As 20 redações selecionadas pela OQSP-2005


Alunos de 2ª Série em 2005:

Elias Hideki Kawabata
Fernando C.F. Dionísio
Heloisa H. Silva Laurenti
Íris Chyun Mian Tseng
Karen C. Grando Kishima
Marina de Mattos Lourenço
Natália Azevedo Carvalho
Raquel de Mattos Pimenta
Silvia A. Santos Cucatti
Tandara L. Melo Martins

Alunos de 3ª Série em 2005:

Ana Paula C. Modesto
Antonio Vieira da Silva Neto
Caio Cesar Carvalho
Carolina Teixeira Bartoletti
Evelin Prestes Sales
Haloá Lucas Silva Reuben
Jhonny Valiatti
Juliana M. Alfaia Costa
Maria Cecília Basile Leite de Barros
Vanessa Pultrini Rovaris


Alunos da 2ª Série do Ensino Médio em 2005


Aluno: Elias Hideki Kawabata
Colégio: Objetivo – Unidade Vergueiro, São Paulo
Profa.: Sandra Maria S. Haddad

Em Busca da Sobrevivência

     O homem sempre teve a necessidade de criar e de transformar para sua própria sobrevivência. Isso não seria possível sem a energia. Desde então várias formas de energia foram utilizadas: o próprio esforço muscular, o fogo, animais domesticados para puxar carroças ou trabalhando nas moendas. Depois a força eólica passou a ser utilizada, e esta foi substituída pela força hidráulica.
    Por volta do século X a exploração do carvão mineral tornou-se mais intensa e passou a ser o principal combustível utilizado pelo homem no século XVIII. Embora a tecnologia que impulsionou o homem para a era das máquinas foi a energia a vapor, base para a Revolução Industrial.  A supremacia do carvão teve seu fim no término do século XIX.
     A era do petróleo tem início em 1859 com o Coronel Drake perfurando o primeiro poço de petróleo em Titusville (EUA). Essa nova fonte de energia trouxe ao mundo conseqüências ambientais e políticas. Podemos dizer que esse recurso é a base da indústria moderna. Por isso, grandes disputas foram travadas entre as grandes potências para obter o domínio dos territórios possuidores de jazidas de petróleo. Entre os conflitos políticos ocorridos com as potências imperialistas, podemos citar a Guerra de Yom Kippur, em 1973, que aconteceu no momento em que o preço do petróleo estava sendo reajustado, e este subiu absurdamente, gerando uma crise.  Este e outros fatores acabaram desdobrando-se na Guerra do Golfo Pérsico, em 1991. E mais recentemente, na Guerra do Iraque, onde ficou clara a intenção dos Estados Unidos em tornar-se excelência na produção do petróleo mundial.
     Essa disputa petrolífera acirrou-se, porque o petróleo não é um recurso renovável, ou seja, as projeções mais otimistas indicam que o petróleo durará apenas mais um século. Fora isso, o petróleo é prejudicial ao meio ambiente, pois lança na atmosfera o gás carbônico, entre outros gases, que são agravantes do efeito estufa. Em conta disso, cientistas, ambientalistas e governos estão estudando alternativas para, aos poucos perdermos esta dependência dos combustíveis fósseis. Uma delas seria reativar velhas minas de carvão mineral, que são resultados da fossilização de árvores gigantescas que povoaram a terra há milhões de anos. Estimam que a quantidade de carvão existente chegue a 10 trilhões de toneladas. Porém, as usinas termoelétricas movidas a carvão, são altamente poluidoras, grandes quantidades de gases sulfurosos são jogados na atmosfera, que através de reações químicas, acabam gerando ácido sulfúrico, um dos principais responsáveis das chuvas ácidas.
          Essa idéia citada, é uma boa alternativa no momento, porém assim como o petróleo, trata de um recurso não renovável de energia e polui em escala considerável. Portanto, outras alternativas devem ser criadas. Estas devem ser renováveis e ambientalmente corretas. Entre elas, podemos citar a biomassa e a célula combustível.
     A matéria orgânica utilizada para obtenção de energia é chamada de biomassa. Isso é possível, porque a energia que a planta produz por meio da fotossíntese, pode ser transformada em eletricidade, combustível ou calor.As três fontes de energia de biomassa mais consideráveis são o biogás, o etanol, e o biodiesel.
     Resultado da decomposição de matéria orgânica, através da fermentação anaeróbica, o biogás é gerado, principalmente gás metano. Esta alternativa traz algumas vantagens: por ser mais leve que o ar sua dispersão para a atmosfera superior dá-se naturalmente, sendo pouco poluidora e quando é queimada produz considerado rendimento térmico.
     O biodiesel pode ser obtido por meio da reação química de óleos vegetais; que podem ser extraídos principalmente do girassol, da mamona, do amendoim e do algodão; com um álcool (produzido a partir da cana-de-açúcar), produzindo ésteres, que são usados como combustível. Esse processo se chama transestereficação, ou seja, os ésteres são separados da glicerina no óleo vegetal. A glicerina, durante o processo é substituída pelo etanol de preferência. Para a quebra da molécula, precisamos de um catalisador, este pode ser o hidróxido de sódio ou hidróxido de potássio. Com a quebra, a glicerina se une à soda cáustica, o hidróxido de potássio, e decanta. O éster se liga ao álcool, formando o biodiesel. Este pode ser utilizado em motores a diesel, em mistura com o gasóleo (na proporção de de 5 a 30%). Podendo reduzir 78% das emissões de poluentes como o dióxido de carbono e 98% de enxofre na atmosfera. Além de ser menos poluente, o biodiesel é biodegradável, aumenta a durabilidade do motor por ser mais lubrificante e requer mínimas alterações para operar em motores convencionais. Podemos considerá-lo como a melhor alternativa para o Brasil, já que encontramos clima favorável ao cultivo dos vegetais envolvidos no processo e isso geraria milhares de empregos no setor primário, pois centenas de hectares seriam necessários. A importação de petróleo diminuiria e com isso milhões seriam economizados, ainda estaríamos aproveitando o talento dos cientistas brasileiros, que desenvolveram um método que reduz o tempo de produção do biodiesel em mais de cinco horas.
     Outra alternativa viável ao Brasil é a utilização do etanol como combustível. Podemos obter o mesmo, por meio da fermentação alcoólica do caldo de cana. A utilização do álcool no Brasil, não é de hoje. Em meados da década de 70 surgiu um projeto chamado Proálcool que estimulava aumentar a mistura de álcool na gasolina, impulsionando novas pesquisas sobre este recurso, sendo que no auge deste projeto 70% dos carros novos vendidos eram movidos exclusivamente por esse novo recurso. Apesar de alguns êxitos o governo abandonou o projeto. O etanol, além de ser mais limpo, é uma fonte de energia sustentável.
     Outra solução que não poderia deixar de ser citada é a Célula Combustível. Esta funciona separando os prótons e os elétrons do átomo de hidrogênio, os elétrons formam uma corrente elétrica, gerando eletricidade, e no final os prótons e os elétrons se juntam com a molécula de oxigênio extraída do ar formando água. Apenas vapor d’água seria emitido para atmosfera, ou seja, é um combustível não causador de impactos ambientais. Para o funcionamento dessas células, precisamos de hidrogênio, e podemos obtê-lo do álcool produzido por meio da cana, portanto é uma excelente alternativa para o Brasil.
     Com o desenvolvimento dos países emergentes e com o aumento da população mundial, o consumo de combustível está se elevando cada vez mais. Conseqüentemente mais resíduos tóxicos são jogados na atmosfera todos os dias, gerando problemas como chuva ácida e o efeito estufa, além disso, estas fontes estão se acabando. Portanto, novos recursos de energia devem ser estudados para que o futuro seja viável para a humanidade. Com a utilização de meios sustentáveis e menos poluidores de energia podemos reduzir boa parte dos problemas ambientais e geopolíticos, mas há que se ter vontade política, empenho e bom senso.

Bibliografia

Searlato, F.C. & Pontin, J. A. Energia para o século XXI, Ática, 1998.

http://www.celulacombustivel.com.br

http://www.ambientebrasil.com.br

http://www.anbio.org.br/bio/biodiver_inf202.htm

http://www.biodiesel.ind.br/proc.htm



Aluno: Fernando C.F. Dionísio
Colégio: Votuporanguense, Votuporanga
Profa.: Juçara M. Líbano Correa Costa

Biocombustíveis: .um grande passo na preservação da vida

Muito longe dos grandes centros metropolitanos e das gigantescas redes industriais da nação, vivia um garoto.  Seu nome era João Imberbe. Membro de uma família pobre; há pouco, seu pai, agricultor, perdera o emprego e, para aumentar os problemas, os ataques de asma de João haviam recomeçado.

Em sua cidade, no interior do Amazonas, ele estava livre de alguns problemas oriundos do caos urbano, mas, como sua urbe nem era tão pequena assim, ele já convivia com um pouco de poluição. E era justamente esse o tema de um trabalho científico promovido por uma parceria de cidades daquela região. João, muito interessado no assunto, resolveu participar e, após fazer uma boa pesquisa na pequena biblioteca municipal sobre o tema, elaborou uma resenha.

Passados alguns meses, chegou a grande notícia: seu trabalho havia sido considerado o melhor e ele fora premiado com uma viagem para a Itália acompanhado pelo seu professor de química (que o auxiliara na confecção do estudo). Nunca se esqueceria do tão esperado dia da viagem. Aeroporto,  embarque no avião, um sonho.

João quase não dormiu durante a viagem. Muitas horas de vôo e eles chegaram à Itália. Desembarcaram , foram para um hotel, subiram até o quarto e procuraram descansar.

 No outro dia bem cedo, ele e o professor saíram. A primeira obra-prima que foram ver foi a estátua de Netuno exposta ao ar livre. Após observar aquela bela manifestação artística, João percebeu que algumas partes do mármore da estátua estavam diferentes. Perguntou o que era aquilo para seu professor. Este respondeu que aquilo era efeito da chuva ácida, a qual contendo ácido sulfúrico, transformava o mármore em gesso.

Tentando ligar o trabalho de poluição àquele assunto, ele perguntou a João Imberbe se em sua pesquisa havia algo sobre  biocombustíveis  João respondeu que havia lido algo, mas nada muito aprofundado. Logo, o professor prosseguiu comentando que o biocombustível é derivado de fontes naturais e renováveis, como os vegetais, e que pode substituir o combustível comum, com adaptações nas máquinas, ou misturar-se a ele.

O professor continuou sua explanação:

 -Há muitas vantagens no uso dessa fonte de energia, tanto ambientais, quanto econômicas. É exatamente por isso que esse tema  é uma constante pauta tanto nos assuntos governamentais quanto nos não-governamentais. É incrível, mas até para a conservação dessa estátua o biocombustível tem utilidade, pois ele não emite enxofre, diferente do diesel (fonte de 77% da emissão de dióxido de enxofre) e gasolina (8%) [1]. Assim sendo, o uso do biocombustível diminui a taxa de SO2 na atmosfera, contribuindo para a redução de problemas respiratórios e cardiovasculares, além da diminuição da chuva ácida [3].
João achou aquilo muito interessante e pediu para o educador contar mais. No entanto, este achou melhor detalhar depois. E assim eles prosseguiram o passeio.

Quando passeavam pelo centro da cidade, no ar, a fumaça tornava-se cada vez mais visível e a respiração era muito mais difícil. João, que sofria de asma, começou a passar mal e o professor, percebendo o que ocorria com o aluno, levou-o para um local verde e arborizado.

João recuperou-se e indagou ao mestre a causa de ali estar tão quente e tão difícil de se respirar. O professor abriu um pequeno sorriso. Novamente teria a oportunidade de retomar com o seu pupilo o tema anteriormente discutido.

- As sensações que você sentiu são os efeitos causados principalmente pela presença de  monóxido e dióxido de carbono, que são produzidos pela queima de combustíveis fósseis. E são os carros à gasolina as principais fontes de emissão desses gases, representando 49% de sua origem. O principal problema causado pelo monóxido de carbono é que ele se liga à hemoglobina, prejudicando a oxigenação do organismo [4].

Assustado, o menino perguntou  se existiam outros gases poluindo a atmosfera.

O professor continuou sua explanação:

- Juntamente com o monóxido de carbono, também ocorre liberação de  fuligem, principalmente pelos veículos movidos a diesel que correspondem a 30% de sua emissão [4]. Essas partículas  fixam-se nos pulmões e diminuem a capacidade respiratória. Um outro gás que, ao ser emitido em excesso, causa poluição é o CO2,  principal vilão do efeito estufa. Esse é um  fenômeno natural da Terra, por meio do qual os chamados gases estufa  permitem a passagem  dos raios solares, mas impedem a dissipação do calor em que eles foram convertidos. Tal processo é essencial para a manutenção da temperatura da Terra, proporcionando condições propícias para a vida no planeta. Porém, a queima de combustíveis fósseis e de  madeira proporcionou uma imensa liberação desses gases. Conseqüentemente, o efeito estufa aumenta, porque  a quantidade de calor retida é maior o que causa efeitos catastróficos [1].

João, inconformado com a situação, perguntou se não havia uma maneira de reduzir os danos causados por esses poluentes.

O professor respondeu:

- É claro que há, João! O nosso conhecido biocombustível, por exemplo, contribuiria para a suavização dos danos. Na utilização dele,  a emissão de monóxido de carbono é reduzida em 48%, enquanto a fuligem é reduzida em 26%, uma melhora significativa, você não acha [2]?

O menino concordou entusiasticamente. Mas ainda o preocupava o problema do efeito estufa, cujo principal causador é o dióxido de carbono. Ele perguntou se o uso de biocombustíveis também produziria uma redução na emissão de gás carbônico.

O professor, muito feliz com o interesse de João, explicou em detalhes:

- O gás carbônico, por sua vez, não tem uma redução tão nítida. Porém, devido às fontes de produção, no caso o cultivo de alguns vegetais, colocam a situação a favor do biocombustível. Para explicar isso,  vou exemplificar: um hectare de mamona produz certa quantidade de biocombustível, a queima do combustível libera cerca de 1 tonelada de gás carbônico, até aí não há vantagem nenhuma do bio em relação ao combustível comum, porém os vegetais cultivados naquele hectare que gerou esta quantidade de biocombustível,  consome aproximadamente 8 toneladas desse gás da atmosfera durante seu processo de fotossíntese  [2].

Ao terminar sua explanação, o professor  pôde observar nos olhos de João o quanto aquele assunto o havia  encantado  e como havia despertado sua  curiosidade.

O mestre, percebendo o quanto aquele tema interessava ao seu discípulo, propôs que continuassem a discuti-lo durante o almoço. Dirigiram-se a um famoso restaurante. Entraram,  sentaram-se,  pediram o prato do dia.

Durante a espera aquele que ensina comentou:

- Mal vejo a hora de voltar e contar a todos sobre esta maravilhosa viagem! Quanta coisa vimos nessa manhã, como são lindos os monumentos e os lugares que visitamos!

Nesse momento o semblante de João mostrava um ar de tristeza. O professor percebeu  e perguntou a João o que havia ocorrido. João respondeu que estava triste porque havia se lembrado do pai que perdera o emprego, e que quando voltasse para casa, sabia que encontraria uma situação muito difícil. O adulto procurou consolar o garoto e valendo-se do interessante assunto dos biocombustíveis,  iniciou uma outra  conversa para fazer o aluno esquecer dos problemas:

- Sabe, João, por incrível que pareça,  os biocombustíveis poderiam ajudar a melhorar também esse ponto. Com esse produto ecológico,  seria possível a criação de 270.000 empregos, tanto no campo no cultivo de vegetais que são usados na produção dessa fonte de energia, quanto na cidade, com vendas, pesquisas, processo de produção a partir de diferentes matérias-primas [5]. Mas,  para que isso realmente ocorra,  é necessária uma  distribuição eficaz para atender a demanda, que deve beneficiar tanto o grande quanto o pequeno agricultor. Além disso, é também necessário criar cursos técnicos para a população, a fim de capacitar pessoal para todos os trabalhos ligados à produção de biocombustíveis,  financiamentos para produtores. Com esse produto ecológico será possível integrar as mais diferentes regiões do país, como Norte e Nordeste, promovendo nelas um desenvolvimento sustentável [2].

João questionou o seu professor se  isso poderia melhorar a economia do Brasil.

- Claro, João, o país, com os biocombustíveis, poderia reduzir os gastos com a importação de combustível em até 9,4 bilhões de reais anuais [5]. Então, seja por interesses ecológicos, sociais ou financeiros, o biocombustível é, uma opção muito vantajosa.

Chegou a comida. A conversa parou instantaneamente, pois estavam famintos. O silêncio reinou enquanto comiam. Saíram do restaurante e pegam um táxi para o hotel. Durante o caminho, João pergunta ao mestre:

- Professor, e a origem desses biocombustíveis?

- Na verdade a origem dos biocombustíveis é variada. Ele é uma matéria prima renovável obtido de partir de óleos vegetais e animais., como grãos, gorduras vegetais e até fritura usada. Como fonte de  óleos vegetais temos:  soja, dendê, mamona, colza, algodão, babaçu, amendoim, girassol e pequi. Entretanto, o teor de óleo em cada um deles variável. As gorduras animais usadas na produção de biocombustíveis são o sebo, óleos de peixe e, como eu já havia dito, óleos residuais de frituras. Ainda há o bagaço de cana e casca de coco [6].

O garoto, antes que o homem pudesse tomar fôlego, perguntou como eram produzidos, os biocombustíveis a partir dessas matérias-primas.

O professor, paulatinamente, deu a resposta:

- O biocombustível pode ser produzido por transesterificação, que combina os óleos com álcool; ou por craqueamento, que quebra as moléculas do óleo, pelo aumento da temperatura e o uso de catalisadores, formando uma mistura que se assemelha ao diesel do petróleo. No caso da transesterificação, poderemos coletar óleos das águas dos esgotos, de frituras comerciais, de lavouras e plantio de oleaginosas e de animais nos abatedouros e frigoríficos, submetê-los a suas respectivas formas de separação dos óleos e juntá-los na fabricação do biocombustível [2][8].
João ao terminar de escutar tudo atenciosamente fez uma última pergunta:

 Existem tipos diferentes de biocombustíveis?

- Claro que sim.  Há o bioetanol, biogás, biometanos, bioéter dimetílico, biocombustíveis sintéticos, biohidrogênio, biodiesel, dentre outros [7].

Continuaram as visitas aos pontos turísticos nos dias subseqüentes. Quando a estada chegou ao fim, eles voltaram para o Brasil. Dentro do avião, João Imberbe começou  a relembrar a viagem e, recordando-se do assunto dos biocombustíveis,  inquiriu:

- Professor, eu estava pensando: há países investindo nos combustíveis ecologicamente corretos?

- Bem, pesquisas são realizadas no mundo todo. Na Europa há um grande desenvolvimento nas pesquisas e avanço na sua  implantação. O maior produtor mundial de biodiesel,   é a Alemanha. Lá o biocombustível é oferecido puro para o motorista misturar na proporção desejada em mais de mil postos. O segundo maior produtor é a França. Nesse país,  o governo abastece a toda sua  frota de ônibus com biocombustível. Em seguida aparecem Itália e EUA [6]. Já o Brasil ainda avança em direção ao biocombustível. Nosso país  produz grandes quantidades devido às imensas áreas cultiváveis e à grande diversidade de plantas que servem para fabricar esse produto ecológico. O mais utilizado no Brasil é o comum álcool, que polui menos que a gasolina e o diesel. Há vários projetos relacionados ao biocombustível, como, por exemplo, o Probiodiesel do governo federal [1]. Estes projetos não aparecem somente nas regiões mais desenvolvidas do país, no Amazonas, por exemplo, são feitos testes em comunidades, procurando torná-las auto-suficientes na geração da energia elétrica através do uso de biocombustíveis. [9] As perspectivas brasileiras são ótimas: além da geração de empregos e da economia causada pela redução da importação, com a mistura do biocombustível ao diesel do petróleo, estima-se que a redução dos poluentes cairão em 2% em 2005, chegando a 30% em 2040 [5].

João ficou entusiasmado com a explicação do professor, que continuou falando animadamente:
- Espera-se que a partir de 2010 sejam produzidos 7,5 bilhões de litros anuais de biocombustível no Brasil [5]. Prevê-se, mundialmente, que eles substituam 10% da gasolina e 3% do diesel em 15 anos, levando a uma redução de 20% a 50% na emissão de poluentes [3].

João maravilhou-se. O biocombustível chegava a parecer algo mágico e fantasioso. Durante toda a viagem ficou meditando sobre o que tinha aprendido.

 Após a aterrissagem, quando João desceu as escadas,  sentiu a brisa de seu país acariciar-lhe a face,  dando boas vindas, trazendo consigo ares de modernidade, de paz, de busca pelo equilíbrio e de renovação. Percebeu, então, que ainda havia esperança para a preservação de seu  mundo.

Bibliografia:

[1] LEMBO, A.  Química Realidade e Contexto. Editora Ática, 3a Edição, pág  393-397.
[2] AMORIM, C., et al . O petróleo sai de cena , Revista Galileu, março de 2004, pág 35-37
[3] AMBIENTE BRASIL .Biodiesel. Disponível em www.ambientebrasil.com.br . Acesso em 11 out 2004.
[4] GEPEC-Grupo de Pesquisa em Educação Química . Interações e transformações: Química e a sobrevivência – Atmosfera-Fonte de Materiais . Versão experimental ,pág 109-112
[5] A chegada do biodiesel, Revista Veja, ed. 1873, 29/09/2004,  pág 33.
[6] ICV-INSTITUTO CENTRO DE VIDA. Vantagens do biodiesel são mostradas na SBPC. Disponível em www.estacaovida.org.br. Acesso em 11 out 2004.
[7] INSTITUTO NACIONAL DE INTERVENÇÃO E GARANTIA AGRÍCOLA. Prêmio anual às culturas energéticas. Disponível em www.inga.min-agricultura.pt . Acessado em 11. out 2004.
 [8] UNIVERSISDA DE BRASÍLIA. Diesel ecológico. Disponível em www.unb.br/acs/bcopauta/combustiveis3.htm . Acessado em 11 out 2004.
[9] Palmas para o biodiesel. Revista Ciências e Negócios .



Aluna: Heloisa H. Silva Laurenti
Escola Embaixador Assis Chateaubriand, Osasco
Prof. Erika Sayuri Yokoyama

Os Biocombustíveis

Estudantes do ensino médio de uma escola de Osasco se reúnem para mais uma aula de Química... A professora Erika propõe uma atividade diferente: a participação dos alunos na Olimpíada de Química de São Paulo. Todos se interessam no mesmo instante... Mas foi só ela citar o tema e pronto... Vários alunos já se desinteressaram...

- Uma redação sobre Biocombustíveis: aspecto químico, ambiental e econômico – dizia a professora.

Apesar do tema possuir um nível de dificuldade um tanto quanto elevado, sempre existem estudantes que se interessam... E assim aconteceu com alguns alunos, que formaram um grupo e mergulharam fundo na pesquisa... Eles já possuíam alguma noção sobre o tema, afinal, ultimamente vem sendo muito divulgado pelos meios de comunicação.

O grupo ficou espantado em se deparar com os inúmeros benefícios que o biocombustível pode fornecer, já que é fonte de energia renovável, utiliza-se como matéria-prima, possibilita independência energética, promove desenvolvimento econômico e agrícola, reaproveita o óleo de cozinha usado, pode ser usado com a infra-estrutura de petróleo existente, mistura-se perfeitamente com diesel de petróleo, é um combustível de alta qualidade e pureza, reduz emissões de gases, o efeito estufa, os danos ao meio ambiente, os riscos à saúde associados com a poluição do ar, entre tantos outros benefícios.

Depois de algum tempo, os estudantes se reuniram na biblioteca, a fim de organizar melhor o trabalho e debater as informações obtidas, para então formular o texto. Cada aluno trouxe uma série de artigos e dados sobre o tema. As manchetes eram as mais diversificadas possíveis, e ninguém conseguia estabelecer um acordo...

- Vamos fazer uma dissertação!

- Ah não, texto jornalístico é muito melhor, no estilo descritivo.

- Vamos narrar uma história, assim o texto fica mais envolvente...

- Galera, por que nós não decidimos primeiro os assuntos que nós vamos utilizar, para depois discutirmos o tipo de texto?

- É verdade... Você tem razão... Vejam só essa reportagem: “Combustíveis não renováveis podem agravar o problema do efeito estufa nos próximos anos”...

- Efeito estufa?

- Sim... Este artigo está explicando como tudo isso acontece: o efeito estufa nada mais é do que a composição de alguns gases na atmosfera, principalmente o dióxido de carbono (CO2), funciona como uma capa protetora que impede que o calor absorvido da irradiação solar escape para o espaço exterior, mantendo uma situação de equilíbrio térmico sobre o planeta, sendo benéfico e imprescindível para a manutenção da vida sobre a Terra.

- Ah, entendi... Mas o que os combustíveis não renováveis tem a ver com tudo isso?

- Hum... Se a composição dessa camada protetora for alterada, o equilíbrio térmico da Terra sofrerá conjuntamente. Assim, a ação do ser humano na natureza tem feito aumentar a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera, através de uma queima intensa e descontrolada de combustíveis fósseis e do desflorestamento. A derrubada de árvores provoca o aumento da quantidade de dióxido de carbono na atmosfera pela queima e também por decomposição natural. Além disso, as árvores aspiram dióxido de carbono e produzem oxigênio.
Uma menor quantidade de árvores significa também menos dióxido de carbono sendo absorvido...

- ... Portanto quanto mais o homem queima esses tipos de combustíveis fósseis, mais esse problema ambiental irá se agravar, certo?

- Certo!

- Ok, já temos um argumento a favor dos biocombustíveis! Segundo os pesquisadores Robert Fox e Daniel Ginosar, do Laboratório Nacional Idaho de Engenharia e Ambiente, o combustível produzido com óleo de fritura é menos poluente por queimar mais completamente. Além disso, ele mesmo é biodegradável.

