era empurrada com a barriga.
Infelizmente, mesmo com tanta informação, ainda há
muita poluição nas águas. Um exemplo é o uso
do mercúrio em garimpos, que é utilizado para extrair o ouro
que está misturado com outros compostos. Essa substância é
um metal pesado, bem nocivo a saúde humana e, que quando está
na água passa por transformações, originando compostos
extremamente perigosos, que poderão ser ingeridos pelos peixes,
e através da bioacumulação certamente envenenarão
os seres humanos que se alimentarem desses animais.
Além de metais pesados, a água pode ser poluída
por meio de agrotóxicos utilizados na lavoura, detergentes e sabões
em pó, lixo industrial (podendo conter vários compostos químicos
prejudiciais tanto aos animais de vida aquática, quanto aos seres
humanos) e também lixo urbano.
Em muitas das grandes cidades, esgotos e matéria orgânica
são lançados nos rios sem nenhum tratamento. Esse material
orgânico serve como “combustível” para muitos microrganismos,
que para se aproveitarem desse lixo orgânico consomem grande parte
do oxigênio das águas. Com a diminuição do oxigênio,
e em alguns casos, até mesmo o seu desaparecimento, ocorre uma interrupção
na cadeia alimentar, que conseqüentemente irá causar a extinção
da flora e da fauna naquele ecossistema aquático.
Não são somente os rios que sofrem diretamente a poluição
ocasionada pelos homens. Os oceanos constantemente são vítimas
de derramamentos de petróleo (considerado o principal poluente marinho),
ocasionado por vazamentos em poços petrolíferos marítimos
e também navios petroleiros. Esse óleo demora vários
anos para ser absorvido, formando uma camada na superfície das águas,
impedindo a oxigenação da própria e muitas vezes matando
a flora e a fauna do lugar, alterando bruscamente o ecossistema daquela
região.
As águas ainda podem ser contaminadas indiretamente, por
meio de aterros sanitários mal forrados, fazendo com que substâncias
tóxicas derivadas do lixo, como por exemplo, o chorume, cheguem
aos lençóis freáticos (depósitos de água
subterrâneos). Até mesmo o lixo jogado ao ar livre pode contaminar
essas reservas de água.
Apesar da alta tecnologia que possuem, lugares como o leste dos
Estados Unidos e norte da Europa têm áreas com águas
muito poluídas.
Notando a importância que a água tem na vida de todos,
criou-se meios para que ela ficasse limpa, ou seja, potável, para
que nós pudéssemos utilizá-la sem medo algum. Um dos
meios mais utilizados para o seu tratamento consiste em: primeiro a água
passa bem devagar, sem ser agitada, pelos tanques de decantação,
onde as partículas mais grossas e inclusive ovos de parasitas, chegam
ao fundo. Depois ela passará pelos filtros, geralmente de areia
e pedrinhas, onde serão removidas as impurezas que não foram
retiradas no decantador. Por último ocorre a desinfecção,
onde normalmente é aplicado cloro à água. Esse processo
de cloração é barato e além de destruir parasitas,
remove compostos químicos que porventura poderiam dar cheiro e sabor
à água.
Existe uma forma de tratamento inovadora, por meio de uma planta
aquática chamada aguapé. Essa planta chegou a ser considerada
uma “praga”, mas pode ser utilizada na remoção de grande
parte dos resíduos orgânicos de um reservatório, por
exemplo. Elas são flutuantes e possuem as raízes imersas.
Essas raízes retêm partículas orgânicas presentes
na água e esse material será decomposto pela ação
de microrganismos, servindo assim, como nutrientes para as plantas. Esse
sistema já é usado em algumas cidades do interior paulista
e parece ser uma boa alternativa para ajudar na limpeza de uma substância
tão importante para todos os seres vivos.
Em certos países árabes existem usinas para a dessalinização
da água do mar devido a sua escassez. O custo para se fazer esse
processo é muito caro e por ter esse alto preço um litro
de água potável pode custar o dobro do litro de gasolina.
Outro fato que merece destaque é que as indústrias
nunca foram muito preocupadas com seus detritos industriais, sempre os
jogaram principalmente nos rios, mas agora, com a implantação
do controle de qualidade e principalmente legislação ambiental
mais rigorosa, estão gastando uma quantia razoável para manter
uma boa imagem mediante o consumidor, desse modo tendo um mercado para
seus produtos.
