STANISLAO CANNIZZARO
Químico italiano, Stanislao Cannizzaro nasceu em Palermo, a 13 de julho de 1826, e faleceu em Roma, a 10 de maio de 1910. Contribuiu decisivamente para o estabelecimento, em bases científicas, da teoria atômica moderna. Iniciou os estudos de química aos 19 anos, com Raffaele Piria (1813 – 1863), em Pisa. Em 1849, após haver participado da rebelião siciliana, foi forçado a exilar-se em Marselha, de onde partiu para Paris. Durante sua permanência em Paris, conviveu com os químicos franceses Auguste Cahours (1813 – 1891), Victor Regnault (1810 – 1878) e Michel Eugène Chevvreul (1786 – 1889), em cujo laboratório trabalhou na pesquisa de várias substâncias orgânicas.
Em 1851, a convite do governo piemontês, retornou à Itália, para assumir a cadeira de química do colégio de Alessandria. Lecionou depois nas universidades de Gênova e Palermo e, a partir de 1870, na universidade de Roma. No ano seguinte foi eleito senador. Fundou o primeiro laboratório moderno de química, na universidade de Roma, contribuindo assim de maneira decisiva para a formação de várias gerações de jovens químicos italianos.
Seus trabalhos de química orgânica, que o tornaram conhecido no mundo científico, empalidecem, todavia, quando comparados com suas investigações no campo da teoria atômica. Em 1858 publicou, sob a forma de uma carta dirigida ao professor De Luca, seu trabalho fundamental sobre a nova conceituação do átomo. Demonstrou a importância da hipótese de Avogadro, que considerou como a pedra fundamental sobre a qual deveria erguer-se todo o edifício da teoria atômica. Cannizzaro estabeleceu a distinção entre peso atômico. Cannizzaro estabeleceu a distinção entre peso atômico e peso molecular e demonstrou que é possível deduzir os pesos atômicos dos elementos a partir dos pesos moleculares dos seus compostos.
Em 1860, como intuito de avaliar a exposição de Cannizaro, cuja simplicidade contrastava com as complexas teorias da época, reuniu-se no congresso de Karlsruhe uma plêiade de químicos ilustres de várias nacionalidades. Apesar das prevenções muito enraizadas, as teorias de Cannizzaro despertaram a atenção do mundo científico e, a partir de 1870, foram universalmente consagradas. Por suas valiosas contribuições para o desenvolvimento da teoria atômica, a Royal Society concedeu-lhe a medalha Copley, em 1891.