- Ah, parem com isso... Não estou nem aí pra essa história de biocombustíveis... Eles não vão ter nenhuma influência na minha vida... É muito mais fácil utilizar os combustíveis fósseis... É só passá-los na refinaria...

- É isso aí... Concordo! Não é tão simples utilizar os biocombustíveis quanto parece... Pesquisei que atualmente há dois processos reconhecidos no mundo para a obtenção de biodiesel, um dos tipos de biocombustível: Transesterificação e Craqueamento Térmico. O Craqueamento Térmico não é considerado como alternativa viável, pelo seu alto custo. Já a transesterificação possui várias desvantagens, como: necessidade de um outro combustível para realizar o processo (metanol ou etanol), características do biodiesel obtido serem bem diferentes do diesel fóssil, produção excessiva de glicerina, que pode se transformar em passivo ambiental...

- ...E será que não iria diminuir a quantidade de empregos no mercado?

- Claro que não! Primeiro porque alguns biocombustíveis também precisam do petróleo, apesar de ser em muito menos quantidades, e a exploração desse recurso nas plataformas não iria acabar tão cedo... Segundo porque a utilização dos biocombustíveis requer uma melhor exploração da biomassa, que iria acarretar em mais empregos...

-...Calma aí! Explica essa história de biomassa que eu não entendi direito...

- A biomassa pode ser dividida em três ramos: a biomassa sólida, que tem como fonte os produtos e resíduos de agricultura, incluindo substâncias vegetais e animais, os resíduos industriais e urbanos; os biocombustíveis gasosos, ou biogás, que tem origem nos efluentes agro-pecuários, da agroindústria e urbanos como as lamas das estações de tratamento dos efluentes domésticos, e ainda nos aterros de RSU, ou seja, Resíduos Sólidos Urbanos...

- Ué, e o biodiesel?

- Era o que eu ia dizer agora... O terceiro ramo é o do biocombustíveis líquidos... Existe uma série de biocombustíveis líquidos com grande potencial de utilização, todos com origem em “culturas energéticas”... Obtemos o biodiesel a partir de óleos de colza ou girassol; o etanol é produzido a partir da fermentação de hidratos de carbono (açúcar, amido, celulose); e o metanol, obtido através da síntese a partir do gás natural, ou ainda do processo de pirólise.

- Pirólise?

- Sim, pirólise... Pirólise é basicamente um processo de decomposição química por calor na ausência de oxigênio... Mas esse já é outro assunto, vamos voltar as nossas pesquisas...

Os alunos se envolvem cada vez mais com o tema e continuam na biblioteca, não só pela vontade de escrever a redação, mas porque realmente estavam gostando de todo aquele universo novo que estavam descobrindo.

- Vocês acreditam que o Brasil é o país com maior possibilidade de expansão de área agriculturável no planeta, podendo abastecer sozinho até 60% de todo o biocombustível consumido no mundo, a partir do processamento de diversos óleos vegetais, tais como mamona, soja, dendê, buriti babaçu, etc?

- Uau! Isso significa que o que resta para o nosso país é investir no processamento e na divulgação das qualidades destas novas alternativas no setor de combustíveis, já que os comparando com os combustíveis fósseis, as vantagens são claramente visíveis.

-É, realmente, vocês têm razão... Os biocombustíveis podem até ter a mesma capacidade de atuação dos combustíveis fósseis... Mas que esses novos combustíveis não irão influenciar a minha vida, isso não irão!

- Ah, é aí que você se engana... Tenho certeza de que se os biocombustíveis passarem a ser mais utilizados, a qualidade do ar que você respira irá melhorar, seu pai, que irá gastar menos com os biocombustíveis, terá mais dinheiro para colocar na sua mesada, nos dias quentes você sentirá facilmente as conseqüências da diminuição dos problemas do efeito estufa e...

- Chega! Está bem, você definitivamente conseguiu me convencer... Esse tema da redação é realmente importante para todos nós...

-Com certeza!

- Bom, creio que agora já temos as informações suficientes para colocarmos no papel, não é não gente?

- Claro! Agora que já organizamos todas as nossas idéias e argumentos sobre o tema, vamos começar a escrever a redação...

Bibliografia Consultada

http://www.brasilcapitaltec.com.br/biodiesel.html
http://www.hedesa.net/biodiesel/
http://www.1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u12458.shtml
http://www.1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u9267.shtml
http://www.msantunes.com.br/juizo/oefeito.htm
http://www.jedesa.net/biodiesel
http://www.1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe13039901.htm
http://www.soaresoliveira.br/projetoenergia.em/biomassa.html
http://www.energiasrenovaveis.com/html/energias/bio_fonte.asp


Aluna: Íris Chyun Mian Tseng
Colégio: Etapa, São Paulo
Profs.: Edson B. Camargo, Rubens Conilho Jr.; Evelina N. Chinaglia

Biomassa: alternativa energética para a conservação do meio ambiente

A demanda mundial por petróleo para o setor de transportes, matéria-prima mineral (e portanto, finita) aumenta a cada ano, principalmente com o desenvolvimento da Ásia e da América do Sul. Tal fato pressiona cada vez mais os países a adotarem alternativas ao produto, sendo que tal pressão existe não por causa da iminência de sua falta, mas porque há carência de petróleo barato. Suas maiores reservas concentram-se em regiões de conflitos políticos. O principal exportador sul americano, a Venezuela, devido a crises políticas, manteve a produção temporariamente suspensa no ano passado. A Nigéria, maior produtor africano, está corroída pela corrupção, e há inúmeras e violentas disputas tribais dentro de suas fronteiras. A previsão é de que dois terços do petróleo necessário ao mundo nos próximos trinta anos virão do Oriente Médio instável e ameaçada por fanáticos religiosos. A extração de petróleo em outras áreas é mais cara, por estar este localizado normalmente no fundo do mar ou misturado à areia, além de ser de pior qualidade.

A procura por um substituto é motivada também pelo aspecto ambiental: o petróleo é um dos maiores poluidores do ar: A queima de seus subprodutos (gasolina, óleo diesel etc) libera quantidades maciças de dióxido de carbono de carbono contribuindo para a intensificação do efeito estufa, além de liberar monóxido de carbono, dióxido de enxofre e fuligem. O monóxido de carbono, altamente tóxico, é produzido quando não há oxigênio suficiente na conversão do carbono em dióxido de carbono. O dióxido de enxofre é produzido quando há a presença de enxofre no combustível. É um dos poluentes responsáveis pela chuva ácida. A fuligem contém substâncias cancerígenas.

A crise surgida em razão do aumento dos preços do petróleo no mercado internacional em 1973 destacou a necessidade de reduzir a dependência do país em relação à importação do produto. O grande potencial econômico da lavoura e a experiência apontaram para o álcool etílico produzido a partir da cana, como uma possível solução. Assim, criou-se o Proálcool, em 1975. O programa possibilitou o desenvolvimento da tecnologia de carros a álcool, reduziu a importação de petróleo, mas na década de 90, graças ao incentivo, fabricou-se em quantidades excessivas automóveis movidos a álcool, de modo que a fabricação do combustível no próprio país não conseguiu atender à demanda. O Brasil tornou-se o maior produtor de etanol no mundo, mas também o maior importador.

O álcool etílico é obtido a partir da fermentação de substâncias amiláceas ou açucaradas, como sacarose da cana-de-açúcar. Como combustível, possui a vantagem de ser uma fonte renovável e menos poluidora que o petróleo. Todavia, durante sua fabricação é comum ocorrer a queima da palha do canavial a fim de baratear o corte manual. Tal queima libera gás carbônico, óxidos de nitrogênio e fuligem. Os efluentes do processo industrial, se não forem devidamente tratados, ao serem lançados nos rios ou usados como fertilizantes comprometem a sobrevivência dos seres vivos e contaminam os lençóis freáticos.

Atualmente para o Brasil uma boa alternativa seria o biodiesel. É renovável feito a partir de óleos vegetais, novos ou usados e reagidos com metanol ou etanol Há destaque para os óleos vegetais (soja, mamona, dendê, milho, etc) reagidos com etanol, porque seu plantio incentiva o desenvolvimento econômico em vários pontos do país, devido à variedade de espécies que podem ser utilizadas e por haver uma indústria de produção de álcool etílico pré-estabelecida. O metanol é em grande parte importado, além de ser um álcool tóxico, venenoso e de origem fóssil, ao contrário do etanol. O combustível torna-se assim completamente renovável. O processo, conhecido como transesterificação, é relativamente simples, realizado à temperatura ambiente: uma mistura de óleo (triester de glicerol), álcool e catalisadores (hidróxido de sódio ou hidróxido de potássio) é colocada dentro de um reator para sofrer agitação. Em seguida, é decantada. O éster liberado forma o biodiesel. Pode servir de complemento ao óleo diesel comum ou ser usado de forma integral nos motores a diesel sem que estes necessitem de adaptações. Há preferência pela utilização do óleo de soja por ser abundante (o Brasil este ano foi o maior exportador mundial de soja), apesar do primeiro investimento comercial ter sido destinado à produção de biodiesel a base de óleo de dendê, em Belém, a fim de suprir parte da demanda por óleo diesel na Amazônia. Neste caso, o custo da produção é muito menor do que a utilização do diesel, por aproveitar restos da produção de dendê ao contrário do que ocorre com o biodiesel comum. No processo, há liberação de glicerina, muito usada pelas indústrias farmacêuticas, de cosméticos e de explosivos (tratou-se inclusive de um dos entraves para a produção do combustível, até se conseguir desenvolver um processo capaz de separar a glicerina). Porém, mesmo com a venda do produto, o combustível sai mais caro do que o diesel. Isso pode ser contornado se não incidirem impostos sobre o óleo. O Brasil importa 15% do óleo diesel consumido
 (6 bilhões de litros, que valem cerca de US$ 1,2 bilhão). Mesmo que o país se tornasse auto suficiente em petróleo, seria necessário continuar importando diesel. O petróleo das jazidas brasileiras é inadequado para a produção do óleo, por não ter completado seu ciclo de maturação e sofrer ainda um processo de biodegradação natural. A adoção desse combustível incentiva a diminuição da dependência em relação ao combustível internacional, abrindo uma nova perspectiva para o setor. Por enquanto, recomenda-se cautela apenas com relação à produção de biodiesel com óleo de mamona. Com forte apelo social, a mamona é facilmente adaptável ao semi árido do Nordeste. Porém, as características físico-químicas do combustível à base do óleo desse vegetal são muito diferentes dos derivados de qualquer outro óleo, por haver um agrupamento químico equivalente a um álcool na molécula do óleo de mamona. Não se sabe se o uso prolongado do produto nos motores acarreta problemas.

Infelizmente, a utilização do biodiesel não apresenta apenas vantagens. Constatou-se que há um aumento na produção de óxidos de nitrogênio, gases também poluentes. Pode ser corrigido com a instalação de um catalisador no veículo ou a recirculação dos gases de escape, já empregada por algumas montadoras de veículos. Apesar disso, esse combustível é menos poluente do que o diesel comum.

Um combustível renovável já adotado em alguns países do Terceiro Mundo, como a China e a Índia, é o biogás. Resulta da biodigestão anaeróbia de resíduos orgânicos, processo no qual bactérias digerem matéria orgânica na ausência de ar, liberando metano, principal componente do biogás. Pode ser utilizado no fogão doméstico, motores de combustão interna, geladeiras. Com a crise do petróleo na década de 70, foi criado o Projeto Biogás no Brasil, que estimulou a implantação de vários biodigestores, todavia não obtendo sucesso. A maioria dos biodigestores foi desativada, por desconhecimento da tecnologia envolvida na construção do equipamento, alto custo de implantação e manutenção, baixa durabilidade dos equipamentos adaptados para a produção do combustível, devido à falta de equipamentos fabricados exclusivamente para o processo, entre outros entraves. A fermentação anaeróbia é extremamente sensível. A produção do biogás pode ser afetada por muitos fatores: entrada de antibióticos, inseticidas, desinfetantes no biodigestor, variação na temperatura. O metano é altamente inflamável, o que pode ser um perigo se o biogás não for bem armazenado. O custo da produção do combustível era maior do que a utilização de energia elétrica ou GLP. Atualmente, graças ao aumento dos custos da energia tradicional e ao barateamento do material à implantação de biodigestores, o biogás ressurge como uma opção possível.

Outra alternativa é o hidrogênio. É obtida a partir da decomposição de moléculas como a água ou de hidrocarbonetos, como o metanol. O automóvel movido a hidrogênio libera apenas vapor de água e calor, e esse gás pode ser obtido de diversas fontes. Porém não há hidrogênio livre na natureza. Os métodos para a geração de hidrogênio puro são caros, sendo de baixa disponibilidade (utilização de energia solar, eólica, etc) ou com a liberação de gases causadores do efeito estufa. A energia gasta para sintetizá-lo é normalmente maior do que a energia resultante, e o gás são de difícil armazenamento. A tecnologia é pouco desenvolvida e ainda não a tornou uma alternativa viável. As pesquisas estão voltadas para o barateamento e maior rendimento das células de combustível a hidrogênio, equipamento que transforma energia química em energia elétrica. Cogita-se que sejam empregadas em telefones celulares, computadores portáteis, residências e automóveis.

O mundo não pode mais depender do petróleo. Não importa como cada país decidirá em qual fonte alternativa de energia investir. É preciso tomar medidas que freiem a poluição liberada por tantos anos pelo carvão e pelos combustíveis fósseis. A preocupação mundial reflete-se no Protocolo de Kyoto, que restringe a cota de emissão de seis gases nocivos à atmosfera, entre eles o carbônico, dos países participantes. Seja como for, não há desenvolvimento econômico sem o aumento da produção de energia.

Bibliografia

1- Revista Veja-edição 1857, ano 37, no23, editora Abril, 9 de junho de 2004, p.116-126
2- Revista Veja-edição 1812, ano 37, no8, editora Abril, 25 de fevereiro de 2004, p.83
3- Revista Veja-edição 1701, ano 34, no 20, editora Abril, 23 de maio de 2001, p.126-139
4- Revista Veja-edição Especial no36, ano 37 (parte integrante de Veja edição 1877, outubro de 2004, p.37
5- Revista Pesquisa FAPESP no92, outubro de 2003, p.66-70
6- Revista Scientífic American Brasil, no 25, ano 3, Duetto editorial, junho de 2004, p.72-79
7- Material Didático ETAPA do 3o do Ensino Médio, apostila 1, p.238-247
8- Enciclopédia Mirador Internacional, vol. 2, 1989 da Encyclopaedia Britannica do Brasil, p. 290-291
9- Horta, Luiz A. Nogueira. Biodigestão: a alternativa energética. São Paulo: Nobel, 1986

Sites na Internet

10- http://www.ambiental.com.br/composer.php3/base=/energia/index.html&conteudo=/energia/etanol.html
11- http://www.ambiental.com.br/composer.php3/base=/energia/index.html&conteudo=/energia/artigos/óleo_vegetal.htmll
12-  http://www.cnpsa.embrapa.br/artigos/2004/artigos-2004-n001.html;ano=2004
13-  http://ecen.com.eee19/compoxi.htm
14- http://www.estadao.com.br/ciencias/noticias/2004/ju213pg11a.html
15- http://www.unicamp.br/unicamp_hoje/ju/maio.2003/ju213pg11.htmj
16- http://www.universiabrasil.net/pesquisa_bibliotecas/materia.jsp/id=2803


Aluna: Karen C. Grando Kishima
Colégio: Objetivo, Suzano
Profa.: Melissa Dazzani

A favor do futuro saudável

Espantosamente, os gases prejudiciais estão sendo eliminados na atmosfera mesmo após o alarme dado pela natureza através de desastres naturais. Esse é um dos principais motivos da provável utilização do biocombustível, óleo bruto derivado da semente de girassol, milho, mamona, amendoim, soja, entre outros, o qual diminuiria bastante esse índice. Uma vez concluído esse projeto gerará vários empregos provocando benfeitorias em todo o país e trará melhorias econômicas, como a diminuição do diesel importado, além de utilizar os transgênicos de forma proveitosa. Com um custo baixo em relação aos outros combustíveis, proporcionará, também, melhorias nos recursos ambientais que atualmente, estão muito depredados e em breve desaparecerão, visto que as reservas naturais estão em constante declínio. Um dos únicos obstáculos é o governo que, ao invés de incentivar essa prática ambientalmente correta, não concede licença para sua evolução no Brasil.

Em 1895, o Dr. Rudolf Diesel promoveu um certo motor, o motor Diesel, visando o seu funcionamento com diversos óleos vegetais. Quando esse inventor morreu as indústrias criaram um óleo mais barato em relação aos outros e deram-lhe o nome de “óleo Diesel”. A frase dita por Dr. Rudolf Diesel foi: “O motor Diesel pode ser alimentado com óleos vegetais e poderá ajudar consideravelmente o desenvolvimento da agricultura nos países onde ele funcionar. Isto parece um sonho do futuro, mas eu posso predizer com inteira convicção que esse modo de emprego do motor Diesel pode, num dado tempo, adquirir uma grande importância”. Ele estava completamente correto em sua afirmação, embora muitos não acreditem. É difícil não concordar com tais palavras, pois no atual mundo capitalista, futuramente a luta por um barril de petróleo custará “horrores” e com a implantação do biodiesel, tudo se tornará mais fácil com relação à economia, ao meio ambiente e “à saúde do planeta”.

Os combustíveis utilizados recentemente prejudicam cerca de 90% da camada de ozônio. Com a utilização do biocombustível, o índice diminuirá, pois o uso desta forma de energia, reduz a poluição em 30%, por ser um combustível oxigenado. Quando misturado ao diesel, o biocombustível reduz a eliminação do Dióxido de Carbono e de Enxofre, os principais gases que devastam a camada de ozônio e causam o efeito estufa. Trata-se de um “aquecimento global”, que provoca o derretimento das calotas polares, prejudicando a fauna e a flora local. Com a destruição da camada de ozônio (responsável pela proteção contra os raios ultravioletas), os seres ficarão sujeitos aos raios fortes que poderão provocar câncer de pele. Os gases também aumentam o índice de acidez das chuvas, pois mesmo sem poluição, já são ácidas. Com todos os recursos oferecidos pelo biodiesel, o ar se tornará menos prejudicial e mais saudável, tanto para o país que utilizá-lo quanto para o planeta. O Brasil também estaria dentro do que determina o “Protocolo de Kyoto”, que conta com a colaboração de países para a diminuição da poluição no planeta. Outro benefício está relacionado aos automóveis, pois além de poder ser usado diretamente,  o biocombustível melhora a lubrificação do motor. Todos agradecerão, inclusive a atmosfera, que é a mais prejudicada com a utilização do diesel, do petróleo e de outros combustíveis nocivos. Será um meio mais saudável, já que o homem depende desses combustíveis em praticamente todas as atividades que realiza.

A utilização do biocombustível resultará em 200 mil empregos além de uma considerável renda direcionada ao campo. Os produtores e trabalhadores estarão mais seguros com relação ao emprego, o índice de trabalhos nas cidades e no campo tende a se equilibrar. Atualmente, no “país do desemprego”, seria ótima a adoção de uma prática tão benéfica, resultando em 1,8 bilhão de litros economizados. A cada dia se utiliza mais o diesel, a gasolina e outros combustíveis, e a cada dia, as reservas destes compostos diminuem. Quando ocorrem as ameaças de guerra, o preço dessas substâncias aumenta absurdamente. A soja trangênica também poderá ser utilizada como fonte de biodiesel. Já dá pra espelhar o futuro do país baseando-se no uso do combustível derivado de oleoginosas. Também se deve ressaltar que o biocombustível é uma fonte renovável e, portanto, favorável à economia nacional, uma vez que os recursos brasileiros podem apresentar bom índice de aproveitamento para produção da matéria-prima. É importante lembrar que o biodiesel não impõe o investimento absurdo que hoje é gasto com petróleo.

O Brasil é o único país que apresenta aspectos favoráveis em todos os sentidos. Isso porque possui solos altamente qualificados é a maior base tropical de todo o planeta, além de possuir o maior índice de água doce do mundo, o que permite uma agricultura muito qualitativa e quantitativa, fatores que favorecem a produção das oleoginosas. O biocombustível passa apenas por um processo de filtração antes do uso. Contraditoriamente, o petróleo tem um processo muito complicado e é uma fonte não-renovável. Com tantos aspectos favoráveis, o país poderá pensar em exportar o biocombustível, já que o biodiesel tem várias outras utilidades (solvente de tintas, lubrificante, é usado em fornos e lanternas, etc), e ganhará por não ter que importar o petróleo.

O processo de obtenção do biodiesel consiste na “transesterificação” (separação da glicerina do óleo vegetal através de Hidróxido de Sódio ou de Potássio, resultando em duas substâncias, os ésteres e a glicerina). A glicerina é substituída por álcool derivado de etanol, que se unirá aos ésteres e originará o biodiesel. Um processo simples e que pode ser feito de forma rápida e por várias indústrias, desde que tomadas as medidas corretas de segurança para sua produção. O biocombustível não é tóxico e tem um baixo índice de explosão beneficiando seu transporte e armazenamento. Infelizmente, o governo ainda não se conscientizou das benfeitorias que trará o biocombustível ou se já refletiu a respeito, talvez tenha medo de prejudicar-se com os projetos.

Enfim, todos os fatores conspiram a favor do uso de biocombustíveis. Ao mesmo tempo em que houver uma melhoria econômica para o país, haverá um ganho ambiental e conseqüentemente um planeta melhor. O Brasil poderá servir de exemplo para muitos outros países como um local mais “limpo” e seguro, com empregos nas cidades e nos campos. Esperançosamente, acredita-se que seja um país de “primeiro mundo”, não somente em termos tecnológicos, mas também com relação à qualidade de vida obtida através do biodiesel. Em oposição a esses fatores benéficos, está o governo brasileiro, que parece fechar os olhos para o futuro e o avanço do nível do país e, conseqüentemente, do planeta.

Bibliografia

1- www.biotecnologia.com.br/biocongresso/discursos.asp/id=297
2- www.conhecerparaconservar.org/opini%C3%A30/not%3%Adcias/descricao.asp/NewsId=274
3- www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php/cod=153109
4- www.ibps.com;.br/index.asp?idnoticio=802
5- www.confea.org.br/noticiasasp?IdNoticia=1074
6- www.brasiloeste.com.br/noticiaphp/564
7- www.embrapa.br
8- www.ficepetroleo.com.br/noticiasasp?not_codigo=374
9- www.carsaçe.uol.com.br/noticias/ed101not2107.shtml?ult=2189


Aluna: Marina de Mattos Lourenço
Colégio: Koelle, Piracicaba
Profs. Ângelo L. Ariente e Eduardo B. Oliviera

Fontes renováveis de energia no Brasil e no Mundo

Para melhorar as condições de vida, durante toda a sua história, a humanidade vem consumindo quantidades cada vez maiores de energia. No entanto, as fontes que tradicionalmente nos fornecem energia não são inesgotáveis. As fontes não renováveis de energia, conhecidas também como fontes sujas de energia, são: o carvão mineral, o petróleo, e o gás natural, a energia nuclear de fissão (urânio), a energia nuclear de fusão (deutério), e a energia geotérmica. Os recursos não renováveis provêm, em parte, da energia solar acumulada por meio de processos que envolvem a decomposição e fossilização de matéria orgânica, como é o caso do carvão e do petróleo, e que demoram milhões de anos para serem repostos.

A maior parte do petróleo é utilizado com fins energéticos, seja nas centrais termoelétricas, seja como combustível para os meios de transporte ou forno industriais. Do petróleo são extraídos, também os produtos que abastecem as indústrias. O petróleo ganhou a importância que tem por possuir uma grande densidade energética e uma forma líquida, o que facilita seu transporte. A ameaça de que a principal matéria-prima combustível mundial, o petróleo, esteja para se esgotar em meio século, tem provocado a busca por novas fontes energéticas. Essa preocupação surgiu com a crise mundial de petróleo de 1974. Com essa crise, ficou clara a necessidade de redução da dependência de um único produto gerador de combustíveis. Foi a partir daí que começaram a ser feitos investimentos em pesquisas de fontes de energia. No contexto internacional, verifica-se a adoção de ações visando a ampliar o aproveitamento de energias renováveis com uma progressiva redução no uso dos combustíveis fósseis reestruturando a produção, a distribuição, o uso da energia e incorporando novas tecnologias.

As fontes de energia renováveis são aquelas cuja quantidade é inesgotável, como a energia solar, a eólica, a energia hidráulica e a biomassa. A energia solar é a que chega à Terra em forma de radiação, procedente do Sol, gerada por um processo de fusão nuclear. É utilizada diretamente ou por conversão, nos chamados coletores solares, em energia calorífica ou elétrica. A energia eólica é a contida no vento como conseqüência de sua velocidade, e é utilizada para produzir energia elétrica. A energia hidráulica utiliza a água represada a uma determinada altura para transformá-la, por meio de sua queda, em energia elétrica. A biomassa é o conjunto de fontes orgânicas utilizadas na produção de energia, seja através de combustão (energia calorífica), seja por meio da obtenção de metano e álcool metílico. Proveniente de matérias encontradas em abundância em todo o País, a biomassa é uma fonte limpa de energia, que não polui e não se esgota. Através da fotossíntese, as plantas capturam energia do sol e a transformam em energia química. Esta energia pode ser convertida em eletricidade, combustível ou calor. Os combustíveis mais comuns da biomassa são os resíduos agrícolas, madeira, os óleos vegetais e plantas como a cana-de-açúcar. A energia obtida a partir da biomassa reduz a poluição ambiental, pois utiliza lixo orgânico.