Levando em consideração a situação atual
conclui-se que não basta apenas algumas iniciativas privadas e governamentais
incentivando o não desperdício e o uso racional da água,
todos devemos estar cientes de que se a água não for prioridade,
o que será?
Bibliografia:
· Cavinatto, Vilma Maria – Saneamento Básico (Fonte de
Saúde e Bem-estar).
· Almanaque Abril 95
Aluno: Paulo Villalobos Wiezel
Escola: EE. Conde Francisco Matarazzo, Santa Rosa de Witerbo
Professora: Aparecida de Fátima Gonçalves
Água: purificação química e uso racional
A água é essencial à existência dos seres
vivos, é o meio ambiente de todos os animais e plantas aquáticas,
ou seja, da maioria das espécies. Ela constitui o elemento principal
de todas as células no estado de vida ativa. No homem, a água
corresponde a cerca de 60 a 70% do peso do corpo.
Na antiguidade, a água foi considerada um elemento simples, entretanto,
o químico e físico Henry Canvendish, nascido em Nice, em
1731, descobriu que, na realidade, é uma combinação
de oxigênio e hidrogênio de fórmula molecular H2O. Os
experimentos desse cientista fizeram sucesso, exemplo disto é a
combinação de nitrogênio e oxigênio pela ação
de faíscas elétricas.
Hoje, a água potável sofre grandes problemas. A previsão
de falta foi adiantada por pesquisadores de 2010 para 2003. Isto ocorre
como conseqüência das grandes devastações de áreas
preservadas, onde se localizam muitas das nascentes de água potável.
A contaminação de leitos de rios e lagos onde são
lançados esgotos pela ação do homem causa muitos danos
ao próprio e ao meio ambiente, que, por sua vez, é o maior
responsável pela preservação de nossas águas.
O aterramento do lixo urbano, dependendo da sua localização,
pode ser um grande poluidor de lençóis freáticos.
O volume de água existente na Terra é de 1.360milhões
de Km3, dos quais 95,5% são águas salgadas e 2,2% estão
imobilizadas nas calotas polares e nas geleiras. Portanto, restam 2,3%
de água doce utilizável, incluindo aquelas dos lagos, cursos
d’água e da atmosfera e principalmente, do subsolo. Na América
há os maiores aqüíferos do mundo, conseqüentemente
possuímos os melhores reservatórios de água potável.
No Brasil, estamos sofrendo com o racionamento de energia elétrica.
Esta, por sua vez, necessita de grandes volumes de água para que
seja obtida, pela energia motriz das águas nas rotações
das turbinas. Deste modo a falta de água ocasiona a falta de energia.
De todas as regiões do Brasil, o Nordeste é a que
não conseguiu atingir a meta de consumo de energia elétrica,
teve que aplicar o plano B do governo, conhecido como “feriadão”.
A seca do Nordeste sempre foi uma preocupação para
o governo, os investimentos de recursos poderiam mudar essa situação,
uma vez constar que há, nesse local, grandes lençóis
d’água.
Mesmo a Europa, considerada como um continente de primeiro mundo
sofre problemas com a falta d’água; por exemplo, temos a França
que conseguiu desenvolver os melhores perfumes do mundo, para substituir
os banhos diários de nós, brasileiros.
A água potável no Brasil tem, no mínimo, 70mg
e, no máximo, 500mg de sais dissolvidos por litro, baixas quantidades
de nitratos e nada de amônio.
No mundo inteiro a água tem aspecto físico-químico
incolor, inodoro e insípido.
É considerada como solvente universal. Tem como ebuliometria
a uma atmosfera, equivalente a 100ºC e criometria a mesma pressão,
equivalente a OºC.
É o único solvente que a -123ºC, a vácuo,
participa do 5º estado da matéria, em que a água em
estado sólido volta a seu estado líquido natural.
A molécula da água não é linear, seu
ângulo, formado pelos átomos de hidrogênio, tendo o
oxigênio como vértice, é de 104,5º.É também
uma molécula polar, ou seja, apresenta maior densidade de carga
negativa na extremidade do oxigênio, enquanto na extremidade dos
hidrogênios é maior a densidade de carga positiva. Esta polaridade
é o que permite a associação das moléculas
de água nos estados líquidos e sólidos. Elas se mantêm
agregadas através das pontes de hidrogênio. Sendo assim um
mesmo átomo de oxigênio é compartilhado por dois átomos
de hidrogênio.