A produção de energia elétrica a partir da biomassa, atualmente, é muito defendida como uma alternativa importante para países em desenvolvimento e também para outros países. Programas nacionais começaram a ser desenvolvidos visando a melhorar a eficiência de sistemas para a combustão, gaseificação e pirolise da biomassa. A energia química da biomassa pode ser convertida em calor e daí em outras formas de energia. O processo de produção de um gás combustível, a partir da biomassa, é compostos por três etapas: a primeira, chamada de secagem, pode ser feita quando a madeira é introduzida no gaseificador, aproveitando-se da temperatura ali existente; contudo a operação com madeira seca é mais eficiente. Depois se faz a pirólise, durante a qual formam-se gases, vapor d’água, vapor de alcatrão e carvão. Por último a gaseificação, em que as cinzas e o carbono residual liberada a energia necessária ao processo, pela combustão parcial dos produtos da pirolise.

O combustível resultante é mais limpo e na maioria dos casos, não há necessidade de controle de poluição. Associada a catalizadores, como alumínio e zinco, a gaseificação aumenta a produção de hidrogênio e de monóxido de carbono e diminui a produção de dióxido de carbono.

Outra forma de aproveitamento da biomassa é o Biogás, que é uma fonte abundante não poluidora e barata de energia. Toda matéria orgânica, como restos agrícolas, esterco ou lixo sofre decomposição por bactérias microscópicas. Durante o processo, as bactérias retiram dessa biomassa aquilo de que necessitam para sua sobrevivência, lançando gases e calor na atmosfera. O biogás é resultante da decomposição controlada do lixo doméstico, feita em aterros sanitários, ou da decomposição do esterco de gado em recipientes especiais conhecidos como biodigestores. O esgoto das nossas cidades, recolhido às estações de tratamento, também é uma fonte de biogás, que pode ser utilizado para movimentar ônibus e caminhões, ou para produzir eletricidade e calor.

Foi a partir da invenção do motor diesel, pelo engenheiro francês de origem alemã Rudolph Christian Carl Diesel (1858-1913), no final do século dezenove, que surgiu, pela primeira vez a possibilidade de se usarem óleos vegetais como combustível. Foi apenas na primeira década do século passado que o óleo diesel passou a ser produzido a partir do petróleo. A primeira patente de biodiesel, feita com óleo de amendoim e metanol, foi depositada no Japão na década de 1940, seguida de outras três patentes norte-americanas na década de 1950. No Brasil, as pesquisas tiveram no início nos anos de 1980 com a criação do Programa de Óleos Vegetais e a produção do combustível com uma mistura de vários óleos vegetais com metanol e etanol. O programa brasileiro não teve êxito, nessa época, por motivos econômicos. Faltou uma visão estratégica de longo prazo que permitisse a superação das deficiências tecnológicas, como foi feito com o Próalcool. Nos anos 90, países da Europa começaram a implantar programas de uso do biodiesel. Atualmente, dois milhões de veículos rodam no continente com esse combustível. Na Alemanha e na Áustria, emprega-se o biodiesel puro, enquanto nos demais países ele é misturado ao diesel, na proporção de cinco a vinte por cento.

Atualmente no País, a mamona, o dendê, o buriti e várias plantas da Amazônia estão sendo estudadas, para a produção do biodiesel, que é, portanto, um combustível fabricado a partir de óleos vegetais, que possui muitas vantagens em relação aos derivados do petróleo. Em algumas regiões, já se começa a adicionar pequenas quantidades desses óleos vegetais ao diesel comum, reduzindo a nossa dependência do petróleo. Equipes de pesquisadores espalhados por todo o país estudam e desenvolvem alternativas para o biodiesel. Um dos candidatos a esse novo combustível foi desenvolvido por meio da reação química de óleos vegetais com etanol, o álcool extraído da cana-de-açúcar, nos laboratórios da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. Os cientistas chegaram a um processo inovador para a obtenção de biodiesel com a descoberta de eficientes catalisadores, substâncias que aceleram a reação química e transformam óleos de soja, dendê, milho ou mamona, por exemplo, mais o álcool, em um novo produto. Com características de ser totalmente renovável, produzir menos poluentes que o diesel do petróleo e por já existir uma indústria de produção de álcool no país, a adoção do biodiesel à base de etanol facilita a incorporação desse tipo de combustível à matriz energética brasileira. Além disso, os resultados das pesquisas demonstram que o biodiesel é mais eficiente do que o óleo vegeral in natura porque não causa corrosão no motor, não carboniza os bicos injetores de combustível e melhora a partida do veículo por ser menos denso e fluir melhor nas mangueiras e dutos.

Fatores econômicos e estratégicos também tornam o biodiesel bem-vindo: esse combustível servirá como complemento ao óleo comum e futuramente poderá ser usado de forma integral nos motores diesel, se houver oferta suficiente. A idéia inicial é acrescentar cinco por cento de biodiesel ao óleo originário do petróleo, em uma iniciativa similar á que ocorre com a gasolina, que recebe cerca de vinte e cinco por cento de etanol. Com essa medida, estima-se que o Brasil reduza em trinta e três por cento suas importações de diesel, gerando economia, além de um grande número de empregos diretos e indiretos.

Outro biocombustível importante, considerado uma grande curiosidade do século XIX, é a Célula a combustível (Fuel Cells), uma tecnologia que utiliza o hidrogênio e o oxigênio para gerar eletricidade com alta eficiência e ausência de emissão de poluentes (quando se utiliza o hidrogênio puro). Além disso, o processo químico na Célula a combustível é silencioso e tem como resultante apenas o vapor d’água quente. Apesar da alta tecnologia empregada para o seu funcionamento, as Células a combustível são conhecidas pela ciência há mais de cento e cinqüenta anos e foram alvo de intensas pesquisas principalmente durante a Segunda Guerra Mundial.

A primeira Célula a combustível foi construída em 1801, por Humphrey Davy, que realizou estudos em eletroquímica usando carbono e ácido nítrico. Mas o advogado e cientista inglês, William Grove, foi considerado o precursor das Células a combustível. A “Célula de Grove”, como era chamada, usava um eletrodo de platina em ácido nítrico e um eletrodo de zinco imerso em sulfato de zinco para gerar uma corrente de 12 amperes e uma tensão de 1.8 volts. O principal combustível das Células, o hidrogênio, pode ser obtido a partir de diversas fontes renováveis e também a partir de recursos fósseis, mas com um impacto ambiental muito menor. Será em breve uma solução para a geração de energia no próprio local de consumo, desde uma indústria, residência, centros comerciais, além de sua utilização em automóveis, aviões, motos, ônibus e equipamentos portáteis, tal como o telefone celular e os laptops. Pesquisas de desenvolvimento de Células a combustível estão sendo realizadas em todo o mundo por empresas de energia, montadoras de automóveis, fabricantes de equipamentos eletrônicos, universidades e centros de pesquisas especializadas em energia alternativa, com o objetivo de diminuir os custos, as dimensões, aumentar a eficiência dos equipamentos e, para muitos países, diminuir a dependência de combustíveis fósseis, como o petróleo. Nesse contexto, o papel do hidrogênio será fundamental.

Além das várias tecnologias existentes para combinar hidrogênio e o oxigênio, existem muitas fontes de hidrogênio a serem utilizadas pelas Células a combustível, tais como a gasolina, o gás natural, o óleo diesel, o etanol (álcool), o metanol, o lixo urbano e rural, a água, entre outros, de onde se pode extrair e utilizar o hidrogênio para reagir com o oxigênio do ar. As diferentes tecnologias de Célula a combustível têm basicamente o mesmo principio. São compostas por dois eletrodos porosos: o ânodo (terminal negativo) e o cátodo (terminal positivo), cada um revestido num dos lados por uma camada de catalisador de platina ou níquel, e separados por um eletrólito (material impermeável que permite movimento aos íons positivos – prótons – entre os eletrodos).

Dentro da Célula a combustível, o gás hidrogênio pressurizado é bombeado para o terminal negativo, o ânodo. O gás é forçado a atravessar a catalisador, ela se separa em dois íons de hidrogênio (h+) e dois elétrons (e-) são conduzidos através do ânodo, contornando o eletrólito até atingirem o circuito externo, onde acendem uma lâmpada ou motor elétrico, e retornam para o terminal positivo, o cátodo. O fluxo de elétrons é a corrente elétrica.
O oxigênio (O2), retirado do ar, entra na célula a combustível pelo terminal positivo, o cátodo. O gás é forçado a se dispersar no catalisador. Cada átomo de oxigênio atrai dois íons H+ combinam com o átomo de oxigênio e dois elétrons provenientes do circuito externo, formando a molécula de água (H2O) e liberando calor devido à reação exotérmica. Tem-se, então vapor d’água. O vapor quente pode ser utilizado para aquecimento, ou ser integrado a uma turbina a vapor para gerar mais eletricidade. Pode também ser utilizado para gerar hidrogênio novamente através da eletrólise (quebra da molécula de água em hidrogênio e oxigênio) utilizando um painel solar, por exemplo.

Muitas vezes, o hidrogênio utilizado pela Célula a combustível, não está na sua forma mais pura H2. Ele está misturado a outros elementos presentes num combustível, tal como o gás natural, a gasolina e o álcool (etanol), e tem que ser retirado. Para extrair o hidrogênio é utilizado em reformador. Em algumas tecnologias de Células a combustível, devido à alta temperatura de operação, a reforma do combustível é feita internamente. Já em outras tecnologias, que atuam em temperaturas mais baixas, é necessário um reformador, o que implica custos adicionais. O Brasil tem um grande potencial para ser referência em tecnologia de hidrogênio e já está funcionando de forma definitiva a Célula a combustível de maior potência totalmente desenvolvida no país. O equipamento tem capacidade para produzir 30 quilowatts de energia elétrica, e pode suprir um prédio comercial de três andares. É dotado de placas que transformam quimicamente o hidrogênio, acondicionado em cilindros, em eletricidade, de forma silenciosa, deixando como resíduo apenas água limpa e quente.

As Células a combustível terão uma grande importância em nosso país em particular na área automobilística, tradicionalmente uma grande consumidora de combustíveis fósseis e uma das responsáveis pela emissão de grandes quantidades de CO2, o vilão do efeito estufa, que ocasiona o aquecimento da atmosfera terrestre. Além disso, os seus benefícios ambientais têm estimulado os seus uso em locais com alta concentração de poluentes e, assim, ajudado a minimizar os problemas ambientais e melhorar as condições sociais. Nesse contexto de ganho ambiental, social e de saúde pública, uma política de geração e aproveitamento do biogás possibilitaria a regularização de milhares de lixões que existem no País. Isso porque, para operá-los de maneira controlada, seria necessário investir em infra-estrutura, drenagem, segurança e mão-de-obra especializada. Do mesmo modo, o esgoto, que atualmente é jogado em córregos e valas, teria de ser canalizado para estações de tratamento.

No caso do biodiesel, existe no Brasil, atualmente, uma extensa rede que envolve universidades, institutos de pesquisa, associações empresariais, agências reguladoras empresas, cooperativas e organizações não governamentais interessadas no seu desenvolvimento e na sua implementação. Uma medida que visa a incentivar o uso de biocombustíveis no país foi anunciada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário. Segundo o ministro, ainda este ano serão concluídas as normas que autorizam o início do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. Esse Programa vai permitir a introdução no Brasil desse combustível menos poluente, tendo como matéria-prima plantas como a mamona e o girassol. Além do benefício ambiental, a idéia é possibilitar a execução de projetos auto-sustentáveis (considerando preços, qualidade, garantia de suprimento) e uma política de inclusão social.

Além das questões econômica e social, existem várias razões para se defender a utilização de energias renováveis em substituição às chamadas fontes sujas de energia: as conseqüências sobre a saúde humana, decorrentes dos acidentes em usinas nucleares pelo mundo; o problema do lixo atômico e o risco de contaminação do ar e da água são algumas delas. A exploração e a queima do carvão mineral reduzem a biodiversidade, degradam os ecosistemas e comprometem os recursos hídricos, destruindo também o potencial turístico de áreas inteiras. Por suas reservas concentradas em poucos países, o petróleo é motivo de disputas econômicas e conflitos armados. Além disso, é uma das maiores fontes de poluição do ar. Embora seja menos poluente do que o carvão ou o petróleo, o gás natural também é finito e não renovável, além de contribuir para as mudanças do clima no planeta. Entre todas as fontes de energia renováveis, a biomassa oferece as melhores perspectivas, como fonte de hidrogênio seja produzindo álcool (etanol), metanol ou metano(CH4).

Desde que percebemos que as fontes que tradicionalmente nos fornecem energia não são inesgotáveis, e diante do atual panorama mundial da crise de energia, tornou-se necessário conter o seu consumo, recorrendo ao melhor aproveitamento de desenvolvimento das fontes de energia renováveis, seja através da produção de biocombustíveis, ou de qualquer outro combustível renovável e não-poluente. Não se pode esquecer que o consumo excessivo das energias sujas tem como principal conseqüência os fatores de degradação do meio ambiente, que comprometem a biodiversidade do planeta.

Bibliografia

1. Wolfang, Palz, Energia Solar e Fontes Alternativas, Hemus Livraria Editora Ltda., São Paulo, 1981
2. Coelho, Jorge Carlos, Biomassa, Biocombustíveis, Bioenergia, Brasília, Ministério das Minas e Energia, 1982
3. Venanzi, Duílio, Combustíveis alternativos de motores a diesel, Simpósio Nacional sobre fontes novas e renováveis de energia-I SINERG, Ministério das Minas e Energia, 1988, Brasília, Vol.I pg.72-75
4. Ticianelli, E.A.; Oliveira, J.C.T., González, E.R. Células a combustível: uma alternativa para geração de eletricidade, Simpósio Nac. sobre fontes novas e renováveis de energia-I Ministério das Minas e Energia, 1988, Brasília, Vol.I pg.288-291.
5. Revista Pesquisa FAPESP, Ciência e Tecnologia no Brasil, Célula a combustível mais potente, Linha de Produção-Brasil, Outubro de 2004, n.104
6. www.celulaacombustivel.com.br, Portal da Célula a Combustível



Aluna: Natália Azevedo Carvalho
Co-autores: Bruna V. Ribeiro; Letícia C. Dantas; Natália A. Pereira; Thais Bonizzi
Instituto Presbiteriano Mackenzie-Tamboré, Barueri
Profa.: Mituo Miyake

O Brasil da biomassa

Era apenas um dia normal para Ricardo Mendes, proprietário de uma das maiores frotas rodoviárias do Brasil, a Petróleo Expresso, quando sua secretária entregou-lhe as correspondências do dia.

Muitas eram contas, propagandas e ofertas de imóveis; um envelope, no entanto, chamou sua atenção.Era uma carta oficial do Ministério de Minas e Energia.Surpreendido, Ricardo abriu o envelope, para descobrir que estava sendo convidado a assistir uma palestra em Brasília, intitulada “Combustíveis alternativos”.O executivo começou a rir e, no mesmo instante, ligou para seu amigo, Paulo Alencar, dono de uma outra empresa rodoviária, chamada Diesel PA:

-Alô, Paulo?É o Ricardo.

-Olá caro amigo, estava prestes a te ligar.Recebi uma carta...

-Do Ministério, te convidando para ouvir uns ecologistas tentarem mostrar como o petróleo é ruim para o ambiente? –disse com desprezo.

-Sabia que pensaria assim.Eu, particularmente, acho que será uma das coisas mais inúteis que já ouvi na vida, mas, a presença é obrigatória.-respondeu Paulo, com o mesmo desprezo apresentado pelo amigo.

-Eles realmente acreditam que acharão uma alternativa ao petróleo?Se isso fosse possível, já estaria sendo feito em outros países; é simplesmente uma grande baboseira! No entanto, como você disse, temos de comparecer. Nos encontraremos lá? –perguntou.

-Sim, sim. Então, até a palestra! –disse Paulo, desligando o telefone.

Uma semana se passou e tanto Ricardo e Paulo, quanto todos os donos de frotas rodoviárias, estavam presentes no auditório central do Ministério de Minas e Energia. Antes do início da apresentação, o assunto principal entre os empresários era o aumento do preço do barril de petróleo e, conseqüentemente, o aumento do preço do diesel:

-É possível acreditar que, somente no intervalo de um mês, o aumento do preço do litro do diesel foi de quase 5%?! É um absurdo! –comentou um deles.

-Isso, sem contar com o recente aumento, né? Aquele que o governo controlou até o fim das eleições municipais. Não me surpreenderá se neste próximo período a variação for ainda maior. –argumentou Paulo.

-Com certeza. E, além disso, nós, não podemos aumentar o preço da passagem 5% em um mês, pois suas vendas diminuiriam. Então, o que acontece? Temos de permanecer no déficit. –comentou Ricardo.

Neste instante, entraram no auditório o Ministro de Estado de Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos e a Ministra de Estado de Minas e Energia, Dilma Vana Rousseff, além de dois pesquisadores.Todos tomaram seus lugares e o Ministro iniciou:

-Bom dia. Agradeço a presença de todos e gostaria de apresentar-lhes os cientistas que hoje estarão palestrando sobre um assunto de suma importância para suas empresas e para o Brasil em geral. Estes são os doutores Luiz Barros e Eduardo Carmel.

O auditório inteiro aplaudiu-os e o Dr. Barros foi quem, primeiramente, tomou a palavra:

-Bom dia senhores. Como dito em seus convites o tema desta reunião é a discussão sobre a utilização de combustíveis alternativos, também chamados biocombustíveis, nos veículos motorizados do país. Algum dos senhores tem conhecimento de, aproximadamente, quantos automóveis há no mundo?

Todos permaneceram em silêncio. O outro cientista, Dr. Carmel levantou-se e disse:

-Mais de quinhentos milhões de automóveis, senhores empresários. Mais de quinhentos milhões de máquinas, que se utilizam da combustão de combustíveis fósseis, como o diesel, utilizado pelos senhores, a gasolina, o gás natural, entre outros, para se moverem. Mais de quinhentos milhões, que liberam na atmosfera, substâncias como o monóxido de carbono, dióxido de enxofre, gás carbônico, dióxido de nitrogênio, material particulado, entre muitas outras.

Dr.Barros acrescentou:

-Os senhores, detêm parte desses quinhentos milhões. Os senhores executivos são responsáveis por parte da liberação destas substâncias. O que me dizem sobre isso?

Ricardo, prontamente, falou:

-Doutores, é de minha opinião que o que interessa para nós executivos, são os números, as contas, a economia de nossa empresa. Não estamos particularmente interessados no que nossas frotas liberam quando andam. Afinal, por que estaríamos?

Todos pareceram concordar e então, Dr. Carmel, percebendo a displicência dos empresários, disse:

-Creio que a maioria dos senhores graduou-se ou em Administração, ou em Economia. Portanto, não sabem o que as mencionadas substâncias provocam. O monóxido de carbono, por exemplo, é um gás extremamente tóxico. Ele é absorvido duzentas vezes mais rapidamente pela hemoglobina do que o oxigênio e, a ela liga-se, sem volta, impedindo que haja em nosso sangue, a quantidade suficiente de oxigênio. Isso pode levar a pessoa a morte. E, sabem quantos gramas de carbono são liberadas na atmosfera terrestre anualmente por este processo utilizado em seus motores, no mundo inteiro? Cinco quatrilhões e duzentos trilhões de gramas de carbono!

-Mas, se os senhores ainda acharem isso pouco, vamos falar sobre o dióxido de enxofre. Já ouviram falar sobre a chuva ácida?-perguntou Dr. Barros.

Os executivos nada disseram. Ele, então, continuou:

-Pelo silêncio, creio que não. O dióxido de enxofre, liberado pelos seus ônibus, reage com o oxigênio do ar e em seguida com a água da precipitação, produzindo ácido sulfúrico. Além dele, outros ácidos são formados, como ácido clorídrico, o ácido fluorídrico e o ácido nítrico, fazendo com que o pH da água da chuva, agora com estes poluentes incorporados, diminua, tornando a chuva ácida.

 Todos permaneceram atônitos, esperando o que viria a seguir:

-Os senhores devem estar pensando o que isto causa, não é? Pois eu lhes digo. Desfolhamento de áreas florestais, acidificação do solo destas áreas e morte de sua flora, já que absorveram substâncias tóxicas. Nas áreas urbanas, provoca a corrosão das rochas dos monumentos e, além disso, provoca problemas respiratórios e oculares nos seres humanos e animais. Estas são só algumas das causas.- disse Dr. Carmel.

Nenhum dos executivos ali presentes, ainda agia de modo desdenhoso. Os cientistas perceberam isso, e continuaram:

-Porém, o maior problema ambiental causado pela poluição é, sem dúvida, o efeito estufa. Os senhores com certeza já ouviram falar sobre ele, mas duvido que saibam o que é realmente. Vou explicar.O que ocorre é o seguinte, os gases que são liberados da queima completa e incompleta de combustíveis fósseis, permitem que a radiação solar penetre, mas dificultam a saída da radiação refletida pelo solo, chamada irradiação, dificultando a saída do calor. Isso faz com que a temperatura da Terra aumente.O gás carbônico, emitido em alto nível pelos motores, é responsável por 40% desta retenção de calor, e nos últimos cinqüenta anos, sua quantidade na atmosfera aumentou em 13%. São números muito preocupantes, caros colegas.-explicou Dr. Barros.

-Nossa maior preocupação é que se calcula que a temperatura global aumente em até três graus Celsius, se a liberação destes gases não for controlada. Esse aquecimento poderá provocar o derretimento das calotas polares, que elevará o nível dos oceanos e inundará as cidades das costas litorâneas. Há pouco, uma matéria publicada no jornal “The New York Times”, mostrou uma pesquisa, que concluiu, através de quatro anos de estudo no Ártico, que esta mudança climática já se iniciou e, que mesmo havendo pesquisas sendo feitas nesta região polar há muito tempo, esta foi a primeira vez que se chegou, analiticamente, à exata causa desse fenômeno. E a causa foi justamente a que lhes apresentamos. –disse Dr. Carmel.
Ricardo, que ainda estava relutante quanto ao assunto, perguntou:

-Os senhores estão aqui para nos mostrar as alternativas, certas?Porém se houvesse alguma, ela já não estaria sendo utilizada por outros países?

-Pois já estão sendo utilizadas. Na Europa e nos Estados Unidos, já há carros, caminhões, ônibus e até locomotivas, abastecidas com biodiesel. Não somente em países estrangeiros, mas aqui no Brasil também. No ano de 2002, o Ministério de Ciência e Tecnologia criou um programa chamado Probiodiesel, com o objetivo de possibilitar que 5% do diesel originado do petróleo seja substituído pelo biodiesel. Queremos mostrar os benefícios que serão apresentados com a aplicação deste projeto pelas distribuidoras de combustíveis.-respondeu Dr. Barros.

Ele começou então, a explicar:

-Primeiramente, devo dizer o que são os biocombustíveis. São combustíveis de origens renováveis, que são menos poluentes em sua combustão. Um deles é velho conhecido de todos, que é o álcool, extraído da cana-de-açúcar. Porém, há também os novos, como os óleos de dendê, buriti, canola, amendoim, macaúba, girassol, milho, pequi, soja e o citado pelo presidente do Brasil, o óleo de mamona. Ele afirmou que é a partir deste vegetal, que quer produzir o biodiesel brasileiro, que já é misturado ao regular combustível fóssil, na cidade de Varginha, Curitiba, e está sendo estudado em diversas universidades para maior aproveitamento. Há inclusive, um projeto que está testando o uso de óleos utilizados em frituras, recebendo o material de lanchonetes.

Paulo perguntou:

-E quais seriam as vantagens? Não quero desmerecer o seu trabalho, mas o petróleo, mesmo causando impactos ambientais, ainda é o melhor combustível, certo?

Dr.Carmel respondeu:

-Não é mais. O petróleo vem sendo a causa principal de muitas guerras ao longo da história. Conforme as reservas mundiais forem se extinguindo, seu preço irá aumentar cada vez mais. Estima-se, que essas reservas durem apenas, aproximadamente, mais cinqüenta anos, pois é uma fonte de energia não-renovável. Mesmo antes disso, já pudemos perceber as flutuações que seu valor sofre, sendo que, recentemente, o preço do barril de petróleo ultrapassou a casa dos cinqüenta dólares.Tenho certeza de que os senhores já sentiram o impacto desses aumentos e conflitos pelo petróleo.

Todos os executivos se entreolharam, concordando e, ele completou:

-Aplicando 5% de biodiesel no óleo diesel original, a economia brasileira reduziria até 33% de suas importações deste combustível. Para um país que utiliza em sua frota nacional 37 bilhões de litros de diesel e tem projeção para utilizar 40 bilhões de litros em 2005, isto seria muito importante.

-O futuro das empresas dos senhores está na utilização de biocombustíveis. A Agência Internacional de Energia calculou que no próximo período de vinte anos, cerca de 30% da energia consumida mundialmente virá da biomassa. Bom, voltando a falar sobre o biodiesel brasileiro, e respondendo a pergunta do empresário, as vantagens de sua utilização são inúmeras. Ele não libera dióxido de enxofre, logo, não provoca a chuva ácida e, devido ao vegetal utilizado na produção do óleo absorver gás carbônico, faria com que milhões de toneladas deste gás abandonassem a atmosfera, ou seja, diminuiria o efeito estufa. Utilizando o biodiesel puro, ou seja, sem mistura de derivados de petróleo, a emissão de gás carbônico diminuiu 46% e a de material particulado, 68%!-disse Dr. Barros.

-Por que se chama biodiesel e não “biogasolina”, ou algo do gênero?-perguntou um dos presentes.

-Isso se deve à semelhança de sua estrutura química, com a do diesel original, embora este seja uma mistura de hidrocarbonetos, enquanto o biodiesel é um éster. –respondeu Dr. Barros.

-Sua produção é muito complicada? É possível de ser realizada em maior escala em nosso território nacional?-questionou Ricardo.

-O Brasil é uma das nações com maior potencial tanto para a produção das matérias-primas, quanto para os equipamentos, o capital e as horas de trabalho necessárias. Novos empregos, também seriam criados, já que estas novas culturas iriam estimular investimentos em infra-estrutura produtiva e propriedades rurais de diversas regiões, sendo elas grandes produtoras ou não, podendo, com o passar do tempo, cultivar os vegetais para produzir seu próprio combustível. Além disso, a mamona e o amendoim, por exemplo, possuem a vantagem de poderem ser cultivados em regiões semi-áridas, como o Nordeste Brasileiro, o que significa que lá também, aumentaria a quantidade de empregos.-explicou Dr. Barros.

Dr.Carmel completou:

-Quanto à produção dos biocombustíveis, um dos métodos utilizados é a transesterificação, no caso do óleo de mamona. Ela consiste, inicialmente, na quebra do triéster de óleo de mamona, no àlcool, ou ácidos graxos. Para isso ocorrer, é necessário um aquecimento com catalisadores alcalinos. Em seguida, utiliza-se ou um etanol, ou um álcool, ou um metanol para esterificar os ácidos graxos, formando ésteres metílicos ou etílicos. E esse é o biodiesel!Além disso, em pesquisas realizadas, foi observado que numa mistura de até 50% de biodiesel, não foram notadas alterações significativas no consumo do automóvel. Ou seja, sairia mais barato e o consumo não aumentaria. Somente utilizando-se do biodiesel puro, que o consumo aumentaria cerca de 11%, devido ao fato de possuir menor poder calorífico do que o óleo diesel. Mas, no momento, isto ainda não é considerado um problema para o Brasil, já que a substituição será lenta.

O ministro se levantou e explicou que os cientistas deveriam dar ainda outra palestra, por isso esta precisava ser encerrada. Os doutores agradeceram e os empresários os parabenizaram.Na saída, Ricardo comentou com Paulo:

-Parece que teremos de mudar os nomes de nossas empresas, né? O que você acha de Expresso Mamona?

-Gostei muito.E o que você acha da minha se chamar Biodiesel PA?

Os dois riram, desta vez, porém, nem desprezo, nem desdém estavam presentes em seus pensamentos quanto a nova etapa da economia brasileira.

Bibliografia

1)Livros:

1.1)Kitani,Osamu e Hall, Carl W.
      Biomass Handbook/ 963 p –New York: Gordon and Breach Publishers, 1989

1.2)Coelho,Jorge Cals
      Biomassa, biocombustíveis e bioenergia/ 100 p –Brasília:Ministério de Minas e Energia, 1982

1.3)Cheida, Luiz Eduardo
       Biologia Integrada/ 565 p –São Paulo: Editora FTD, 2003

2)Periódicos:

2.1)Jornal “A Folha de São Paulo”/ 7 de outubro de 2004
      Caderno FOVEST/ Artigo: “Encha o tanque com mamona”, Luis Fernando Pereira

2.2)Jornal “A Folha de São Paulo”/ 7 de outubro de 2004
      Caderno FOVEST/Artigo: “Oleaginosas e fontes alternativas”, Eder Melgar

2.3)Jornal “A Folha de São Paulo”/ 30 de outubro de 2004
      Caderno FOLHA DINHEIRO/ “Indicadores econômicos”

2.4)Jornal “The New York Times”/ 30 de outubro de 2004
      Caderno SCIENCE/ Artigo: “Big Arctic Perils Seen in Warming, Survey Finds”, Andrew C. Revkin

3)Internet:

3.1) www.who.org

3.2) www.petrobras.com.br

3.3) www.mme.gov.br

3.4 ) www.mct.gov.br

3.5) www.nytimes.com

3.6) www.greenpeace.org.br

3.7) www.universiabrasil.net

3.8)www.agrisustentavel.com



Aluna: Raquel de Mattos Pimenta
Colégio Santa Cruz, São Paulo
Profs.: Rodrigo Marchiori Liegel  e Carlos Alberto Zink

O biodiesel em foco

A preocupação com a geração de novas formas de energia é recente, mas os biocombustíveis estão presentes em nossa história há muito tempo, visto que no começo, e por longos períodos, o único combustível utilizado pelo homem era a lenha, que é claramente um biocombustível. Após as revoluções industriais, quando a forma de produção industrial adquire o formato que conhecemos, os principais combustíveis se tornam os derivados de petróleo: a gasolina e o diesel. São de tal modo importante que podemos dizer que mantêm o mundo produzindo e, porque não, consumindo. É fácil imaginar o porquê da substituição da lenha pelo petróleo, basta pensar na hipótese de um carro movido à lenha; o poder energético do petróleo é muito superior ao da lenha, além de sua combustão ser mais rápida e passa facilmente para o estado de vapor, permitindo o motor de combustão interna.

A busca por biocombustíveis não se limita à procura por substâncias menos poluentes ao meio ambiente, mas também que gerem mais empregos em nosso país, que  sejam economicamente viáveis, renováveis e que não sejam prejudiciais ao funcionamento das nossas máquinas. Cientistas analisam diversas substâncias que atendam a esses critérios e, entre as que têm chamado a atenção da comunidade científica, vale destacar o biodiesel, produzido a partir da reciclagem de óleos comestíveis já termicamente degradados.

Biodiesel foi definido pela "national biodiesel board" dos Estados Unidos da América como derivados de  ésteres de cadeias longas de ácidos graxos, proveniente de fontes renováveis como óleos vegetais ou gordura animal, sendo sua utilização associada à substituição de combustíveis fósseis do ciclo diesel.

Os óleos vegetais são constituídos por uma mistura de ésteres derivados de triglicerídios, nos quais o número de carbonos pode variar de 8 a 24, com graus de saturação bem distintos. Cadeias mais longas geram, ao fim do processo de combustão, mais energia, pois têm mais ligações entre carbonos para serem quebradas, mas a combustão é mais lenta, pois é necessário mais oxigênio e maior energia de ativação. Tais óleos, após utilizados, sofrem processos de oxidação que modificam suas propriedades físico-químicas. Então, antes de serem propriamente transformados em biodiesel, é necessária a purificação do óleo.

Para chegar ao biodiesel é preciso um processo de lise ou quebra do óleo e álcool, chamado de transesterificação. O etanol não é o álcool ideal para isso, por ter maior teor de água, o que retarda a velocidade da reação. O metanol é a alternativa mais adequada. O processo de transesterificação exige o emprego de um catalisador como a soda cáustica para aumentar a velocidade de reação. O óleo é misturado junto ao álcool e ao catalisador, em um reator, e é agitado por cerca de meia hora. Logo após, a mistura vai para um decantador, onde a glicerina e o catalisador são separados. Ao final de todo o procedimento, o biocombustível deve ser de alta pureza, com apenas traços e de glicerina, de catalisadores ou de álcool excedente.

A produção de biodiesel parece ser mais cara que a do diesel comum, pois envolve mais fases, mas, se pensarmos também em comercializar os produtos obtidos das reações, como por exemplo a glicerina, que é muito usada na indústria farmacêutica de cosméticos e de explosivos, é possível que o custo se torne mais acessível. Visto os benefícios para o meio ambiente e sociedade em geral, o governo poderia retirar os impostos sobre o produto final o que resultaria na redução do custo.

O biodiesel  tem algumas características como ser isento de enxofre (componente presente no diesel normal), diminuir cerca de 46% a emissão de dióxido de carbono e em 13% a emissão de fumaça preta. O biodiesel possui 11% em massa de oxigênio, o que o diesel não possui, e isso significa que será necessário menos oxigênio do meio externo para ocorrer a combustão, e haverá maior possibilidade dessa ser completa; há menor emissão de monóxido de carbono, muito prejudicial à nossa saúde.

Do exposto percebe-se que a  combustão de óleos de proveniência vegetal aparenta ser muito mais limpa que a do diesel normal. Outra vantagem é o fato de que não é necessário nenhum tipo de adaptação do motor da máquina quando da mudança do uso do diesel para a o biodiesel. Porém, se a máquina somente utilizar biodiesel em seu motor, o consumo pode aumentar em cerca de 11% em relação ao diesel normal, pois o novo produto libera menos calor em sua combustão. Esse problema poderá ser contornado se o preço for competitivo ao do diesel.

Além do já mencionado, o biodiesel pode apresentar outras vantagens, como a redução do aquecimento global, afinal o gás carbônico liberado pode ser novamente absorvido pelas plantas, equilibrando assim seu efeito negativo. O uso do biodiesel é economicamente atraente à medida que permite a valorização de produtos provenientes de atividade agro-industriais, o que ajudaria a fixar mais homens no campo, diminuindo o inchaço das grandes metrópoles. O número de empregos, direta ou indiretamente ligados a essa atividade também cresceria.

Mesmo que nos próximos anos o Brasil se torne auto-sustentável na extração do petróleo, ainda será necessária a importação de diesel, pois nosso petróleo é do tipo pesado, ou seja, que ainda não completou seu ciclo de maturação, e sofre um processo de biodegradação natural, que o torna impróprio para a transformação em diesel.

O biodiesel pode ser regionalizado para atender as demandas específicas de cada parte de nosso país, pois os óleos que podem ser utilizados variam muito, como por exemplo o babaçu, o dendê, a soja, o piqui, a canola e a mamona, entre outros. O óleo de mamona tem recebido a atenção dos cientistas, mas ainda são necessárias muitas pesquisas para se descobrir seus possíveis efeitos a longo prazo nos motores, pois esse óleo possui um agrupamento químico diferente dos outros, que altera as propriedades químicas desse biodiesel. Cada região, conforme a oferta da matéria-prima, trabalharia com o mais vantajoso para si, o que facilitaria a geração de novos empregos e o barateamento de custos.

O reaproveitamento dos óleos e gorduras vegetais utilizados para a fritura por imersão pode ser outro modo para a obtenção de biodiesel, e uma estratégia para a diminuição da poluição ambiental. Frituras para a produção de salgadinhos e empanados são utilizadas, em pequena e larga escala, em lanchonetes e mesmo  em grandes indústrias. Em uma cidade de porte relativamente grande, é provável a emissão de toneladas de óleos no esgoto doméstico. Tais óleos, por não serem solúveis em água, tornam-se resíduos ambientais de longa permanência. A produção de biodiesel a partir deles pode ser economicamente vantajosa e ecologicamente correta.

A vida em sociedades complexas como a nossa traz desafios que a ciência, al.iada a adequadas políticas podem superar. O Brasil nos próximos anos deve dar um passo importante no controle na emissão de poluentes, pois há planos para que se torne obrigatória a adição de 5% de biodiesel ao diesel normal.

Bibliografia consultada

Costa Neto, Pedro R., Rossi, Luciano F. S., Zagonel, Giuliano F. et al. Produção de biocombustível alternativo ao óleo diesel através da transesterificação de óleo de soja usado em frituras. Quím. Nova, Ago 2000, vol.23, no.4, p.531-537.

Oliveira, D., Oliveira, J.V., Faccio, C. et al. Influência das variáveis de processo na alcoólise enzimática de óleo de mamona. Ciênc. Tecnol. Aliment., Jun 2004, vol.24, no.2, p.178-182.

Branco, S. M.  O meio ambiente em debate. São Paulo, Moderna, 36a ed,  2002, p.45-54.

Peruzzo, F. M.; Canto, E.L.  Química na abordagem do cotidiano - vol.2. São Paulo, Moderna, 3a  ed., 2002, p.220-222; p. 275.

Revista Pesquisa FAPESP-  Biodiesel no tanque. Ed. 94 - 12/2003 http://revistapesquisa.fapesp.br

Revista Pesquisa FAPESP- MCT lança programa do biodiesel. Ed. 10/2002 http://revistapesquisa.fapesp.br



Aluna: Silvia A. Santos Cucatti
Co-autores: Monica Pizatto e Melissa Forti
Escola Técnica Americana, Americana
Prof.: André Luis Della Volpe

O combustível nosso de cada dia nos daí hoje

O que faremos com o fim do petróleo. Desde a revolução industrial, quase tudo na nossa vida depende dessa mistura de hidrocarbonetos e seus derivados, dentre eles a gasolina, o diesel e o querosene, utilizados principalmente como combustíveis de meios de transporte. Porém, essas fontes causam grande impacto ambiental e não são provenientes de fontes renováveis; por isso sua produção poderá não suprir a demanda num futuro próximo e seu custo está cada dia mais elevado, pesando significativamente no bolso da sociedade. A cada crise ocorrida no Oriente Médio, a produção e negociação do barril de petróleo são influenciadas, gerando incertezas que abalam as bolsas de valores pelo mundo, prejudicando ainda mais o crescimento econômico dos países subdesenvolvidos. Todos esses fatos obrigam a caminhar no sentido da busca de novos combustíveis provenientes de fontes alternativas, como por exemplo, os produzidos a partir de biomassa.

Os biocombustíveis, como assim são chamados, são formados a partir de resíduos agrícolas convertidos por diversos processos químicos como a fermentação, que produz biogás com esterco, palha, bagaço, e até mesmo o lixo pode ser usado de matéria-prima; o craqueamaento, que transforma grandes moléculas de óleo vegetal em outras muito parecidas como as provenientes do diesel derivado do petróleo (formando assim o biodiesel, já utilizado hoje misturado com o diesel comum); e a transesterificação reação no qual a parte alcoólica da cadeia do éster é substituída, ou seja, um éster reage com um álcool e forma um novo éster, com propriedades físicas diferentes. O álcool originalmente presente no éster é deslocado e pode ser recuperado para outras aplicações. Além disso, esse processo produz, principalmente, biodiesel também.

O craqueamento e a transesterificação têm a vantagem de produzir biodiesel a partir de qualquer óleo vegetal e de trazer alguma economia em relação aos derivados de petróleo, cujos custos para extração e refino são altos. A fermentação também traz esse benefício já que forma biogás apenas com matéria orgânica e água.

No entanto, não é somente a produção de biodiesel que traz economia, como também outros biocombustíveis possuem essa característica. O principal substituto para os derivados do petróleo (caminho escolhido pelo governo brasileiro para conter gastos com a importação de petróleo, onerada com o aumento do preço do barril de petróleo devido á crise ocasionada pela OPEP) foi o álcool etílico, proveniente da cana-de-açúcar. A produção de álcool a partir da fermentação alcoólica pode ser considerada como a oxidação anaeróbica, parcial da glicose, por ação de leveduras, com a produção final, juntamente com o álcool, de gás carbônico, além de outros produtos secundários. Numa fase inicial, a sacarose (C12H22O11) é hidrolisada, originando a glicose e levulose:

 C12H22O11  (sacarose) + H2Oè C6H12O6  (glicose) + C6H12O6 (levulose)
 

A seguir, a glicose é oxidada pelas leveduras num processo (em várias etapas) de oxidação-redução intramolecular, anaeróbico, exotémico. Esquematicamente, a reação se desenvolve como segue:

C6H12O6 (glicose) + enzima + H2Oè CH3-CH2OH (álcool etílico) + CO2

O Brasil foi pioneiro no uso do álcool como combustível alternativo. Hoje a nossa gasolina já o utiliza em 25% na sua composição, o que diminui principalmente os danos ambientais. Nós desenvolvemos o Pró-alcool (durante o governo de Ernesto Geisel, em 1975) como alternativa em relação aos altos preços do petróleo decorrentes da 1a crise ocorrida entre outubro de 1973 e dezembro de 1974, quando a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo, criada em 1960) quadruplicou o valor do barril (de US$3 para US$12). Esse novo combustível traria grandes vantagens econômicas já que poderíamos produzir nossa própria fonte de combustível (diminuindo a importação de petróleo), assim, poderíamos alcançar auto-suficiência e até ganharíamos dinheiro exportando tecnologia e insumos para países sem condições (por exemplo, fatores geográficos) de cultivar a cana-de-açúcar.

Porém só o álcool não seria possível para resolver todos os problemas de combustíveis no Brasil e no mundo. Para acabar com a nossa dependência do petróleo teríamos que trocar todos os motores movidos à gasolina para álcool (ou adotar paulatinamente os modelos bicombustíveis, lançados recentemente). Isso significaria um custo altíssimo, tanto para os consumidores como para o governo. Levando em conta toda a frota em poder estatal. Existe também o problema do plantio de cana-de-açúcar, já que nem todos os países têm espaço, terras e tecnologia necessários para a obtenção do combustível.

O grande “vilão” dos combustíveis alternativos é o alto preço da tecnologia necessária para a pesquisa (desenvolvimento) e produção. Por isso ainda não utilizamos muito o biogás, pois há falta de investimentos e pouco desenvolvimento da tecnologia.
Esse problema deve ser minimizado. Vale a pena investir, já que futuramente teremos poucas alternativas para o fim do petróleo, e com uma boa tecnologia desenvolvida hoje, os resultados futuros serão melhores e, certamente, trarão lucros.

A grande vantagem é todos os biocombustíveis serem praticamente renováveis, enquanto os derivados do petróleo não o são. Sem contar que os danos ambientais provocados pelos derivados deste, principalmente do diesel, são muitos, se comparados aos causados por combustíveis alternativos. A presença de enxofre no petróleo, liberado durante a combustão da gasolina, diesel e querosene causa poluição atmosférica, a chuva ácida, a qual danifica o ambiente e deixa o solo ácido. Isso prejudica a formação e desenvolvimento das plantas, acelera a degradação de construções e materiais metálicos e pode causar problemas respiratórios dependendo da sua concentração no ar (principalmente em crianças e anciãos).

O monóxido e o dióxido de carbono (CO e CO2) gases poluentes liberados na combustão da gasolina, diesel e querosene e encontrados em maior quantidade, são grandes causadores do efeito estufa. Quando utilizamos combustível feito a partir de vegetais, a própria matéria-prima reutiliza o CO2 liberado para atmosfera durante o processo da fotossíntese. Esse processo diminui os impactos ambientais, e apenas a mistura de biocombustível ao combustível fóssil já melhora a questão ambiental da combustão em meios de transporte.

A produção de biomassa a partir do lixo também é uma grande solução para o problema ambiental. Sabemos que o lixo estará sempre presente na nossa vida, sendo inevitável. Isso o torna uma fonte inesgotável de biocombustíveis. Acabaríamos com dois grandes problemas da nossa sociedade: o acúmulo de lixo (principalmente aqueles com baixa biodegradabilidade) e o fim do petróleo. Hoje essa tecnologia já é utilizada na produção de biogás. O biogás é uma mistura gasosa combustível, produzida através da disgestão anaeróbia, ou seja, pela biodegradação de matéria orgânica pela ação de bactérias na ausência de oxigênio. Esse é um processo natural que ocorre em pântanos, mangues, lagos e rios. Produzido, dessa maneira, o biogás não é utilizado como fonte de energia.

A produção de biogás também é possível a partir de diversos resíduos orgânicos, como estercos de animais, lodo de esgoto, lixo doméstico, resíduos agrícolas, efluentes industriais e plantas aquáticas. Nesse caso, quando a digestão anaeróbia é realizada em biodigestores especialmente planejados, a mistura gasosa produzida pode ser usada como combustível, o qual, além de seu alto poder calorífico, de não produzir gases tóxicos durante a queima e de ser uma ótima alternativa para o aproveitamento do lixo orgânico, ainda deixa como resíduo um lodo que é um excelente biofertilizante. O biogás é uma mistura gasosa composta principalmente de : metano (CH4) 40-70% do volume, traços de outros gases como hidrogênio (H2) 0-1%  do volume e sulfeto de hidrogênio (gás sulfídrico, H2S) 0-3% do volume.

O uso do biocombustível em meios de transporte já foi testado e conseguiu resultados positivos. Suas vantagens são enormes em relação ao petróleo principalmente nos aspectos ambientais. Hoje podemos apenas misturar os biocombustíveis nos derivados do petróleo, mas futuramente poderemos utilizar todas as formas de biocombustíveis possíveis da maneira que for mais conveniente. Por que não arriscar?

Portanto, vale a pena investir no biocombustível como uma boa alternativa ao petróleo. Hoje a tecnologia ainda traz prejuízos para nossa economia, porém futuramente, poderá trazer lucro, principalmente para o Brasil. Nós temos muitas fontes agrícolas que podem produzir biocombustível, como soja, mamona, babaçu, cana girassol, batata, dendê, beterraba, etc. Se houvesse maior interesse do governo para investirmos no biocombustível, poderíamos nos tornar uma potência mundial, nessa área. Por que não acreditar?

Referência bibliográfica:

www.fem.unicamp.br/~januzzi/artigos/id2l.htm
www.escolainterativa.com.br/eureka
www.soaresoliveira.br/projetoenergia.em/
www.terravista.pt/enseada/4804/principal.htm
www.expoente.com.br/professores/jorje/nove/biomassa.htm
www.cathorino.hpg.ig.com.br/biomassa_def.htm
Pesquisa realizada em 18 de outubro de 2004
www.eca.usp.br/nucleos/njr/voxscientiae/willian15.html
Pesquisa realizada em 30 de outubro de 2004



Aluna: Tandara L. Melo Martins
Co-autores: Nayara N. Barros
Escola Técnica Americana, Americana
Prof.: André Luis Della Volpe

Fala-se, há muito tempo, em alternativas de combustíveis, os quais possam vir a melhorar a qualidade do meio ambiente e ser encontrados a um custo mais acessível ao consumidor. A preocupação em substituir os derivados do petróleo, composto formado por hidrocarbonetos, já existia desde o primeiro poço de combustível descoberto no século passado, pois os geólogos previam o fim dos recursos disponíveis. Hoje as previsões mais otimistas estimam: em 50 anos, haverá dificuldade para se manter funcionando motores à base dos derivados de petróleo. Além disso, é bem provável, à medida que nos aproximemos da escassez dos combustíveis fósseis, o que é inevitável, pois as reservas são finitas, e a demanda infinita, haver um aumento gradativo no preço desses derivados. E não é só o fim desses recursos o problema. Existe também a questão ambiental, porque a grande quantidade de gases poluentes lançados no meio ambiente, por meio de escapamentos de automóveis e veículos automotores, é preocupante.

Nas grandes cidades, é inevitável controlar a poluição sonora, visual, mas é possível evitar a atmosférica substituindo os combustíveis fósseis por biocombustíveis que colocariam para a diminuição dos graves ataques aos quais o planeta está submetido.

Por isso, fez-se necessária a substituição desses recursos, e o mais correto e comprovadamente eficiente para resolver tal causa é o biocombustível. Esse é um produto proveniente de fontes renováveis como óleos vegetais, gordura animal e o próprio álcool obtido da cana-de-açúcar, existente de forma abundante em nosso país. Entre outras, algumas de suas vantagens são: biodegrabilidade, a redução da emissão do gás carbônico (CO2); a redução do enxofre (S) na atmosfera, um elemento precursor de substâncias agressivas ao meio ambiente, pois reage com o oxigênio da atmosfera (S+O2àSO2) e forma o dióxido de enxofre. Posteriormente, contato com o ar, forma o trióxido de enxofre (SO3) e este juntamente com a água formam o ácido sulfúrico (SO3+H2OàH2SO4), que gera a chamada chuva ácida. Por essas vantagens, esse pode ser considerado um combustível ecológico, ou seja, não é poluente.

A realidade é que são infinitas as possibilidades para se criar biocombustíveis. Do ponto de vista ambiental isso é muito interessante. Já do aspecto econômico, é importante ressaltar que o preço não seria desigual, mas competitivo. Bom seria se esse aspecto melhorasse, mas como isso é praticamente impossível, há de se valorizar as vantagens ambientais. Atualmente cerca de 5% de toda a energia produzida no planeta é de fonte renovável e estima-se que em 2060, quando a população do planeta deverá ser 12 bilhões de pessoas, 70% de toda a energia produzida será renovável. Com esse modo de ver o futuro, estamos dando passos rumo à prosperidade, pois essas estimativas só nos fazem acreditar que o homem não quer ver chegar ao fim os recursos naturais utilizados como forma de combustível e muito menos ser engolido pela poluição com a qual convive em seu planeta.

É necessário ainda avanços e evolução das políticas governamentais, principalmente em nosso país, tão rico em sementes oleaginosas e ainda dono da maior floresta tropical do mundo, produtora da maioria dessas sementes, e a existência de projetos que nos façam desenvolver, sem deixar os países mais desenvolvidos saírem na frente nessa corrida. Mas o Brasil já vem avançando nesse aspecto, com importantes descobertas feitas pelos pesquisadores da UNICAMP (biocombustível a partir do bagaço de cana) UFPR (biodiesel adicionado ao óleo diesel para movimentar ônibus urbano em Curitiba), UFRJ (biodiesel a partir de óleo usado em lanchonete), mostrando viáveis fontes energéticas, a partir de produtos simples que as pessoas não utilizarão mais.

No século XIX, o engenheiro alemão Rudolf Diesel, inventor do motor batizado com seu nome, já havia feito experimentos com óleos vegetais in natura nos motores a diesel da época, porém como o petróleo era a fonte energética mais barata, a experiência não avançou. Novamente as pesquisas com óleos vegetais tiveram reinício na Áustria em meados da década de 70, quando começou a crise do petróleo. Hoje, lá existe a maior e mais organizada rede de coleta de ORG (óleos e gorduras residuais) do mundo.

O Brasil tem a mesma ou maior capacidade de recolher resíduos como a Áustria e transformá-los em biocombustíveis. Por isso, são importantes os investimentos nessa área. A verdade é que a “Era do Petróleo”, no Brasil e em todo o mundo, pode acabar antes mesmo que as reservas do combustível se esgotem, pois o biocombustível tornar-se-á a melhor opção em todos os pontos de vista: químico, econômico e ambiental.