Apesar de característica e aspecto tão simples, a
água é indispensável à vida de seres humanos
e animais, sendo que, na maioria dos casos de utilização
pela população, ela exige tratamento e saneamento básico.
Quando pensamos em tratamento de água, lembramos de diversos
tipos de filtros, mas não é bem assim, há uma porcentagem
mínima de produtos químicos a serem adicionados, por exemplo,
visando o aceleramento do processo, adicionamos sulfato de alumínio
para a aglomeração das partículas suspensas na superfície
da água, outros produtos são de muita importância na
descontaminação e na fosfatização de ossos
e proteção contra cáries.
Na última feira de Ciências em nossa escola tive a
oportunidade de trabalhar com o tratamento de água usando um mini
processador conhecido como ETA. Era um tanque de vidro, que facilitava
a observação de todo o processo e principalmente das camadas
de carvão e pedregulho no filtro final.
Duas soluções eram acrescentadas em determinadas fases
do processo. A primeira era o sulfato de alumínio, adicionada na
etapa de floculação, havia um motor elétrico que movia
a rotação da hélice dentro do tanque. Na parte de
decantação do tanque adicionamos flúor diluído
que, depois de decantado, ia para parte final do processo da ETA, a filtração.
A água bruta que adicionávamos ao processo tinha grande
teor de barro, entretanto na etapa final, tínhamos uma água
de aspecto límpido e cristalino.
Falando assim parece um tratamento simples, mas quando visitei o
local de tratamento de água de minha cidade, observei que
a noção que tive na feira de Ciências é muito
superficial em relação ao tratamento de água coletiva.
A água que vai ao processo da ETA é captada de um
riacho que entra no processo com a denominação de água
bruta. Adicionamos os primeiros reagentes químicos como a pré-cloração,
a soda cáustica, produto utilizado na correção de
pH e sulfato de alumínio, na etapa de floculação.
Eram vários tanques com etapas diferentes do processo de purificação.
O que me impressionou foi a etapa de filtração e sua lavagem,
conhecida como regeneração, pois o processo exige tubulações
complexas de lavagens de carvão e comportas que aglomeram grandes
volumes de água provindas dos tanques de decantação.
O processo de filtração me decepcionou, uma vez que o professor
disse que para a lavagem desse filtro são necessários cerca
de 30 mil litros de água purificada e pronta para o consumo.
Devemos nos preocupar agora, além do desperdício de
água, com os causadores da poluição do meio. Os esgotos,
lixos urbanos, industriais e gases poluidores serão sempre um grande
problema para o homem.
Em relação ao esgoto existem tratamentos essenciais para
não contaminação do meio. Algumas indústrias
já estão adotando medidas importantes para o tratamento de
esgoto, conhecido como Tratamento Biológico do Esgoto.
Esse fenômeno ocorre por ações de bactérias,
fungos, algas e vermes, por meio de autodepuração, onde os
materiais orgânicos são convertidos em produtos mineralizados
inertes por mecanismos puramente naturais. A partir de fermentações
anaeróbicas, os microorganismos facultativos transformam compostos
orgânicos complexos em substâncias de compostos mais simples.
A população mundial quadruplicou desde 1900, mas o
consumo de água, no mesmo período, aumentou dez vezes. Esse
consumo, contudo, não representa mais de 10% dos recursos naturais
disponíveis.
Se a escassez de água em escala global não é um
problema, colocam-se questões relacionadas à poluição
dos recursos hídricos, ao abastecimento das grandes cidades e áreas
industriais, ao fornecimento de água para irrigações,
fatores que às vezes são associados a períodos longos
de estiagem.
A conscientização desse fator é necessária
por cada um, pois nada adiantaria falar ou escrever sobre o assunto, sem
que a população se comova ou não sinta no seu cotidiano
o quanto este recurso é importante.
Acredito que as palavras para serem sentidas demorariam, mas a possível
conseqüência de atitudes erradas nos fazem tomar uma decisão
mais rápida visando à solução do problema.
A cada momento o problema se torna mais difícil de ser resolvido,
pois cada gota desnecessária de água que sai das torneiras
ajuda a secar um rio ou então volta a ele poluído.
Por que não usar somente o necessário, por que o desperdício?
Será que as mãos doem ao fechar uma torneira enquanto
se escova os dentes, ou então, quando se ensaboa o corpo durante
o banho?
Será que as águas que são utilizadas nas lavagens
das roupas não serviriam para lavar os quintais?
O melhor seria deixar o comodismo de lado e usar a inteligência
antes de tomar qualquer atitude que poderá lhe causar um dano irreparável.
Bibliografia
· Microbiologia de
lodos ativos fascículo 4 da Cetesb.
· Enciclopédia
Larousse Cultural nº1.
· Revista Super Interessante.
Aluno: Thiago N. Harada
Escola: Vera Cruz
Professor: Rodrigo M. Liegel
Terra Planeta Água
Por mais que os elementos químicos fundamentais estejam presentes
na matéria de todos os astros do universo, só as condições
especiais de nosso planeta, como sua idade, tamanho, velocidade de rotação,
parâmetros orbitais, natureza de sua atmosfera, distância do
sol, força do campo magnético, intensidade de radiação.
fluxos de partículas energéticas o tempo, em ais uma infinidade
de fatores, permitiram o surgimento da vida.
Mas a vida não poderia existir sem um importantíssimo
fator: a água em estado líquido, que os bioquímicos
consideram como o solvente das moléculas que contêm carbono,
o qual é essencial para a vida. Além disso, este elemento
apresenta extrema importância, pois todas as substâncias absorvidas
pelos seres vivos e todas as reações de seu metabolismo se
dão por via aquosa. Embora a presença da água já
tenha sido identificada em todo o universo, somente na Terra foi comprovada
sua existência em estado líquido.
Tudo o que ocorre e ocorreu desde a origem da vida dá-se
na biosfera, uma fina camada que envolve o planeta, na qual vivem e se
reproduzem os vegetais e animais incluindo o homem, onde cerca de 1,3 bilhão
a 1,4 bilhão de km3 de água preenchem os vazios da crosta
terrestre, cobrindo três quartos da superfície e integrando
a atmosfera. Contudo, embora as águas ocupem cerca de 71% da superfície
terrestre, apenas 0,63 do volume total das águas é doce e
está em estado líquido; a maior parte não é
aproveitada por questão como inviabilidade técnica econômica
e financeira. Além disso, esta água doce não se encontra
distribuída uniformemente por toda a superfície do planeta,
sendo que 2/3 da água doce se encontra nas calotas polares. Do restante,
uma parcela muito pequena cabe à Austrália; na África
e na Europa a água também não é abundante,
embora possua cada uma o dobro do volume do que há na Austrália.
Na América do Norte há o dobro do volume de água do
continente africano. As regiões do globo mais favorecidas são
a Ásia e a América do Sul, sendo que nessa última,
só o rio Amazonas despeja mais de 6 mil km3 de água doce
por ano no Oceano Atlântico.
Não é por acaso que as primeiras civilizações
se instalaram em regiões onde havia solo fértil e sempre
às margens dos rios, locais onde havia disponibilidade de água
essencial ao atendimento de suas necessidades básicas. Nas cidades
do Antigo Egito por exemplo, após a revolução agrícola
que ocorreu cerca de 5000 anos antes de Cristo, seu desenvolvimento aconteceu
próximo aos rios, que atendiam às suas demandas domésticas
e agrícolas no consumo da água. Posteriormente, esse elemento
também passou a ser utilizado na movimentação de máquinas
que cortavam madeira, em moinhos de grãos e, finalmente, em processos
industriais, com os motores a vapor. Além de tudo isso, hoje em
dia, a água ainda é fundamental na geração
de empregos (agricultura e indústria), servindo como insumo para
a produção de alimentos e bens de consumo e está
ligada a praticamente todas as formas de lazer, como o turismo, que também
afeta a economia de um país.
Partindo do princípio de que a evaporação e
a precipitação das águas do mar repõem a água
doce encontrada no planeta, no seu uso pelos seres humanos deve acontecer
de forma cautelosa, para não afetar de maneira impactante esse ciclo
natural. Como no caso da irrigação, que é, a princípio,
a redenção da agricultura em áreas atingidas pela
seca ou de solo árido. Ela deve, no entanto, obedecer a uma análise
de conjunto (meio ambiente envolvido e suas características) e não
respostas diretas de planejamento, para que a transposição
de rios, a construção de poços artesianos e outras
medidas destinadas a favorecer esse processo não sejam relevantes
em relação ao impacto ambiental e a sua sustentabilidade
a longo prazo. Os projetos de irrigação e a drenagem das
áreas agrícolas devem ser considerados de risco, já
que apresentam o carregamento de agrotóxicos, defensivos e adubos
químicos de volta para os leitos dos rios e sua deposição
nos reservatórios e lençóis freáticos, que
abastecem os trabalhadores agrícolas e suas famílias.