Nosso país tem grande potencial de produção e utilização de biocombustível, já que domina a tecnologia mundial de bioprodução de etanol (ou álcool etílico), a partir da fermentação da sacarose obtida da cana-de-açúcar. A partir de 1974, no setor energético, tremendos erros de planejamento foram cometidos, em função da crise decorrente do brusco aumento do preço do petróleo, anunciado pela OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Os incríveis tecnocratas a quem cabia o destino do país resolveram encontrar fontes alternativas de energia, para substituir o petróleo importado. Criou-se então o Próalcool, projeto que visava utilizar o álcool no lugar da gasolina. Assim, de fato conseguiram que o consumo desta caísse substancialmente. No entanto, “esqueceram” que a gasolina é um derivado do petróleo, o qual quando destilado, fornece entro outros, benzina, nafta, gasolina, querosene, óleo diesel, óleo combustível etc. Portanto, não adiantava economizar um ou dois desses subprodutos, para conseguir-se os demais, se obtinham logicamente, aquele que se estava economizando. O programa poderia ser uma fonte alternativa, para substituir os derivados do petróleo, mas na época existiam duas frentes: pró e contra. Por um lado, barateava os custos da produção de biocombustível, por outro, trazia prejuízos para os refinadores de petróleo, além dos carros movidos a álcool serem difamados por falta de tecnologia. Isso não acontece, pois atualmente possuem direção hidráulica, injeção eletrônica e são tão bons quanto os caros movidos a gasolina.

Também é o maior produtor dessa matéria-prima. Além disso, alcança um alto índice de produção de sementes oleaginosas, outra matéria prima, em nossa rica Amazônia e Mata dos Cocais. Há várias árvores de frutos oleosos, extremamente energéticos, como babaçu, carnaúba, buriti e palmeira. Mas o maior potencial de geração de eletricidade da Amazônia se concentra em um tipo de palmeira típica dos pântanos: o buriti, pouco consumido pela população da região como alimento. Dessa forma, pode ser usado em maior quantidade para outros fins. Existem ainda vantagens ecológicas, uma das mais relevantes é a redução de dióxido de carbono (CO2), lançado na atmosfera pelas usinas termoelétricas e veículos que transportam o diesel em percursos distantes. Na Amazônia para cada litro de óleo entregue nas portas das usinas de geração elétrica, gastam-se um ou dois litros no transporte.

Com o uso de óleo vegetal, é diferente: o CO2, emitido na combustão do produto para a geração de eletricidade seria compensado pelo carbono que as plantas (produtores), captam da atmosfera durante seu ciclo fotossintético, as quais, mais tarde, servirão de alimento aos consumidores primários da cadeia alimentar.

Pesquisadores e técnicos já desenvolvem novos estudos sobre a biologia dessas plantas e a melhor forma de extrair e beneficiar os óleos. Propõem-se a pesquisar mais essa espécies para garantir seu máximo aproveitamento sem agredir o meio ambiente. Além disso, então decididos a suprir a falta de energia das comunidades isoladas da Amazônia. Isso um dia pode se expandir e que sabe vir a fazer com que todos que não têm acesso à energia possam vir a tê-la; quem sabe podem até surgir as “bioelétricas”? É uma boa e vantajosa hipótese.

Outra alternativa para o Brasil e os demais países é o aproveitamento do lixo. Queimar os resíduos é a forma mais simples de aproveitar o potencial energético dos dejetos. Se esse potencial for bem aproveitado, energia calorífica pode ser usada para produzir eletricidade, por exemplo. Até agora, essa tecnologia não se iniciou no Brasil. O país tem incineradores, mas nenhum deles é adaptado para produzir energia, mas só para eliminar a sujeira.

Daria para aproveitar pelo menos uma parte do lixo produzido aqui. Bastaria pegar o metano gerado na decomposição do lixo orgânico, encanar o gás e abastecer casas e indústrias, por exemplo. Mas aqui esse tipo de iniciativa é rara. É valido lembrar: a geração do lixo é inesgotável e o biocombustível, como fonte energética proveniente do lixo urbano, não esta sujeito a crises internacionais,variação do dólar e do regime hídrico, mantendo-se num patamar de custo estável. Outro fator importante é que quando há desenvolvimento de um país há aumento da produção de lixo e conseqüente agravamento do problema ambiental.

Além disso, o óleo de dendê é uma alternativa de biodiesel para o Brasil. Apesar de o país ter todas as matérias-primas e conhecimento tecnológico para produzir o biodiesel em grande escala, está na verdade, chegando atrasado nesse estágio. O novo combustível tem rendimento igual ao do óleo convencional, com a vantagem de ser menos poluente e de os motores não precisarem de nenhuma adaptação para recebê-lo. Os fabricantes esperam vender o biodiesel pelo mesmo preço que o combustível comum, devido as suas vantagens ambientais. Na usina de Belém, a matéria-prima são os rejeitos de produção do óleo de dendê, o que vai tornar a fabricação do mesmo ainda mais barato que a do similar.

É importante ressaltar: o que faz o mundo e compõe seus aspectos são os seres existentes nele. Assim é necessário colocarmos em mente, que os poluentes liberados pela queima de combustíveis, como os óxidos de carbono (CO2 e CO) causam sérios problemas à saúde. O monóxido de carbono, por exemplo, dificulta o transporte de oxigênio pelo sangue e pode causar a morte, pois aquele se liga de modo irreversível à hemoglobina, impedindo o transporte de oxigênio aos tecidos. Aliás, o diesel é o combustível que mais emite CO2 . O teor desse poluente atmosférico vem aumentando. Em 1850 era de 275 ppm (partes por milhão), em 1958 de 315 e em 1982 de 340 ppm. Estima-se que, em 2050, sejam atingidos teores entre 550 e 650 ppm. Há também os hidrocarbonetos e o chumbo (Pb), este utilizado no modo tetraetila como antidetonante (para melhorar a octanagem da gasolina). Hoje não pode mais ser utilizado como aditivo. Usam-se outras substâncias como MTBE (metil-tércio-butil-éter) presentes na gasolina, as quais causam irritação da pele e das vias aéreas, anemia comprometimento das defesas orgânicas, câncer e saturmismo (lesões do sistema nervoso, dos rins).

Obviamente não devemos desconsiderar outros tipos de poluente atmosféricos, mas devemos enfatizar que praticamente 50% destes se originam desse tipo de queima. Tais poluentes trazem danos a saúde não apenas de maneira direta, mas também através das chuvas ácidas, da inversão térmica e do efeito estufa, causador do aquecimento global. A Terra sofreu um aquecimento médio de 0,5 a 1,0 o C nos últimos 100 anos. Segundo a teoria do efeito estufa, o atual ciclo de aquecimento é causado pela emissão excessiva de gases estufas. Os gases liberados pela queima de combustíveis conduzem e fazem parte no aumento das temperaturas médias globais até 1,100 entre 1,0 e 3,5 o C.

Com a demora dessa imposição, o ambiente sofrerá uma gradativa degradação, ou seja, haverá um aumento significativo de poluentes atmosféricos no planeta e nos organismos humanos, pois se há aumento de poluentes, há aumento da ingestão destes.

As evidências desses males são certas e causam incertezas. A acumulação destes gases atmosféricos faz mal, mas como melhorar isso? Uma das alternativas é a que estamos tratando: biocombustível, a qual muitas pessoas não conhecem, exatamente por ser algo novo, ainda não utilizado em larga escala no país. Mas isso pode mudar, pois as pesquisas estão sendo feitas, para a entrada rápida no mercado com um preço acessível. Caso contrário, seria desvantagem ao bolso do consumidor.

Portanto, com o desenvolvimento dos biocombustíveis, nosso país e o mundo beneficiar-se-ão muito, por apresentarem tantas vantagens ligadas ao meio ambiente e, conseqüentemente à humanidade, pois um está relacionado ao outro. Deve-se admitir que, mesmo a longo prazo, os biocombustíveis serão bem aceitos e  difundidos, pois mais cedo ou mais tarde as pessoas conscientizar-se-ão dos atrativos que o mesmo possui. No mundo, para progredir é preciso ousar e inovar com tecnologias como as apresentadas, pois muitas vezes, o futuro não está no notável, mas no que antes era dispensado e agora, reaproveitado como fonte de combustíveis alternativos. É preciso acreditar no sucesso dos biocombustíveis!

Bibliografia:

Revista Globo Ciência/Junho 1997, pág 36
Revista Veja/25 de fevereiro. 2004 pag. 83
Revista Veja/31 de março, 1999 págs 62 à 63
www.ligazine.com.br/colunas/calazanismo/adm_contato_mídia.htm*
www.portaldoagronegocio.com.br/tecnologia/biotecnologia.asp/função=ler&nome_biotecnologia=Acre+firma+acordo+para+estudos+com+biocombust%EDvel



Alunos da 3ª Série do Ensino Médio em 2005


Aluna: Ana Paula C. Modesto
Escola Técnica João Gomes de Araújo Pindamonhangaba - SP
Profa.: Marta dos Santos

A UTOPIA DO AMOR À NATUREZA

Estava eu no laboratório de química da escola, observando a experiência de produção de biogás, admirado com os recursos e com o poder da natureza, quando me lembrei do artigo que havia lido, há dois dias, sobre uma Olimpíada de Química cujo tema deste ano seria “biocombustíveis”... Como eu começaria minha redação? Cansado, fechei levemente os olhos e acabei adormecendo... Foi quando ouvi uma voz:

- Ei garoto, está tudo bem?

Era um senhor aparentando ter mais de 50 anos, tinha um cabelo desajeitado e usava roupas de tecido metálico. Era um tanto diferente.

- Meu nome é Stone, mais conhecido como Dr. Stone. Sou um cientista do futuro e viajei até aqui para cumprir uma missão...

- Como é? O quê o senhor disse? Perguntei com um ar de deboche.

- Tudo bem, eu já esperava essa reação. Vou explicar-lhe melhor, mas você vai ter que acreditar em mim... Assim como você, eu vivo no Brasil. Porém vivo no futuro, ano 2160 para ser mais exato. Estudei anos na invenção da máquina do tempo para poder voltar até aqui e impedir que os homens destruam a natureza, pois no mundo em que vivo, a natureza quase não mais existe, a não ser por fotografias e vídeos, que são relíquias na verdade. O Brasil e o que ainda restou do mundo são dominados por poluição e máquinas, só conseguimos respirar através de aparelhos, os rios estão quase todos secos, a camada de ozônio está muito danificada e por isso não podemos sair de nossas casas sem proteção, a chuva é muito ácida, e eu não consigo mais ver meus netos presos a aparelhos... Tudo o que sobrou da natureza fica em laboratórios; só sabemos que no Brasil existiu uma grande floresta (a maior do mundo) a qual foi totalmente destruída pelo homem.

- Ah sim... A floresta Amazônica será totalmente destruída? Perguntei àquele “cientista”.

- Exatamente. E é também por esse motivo que vim até você, o primeiro garoto do passado que visito, pois pessoas assim podem salvar nosso futuro... Você acredita no poder da natureza!

Confesso que no inicio não acreditei muito naquilo tudo, mas decidi ajudá-lo, pois ele parecia estar desesperado:

- Ouça, Dr. Stone, isso está parecendo uma maluquice, mas decidi acreditar em suas palavras. Diga-me então, como posso ajudá-lo?

É muito simples, meu filho, me fale sobre a atual situação da natureza que eu gravarei tudo isso e levarei para outras pessoas que precisam ter consciência da importância da preservação do Meio Ambiente.

- Tudo bem. Concordei sem muita animação.

Dr. Stone ligou então um aparelho que mais parecia um relógio de pulso, o qual subiu e ficou flutuando no ar em minha direção; não entendi muita coisa, mas comecei a falar:

- A natureza, infelizmente já não é mais a mesma, Dr. Stone, o homem já destruiu grande parte dela. A cada dia surgem novas indústrias e máquinas no Brasil e no mundo, e para fundá-las e supri-las o homem queima e desmata florestas, despeja o lixo industrial nos mares e ainda utiliza combustíveis fósseis para geração de energia (os quais são finitos, não renováveis e trazem diversos problemas para o Meio Ambiente)

- Interessante... Mas quais são os combustíveis utilizados aqui no Brasil? Perguntou o cientista do futuro.

- Bem, Dr. Stone, vamos começar pelos combustíveis fósseis: no Brasil, hoje o homem utiliza 32% de petróleo, 5% de carvão mineral, 2,5% de gás natural e tem uma usina nuclear, que representa menos de 0,5% do consumo de energia no país... Serei breve, pois quero logo lhe falar sobre os biocombustíveis, que são fontes alternativas, limpas, renováveis e infinitas de energia, como o biogás aqui presente...

- Que maravilha! Então me fale logo sobre os combustíveis fósseis:

- Tudo bem... O petróleo é o combustível fóssil de maior valor para o homem, porque é o mais caro, apenas encontrado em alguns lugares do mundo em rochas porosas, no subsolo. É também altamente tóxico (sendo o maior combustível poluidor do mundo), como por exemplo: o asfalto; o GLP – gás liquefeito de petróleo; a gasolina e o óleo diesel, usados para abastecer máquinas de combustão interna (quando queimados ambos os combustíveis liberam grande quantidade de gases causadores do efeito estufa e da chuva ácida, como o dióxido de enxofre, SO2, por exemplo), entre outros. Por esse motivo o homem não abre mão desse “recurso”, e deixa de pensar nas conseqüências, e sim no dinheiro... Mas há outra grande preocupação no Brasil e no mundo: as usinas nucleares (no país existe uma única usina nuclear, contra a qual existem organizações lutando); felizmente, é fonte de energia mais cara de todas (mas também a que mais gera energia), pois se houver acidentes, pode haver emissão da radiação (de longa duração) devido a resíduos radiativos encontrados no lixo atômico, o qual deve ser muito bem cuidado para se evitar a contaminação do ar e da água... E além desses, os mais preocupantes, existem vários outros combustíveis fósseis, como o carvão vegetal (obtido por pirólise, queima de lenha, e utilizado por 5% da população brasileira, sendo 85% do carvão utilizado para fins industriais e 15% para fins residências), e o gás natural (composto principalmente por metano, CH4, um dos gases causadores do efeito estufa e utilizado por 2,5% da população brasileira, sendo encontrado apenas em rochas porosas juntamente com o petróleo).

- Mas e quanto aos biocombustíveis?

- Felizmente, a energia mais usada no Brasil vem das usinas hidrelétricas (uso de 36% da população); mas há várias outras fontes de energia limpa (biocombustíveis) no país que não utilizadas nem mesmo por 5% da população, e que poderiam substituir os combustíveis fósseis, amenizando assim os vários problemas econômicos, sociais e ambientais.

- E qual o motivo dessa irresponsabilidade? Os biocombustíveis são mais caros que os combustíveis fosseis?

- Não, muito pelo contrário, os biocombustíveis apresentam um custo de produção bem menor! Porém, não geram tanta energia quanto os fósseis; além disso, exigem uma grande preservação do Meio Ambiente (já que os biocombustíveis são obtidos da natureza), o que para muitos significa “chatice”.

- Mas que pena! Agora vejo que o causador de toda a destruição do futuro é o próprio homem...

- Infelizmente. Mas deixe-me continuar a explicação: como eu lhe disse, a energia produzida nas usinas hidrelétricas é mais usada no Brasil e pode variar de 30 a 300 megawatts-hora; além disso, são construídos reservatórios de água para controlar o nível de rios espalhados pelo Brasil, porém os mesmos podem alterar a temperatura média local, a umidade relativa do ar e a quantidade e freqüência das chuvas (além de emitirem metano devido à decomposição de vegetais submersos)... Passemos agora para a energia eólica! Imagine o doutor, várias torres com hélices presas ao topo, próximas dos litorais brasileiros, onde há muito vento (capaz de movimentar 1600 usinas eólicas, segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia); as hélices serão movimentadas pelo vento e irão girar um eixo impulsionando uma bomba, o gerador de energia. No Brasil, menos de 0,5% fazem uso dessa fonte de energia, pois além de apresentar um custo ligeiramente maior que o das hidrelétricas, produz apenas 600 megawatts-hora por ano, ou seja, para tornar esse número significativo seria necessário multiplicá-lo por mil.

- Ah que pena! Exclamou Dr. Stone.

- Realmente, mas se o homem se empenhasse, certamente acharia uma solução para o problema... Bom, explicarei agora como funciona mais um biocombustível: o biogás, que é produzido através de biomassas como restos agrícolas, lixo, esterco, plantas aquáticas e outros materiais orgânicos. Utiliza-se um digestor (de acordo com o tipo de matéria orgânica a ser utilizada) onde bactérias microscópicas irão se alimentar da biomassa e liberar gases, ou seja o biogás. Apesar desse biocombustível conter cerca de 40% de gás carbônico (CO2 que não é combustível e contribui com o efeito estufa) e apresentar traços de ácido sulfídrico (H2S, que é corrosivo), poderia ter uma alta produção no país principalmente nas áreas rurais, pois há muito lixo orgânico a ser usado, e o clima e a temperatura são muito favoráveis... Porém, menos de 0,5% da população utiliza o biogás.

- Isso é incrível! Mas lamento muito que os brasileiros não saibam aproveitar isso tudo...

- Tenhamos calma não é? E agora sim, vou falar do meu biocombustível favorito: o bio-óleo, que pode ser obtido a partir de óleo vegetal ou da queima de outros materiais orgânicos, ou seja, através de pirolise rápida (ou gaseificação); nesse processo colocamos serragens de madeira, cascas de arroz, palhas de cana e outros materiais orgânicos num circuito fechado onde a uma temperatura superior a 400oC eles sofrem vaporização passando assim por um resfriamento através do qual se tornam bio-óleo! Esse biocombustível (também chamado de biodiesel) pode ser usado como substituto de combustíveis fósseis de máquinas de combustão interna assim como os outros biocombustíveis. Além disso, através da pirólise é produzido um pó de carvão (15% da biomassa processada) que tem quase as mesmas propriedades do carvão vegetal, sendo ainda menos poluente que esse além de apresentar o mesmo poder calorífico.

- Interessante! Mas e o bio-óleo obtido do óleo vegetal?

- Ah sim. Mas antes é necessário sabermos onde encontrar o óleo vegetal; ou seja, na soja, no amendoim, dendê (através do qual já se obtém energia para uma cidade brasileira), algodão, abacate, babaçu, coco, arroz, milho, cana-de-açúcar, girassol e em vários outros vegetais que temos aos montes no vasto território brasileiro. Assim temos que saber que uma molécula de óleo vegetal (três ésteres ligados a uma molécula de glicerina) é o resultado de uma reação denominada esterificação, ou seja, onde se forma éster. Esterificação consiste na reação entre um ácido graxo (ácido carboxílico de cadeia longa) e a glicerina (triálcool) com formação do triéster e saída de água. É importante ressaltar que através do ácido graxo presente no triéster, sabemos diferenciar uma gordura de um óleo, ou seja, se o ácido graxo se apresentar saturado trata-se de uma gordura e se o ácido graxo se apresentar insaturado, trata-se de um óleo. Para que o senhor entenda melhor o que estou dizendo, vou mostrar-lhe um exemplo dessa reação aqui na lousa:

- Mas é claro... Agora entendo! É através desse processo que podem ser formados os óleos e as gorduras!
É isso aí Dr. Stone! E após termos entendido isso, precisa saber que 20% da molécula do óleo é composta por glicerina, substância que o torna mais viscoso e denso, o que permite a produção de um bom bio-óleo; portanto temos que “retirar” a glicerina do óleo vegetal (quebrar a molécula) e para isso usaremos o processo de transesterificação... Veja, vou dar um exemplo na lousa:

- Como o senhor pode ver, antes da reação o óleo vegetal apresenta cadeias longas de carbono, mas a glicerinas está presente na molécula. Assim, após a reação (que pode ter como catalisador o hidróxido de sódio ou hidróxido de potássio) é possível percebermos que o biodiesel continua com cadeias longas de carbono e sem glicerina... Concluímos então que este é um bio-óleo de qualidade, pois apresenta grande número de átomos de carbono, além de ser menos denso e viscoso; suas utilidades são as mesmas da do biodiesel obtido por pirólise (apesar de apresentar maior consumo de combustível); e se o homem fizesse grande e bom uso desse recurso, seriam gerados mais empregos, haveria maior reflorestamento, seriam arrecadados mais impostos, a emissão de gases tóxicos cairia e teríamos atém mesmo mais créditos de carbono, uma das propostas do Protocolo de Kyoto.

- Sim, já estudei sobre esse protocolo... Mas que ótimo!

- Além desses biocombustíveis sobre os quais lhe falei, existem vários outros que também mostram claramente que o homem pode ligar a tecnologia à química e ao Meio Ambiente!

- Realmente, isso é muito interessante! A química é uma arte não é meu rapaz?

- Acalme-se, garoto, confie em mim. Eu irei viajar pelo tempo, conversarei e ensinarei o que me ensinou às pessoas, que assim como você,acreditam no amor à natureza... Aí então, teremos sim um futuro melhor...

- Obrigado, Dr. Stone! Agradeci esperançoso ao cientista. Foi quando ele fechou os olhos e segundos antes de se tornar invisível me disse

 - Ah, e boa sorte com sua redação!

 Como seria possível? Ouvi então outra voz... Era minha mãe me acordando de um sono profundo, para mais um dia de escola...

Bibliografia
www.cenbio.org.br
www.unicamp.br
http://revistagalileu.globo.com
www.greenpeace.com.br
Aulas de orientação com a Profa. de química



Aluno: Antonio Vieira da Silva Neto
Co-Autores: Alessandro P. Medeiros
Siddharta Araújo R. C. Sacadura
Colégio: Agostiniano São José, São Paulo
Profs.: José Augusto R. Moreno e
Sara B. Guerra

Será que a mamona vence?