A grande oferta fez da água a substância ideal para
ser empregada como solvente universal na limpeza e transporte de praticamente
todos os tipos de resíduos criados pelo homem. Podemos dizer que
foi graças ao baixo custo associado ao uso excessivo da água,
um dos principais fatores que guiaram o desenvolvimento de nossa sociedade
atual. Porém ao longo de nossa história, o desenvolvimento
das sociedades em seus diferentes aspectos tem conduzido o planeta a um
cenário de escassez. O uso indiscriminado, o consumo crescente diretamente
relacionado ao crescimento populacional, a má utilização,
a poluição das águas em seus fluxos naturais acarretam
um aumento direto na demanda de água doce, já atingindo 415
do total disponível. Hoje, apesar de teoricamente os 14 mil km3
ainda satisfazerem essa demanda, muitas áreas do globo terrestre
sofrem com a escassez, devido a secas localizadas, lençóis
subterrâneos, rios e lagos poluídos por dejetos industriais
ou esgoto e até, simplesmente, pelo desperdício de
até 40% da água supostamente destinada ao nosso uso.
A água potável de boa qualidade é essencial
para a saúde e o bem estar humano. Entretanto, a maioria da população
mundial ainda não tem acesso a este bem essencial, o que acarreta
na degradação do meio ambiente e da saúde da população
em questão. A pobreza, combinada com os baixos índices de
saneamento básico em algumas regiões é no momento
responsável pela morte de uma criança a cada 10 segundos
no mundo. Hoje morrem 10 milhões de pessoas por ano por causa de
doenças que poderiam ser evitadas se a água fosse tratada.
Os poluentes aquáticos mais sérios são os microorganismos
patogênicos ou seja aqueles que causam doenças e conseqüentemente
a morte. Esses microorganismos encontram-se freqüentemente nos excrementos
dos humanos e animais, podendo ser a forma de bactérias, vírus,
parasitar, etc. É através dessas águas residuais que
os microorganismos “aportam” em corpos aquáticos receptores que
desta maneira podem ser repassados a novos indivíduos.
A eutrofização artificial é outra maneira
de poluição superficial, especialmente em lagos e reservatórios.
Ela acontece quando há um processo de enriquecimento de nutrientes,
principalmente de Fósforo, por parte destes corpos aquáticos,
já que ele e mais elementos como o Carbono e o Nitrogênio
são majoritários e limitantes para o crescimento dos microorganismos.
Assim há uma aceleração nesse processo, que normalmente
levaria milhares de anos, graças aos sedimentos e materiais dissolvidos
que são constantemente carregados para lagos e reservatórios.
Essa deterioração das fontes naturais vem acontecendo
de forma crescente no mundo, especialmente nos últimos 50 anos.
Esses problemas relacionados à poluição da água,
se intensificaram após a Segunda Guerra Mundial, quando foram observados
aumentos significativos nos processos de urbanização e industrialização.
Porém, desde o início deste século, têm sido
adotadas medidas de saúde pública visando a minimização
dos efeitos das doenças especialmente nos países desenvolvidos
e em desenvolvimento. Tais medidas envolvem prioritariamente algumas estratégias
de controle como o tratamento e desinfecção da água
destinada ao abastecimento público e a coleta e tratamento dos esgotos,
ou seja, respeitar o direito de todo o cidadão ao saneamento básico.
Diante dessas necessidades que se apresentam métodos de tratamento,
foram desenvolvidos para eliminar os riscos de contaminação.
A filtração da água, já no início do
século XIX, mostrou-se eficiente, embora sua utilização
mais ampla só tenha se dado na virada para o século XX.
Um grande número de processos de tratamento tem sido empregado
para atender às necessidades das populações modernas,
como a construção de estações de tratamento
de água, que reúnem um conjunto de instalações,
dispositivos equipamentos destinados a tratar água bruta para o
uso público ou industrial. Entre eles são:
O armazenamento e a sedimentação simples são
usados ocasionalmente, embora tenham sido largamente superados por processos
mais eficientes. Uma sedimentação mais rápida é
obtida pelo emprego de coagulantes químicos. A coagulação
é em geral seguida pela filtração e completada pela
desinfecção, como precaução final para a eliminação
de germes patogênicos.