     Iniciava-se mais um dia letivo no colégio.O professor de química orgânica,Roberto Norberto,ao fim de sua aula,solicitou a seus alunos uma apresentação em forma de seminário,que serviria como tema complementar do estudo da matéria.Tal tarefa consistia em uma série de tópicos a serem pesquisados,com especial atenção ao desenvolvimento de alternativas aos combustíveis fósseis.
     Depois de algumas semanas,o prazo havia terminado,e todos os alunos haviam trazido seus trabalhos.Cada apresentação foi feita de forma brilhante,com inúmeras exemplificações e informações cruciais sobre o tema proposto.
     O sinal soara,e todos rapidamente saíram da sala,ao encontro de suas amizades.Cláudio e Jorge, dois brilhantes alunos,foram os últimos a retirarem-se do local,e imediatamente começaram a discutir sobre os trabalhos.
     -O que você achou das apresentacões,Claudinho?
     -Bom...não estavam ruins...Mas eu acho que todos falaram muito pouco sobre os biocombustíveis.
     -Mas é claro.Eles não são tão importantes,afinal nem se ouve falar sobre eles...
     -Pode até ser que eles sejam menos conhecidos,claro.Mas dizer que sua importância é pequena...ora,isso já é exagerar... – ponderou Cláudio – você nem sabe quais são os principais biocombustíveis!
     -Claro que sei,o álcool é o mais conhecido.Também tem o biodiesel,mas esse é muito ruim.Ninguém usa.... – Jorge disse tentando ser convincente.
     -Pelo que eu vejo você não está atualizado,hein,meu filho... Bom,o biodiesel é sim pouco conhecido,mas isso só pelo motivo de ele ainda estar em fase de testes.Sem dúvida,ele será uma belíssima alternativa a combustíveis fósseis como o diesel,meu caro.
     -O diesel é insubstituível.Onde já se viu um combustível tão eficiente para fazer esses caminhões enormes rodarem tantos quilômetros? A mistura feita para sua formação possui os hidrocarbonetos mais perfeitos de todos.Onde já se ouviu falar que ele será trocado por esse biodiesel que eu nem faço idéia do que seja? – bradou Jorge.
     -Em primeiro lugar,o biodiesel é uma espécie de mistura composta principalmente por óleo de mamona extraído diretamente do vegetal.Na verdade,esse combustível ainda não está sendo comercializado ao público,sendo usado somente por uma minoria.Alguns meios de transporte de algumas cidades rodam com certa porcentagem de biodiesel misturado ao diesel comum.E,em segundo lugar,não é muito certo dizer que os hidrocarbonetos do diesel são maravilhosos.Se você tivesse estudado direitinho a matéria de classificação das substâncias orgânicas,você saberia que boa parte deles não sofre combustão completa,gerando monóxido de carbono,um gás prejudicial à saúde de todos,uma vez que este torna a hemoglobina do sangue sem função.
     Repentinamente,um amigo de ambos interrompe a conversa .Seu nome era Marcelo,garoto extrovertido e aficcionado por carros.Era justamente sobre isso que vinha falar.
     -Meu pai comprou um carro novo com motor 1,8 bicombustível.Ele disse que vai abastecer sempre com álcool,porque compensa mais.
     -Diga para seu pai que ele está cometendo um erro.A gasolina é muito melhor,se é que você me entende.De acordo com o que eu pesquisei,o poder calorífico da gasolina é 37,5% maior que o do álcool.E,além disso,a gasolina compensa mais por ter controle de qualidade,ao contrário do álcool,que não é sempre fiscalizado. - disse Jorge.
     -Marcelo,não ouça o que ele está lhe falando.Seu pai está mais do que certo em pôr o álcool.Ao contrário da gasolina,que é uma mistura de centenas de hidrocarbonetos que têm entre 3 e 12 carbonos na molécula,o álcool é uma substância pura e natural,podendo ser obtido de uma simples destilação do caldo extraído da cana-de-açúcar.Além disso,a octanagem do álcool é maior,fazendo com que o rendimento do combustível seja superior.Aliado ao menor custo desse combustível,seu pai vai gastar muito menos do que se colocasse gasolina. – disse Cláudio,com um irônico de voz.
     -Mas cuidado pra não embebedar demais seu carro,ou ele vai bater no poste sozinho ! – brincou Jorge.
     -Chega,Jorge,não está vendo que o que o Cláudio disse está certo? – interferiu Marcelo.
     -Não pude resistir...
     -Só como curiosidade...a fórmula do álcool combustível ,que obviamente pertence à função orgânica dos álcoois, é C2H5OH. – afirmou Cláudio.
     -Cláudio,esse álcool de que você está falando é o etanol,certo?
     Tais palavras foram ditas por Bianca,uma garota bela e simpática,mas que não se utilizava de sua formosura para conseguir captar a atenção de garotos.Mesmo assim,todos se sentiam diferentes perto dela...
     -...Ah sim,é sim,Bianca.É que nós estamos discutindo sobre o combustível que o pai do Marcelo deve beber pra andar de carro...digo,pra pôr no carro ,que é bicombustível.
     -Bom,eu acredito que ele deve usar gasolina.Pode até ser que você não concorde,mas ela rende muito mais que o álcool:um carro de motor 1,8 movido a álcool rende em torno de 6 km/l, enquanto que,se este for movido a gasolina,o rendimento já sobe para valores próximos de 8 km/l.
Outro fato que deve ser lembrado é que a gasolina só é mais cara porque,desde que o governo implantou o Proálcool,o preço da gasolina é regido pelo do álcool,para que aquele seja sempre superior ao deste,incentivando,dessa maneira,que os produtores de cana-de-açúcar produzissem o combustível no lugar do simples açúcar.
     -Eu não sabia disso,Bianca,mas é muito bom que você tenha dito .Vamos ver se assim esse Cláudio aprende que os combustíveis fósseis são melhores. – contra-atacou Jorge.
     -Agora é minha vez de falar,como grande defensor dos biocombustíveis:a ação governamental na época é corretíssima,e deve ser estendida ao biodiesel,incentivando que o uso deste seja difundido. E ainda acrescento que todos os caminhões e ônibus,inclusive os mais antigos,deveriam adotá-lo o mais rápido possível. – analisou Cláudio.
     -Ah,meu Deus.Já passou dos limites.Você acha que aqueles caminhoneiros “do tempo dos Afonsos” vão gastar dinheiro adaptando o motor? No mínimo aqueles já rodaram uns dois milhões de quilômetros. – ironizou Jorge.
     -De jeito nenhum.De acordo com os projetos atuais,a porcentagem de biodiesel misturada ao diesel convencional sequer atrapalha o funcionamento dos motores,não sendo necessária qualquer mudança.
     -Mesmo assim.Pelo que eu andei lendo em jornais,o preço do biodiesel será mais alto que o do diesel derivado do petróleo. – disse Bianca.
     -Como qualquer fã de automóveis,eu também pesquisei sobre esse tema.Não sei se a Bianca percebeu,mas está comprovado que a venda de óleo de mamona como combustível ainda compensa mais do que vendê-la em outras formas.Desse modo,muitos estoques poderiam ser comercializados,dando mais lucros a produtores e aos depósitos de mercadorias.
     -Nada mal.Mas no quesito de geração de empregos,a indústria dos combustíveis fósseis é melhor que a dos biocombustíveis:Imagine quantos trabalhadores estariam desempregados,ou trabalhando informalmente,se Getúlio Vargas não tivesse criado a Petrobrás.Além disso,também posso dizer,sem dúvida,que essa é a maior empresa brasileira,e que nós somos os pioneiros na prospecção em Plataformas Continentais. – afirmou Bianca.
     -Tenho um tio que trabalha lá. – disse uma quinta voz,que aparecera de repente.
     -Carlos,que surpesa incrível! Pensei que você tinha saído da escola.Fazia tempo que nós não o víamos. – exclamaram com supresa os quatro,unissonamente.
     -É que estive com uma pneumonia terrível.Só agora a pouco é que melhorei por completo.Mas agora gostaria de saber...por que vocês estão falando da Petrobrás?
     -Nós estamos discutindo sobre combustíveis fósseis e biocombustíveis,e agora estamos nos concentrando na questão sócio-econômica,a ver qual das duas forças motrizes citadas oferece mais vantagens ao país. – esclareceu Marcelo.
     -Bom,agora mesmo digo que defendo os biocombustíveis,por dois motivos.O primeiro é a questão da difusão de capital: posso afirmar que muitas áreas produtivas,mesmo de pequeno porte,podem perfeitamente plantar cana-de-açúcar ou mamona,e sempre terão lucros ao vender suas produções às grandes empresas.Estas,por sua vez,podem modificar industrialmente o produto e agregar uma marca a este.É nesse princípio que se baseia a agroindústria. – explicou Carlos.
     -E o segundo? – cobrou Jorge.
     -É exatamente a questão da Petrobrás e de outras indústrias petrolíferas:os trabalhadores podem estar submetidos a uma série de riscos à saúde,como,por exemplo,contato acidental com o petróleo ou sofrimento de acidentes com máquinas que façam o refino ou a preparação dos subprodutos.
-Viu Jorge, como o melhor é mudar para os biocombustíveis?! ,acrescentou Cláudio.
     - Ah, mas isso pode ser resolvido colocando-se normas de segurança mais eficientes,ou com palestras para que acidentes sejam evitados e com o fornecimento de mais equipamentos de segurança – retrucou Jorge.
      - Mas,e quanto à poluição?Por acaso os biocombustíveis são tão bons assim? -perguntou Bianca.
      -Já que ainda insiste,posso dizer que os combustíveis fósseis ,como a gasolina, não são totalmente puros e,por esse motivo,sofrem combustão incompleta, liberando gases tóxicos, como o monóxido de carbono (CO) e o dióxido de enxofre (SO2), que provocam o aumento da poluição do ar.
      -Tudo bem, mas você não pode colocar a culpa da poluição só nos combustíveis fósseis! -retrucou Jorge.
      - É verdade! Injustiça! , exclamaram os aliados de Jorge.
      - Além disso, a poluição também provém de muitas indústrias ,que poluem também os rios e o solo. -afirmou Jorge.
      -Mas não se esqueça de que muitos maquinários de fábricas são movidos a óleo diesel,meu caro amigo. – ponderou Carlos.
      - Além disso, colocar a culpa só nas indústrias não é uma boa desculpa para continuarmos usando algo que prejudique nossa saúde. – opinou Marcelo
     -Bom, se você quer uma solução,basta fazer,periodicamente,a manutenção dos catalisadores dos automóveis, ou a regulagem do motor daqueles que possuem carburador em vez do sistema de injeção eletrônica – acrescentou Cláudio.
      - E daí? Isso só resolveria parte do problema. – analisou Bianca.
      -E por acaso os biocombustíveis não poluem? -retrucou Jorge.
      - O álcool até pode eliminar alguns poucos poluentes , mas o biodiesel não: ele libera apenas  gás carbônico em pequena quantidade,o que,para nós,é praticamente inofensível.Na verdade, aquele até ajuda na fotossíntese das plantas! – observou Cláudio.
      - Além disso, ele quase não acentua o efeito estufa,hoje um fenômeno muito preocupante, em todo o mundo, principalmente nas grandes cidades,como a  Cidade do México. - adicionou Carlos.
      - É,nisso eu concordo, porém o...os... -engasgou Jorge.
-Ahá... ficou sem argumentos,não é? – disse Marcelo.
      Após isso, subindo em um banco de cimento no pátio do colégio,Cláudio bradou num elevado tom de voz,para que todos pudessem ouví-lo:
      - E então ,companheiros e leais defensores dos biocombustíveis,vão ficar aí parados?
      - De jeito nenhum! -disse a maioria
      - Pois então, vamos lutar para que os biocombustíveis entrem em uso e atinjam todo o mundo!
     -È isso ai! -exclamaram todos
     -E para esses caras de pau que defendem os combustíveis fósseis, peroba,ou melhor,mamona neles!
     Alguns instantes depois,o sinal soou,e todos retornaram às suas salas.Terminava,ali,uma das maiores e mais importantes discussões sobre o futuro da humanidade no planeta,

Bibliografia
Internet:
http://www.aondevamos.eng.br/produtos/motorelko.htm
http://www.aondevamos.eng.br/produtos/queimad.htm
http://www.autonewsbr.hpg.ig.com.br/alcoolxgasolina.htm
http://www.biodieselbrasil.com.br/clip2004/n0704049.cfm
http://www.biodieselbrasil.com.br/clip2004/n1602047.cfm
http://www.biodieselbrasil.com.br/tindex.htm
http://www.ednilsom.hpg.ig.com.br/petroleo.html
http://www.motoresdecombustao.eng.br/Artigos/EntrevistaFendel.htm
http://www.petrobras.com.br
http://www.planetaorganico.com/trabcana1.htm

Livros:
MAGNOLI D. & ARAUJO R. Projeto de Ensino de Geografia V 2.São Paulo;Editora Moderna;2001



Aluno: Caio Cesar Carvalho
Escola Estadual Antonio de Almeida Prado, Iepê
Profa.: Maria Salete D. Battilani

Diálogo Urgente

Numa galáxia distante, havia um planeta chamado Plutônio. Lá muitas coisas eram semelhantes à da Terra, mas a inteligência era absurdamente avançada e tudo tinha vida e sentimentos. Devido a certas semelhanças entre a Terra e Plutônio, vários países plutonianos passaram a estudar a vida na Terra. Entre eles, Európio que se tornou destaque pelo Centro de Pesquisas da Universidade Federal de Califórnio (UFC), da cidade de Califórnio capital do País.

Nessa Universidade foram elaboradas várias pesquisas e isso fazia com que os plutonianos tivessem um conhecimento maior sobre a Terra do que os próprios terráqueos.

No sexto período, na série dos Lantanídeos que cursavam o último ano da faculdade, havia um grupo de amigos que eram conhecidos por toda a Universidade pela inteligência e união, eram eles: Itérbio, Térbio e Érbio, que eram irmãos, Gadolínio e Disprósio.

Um belo dia, estavam todos no pátio, exceto Disprósio, que sempre chegava atrasado, quando gritou o sinal:

-  Bom dia, alunos! Espero que tenham passado um ótimo final de semana. Deixem as fofocas para o intervalo, entrem para a sala e tenham uma boa aula.

E todos se dirigiram para suas salas.

- Oi, oi bom dia pessoal! – disse o professor Einstênio

- Bom dia! – responderam todos

- Hoje, proponho a vocês um grande...

- Espera aí! O Disprósio já está chegando. – disse o relógio começando a contagem regressiva.

- E, três, dois...um!

- Toc, toc, toc!

- Entra Desprósio. – grita a sala em coro.

- Com licença, professor. – entrou Disprósio, com a respiração ofegante, pois veio correndo de sua casa.

- Bom, como eu ia dizendo, hoje vou propor a vocês um desafio. Vocês já estudaram tudo sobre a Terra, sabem quais são as semelhanças, as diferenças, os problemas... E como já vimos que na Terra a matéria bruta não pode expressar seus sentimentos aos humanos, como aqui, quero que vocês visitem a Terra, observem, pesquisem e descubram porque lá a matéria bruta não fala. Vocês podem fazer um grupo de até cinco pessoas e o prazo para entrega e apresentação, na sala será em 8 dias. E em conseqüência do trabalho, vocês serão dispensados desde já para se prepararem... Então por hoje é só, tenham uma boa viagem e um excelente trabalho.

Como já era esperado, os inseparáveis amigos se juntaram e começaram os preparativos para a viagem.

Horas depois, com tudo pronto, fizeram uma reunião com as aeronaves de seus pais para ver quais estavam sentindo melhor para agüentar tamanha distância. Mendelévia, a nave do pai de Gadolino, se dispôs a ser embarcada nessa grande aventura.

- Agora sim, com tudo acertado, podemos embarcar – disse Itérbio.

- Então vamos! Apertem os cintos! – exclamou Mendelévia.

Quando Gadolino ligou as turbinas, Mendelévia avisou que estava fraca e precisava repor suas energias. Dirigiram-se ao posto mais próximo e a abasteceram com hidrogênio, o combustível usado em Plutônio.

- Acho que podemos ir agora, não é? – perguntou Érbio.

- Agora sim. Segurem-se! – disse Mendelévia

E partiram, todos com imensa euforia, rumo à Terra.

Passaram-se um, dois,... três dias e eles já não estavam mais agüentando. De repente, os radares de Mendelevia detectaram que estavam próximos da Terra e foi logo avisando:

 - Gente, gente. Estamos chegando! Pode ir diminuindo a velocidade. – disse Mendelévia, toda empolgada, aos tripulantes, que não disfarçavam a alegria.

Conforme se aproximavam da Terra, ouviam um choro que aumentava cada vez mais. Olharam-se com ar de interrogação até que Itérbio perguntou:

 - Mendelévia, é você que está chorando?

- Não, está parecendo que vem lá de baixo.

- Sou eu que estou chorando! – disse uma voz desconhecida.

 - Mas quem é você? – perguntou Disprósio, com expressão de espanto.

- Eu sou a Atmosfera!

- Mas você também fala? – questionou Disprósio, novamente.

 - Falo, mas como é que vocês entendem, se até hoje, nunca ninguém me ouviu?

 - Onde moramos, tudo fala. Mas me diga – Qual o motivo de seu choro? – continuou Disprósio.

- Choro porque fui criada para proteger a Terra. Os terráqueos não me valorizam e estão acabando comigo.

- Como assim, estão acabando com você? – perguntou Gadolínio.

 - Não sei se vocês sabem, as fontes de energia utilizadas na Terra, principalmente por indústrias e veículos, são resultantes da queima de combustíveis fósseis que é o carvão e o petróleo. Essa queima libera excesso de gás carbônico e outros gases que formam uma camada junto a mim. Eu vou explicar melhor, os raios solares passam por mim e são absorvidos pela superfície da Terra, transformando-se em calor. Chegando lá, esses raios voltam para mim, mas essa camada formada por esses gases, barra a sua saída e eles são devolvidos novamente à Terra.

- Ah! E é isso que faz com que aumente a temperatura da Terra, causando assim, o indesejável efeito estufa, não é? – completou Itérbio.

- É isso mesmo. Vocês acreditam que eles não percebem que os principais prejudicados são eles mesmos? E enquanto isso eu fico aqui, servindo de enfeite.

- Mas o metano e o etanol, não contribuem para esse problema também? – questionou Térbio.

- Contribuem sim. Entretanto, eles me dão menos dor de cabeça, pois geram menos dióxido de carbono do que gasolina e podem ser renovados a cada ano, contanto que o sol brilho e produza plantas verdes.

- O papo está bom, mas vocês precisam ir, não é, meninos? – disse Mendelévia.

- Nossa! Empolguei-me tanto desabafando com vocês, que até esqueci de perguntar: - De onde vocês são?

- Somos de um planeta muito distante daqui, ele é filho de Plutão, chama-se Plutônio. Estamos aqui para fazer uma pesquisa e descobrir por que a matéria bruta daqui não fala, por isso precisamos ir agora. – disse Itérbio.

- Se puderem, na volta, dêem uma passadinha aqui. – propôs a Atmosfera.

- Tudo bem. Então tchau.

Passados alguns minutos, Mendelévia foi logo avisando.

- Estamos próximos ao chão, precisamos ser rápidos para que ninguém nos veja. Onde vamos pousar?
Depois de uma pequena reunião, decidiram pelo Brasil, pois lá já estava anoitecendo e ninguém podia ver.

Coincidentemente, pousaram próximos a um Laboratório Químico da Greempeace. Estava fechado e não havia ninguém, porém, ouviram uma discussão que vinha lá de dentro. Então, deixaram Mendelévia invisível e resolveram entrar. Depararam-se com um corredor tendo várias portas e observaram que tamanha discussão vinha da sala que avaliava a qualidade dos combustíveis. Entraram e tiveram uma grande surpresa: a briga era entre os próprios combustíveis e ficaram observando...

- Você é uma barato mesmo, não é? Engraçado... tudo que é barato não presta – ironizou Gasolina, referindo-se ao Álcool.

- Se você fosse tão boa assim, o Proalcool não teria me inventado para substituí-la. Além de poluir o ar você ainda é mais cara – replicou o Álcool e continuou – Você se lembra da guerra entre o Irã e o Iraque? Pra variar um pouquinho, você estava em crise e a partir daí, passaram a produzir carros movidos somente por mim.

- Não acredito que vocês estão brigando de novo! – Interferiu o Petróleo.

Foi ele que começou, pai – respondeu a Gasolina.

- Mentira! Você me insultou primeiro, dizendo que eu era filho do bagaço da cana – resmungou o Álcool.

- Não importa quem começou. O que importa é que embora vocês tenham preços diferentes, cada um tem qualidades e defeitos, mas para o homem, vocês dois têm o mesmo valor. O álcool, por exemplo, é filho de um tipo de biomassa... Petróleo ia continuar quando sua filha Gasolina o interrompeu, dizendo: - O que é biomassa, pai?

- Biomassa, são fontes orgânicas usadas para produzir energia, que pode ser convertida em eletricidade, combustível ou calor. Por exemplo, a mãe do Álcool, a cana de açúcar, que é um tipo de biomassa, para gerar o Álcool teve que passar por um processo de fermentação de sua sacarose. O Metano é primo do Álcool que é obtido pela digestão anaeróbica de materiais biológicos, o que significa que ocorre na ausência do oxigênio. O biogás também sofre um processo anaeróbico, só que é em decomposição de animais mortos. Existem outros tipos de biomassa e para vocês terem uma idéia, até o lixo pode ser transformado em combustível. E em cada caso o combustível é renovável. Entendeu agora, filha?

- Estou entendendo. Mas por que o Álcool é melhor do que eu?

-Não é que ele seja melhor do que você, além de ele ser mais barato, causa menos danos ao meio ambiente. Mas isso não quer dizer que ele não polua. Ele libera gás carbônico, ozônio, gases de nitrogênio e enxofre que são responsáveis pelas chuvas ácidas e libera também a indesejável fuligem da palha queimada, que contém substâncias cancerígenas e provocam perdas significativas de nutrientes para as plantas. O Álcool é também menos inflamável e menos tóxico que você e seu irmão Diesel. Eu, como você sabe, sou fonte de energia não renovável, de origem fóssil. Sou de vários tipos e posso ser encontrado nos poros das rochas. Depois de definida a minha qualidade, sou refinado para dar origem a vários produtos, como você e seus irmão.

- Etanoooool!!! – gritou uma voz aguda.

- Mãe, eu já disse para você não me chamar de Etanol! Meu nome é Álcool.

- Venha dormir, já está tarde! – disse a Cana-de-açúcar.

- Bom, eu tenho que ir... filha, peça desculpa ao Álcool – pediu o Petróleo.

- Aí, pai, de novo. Por quê?  - retrucou Gasolina.

- Porque filha, futuramente, se vocês ainda existirem, poderão estar juntos, no mesmo tanque!

- Está bem. Desculpe-me, Álcool.

Passado algum tempo, o silêncio voltou a reinar naquele ambiente. Os amigos plutonianos que observaram atentamente a conversa entre os combustíveis ficaram totalmente surpresos e confusos ao perceberem que na Terra, a matéria bruta também fala. Anotaram tudo o que eles haviam dito e saíram satisfeitos com a grande aula que acabavam de ter.

Ao saírem, bastou estalar os dedos para que Mendelévia aparecesse. Entraram na nave e decidiram voltar a Plutônio para contar as descobertas feitas na Terra. Partiram e logo reencontraram a Atmosfera que estava conversando com algumas moléculas de Hidrogênio.

- Olá, que bom revê-los! Já terminaram a pesquisa? – perguntou a Atmosfera, agora um pouco mais calma.

- Já, pois a viagem é longa e nosso tempo é curto – respondeu Gadolínio.

- Antes de irem, deixe-me apresentar-lhes meu melhor amigo. Este é o Hidrogênio. Hidrogênio, estes são meus amigos plutonianos, dos quais eu lhe falei.

Disprósio ainda comentou: - já estudamos muito sobre você. Sabemos que você é abundante na Terra e pode ser obtido através da corrente elétrica nos oceanos e ainda ultrapassa a gravidade e o principal... não polui o ar e nem contribui para o efeito estufa.

- Como vocês sabem tudo isso? – questionou o Hidrogênio?

No nosso planeta o combustível usado é você. Temos certeza que, futuramente, o combustível usado na Terra também será você.

- Torcemos para que isso se realize logo. – disse a Atmosfera.

Despediram-se e partiram.

Passados quatro dias, todos estavam na Universidade para a apresentação do trabalho.

- Então, meninos, o que concluíram sobre a matéria bruta da Terra? – perguntou o professor Einstênio com cara de curiosidade.

- Concluímos que lá também fala, ou melhor, nós é que temos a capacidade de entender e compreender os sentimentos dela. – disse Érbio.

- Muito bem, era isso que eu queria ouvir. Mas afinal, com quem vocês conversaram lá? – perguntou o professor Einstênio.

- Conversamos com a Atmosfera e o Hidrogênio. E ainda, presenciamos uma briga entre os combustíveis usados lá. Mas, com eles não tem acordo mesmo! – continuou Érbio.

- Por quê não tem acordo entre eles? – perguntou Laurêncio um de seus colegas de sala.

- Ah! Eles são muito “explosivos”.

Bibliografia
Feltre, Ricardo. Fundamentos da Química, São Paulo: Moderna, 1999.

______________. Interações e Transformações. Química para o 2o grau
GEPEQ-IQ USP.SE/CEMP. São Paulo. Imprensa oficial do Estado. Imesp, 1993

Cruz, Daniel. Ciências e Educação Ambiental. São Paulo: Ática, 2003.

www,greenpeace.org.br



Aluna: Carolina Teixeira Bartoletti
Colégio: Santa Cruz, São Paulo
Profs: Rodrigo Marchiori Liegel e C. Alberto Zink

A energia da nova era

Atualmente tem se discutido muito o uso de biocombustíveis misturados à gasolina, ou mesmo para substituí-la, pois na dependência do uso racional do petróleo, as reservas existentes podem garantir um abastecimento regular por cerca de apenas 50 anos. A incorporação do biodiesel diminuiria a importação do petróleo, que hoje corresponde a 17% do total consumido no Brasil, e reduziria seu consumo, prolongando a vida útil de suas reservas.

Mas o que são biocombustíveis?
 Biocombustíveis são produtos de origem vegetal ou animal, portanto renováveis e não derivados do petróleo. Dentre os biocombustíveis destacam-se os óleos de soja, mamona, babaçu e tantos outros que através da transesterificação são convertidos em biodiesel.

A transesterificação é uma reação na qual triglicerídeos (óleos vegetais ou gorduras de origem animal) reagem com alcoóis de cadeia molecular curta (metanol ou etanol), produzindo os biocombustíveis e a glicerina como subproduto. A introdução do álcool na reação aumenta o poder de combustão do combustível.

O primeiro biodiesel totalmente renovável no mundo foi criado por pesquisadores da USP, mas a taxa de conversão da mistura de etanol e óleo vegetal em biodiesel era baixa, pois a solução de glicerina e biodiesel resultante da reação era difícil de ser separada. Os pesquisadores utilizaram um catalisador (que não se altera durante a reação e a acelera), e com isso conseguiram que os produtos finais da reação não saíssem mais misturados. Outra vantagem desse catalisador é ser à base de argila, e, portanto, extremamente barato.

Os óleos tem uma boa combustão pois têm uma cadeia de hidrocarbonetos que, associada a átomos de oxigênio (que desencadeiam a combustão), sofrem uma queima mais limpa. Além disso, sabe-se que quanto maior a cadeia hidrocarbônica da molécula, maior a lubricidade do combustível, que fornece menos atrito ao motor, que assim passará a operar com maior eficácia. O uso dos biocombustíveis não diminui a potência ou torque do motor dos carros, inclusive já há casos de motores adaptados ao álcool e à gasolina, motores trifuel (álcool, gasolina e gás natural) da General Motors, e um protótipo de motor tetrafuel (álcool, gasolina, gás natural e nafta – gasolina pura) da Ford, cuja tecnologia já está disponível no Brasil, embora os automóveis ainda não sejam fabricados.

O único biocombustível utilizado em escala comercial é o álcool etílico, obtido a partir da cana-de-açúcar. Por ter um poder calórico (energético) inferior ao da gasolina, o preço do álcool deve ficar no máximo em 70% do preço desta, para compensar o maior consumo de álcool por veículo para produzir a mesma quantidade de energia gerada com a gasolina, e também para compensar a maior corrosão de certas partes mecânicas (escapamento, por exemplo) que são danificadas pela água liberada com a queima do álcool.

A produção de álcool etílico no Brasil gira em torno dos 14 bilhões de litros anuais e emprega um milhão de pessoas. Para uma frota de 17 milhões de veículos existentes no país, o álcool abastece perto de 5 milhões deles (100% álcool hidratado) e o restante da frota, exceto a de caminhões, usa uma mistura de até 25% de álcool anidro (sem água) na gasolina.

Indiscutivelmente, o álcool etílico é menos poluente do que a gasolina, pois libera na sua queima dióxido de carbono (CO2) e água (H2O) na atmosfera, enquanto a gasolina libera maior quantidade de monóxido e dióxido de carbono (CO,CO2), e dióxido de enxofre (SO2), além de alguns óxidos de nitrogênio (NOx), muito mais nocivos à saúde, sendo ainda os óxidos de nitrogênio e o dióxido de enxofre, causadores das chuvas ácidas.

No entanto, o uso do álcool em larga escala esbarra em uma questão sócio-ambiental muito séria, pois se por um lado libera água (inofensiva) e CO2 (que pode ser reabsorvido pelas próprias plantações de cana de açúcar e outros vegetais), por outro, o álcool não é totalmente neutro em relação a impactos ambientais, pois para aumentar a produção em apenas 1 bilhão de litros, seria necessária a incorporação de aproximadamente 160.000 hectares, ou 1.600.000.000 metros quadrados de novas plantações de cana, que demandariam a destruição de áreas florestais nativas e/ou o deslocamento de outras atividades agrícolas e pastoris, inclusive de subsistência, o que ainda provocaria a mudança de pessoas de suas respectivas casas. Fora isso, diminuiria proporcionalmente as áreas destinadas à produção de alimentos.