A aeração, certos tratamentos químicos ou o
carvão ativado reduzem ou evitam os gostos ou odores. O carvão
ativado desempenha sua função mediante as propriedades absorventes
que possui, como a estrutura altamente porosa e a grande área superficial,
que permitem remover e reter muitas das impurezas da água. O amolecimento
da água, a remoção do ferro e a correção
de excessiva corrosividade constituem processos de tratamento que vêm
sendo empregados crescentemente pelas comunidades.
A desinfecção da água, baseia-se na destruição
das bactérias patogênicas que ela possa conter. Nesse processo
os coliformes fecais são destruídos, resultando na redução
do número de outras bactérias. O cloro é usado quase
universalmente na desinfecção da água por ser relativamente
barato, seguro e por não apresentar grande dificuldade em seu manuseio.
O abastecimento de água para as cidades gera invariavelmente
um outro grande problema. Toda essa demanda de água irá se
tornar esgoto, que deve ser coletado e eliminado depois de tratado. Porém
ainda
há métodos primitivos de remoção dos dejetos
humanos em atividade, principalmente em áreas pobres que não
recebem qualquer tipo de saneamento básico. Estes devem ser urgentemente
substituídos por redes de coletores de esgotos, cuja finalidade
é afastar o mais rapidamente possível os dejetos humanos,
para evitar contaminações que geram enfermidades entre outros
problemas.
Normalmente, essas populações menos favorecidas encontram
nas áreas de mananciais, devido aos vários problemas sociais
nas cidades, que apesar de oferecerem muitas oportunidades de trabalho
(em relação ao campo), não oferecem infra-estrutura
capaz de atender tal adensamento populacional, além da especulação
imobiliária e da macrocefalia do setor terciário. Assim,
sem alternativas, essas pessoas encontram nestes locais uma moradia barata
e relativamente perto dos grandes centros, porém sem infra-estrutura
básica nenhuma, o que acarreta numa piora na qualidade das
águas dos mananciais que seriam destinadas para o uso público.
A recuperação das bacias hidrográficas degradadas
por um uso inadequado é um primeiro passo para acabar com uma série
de problemas, que tem como raiz a degradação dessas áreas.
É preciso planejar e investir na execução de ações
como: o reassentamento de populações instaladas em áreas
impróprias, o reflorestamento de áreas desmatadas, a recuperação
de áreas degradadas por disposição inadequada de resíduos
sólidos, implantação de infra-estrutura de saneamento
básico, contemplando obras de interceptação, tratamento
e disposição final dos afluentes líquidos, a coleta,
o tratamento e disposição final do lixo urbano e obras para
combate à erosão e minimização de inundações,
entre outras: Tudo para chegar a um convívio equilibrado e sustentável
com a natureza que nos serve.
Uma proposta de desenvolvimento é sustentável quando
a velocidade da inevitável agressão ambiental é menor
que a velocidade com que a natureza consegue compensar esses danos. Porém,
o modelo econômico, político e social atual, baseado no consumismo
exacerbado (intenso), gera a exaustão e a fadiga dos recursos naturais
e, assim reduz o rendimento energético do sistema produtivo,
que depende dos insumos naturais. A conseqüência é que
a demanda de energia vai até a exaustão dos recursos naturais,
formando um círculo vicioso de exploração indiscriminada.
Se isso continuar no ritmo em que estamos, podemos chegar a um ponto de
esgotamento total não só da água, que é essencial
em vários aspectos para nós, mas de todos os recursos de
que a natureza no prove. Fica portanto, evidente que é preciso criar
um consenso não só no plano local como no plano global para
uma política conservacionista em âmbito não só
legal, mas em termos de conscientização, para que surjam
como resultado, por exemplo, maiores esforços da comunidade científica
na busca por tecnologias ambientalmente corretas.
A água é vida. Em maior parte somos água. Das
águas dependemos, sem fuga possível. Que ironia seria se
morrêssemos por falta d’água num planeta que á azul
pelo fato de sua existência?
Bibliografia
- Grassi, Marco Tadeu. As águas do Planeta Terra. Cadernos temáticos
de Química Nova Escola, v 1p.31, maio 200
- Decálogo das águas. Rio de Janeiro: Fundação
Onda Azul
- Projeto de reciclagem de nutrientes da biomassa: um ciclo dos ciclos.
Purificação águas em regiões tropicais: Petrópolis:
Instituto Ambiental, 1996, 15p.
- Tecnologias para tratamento de água. Revista Meio Ambiente
Industrial, p.98-102, março/abril 2001
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