O bagaço da cana, bem como a casca de arroz, o estrume e o lixo urbano, poderiam ser também aproveitados para gerar eletricidade, embora o material orgânico (fezes) gere menos energia que os óleos vegetais. Hoje, a energia gerada pelo bagaço de cana é vendida por 12 das 80 usinas do Estado de São Paulo. A vantagem da cana é que as usinas que se aproveitam do bagaço produzem energia durante a safra (de maio a setembro), justamente quando as hidroelétricas estão com reservatórios mais baixos. O potencial de geração de energia a partir do bagaço é estimado em 4 mil MW no Brasil.

Em termos econômicos, se apenas o Japão, que consome 60 bilhões de litros de gasolina por ano, quisesse importar álcool do Brasil para adicionar 10% à sua gasolina, haveria uma demanda de 6 bilhões de litros de álcool, um pouco menos da metade da produção brasileira. Se adicionassem 25%, a demanda seria por toda a nossa produção, aumentando as exportações de maneira significativa, mas por outro lado, inviabilizando o consumo interno do combustível.

Se combinarmos a demanda por combustíveis de todos os países do mundo, não haveria biocombustíveis suficientes, pois a demanda seria ainda maior que a do petróleo puro, devido ao menor poder calorífico dos biocombustíveis em comparação com o mesmo. Além disso, a produção de óleos vegetais e cana depende de imensas extensões de terra, como já foi dito.

É por essa razão que não adianta ter a ilusão de que o consumo de álcool pode ser largamente estimulado no Brasil e no exterior, como também o de outros biocombustíveis, como veremos adiante, já que o preço subiria de forma significativa, pois não há como atender a uma demanda crescente e generalizada por esse tipo de combustível.

A substituição total do petróleo por biocombustíveis, portanto, não ocorrerá rapidamente, mas o seu gradual aumento no consumo de combustíveis é possível e necessário, ou seja, é possível adotar uma meta mais modesta do que muitos ambientalistas esperam, pelo menos se considerarmos o atual modelo sócio-econômico capitalista, que requer muita energia e combustíveis para a produção, sem maiores preocupações com o meio.

Além do álcool, estuda-se a adição de até 5% de biodiesel (óleos vegetais) ao diesel comum, que é consumido por caminhões, ônibus, tratores e outras máquinas. Esses óleos poderiam ser produzidos por uma imensa variedade de produtos vegetais, como dendê, babaçu, soja, mamona, algodão, girassol, milho, amendoim, urucum, abacate, coco, pequi e outros frutos e vegetais oleosos.
No caso da mamona, a torta da mamona ( a parte não processada na produção do combustível) pode ser utilizada como fertilizante (é um composto nitrogenado que não causa males para o solo, embora seja muito venenoso para a utilização como ração animal, já que contém um ácido tóxico, a ricina).

Na Amazônia, por exemplo, frutas nativas como o buriti, babaçu, mamona e muru-muru são alternativas para a produção de energia. Na forma “in natura” esses frutos são queimados em motores multicombustíveis e fornecem energia para comunidades, como já ocorre no Pará, onde uma vila é abastecida com energia proveniente do óleo de dendê da própria região, e onde uma fábrica de derivados do cupuaçu supre sua própria demanda energética com energia produzida a partir do cupuaçu. Para fornecer energia a comunidades mais isoladas, que poderiam produzir sua própria energia, e para proporcionar uma alternativa econômica à população, aproveitando o potencial de cada região, os biocombustíveis são uma opção.

Até mesmo fezes poderiam ser transformadas em energia. Essa é, aliás, a proposta da Nasa, que pretende aproveitar os dejetos de astronautas para transformar a energia química dos mesmos em energia elétrica para abastecer as naves durante longas viagens. O Museu de Ciência de Londres pretende fazer o mesmo com as fezes dos visitantes. Na Tailândia o governo quer utilizar as fezes de prisioneiros. Em fazendas, os dejetos de bovinos, aves e suínos tem sido processados em biodigestores nos quais o material fecal entra num processo natural de fermentação que forma, entre outras substâncias, o gás metano, que pode ser transformado em eletricidade. Numa fazenda em Minas Gerais, o dejeto de 4 mil porcos rende biogás (metano) suficiente para mover um gerador que fornece 40KWh. Nesse processo, nada se perde, pois o resíduo final da fermentação pode ser utilizado como adubo (rico em nitrogênio, fósforo e potássio).

A autoclavagem, ainda em fase experimental, consiste em aquecer sobre pressão os resíduos fecais, os quais após certo tempo se convertem em uma espécie de óleo combustível (um hidrocarboneto). Esse processo esbarra ainda no alto custo de energia para a conversão das fezes em combustíveis, custo este muito maior do que no biodigestor.

No campo da ciência e tecnologia, os biocombustíveis estimulam pesquisas para o aumento da produtividade industrial e agrícola. A tecnologia dos biocombustíveis já está relativamente bem difundida pelo mundo, principalmente na Europa. A Alemanha é o maior produtor de biodiesel mundial, com capacidade para um milhão de toneladas anuais, seguida pela França, com capacidade para 460 mil toneladas por ano. Os EUA cogitam a implementação de 20% de combustível vegetal junto aos derivados do petróleo. A Austrália também já tem um programa para biocombustíveis semelhante ao Proálcool no Brasil, e o governo argentino isenta de impostos por dez anos os setores ligados à produção de biocombustíveis.

Trata-se, portanto, de uma nova tecnologia que ganha espaço no mercado mundial, como uma alternativa viável de substituição do petróleo a longo prazo, já que este tende a ter suas reservas esgotadas. Além do mais, o petróleo é um  combustível muito problemático em termos econômicos, especialmente nas épocas de crise, como agora no Iraque e como na década de 70, quando surgiu o Proálcool no Brasil justamente com o objetivo de reduzir a importação do petróleo, que enfrentava a primeira grande alta nos preços, com a menor oferta do combustível da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que teve como motivo para disponibilizar menos petróleo no mercado, promover uma pressão política árabe sobre os EUA e Israel.

Bibliografia:
•http://www.conpet.gov.br
•http://www.biotecnologia.com.br
•http://www.tecbio.com.br/biodiesel
•Programa de Pós Graduação em Engenharia Química e Engenharia Bioquímica da Universidade Federal de Santa Catarina – http://www.enq.ufsc.br/probio/disc_.eng.bioq/trabalhos_
pos2004
•http://www.infoener.iee.usp.br/scripts/biomassa/br_cana.
•http://www.folha.uol.com.br/folha/dinheiro
•http://www.estadao.com.br
•Edson Bartoletti, formado em Agronomia e Economia pela Universidade de São Paulo.



Aluna: Evelin Prestes Sales
Escola Estadual Humberto Victorazzo, Araçariguama
Profa.: Adriana A. Godoy

Esperança nos Biocombustíveis

Atualmente o consumo de energia do Brasil é distribuído em sua maioria em hidroeletricidade, o petróleo fica em segundo lugar, 31% de uso, logo em seguida a lenha, a cana de açúcar, o carvão mineral, mas o consumo de biocombustíveis fica somente com 2,5% de uso. O uso de petróleo e do carvão mineral é um dos grandes causadores de problemas ambientais, mesmo com todos os conflitos mundiais pela aquisição desses recursos, os maiores problemas são os danos à saúde, a sua combustão libera para a atmosfera poluentes orgânicos que causam doenças respiratórias e cardiovasculares.

Anualmente morrem três milhões de pessoas devido a poluição do ar, isso acontece devido à quantidade de POPs que é liberada na atmosfera. A chuva ácida e a inversão térmica também acontecem devido a esses compostos, o NOx
 ( NO e NO2) (oxido de nitrogênio) e o SO2 (dióxido de enxofre) reage com o vapor d’água da atmosfera e se transforma em ácido nítrico (HNO3) e ácido sulfúrico (H2SO4), que depois se precipitam (chuva ácida) ou impedem a passagem do calor (inversão térmica), fazendo com que tenha a sensação de “abafado”. O CO liberado por automóveis tem capacidade de reagir facilmente com a hemoglobina, diminuindo o volume de oxigênio no sangue.

Os biocombustíveis são uma alternativa para mudar esse quadro; são derivados de fontes naturais e renováveis como os vegetais. (Não poluem o ar, tem uma queima limpa, por enquanto não são motivos de guerra, geram empregos em áreas de baixa renda ou em áreas rurais, são mais seguros que o diesel de petróleo (o ponto de combustão do biodiesel) é de 300 F e o ponto de combustão do diesel de petróleo é de 125 F), não irritam os olhos quanto mais causam doenças, a sua combustão é mais completa, aumenta a vida útil dos motores, tem menos odor, evitam a desertificação, diminuem a dependência de energia importada, além de ter o apoio das principais universidades brasileiras. É obtido principalmente de óleo de girassol, amendoim, mamona, sementes de algodão e de colza.

Nesse ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lançou o Pólo Nacional de Biocombustíveis (PNB), com sede na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), em Piracicaba, São Paulo. O objetivo do pólo é de concentrar todas as pesquisas visando melhorar a qualidade fazendo com que seja um interesse de todo país, sendo mais bem utilizado e aproveitado pelos brasileiros. O Brasil também pode ascender em estudos de bioquímica como já foi afirmado pelo diretor da Esalq, José Alberto Postelli Parra, “O Brasil tem competência para fazê-lo, só precisa importar dos detalhes”.

São considerados biocombustíveis: o Bioetanol, o Biodiesel, o Biogás, o Bioetanol, Bioeterdimetílico, o Bio ETBE, o Bio-MTBE, os biocombustíveis sintéticos e o Biohidrogênio. O que é surpreendente, é que diariamente são descartadas toneladas de alimentos estragados, quando se a tecnologia de transformação em biocombustível fosse aplicada e conhecida, teria se transformado em combustível, o que não deixariam o planeta tão poluído, porque podem ser totalmente aproveitados com os devidos conhecimentos.

Está comprovado que alguns biocombustíveis não são prejudiciais aos motores e não deixam resíduos, o que o combustível derivado de petróleo acontece freqüentemente, um exemplo é o óleo bruto de girassol (OBG) que foi testado em um trator, MF 235, ano 1978, cujo motor Perkins de três cilindros e injeção indireta estava com, aproximadamente, 5.000 horas de uso. Sem nenhuma adaptação, nem manutenção no motor, somente a bomba injetora foi recuperada para o teste, depois de 133 horas do trator funcionar só com o OBG a bomba injetora foi analisada pelo mecânico responsável, que comprovou que não havia nenhuma alteração e comparou a utilização de óleo diesel comprovando que o OBG agredia menos o veículo que o outro combustível, mas o resultado é apenas para um pequeno período de uso contínuo, estão sendo testados em outros veículos um maior período para a utilização. O OBG é extraído a partir da semente de girassol, é obtido através de prensagem a frio e filtragem por gravidade em pano de algodão. Há casos, que em climas tropicais ou subtropicais, os motores com ligações diretas não permitem total combustão do óleo vegetal, o que leva a problemas nos motores e bicos injetores.

O óleo de mamona pode se transformar em combustível, isso está sendo usado nas regiões secas do Brasil, onde a planta pode ser encontrada. Pode ser usado em qualquer motor sem nenhuma adaptação, como comprovado com o óleo bruto de girassol. A diferença é que o óleo de mamona é mais viscoso, e precisa de uma proporção maior na mistura; 20% de óleo de mamona par 80% de óleo diesel. Pode ser usado em geradores de energia, o que também contribui na época de racionamento. A mamona é totalmente aproveitada, depois que o óleo é extraído, com o bagaço é feito adubo e ração para animais depois de desintoxicada. No Ceará, o professor aposentado da UFC, Expedito Parente coordena um projeto para produzir de 2000 a 3000 litros por dia desse combustível, dentro de 90 dias, mas ainda não tem os recursos necessários.

Para o biocombustível como outra alternativa, pode ser usado óleo de frituras, o que diminui o entupimento e a poluição de vários rios. Como a gordura de frango e a de peixe, utilizadas para mover carros de uma frota do interior do Brasil, em que o dono percebendo os altos gastos com gasolina resolveu pesquisar sobre uma segunda opção de combustível, acabou fazendo faculdade de bioquímica e hoje tem um lucro muito maior com seu negócio.

Vários problemas brasileiros podem ser diminuídos com um apoio efetivo do governo, o déficit diminuiria, a moeda aumentaria; principalmente mais empregos para a população. A ciência brasileira poderia encontrar mais alternativas no mercado exterior se o Pólo Nacional de Biocombustíveis der certo.

A população deveria estar mais interessada em saber alternativa para uma melhor qualidade de vida para as futuras gerações, é um assunto que tende interessar a todos; a falta de regulamentação e os preços altos são obstáculos que devem ser atravessados e quem tem que cobrar isso do governo é a própria população. O apoio que o Greenpeace dá à iniciativa do governo é uma boa alternativa de levar isso à população, caminho que ilustra de um modo fácil de se entender, o que são essas novas propostas de melhoria ambiental; a natureza leva milhões de anos para deixar o mundo como se vê, com pouco tempo é fácil de se acabar com tudo isso, assim também é com o petróleo e o biocombustível, leva milhões de anos para se produzir o petróleo, mas com a participação do homem o biocombustível é produzido em apenas alguns meses; o mundo fica cada vez mais um bom lugar de se viver.

Bibliografia

Almanaque Abril Cultural, 2003 e 2004
MEC – “A Natureza na Escola” – Fóssil
Coleção Estadão  - “Lição de Casa” – volume 5
Novais, Vera – “Química” – volume único, Editora Atual, 1997, São Paulo, SP
Russel, John B – “Química Geral” – MC Graw-Hill do Brasil, 1982, volume único, São Paulo, SP
SOLOMONS, T.W. Graham – “Química Orgânica” – 6a edição, volume 1, 1996, editora LTC Livros Técnicos e Científicos S.A., Rio de Janeiro, RJ
SARDELLA, Antonio – “Química: série novo ensino médio”, volume único, 1a edição, Editora Ática, 2003, São Paulo, SP
http://www.agrisustentavel.com
http://www.biotecnologia.com.br
http://www.greenpeace.org.br
http://www.química.ufpr.br



Aluna: Haloá Lucas Silva Reuben
Colégio: Bandeirantes, São Paulo
Profs: Lílian Siqueira e Fabio Siqueira

Os Combustíveis em Pauta

Em um cenário de desastres ambientais e poluição urbana generalizada, onde o uso de combustíveis fósseis e não renováveis é amplo, começam a surgir novas e melhores possibilidades energéticas. O petróleo, importantíssimo nos dias de hoje, assim como outros combustíveis fósseis, é um dos principais problemas. Vê-se como solução os biocombustíveis diversos.

Combustíveis fósseis são muito usados hoje em dia. Das mais diversas áreas da indústria aos transportes, fornos, e motores em geral, são eles que mantêm a economia mundial "rodando" nos dias de hoje. Os principais combustíveis fósseis são o petróleo (seus derivados), o carvão e o gás natural.

Eles são altamente caloríficos. Enquanto o petróleo tem, em média, uma entalpia de combustão superior a 10.000 kcal/kg, o gás natural o segue com cerca de 9.000 kcal/kg e o carvão com cerca de 6.000 kcal/kg.

Uma das decorrências causadas pelo uso demasiado de combustíveis fósseis é a grande poluição. Dentre as diferentes formas de poluição estão a chuva ácida, o efeito estufa e os desastres ambientais.

A chuva ácida ocorre devido à presença de enxofre nos combustíveis fósseis- principalmente o petróleo- da seguinte forma: após a oxidação do enxofre advinda de sua combustão no momento em que o combustível fóssil é utilizado, formam-se os anidridos sulfuroso e sulfúrico, que em contato com a água em vapor, voltam à superfície como ácido sulfuroso e sulfúrico, sendo este último altamente corrosivo. Esse fenômeno causa imensos danos a plantações e construções, além de danificar o solo e trazer instabilidade para biomas.

O efeito estufa também não é novidade para ninguém que tenha acesso à informação. Este processo é decorrente do aumento de gases que impedem a saída da radiação infra-vermelha da atmosfera, sendo alguns deles: o gás carbônico, principalmente (CO2), o monóxido de carbono (CO) e o metano (CH4), dentre outros. Todos os combustíveis fósseis são hidrocarbonetos ou carbonetos, ou seja, compostos formados por Hidrogênio e Carbono ou somente carbono. De qualquer forma, um dos produtos de qualquer combustão de compostos que tenham carbono é, na maioria das vezes, o CO2, sendo às vezes também o CO ou  o carbono fuligem (C). Disso conclui-se que o principal fator causador do grande aumento da quantidade de CO2 na atmosfera são os combustíveis fósseis. As principais consequências do efeito estufa, que não é nada mais que um aquecimento generalizado, é o degelo de calotas polares- que fazem o nível do mar subir - e grandes  mudanças climáticas.

A poluição do ar também é causada pelos combustíveis fósseis. Já foi dito neste texto que o monóxido de carbono e o carbono fuligem são produtos da combustão de hidrocarbonetos. Estas substâncias são uma grande causa de doenças respiratórias. Mesmo que sua emissão devesse ser estritamente controlada, devido à falta de fiscalização e responsabilidade ética de muitos industriais ou até mesmo donos de automóveis, a emissão destes gases ainda é grande.

Os desastres ambientais causados por combustíveis fósseis são muitos. Devido à grande dificuldade de extração e transporte dos combustíveis fósseis, já foram presenciadas cenas de calamidade ambiental. Uma vez que o petróleo –principalmente - assim como os outros combustíveis fósseis, não são biodegradáveis dentro de um período curto de tempo, ou seja, não desaparecem naturalmente no ambiente, derramamentos e vazamentos diversos podem causar danos quase que irreparáveis em uma perspectiva menor do que de uma década. As conseqüências desses desastres são, dentre muitas outras, a ameaça a espécimes animais já com perigo de extinção (baleias, pássaros que necessitam do mar para sobrevivência etc.), a ameaça a espécimes vegetais e, de modo geral, uma ameaça a ecossistemas inteiros, através de seu desequilíbrio.

Outro fator que depõe contra os combustíveis fósseis é o fato de que eles não são renováveis, ou seja, chegará um momento em que a quantidade destes combustíveis não será suficiente para a economia mundial. Ter uma dependência tão grande de um fator que já tem seu fim estimado é, no mínimo, inconseqüente. Esta é mais uma razão que mostra a necessidade do desenvolvimento de novas tecnologias e utilização de formas já existentes para solucionar a questão energética atual, que cada vez mais se mostra como um problema político, econômico, social e, assim como visto anteriormente, ambiental.

Daí é que surge a solução: os biocombustíveis. Eles são de fontes biológicas em sua totalidade: animais, vegetais, etc. Suas formas já desenvolvidas consistem em óleos, álcoois e no biogás. Estes combustíveis  surgem como alternativa econômica e até mesmo social. E, como principal diferença dos "vilões" fósseis, eles são mais limpos e ecologicamente corretos.

De uma maneira geral, a produção de biocombustíveis é decorrente do cultivo de plantas. Os diferentes cultivos, independentemente de especificações, têm certas vantagens dadas como garantidas, como, por exemplo, a ausência de impurezas poluentes que venham causar chuva ácida, assim como a fixação de CO2 durante o crescimento da planta, que ajuda na manutenção dos níveis de CO2 na atmosfera, desacelerando assim o efeito estufa. Outro fator que ajuda a evitar a poluição é que a combustão dos biocombustíveis tem como produtos uma quantidade bem menor de C e CO, com uma maioria de combustões completas.

Os óleos extraídos de plantas oleaginosas são mais limpos. Um exemplo de combustíveis "oleosos" é o biodiesel, que pode ser extraído do dendê, por exemplo, e que visa substituir o diesel vindo do petróleo. Também chamado de dendediesel, ele pode ser usado normalmente nos veículos (caminhões em sua maioria) adaptados para o uso do diesel, uma vez que o motor não necessita de nenhuma modificação, já que o dendediesel é muito semelhante ao diesel comum, mas com uma diferença significativa, a de que o dendediesel não tem tantas impurezas quanto o diesel comum.

O investimento em biocombustíveis no Brasil é visto não só como alternativa econômica, mas também como alternativa social. Nas plantações de dendê, por exemplo, cada cinco hectares podem ser gerenciados por uma família, gerando uma renda anual de cerca de R$18.000,00. A produção possível de dendê em um hectare por ano é de 8 toneladas.

Um outro biocombustível já é mais conhecido: o álcool. O que foi uma ótima iniciativa brasileira não teve resultados tão bons quanto poderia. Um maior apoio econômico no projeto poderia resultar em uma certa independência brasileira em relação ao petróleo. É importantíssimo no cenário globalizado e tecnológico atual estar na ponta de certos ramos, como por exemplo o energético. O álcool  usado atualmente no Brasil vem da fermentação do "caldo" da cana de açúcar. Ele é bem menos calorífico que a gasolina, mas o etanol (C2H5OH) é de fonte renovável e limpa. Uma desvantagem do álcool é que a maioria dos carros que o utilizam necessitam de um motor com modificações específicas, o que reafirma a necessidade de pesquisa no barateamento do motor bicombustível, que aceita tanto gasolina quanto álcool, em um sistema de transição para um motor somente para álcool.

O terceiro biocombustível de maior importância é o biogás. Este gás é resultante da decomposição de compostos orgânicos: lixo em geral (comida, animais, vegetais, etc.). A utilização deste gás é crucial para a diminuição do efeito estufa, uma vez que seu principal componente é o metano (CH4), um dos principais gases causadores do efeito estufa. Mesmo que este gás não tenha uma entalpia de combustão tão grande quanto o gás natural, ainda assim ele é mais barato, já que com seu transporte apresenta dificuldade semelhante, mas com a vantagem essencial de que diminui-se o efeito estufa com o biogás, enquanto o gás natural aumenta o efeito estufa.

Um fator muito importante dos biocombustíveis é que estes são biodegradáveis, não havendo assim a possibilidade de desastres ambientais, pois, mesmo que ocorram vazamentos desses combustíveis, por eles serem biodegradáveis, até os possíveis danos ambientais serão em menores proporções a longo prazo.

Percebemos dessa forma que os biocombustíveis são a melhor opção para o futuro energético mundial. Uma energia mais limpa, biodegradável, renovável e não poluente: parece até um sonho. Mas não, é uma realidade possível e que já é muito incentivada em muitos países de primeiro mundo, que já têm uma produção considerável. Resta agora não só para o governo brasileiro, mas também para a iniciativa privada brasileira em geral, o incentivo e a aplicação financeira para uma gradual mudança do petróleo para os diversos biocombustíveis, que apresentam muitas vantagens para a melhoria da qualidade de vida através de um desenvolvimento sustentável, que traz a perspectiva de um futuro melhor para as próximas gerações.

BIBLIOGRAFIA

¨ http://www.estacaovida.org.br/vida/inicio.php?session_id=26&id=1709
¨ http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./energia/index.html&conteudo=./energia/artigos/biocombustivel.htm
¨ http://revistagalileu.globo.com/EditoraGlobo/componentes/article/edg_article_print/1,3916,688063-1939-1,00.html
¨ http://www.bndes.gov.br/conhecimento/seminario/alcool2b.pdf
¨ COELHO, Marcos de A. ; TERRA, Ligia. Geografia Geral: o espaço natural e socioeconômico.p.367-384



Aluno: Jhonny Valiatti
Escola Estadual Luzia de Abreu, Nova Europa
Profa.: Valéria F. Monteiro

Biocombustíveis: Aspectos Químicos, Ambientais e Econômicos

O Aquecimento global, o crescimento do nível do mar, padrões meteorológicos extremos, mudança nas zonas climáticas, efeito estufa, chuvas ácidas. Todos esses fatores há 30 anos atrás não eram considerados problemas para a sociedade, capazes de afetar todo o planeta, prejudicando todo o ecossistema e clima da Terra. Uma das maiores causas da poluição é a queima de combustíveis fósseis como petróleo, carvão e gás natural. Esses combustíveis são usados além de movimentar veículos, também para gerar eletricidade, aço, produtos metalúrgicos e químicos. Quando os combustíveis são queimados, seus resíduos são liberados pelas chaminés ou escapamentos de veículos, poluindo o ar. Mas encontrar petróleo está cada vez mais difícil, o que resta de petróleo esta no fundo da terra ou do mar tornando mais caro e trabalhoso extraí-lo. Então nesse momento é preciso pensar em substitutos para os derivados de petróleo, pois as reservas duram no máximo 70 anos.

 O atual consumo mundial de petróleo atinge 20 bilhões de barris por ano, teríamos mais uns cinqüenta, talvez sessenta anos de petróleo abundante. É provável que o consumo aumente à medida que os países em desenvolvimento atinjam padrões de vida mais altos. Existem na Terra aproximadamente 550 milhões de automóveis, número suficiente para formar uma fila que daria 40 vezes a volta ao mundo. De todos os meios de transporte, carros e caminhões são os que mais emitem poluentes. A fumaça liberada pelos carros contribui tanto para a chuva ácida quanto para a formação do dióxido de carbono na atmosfera. Já que a queima de combustíveis fósseis gera a poluição do nosso planeta e, conseqüentemente, prejuízo à saúde e ainda considerando a escassez do petróleo. Então este seria o momento dos governos, juntamente com cientistas, se empenharem em adotar fórmulas de combustíveis alternativos que causem menos problemas à humanidade.

Os cientistas, pelo menos, já estão trabalhando em novas fórmulas de combustíveis que poluam menos que a gasolina e o óleo diesel.

O biocombustível é um produto obtido de fontes renováveis, tais como óleos vegetais e gorduras animais. Por ser biodegradável, não-tóxico e praticamente livre de enxofre e aromáticos é considerado um combustível ecológico. Ele pode ser usado puro ou misturado com o diesel mineral em qualquer proporção. Estudos indicam que o emprego em motor diesel convencional, quando comparado com a queima de diesel mineral, resulta numa redução substancial das emissões de monóxido de carbono e hidrocarbonetos não queimados. O Biodiesel (ésteres mono alquila) é um combustível diesel de queima limpa derivado de fontes naturais e renováveis como os vegetais. É obtido principalmente de girassol, amendoim, mamona, sementes de algodão e de soja. É uma alternativa renovável, que resolve dois problemas ambientais ao mesmo tempo: aproveita um resíduo, aliviando os aterros sanitários, e reduz a poluição atmosférica. O biocombustível reduz 78% das emissões poluentes como o dióxido de carbono que é o gás responsável pelo efeito estufa que está alterando o clima à escala mundial, e 98% de enxofre na atmosfera.

Trata-se de uma fonte renovável que, além de trazer benefícios ambientais, também possibilita a geração de empregos, tanto na fase de coleta como de processamento. Promove o desenvolvimento da agricultura nas zonas rurais mais desfavorecidas, isto porque, junto aos cultivos de vegetais produtores de biocombustíveis, são construídas industrias que trazem desenvolvimento à região produtora. A produção de biocombustíveis também reduz a dependência energética do nosso país e a saída de divisas pela poupança feita na importação do petróleo bruto.

O biocombustível produzido a partir de óleos vegetais é produzido a partir da reação desses óleos com um álcool, para produzir ésteres. Esses ésteres quando usados como combustíveis levam o nome de biodiesel. O óleo vegetal é filtrado, e então processado com materiais alcalinos para remover gorduras ácidas. É então misturado com álcool e um catalisador. As reações formam então ésteres e glicerol, que é separado. O biodiesel pode utilizar-se em motores diesel, em mistura com o gasóleo (geralmente, na proporção de 5 a 30%) ou puro.

Uma outra alternativa de combustível é o etanol. O Brasil já é referência mundial na produção de álcool combustível, o que tem atraído o interesse de vários países para a implantação do programa de energia renovável brasileiro. A produção de etanol levou o desenvolvimento ao interior do Brasil, principalmente no interior do Estado de São Paulo.

O Brasil domina a tecnologia mundial de bioprodução de etanol a partir da cana-de-açúcar e possui a maior frota de veículos movida por esse biocombustível (cerca de 3 milhões de automóveis em 1999), de fonte renovável (pode-se plantar cana-de-açúcar todos os anos) e que não contribui para aumento do CO2 liberado, além de não produzir os gases tóxicos típicos dos derivados de petróleo.

Pesquisadores de universidades brasileiras trabalham com desenvolvimento de biocombustíveis, tais como: Pesquisadores da Unicamp que trabalham com biocombustível a partir do bagaço de cana, da UFPR com pesquisa sobre biodíesel adicionado ao óleo díesel para movimentar ônibus urbano em Curitiba e a UFRJ que estuda a produção de biodíesel a partir de óleo usado em lanchonete além de outras dezenas de unidades de pesquisa no Brasil, mostrando a viabilidade de uso da biomassa como fonte alternativa viável de energia.

Parceria recentemente firmada entre o Brasil e Japão indica que o Brasil está pronto para ser um parceiro constante e confiável do Japão no fornecimento de álcool para a mistura à gasolina. No ano passado, o governo japonês autorizou a mistura de até 3% de álcool anidro na gasolina. Desde então, o Japão vem demonstrando interesse em importar o produto brasileiro. Os japoneses têm interesse na importação de biocombustíveis e o Brasil é um dos únicos países que têm condições de atender essa demanda. Essa parceria irá contribuir para o crescimento do nosso país na área econômica.

Agora, já que as reservas de petróleo se aproximam, uma das únicas soluções seria o investimento sério do governo brasileiro em pesquisas e infra-estrutura para produção de biocombustíveis, o que favorecia o desenvolvimento econômico de nosso país e a melhoria da qualidade de vida para toda população mundial.

Bibliografia

www.abq.org.br
www.conhecimentosgerais.com.br/preserveomundo
www.esalq.usp.br
www.embrapa.br
http://www.jpjornal.com.br/
http://www.gazeta.com.br/pt/Jornal/noticia.aspx?CodNoticia=49431000&NomeEditoria=Energia&CodEditoria=8
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Super Interessante – junho 1993  p. 16-17



Aluna: Juliana M. Alfaia Costa
Escola Estadual Dr. José Manoel Lobo, Votuporanga
Profa.: Ilzamar Miranda Alfaia Costa

Biocombustíveis: solução para a sobrevivência do planeta

A conscientização sobre o futuro dos combustíveis fósseis vem alarmando a sociedade para uma readaptação dos meios de energia do planeta.

Várias pesquisas vêm sendo feitas, principalmente na área dos combustíveis. Uma das principais alternativas é o biocombustível, combustível de fonte renovável, originado a partir da extração de óleos vegetais ou gorduras saturadas. Esse combustível dá origem a vários outros como o bioquerosene e a biogasolina (ainda em estudo), o biodiesel e o biogás.

O petróleo, produto originado de compostos orgânicos, geralmente encontrado no interior de rochas sedimentares, vem racionando cada dia mais a existência de espécie humana. O petróleo, encontrado em diferentes quantidades na maioria dos combustíveis utilizados, traz ao planeta sérios problemas ecológicos como a emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera ocasionando o efeito estufa e a emissão de dióxido de enxofre que, através da queima de combustível forma o ácido sulfúrico (H2SO4) causador da chuva ácida.

A gasolina e o diesel são os produtos mais utilizados no mundo e os que possuem mais índices de petróleo em sua composição. O petróleo não é renovável e por conseqüência se extinguirá num período não muito longínquo. Por isso, é de fundamental importância que se encontrem novos métodos de obtenção de combustíveis, principalmente sem transgredir nosso meio ambiente.

Na década de 70, tivemos no Brasil a implantação do álcool (a partir do etanol) com a finalidade de substituir a gasolina. O álcool proveniente da cana de açúcar, era visto como segunda opção de renda para os agricultores que só se preocupavam com a exportação de açúcar. Hoje o álcool é de fundamental importância, pois polui em menor proporção a atmosfera, tem preço acessível e é um dos importantes substitutos do petróleo.

O gás natural já encontrado no Brasil, também está sendo usado como tipo de combustível. Esse gás provém do subsolo e possui a presença de metano, também encontrado no petróleo, mas extraído em pequena quantidade, sendo assim não tóxico.  Em sua combustão há a liberação de dióxido de carbono (CO2) e dióxido de enxofre (SO2) que acabam poluindo a atmosfera. Diferentemente do petróleo, este gás pode se expandir facilmente, já que está distribuído por várias partes do mundo.

Mas deve-se destacar que existem outros recursos de fonte renováveis. O biogás, combustível renovável e com predominante presença de biomassa, matéria orgânica obtida através de compostos vegetais e animais, pode vir a ser uma das principais soluções futuras, já que o mundo possui um grande volume de compostos vegetais e animais. O Brasil, sendo um país tropical, possui grandes chances de se favorecer com a produção de biomassa, pois possui uma extensão territorial imensa, uma grandiosa vegetação e vários tipos de clima. Desta forma o biogás proporcionará ao país grandes chances de sucesso externo, assim como poderá influenciar no desenvolvimento de vários países do mundo, inclusive os em desenvolvimento.

Mas é importante lembrar que existem outros combustíveis renováveis, como o biodiesel, um dos mais pesquisados e analisados. Esse combustível pode abastecer desde carros, tratores, veículos escolares, ambulâncias a navios e barcos.

Recebendo diferentes conceitos, esse tipo de combustível sobressai frente aos outros. Sua composição é definida como sendo ésteres formados de óleos e gorduras animais e vegetais somados a álcoois como o etanol e o metanol. Esse composto pode ser usado tanto puro como em proporções. Desta forma dão origem aos chamados B5, B10, B20 e outros, que nada mais são do que a porcentagem utilizada junto ao óleo diesel comum.
Estudos mostram que este combustível se degrada num período bem menor que o diesel comum. É renovável e tende a um menor risco de incêndio, comparável ao diesel mineral. Fica isento de enxofre, tem o número de hidrocarbonetos reduzido e não irrita a pele quando em contato.

É constatado que favorecerá agricultores rurais, aumentando as plantações e salvando famílias da seca de solos desnutridos. No Brasil, por exemplo, vários agricultores que não encontravam meios para salvar suas plantações, encontraram na extração de óleos vegetais (mamona, algodão, amendoim, dendê) a sua subsistência. Restaurantes e lanchonetes também estão se favorecendo com o refino dos óleos e gorduras já utilizados em fritura de peixes e frangos. Essa reciclagem de gordura saturada nos permite reconhecer a facilidade com que podem ser produzidos combustíveis menos poluentes e a diminuição da emissão de elementos que prejudicam a vida terrestre.

Essa utilização de óleos vegetais pode desenvolver-se em grande escala, mas não pode ser considerada a melhor opção para a substituição dos combustíveis fósseis.

Há alguns anos, vem se pesquisando sobre a utilização de hidrogênio como combustível. Certo elemento em combustão criaria água (H2O) em vez de dióxido de carbono (CO2). Com isso diminuiria o efeito estufa, desfavorecendo o aquecimento global e evitando as inundações de cidades litorâneas e principalmente o ciclo hidrológico.

Esse combustível, embora seja uma solução viável e de grande acesso mundial, já que seria utilizada a água do mar, é desqualificada quando se pensa em seus riscos. É correto que sua utilização seria muito bem vista, mas antes de tudo são necessárias certas observações. O hidrogênio, sendo colocado em tanques de combustíveis, acarretaria em danos já que é gasoso e inflamável, desta forma, qualquer vazamento, utilização inadequada ou alta quantidade poderia provocar uma explosão. Isso levando em conta uma frota de carros circulando com esse tipo de gás.

Há também a falta de infra-estrutura para que esse tipo de combustível seja desenvolvido. Há alguns anos pensou-se em obter esse gás através da hidrólise. Desta forma ele seria obtido durante a produção de energia elétrica. Mas há falta de tecnologia e os meios de se obter tal produto traria custos financeiros altíssimos.

Sendo tais meios benéficos e de grande abundância no planeta, por que então eles não foram inventados antes? Esta é uma ótima reflexão a propor a nós mesmos. Hoje em nosso mundo tantas guerras são desencadeadas, tantas famílias passam fome, tantos países já brigam por petróleo, por água e por que não conseguimos nos desprender do petróleo tão facilmente?

Muitos podem dizer que seria porque ele é utilizado por todos os povos do mundo. Mas não podemos esquecer quantos já foram mortos lutando por esse meio tão escasso e que muitos ainda estão sendo vítimas, sem ao menos entender o significado do petróleo para o mundo.

Os biocombustíveis, assim como outros meios que estão sendo levantados, poderão ser a salvação desses povos. Poderão não só salvar nosso planeta dos gases poluentes, do efeito estufa, da destruição da camada de ozônio, ou do desejo pelo poder do petróleo mundial.

Os combustíveis renováveis são a melhor opção e a solução para tais conflitos. Sabemos que mais pesquisas devem ser feitas, nunca é tarde para salvar o planeta. Embora os combustíveis renováveis ainda apresentem custo elevado e de difícil obtenção, não podemos restringir nossos pensamentos e ignorarmos tais soluções. A biomassa é um dos meios de mais fácil localização, e o hidrogênio o que temos de mais abundante, então por que não nos especializarmos e investirmos mais nesses produtos?

Compreendemos que países de pequeno porte, em desenvolvimento e de restrita extensão territorial não possuem meios de sobrevivência tão eficazes. Não são capazes de se desenvolver sozinhos e não se beneficiam com a utilização do petróleo. Esses países poderiam encontrar nos biocombustíveis os meios de desenvolvimento rapidamente para produzir os combustíveis para utilização universal.

O que se vem fazendo hoje em dia não diminuirá o risco de extinção do petróleo. O mais novo meio de restringir o uso de petróleo é o chamado biocombustível. Neste processo é misturado o álcool (metanol ou etanol) e gasolina (formada de hidrocarbonetos). E este produto não está em fase experimental. Várias indústrias automobilísticas já criaram as marcas de carro chamadas de : Flex Powe, Total Flex ou mesmo Flex, garantindo que tal produto favoreça financeiramente os motoristas, já que disponibiliza a utilização de álcool, gasolina ou os dois misturados, sem haver maiores transtornos na mistura. Mas deve-se ressaltar que essas pessoas não devem se esquecer do principal; os efeitos da utilização desses combustíveis.

É certo que não é necessário radicalizar. A gasolina continuará em circulação e os gases poluentes também, como o dióxido de enxofre (SO2), trióxido de enxofre (SO3), dióxido de carbono (CO2), não solucionando os graves problemas globais.
Mas podemos nos espelhar na China e aumentar o número de bicicletas. Além de menos poluentes, levam –nos a fazer exercícios físicos ou até mesmo diminuir a utilização de carros para ir até a esquina, por exemplo. Em grandes centros a “carona” já está sendo usada. Em cada semana, uma pessoa tira o carro de sua garagem e leva os demais para o trabalho. Isto está sendo feito par diminuir o número de carros circulando nas metrópoles. Em Paris (França), o prefeito Bertrand Delanoë, está investindo nos veículos coletivos (metro, trem...) com a intenção de diminuir o número de carros emitindo gases poluentes.

Porém os automóveis não são os único poluidores do ar, temos as indústria e os lixos em decomposição, mas propostas de solução requer estudo e pesquisa. Para o lixo já temos a reciclagem, para as industrias, os filtros e meios mais ecológicos e para os automóveis a esperança nos biocombustíveis.

Precisamos de uma maior empenho para a recuperação e preservação do meio ambiente. Uma urgente conscientização da sociedade, principalmente dos jovens, investimentos na criação de ONGS, programas ambientais veiculados por diversos meios de comunicação. Assim poderemos mostrar a importância da conservação ambiental e a valorização dos meios renováveis, para todos os povos do planeta.

Bibliografia

Baines, John Preserve a Atmosfera. Série: Preserve o mundo, Scipione. São Paulo, 2001
Scarlato, Francisco C; Pontin, Joel A. Energia para o Século XXI. Série: Geografia Hoje, Ática, São Paulo, 2001
Lembo. Química- Realidade e Contexto, Ensino médio – Vol.único, Ática, São Paulo, 2000
Usberco & Salvador. Química Essencial. Saraiva, São Paulo, 2001
Carvalho, Geraldo Camargo de ; Souza, Celso Lopes de . Química de olho no mundo do trabalho . Ensino médio. Scipione, São Paulo, 2003
Veja: Abril, ano 37, no 45, pg. 186, novembro de 2004

Sites:
www.tecbio.com.br
www.celulacombustivel.com.br
www.tvtem.com/nossocampo



Aluna: Maria Cecília Basile Leite de Barros
Colégio: Santa Cruz, São Paulo
Profs.: Rodrigo Marchiori Liegel e Carlos Alberto Zink

Biocombustíveis
Aspectos químicos, ambientais e econômicos

Os biocombustíveis estão sendo bastante estudados e discutidos atualmente em virtude de possibilitarem uma redução da dependência do petróleo e também de serem formas de obtenção de energia menos agressivas ao meio ambiente. Neste texto serão abordados alguns aspetos químicos, ambientais e econômicos dos biocombustíveis.

Recentemente o governo brasileiro  divulgou que tem intenção de legislar a adição de 2% de biodiesel ao diesel de petróleo e, através de um aumento progressivo, o percentual de mistura deve atingir 5%, em 2009.

Esse combustível pode ser obtido a partir de 12 produtos agrícolas diferentes, como soja, dendê, babaçu, amendoim e mamona, através do processo de transesterificação, no qual é utilizado um álcool (etanol ou metanol), na presença de um catalisador, como o hidróxido de potássio, para que a molécula do óleo vegetal seja quebrada em éster e glicerol.

A diversidade de matérias primas das quais o biodiesel pode ser obtido permite a utilização de produtos abundantes em diferentes locais. Isso traz um enorme estímulo para a economia de regiões pouco desenvolvidas do país e viabiliza a renda nas pequenas propriedades rurais criando alternativas de trabalho.

A macaúba pode ser a matéria prima dos óleos vegetais, empregados  na transesterificação, tanto no Vale do Ribeira quanto no Pontal do Paranapanema . Já no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, poderia ser o pequi, enquanto nas regiões Norte e Nordeste seriam aproveitados os óleos de mamona, babaçu, amendoim e dendê.

O exemplo da mamona é um dos mais comentados porque, além de  se adaptar muito bem às condições climáticas do nordeste brasileiro, cada litro de óleo de mamona rende quase um litro de combustível. Do processamento para a obtenção do óleo, sobra torta, um adubo orgânico que depois de desintoxicado serve de ração para gado. Já na  transesterificação são acrescentados 10% de álcool e retirados outros 10% de glicerina, aproveitada posteriormente pela indústria química. Mesmo com tantas vantagens, algumas questões permeiam a discussão do uso da mamona. Ela é altamente tóxica, pois é fonte de ricina, um pó venenoso para o qual não se conhece antídoto e que pode ser usado em atentados. Todavia, há métodos eficientes para separar as substâncias nocivas à saúde. A outra questão central é econômica: o preço do óleo de mamona no mercado mundial é atraente e pode ser mais lucrativo exportá-lo do que empregá-lo na produção de diesel.

Um possível problema derivado da produção de qualquer tipo de biocombustível é a redução das áreas cultiváveis destinadas à produção de comida. Mesmo assim, as estimativas são impressionantes e animadoras. Em 2010, o Brasil deverá estar produzindo 7,5 bilhões de litros de biodiesel por ano, ou seja, 20% do consumo nacional. As importações de combustível cairão significativamente, cerca de 270.000 empregos serão gerados e a emissão de poluentes deve cair 2% em 2005 e 30% até 2040.

Contudo, já no presente, o Brasil é um dos países que mais utiliza recursos energéticos renováveis no mundo, graças a um importante biocombustível proveniente da biomassa da cana-de-açúcar: o álcool etílico. Vale lembrar que ocorreu com o álcool o que se prevê para a mamona: muitas vezes é mais lucrativo usar a cana para produzir açúcar do que álcool.
Em resumo, a produção do álcool a partir da cana-de-açúcar se dá da seguinte forma: primeiramente a cana é moída, produzindo garapa e bagaço, então a garapa é aquecida produzindo o melaço, este é fermentado  e finalmente a mistura é destilada para a obtenção de álcool.

Atualmente verifica-se uma crescente procura pela conversão dos modelos de veículos a gasolina para o álcool. Um dos principais fatores responsáveis por isso é a tensão no Oriente Médio, que reflete diretamente nos preços da gasolina e do diesel nos postos de abastecimento. Para um carro rodar mil quilômetros com álcool o custo médio é de R$123,70 (álcool 1.0 - R$82,40) e com gasolina R$175,00 (gasolina 1.0 - R$116,50). Certamente, o carro movido a álcool economiza na hora de reabastecer.

Por um lado o consumidor teme ser surpreendido por novos reajustes no preço da gasolina, mas por outro também tem receio de comprar um carro a álcool, com medo das inconstâncias do Proálcool e de perder dinheiro na hora da revenda.

Entre as vantagens do álcool, além do custo mais baixo para o consumidor, estão as de produzir menor volume de gases poluentes do que a gasolina e prejudicar menos a película de óleo lubrificante no interior dos cilindros, já que não tem poder de solvente. Por outro lado o poder corrosivo do álcool é maior e seu poder calorífico de 6.500 kcal/kg é menor que o da gasolina de 11.200 kcal/kg, o que gera um consumo maior. O álcool não apresenta um outro aspecto químico ruim (nesse caso) da gasolina: a alta taxa de enxofre, que facilita a formação de ácido sulfúrico dentro do motor, provocando desgastes das peças internas.

Um problema grave para a saúde, particularmente nas áreas metropolitanas, é a emissão de substâncias tóxicas pelos veículos automotores. Alguns dos gases dessa emissão são: monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos (HC), óxidos de enxofre (SOx) e material particulado (MP).

Comparado à gasolina, o álcool tem uma menor emissão de CO e de Nox e se adicionado a ela também diminui a emissão desses poluentes, como ocorre com os veículos que operam a gasolina do tipo “C” (com 22% de álcool), por exemplo. O álcool não só tem responsabilidade sobre a poluição no ar, embora menor que a da gasolina, como também constitui uma séria ameaça ecológica se o vinhoto (composto por resíduos do mosto fermentado) for lançado nos rios e lagos indiscriminadamente ou for absorvido por solos permeáveis, contaminando os lençóis freáticos. Porém, se aproveitado como fertilizante em solos adequados, o vinhoto pode contribuir para o aumento da produtividade e do tempo de vida dos canaviais.

O álcool  e até mesmo o biodiesel são formas bastante conhecidas de biocombustíveis, mas há outras que, devido ao uso restrito a uma pequena área ou a uma pequena população, têm menos projeção na mídia. Este é o caso do projeto de Gaseificação da Amazônia, que está implantando o uso de um equipamento que aproveita a casca do cupuaçu como biomassa para a geração de 20kW de energia elétrica, cuja função é alimentar uma agroindústria local que extrai e vende a polpa dessa fruta.

Empregar a biomassa dos mais diversos tipos de vegetais para produzir energia elétrica é uma alternativa importante tanto para os países em desenvolvimento como para os países europeus, dependentes dos combustíveis fósseis - carvão, gás natural e petróleo. Atualmente cerca de 85% da energia usada no mundo provém de fontes energéticas baseadas nesses combustíveis, mas, devido ao consumo excessivo, as previsões de esgotamento das reservas de combustíveis fósseis são preocupantes. As pesquisas e a viabilização do uso de biocombustíveis crescem cada vez mais não só devido à preocupação com o ambiente, mas também porque não soubemos usar com bom senso o que tínhamos à nossa disposição.

Bibliografia:

Sites
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=20768
http://www.usp.br/agen/repgs/2003/pags/280.htm
http://www.comciencia.br/200407/noticias/4/cupuacu.htm
http://odia.ig.com.br/colunistas/lnassifbiodiesel0610.htm
http://carsale.uol.com.br/opapoecarro/variedades/var_020430.shtml
http://www.cetesb.sp.gov.br/Ar/emissoes/introducao2.asp
http://www.cetesb.sp.gov.br/Ar/emissoes/proconve3.asp
Revista “Veja” de 29/12/2004
Livro “Química Transformações e energia” -  editora Ática



Aluna: Vanessa Pultrini Rovaris
Escola Estadual Profa. Idalina Viana Ferro, Bariri
Profa.: Roseli F. Campos Paulino
 


BIOCOMBUSTÍVEIS: ASPECTOS QUÍMICOS, AMBIENTAIS E ECONÔMICOS

Estima-se que as reservas de petróleo durarão apenas  cerca de quarenta anos e, antes mesmo que todas as jazidas de petróleo se esgotem, é bem provável que o CO2 tenha causado um estrago irreversível  à natureza. Além disso, o petróleo também tem causado graves danos ao meio ambiente, como os derramamentos no mar, que deixam a superfície oceânica poluída durante anos. O mesmo volume de álcool diluiria em poucos dias, tamanha é a vantagem desse combustível sobre os fósseis. É daí que ressurge a necessidade de fontes alternativas renováveis de combustível, como os biocomustíveis.

Desde novembro de 2004, a biodiesel tem autorização para circular no Brasil e, a partir do próximo ano, as distribuidoras de combustíveis estarão autorizadas – não obrigadas – a misturarem 2% ( o chamado B2) de biodiesel nos derivados de petróleo, com avaliações gradativas nos carros, desse percentual, já que os veículos não necessitarão de conversão; o mesmo não acontece com o GNV (Gás Natural Veicular), cujo método precisa de uma cara conversão e não está disponível em todos os postos do Brasil. Em caminhões e ônibus coletivos urbanos, pretende-se chegar a 100% de biodiesel (B100), como acontece em alguns países na Europa (Alemanha, por exemplo), já que a intenção é diminuir a emissão de gases poluentes na atmosfera, principalmente nas grandes cidades. Mas não é possível falar sobre biocombustíveis sem analisar três fatores importantes: seus aspectos químicos ambientais e econômicos , além das vantagens e desvantagens de se adotar esse tipo de combustível.

Biocombustível é qualquer combustível que provenha de uma fonte renovável (da natureza) e que seja praticamente não poluente. Podemos citar  como fontes: a mamona, a soja, o girassol, o algodão, o buriti, o amendoim, a cana-de-açúcar, que produz o álcool, etc. desses vegetais, exceto do último, seriam extraídos óleos, já que são plantas oleaginosas, e esse óleo seria o biodiesel que, adicionados aos combustíveis fósseis, diminuiriam muito o potencial de poluição dos mesmos, e proporcionariam uma grande redução da dependência do petróleo – uma das maiores insanidades do século XX – pois o Brasil importa 9% do diesel mineral que consome.

Um único plantio desses vegetais renderia várias safras, o que torna o biodiesel renovável. O Brasil pode  ser um dos maiores produtores de biodiesel tornando-se líder no mercado mundial, já que esses vegetais resistem ao calor de um país tropical como o nosso. Outros fatores contribuem para essa possibilidade: os países da Europa, o Japão e os Estados Unidos possuem juntos, a maior frota automobilística do mundo, e os Estados Unidos, não possuem uma área destinada a agricultura.

Os biocombustíveis não causam nenhum impacto ambiental, exceto o álcool, para plantação, colheita e fabricação. A ampliação das plantações dos vegetais oleaginosas acabariam com o problema das terras improdutivas, pois precisariam de espaço; criaria a agricultura familiar, já que muitas pequenas propriedades poderiam começar a produzi-las, gerando milhares de empregos. Por exemplo: se a mamona fosse utilizada para produzir o biodiesel, seria possível gerar um milhão de empregos no campo; já a soja, se fosse utilizada para o mesmo fim, geraria quarenta e cinco mil novos empregos, tendo a finalidade social de aumentar os empregos nas regiões mais carentes. Já o álcool, apesar de ser bem menos poluente tanto em sua produção quanto na combustão nos motores (0,57%) se comparado à gasolina (18,9%) e ao diesel (20,2%), infelizmente causa graves problemas durante sua colheita. Os trabalhadores rurais (populares bóias frias) são explorados na jornada diária de trabalho e recebem baixos salários. A cana-de-açúcar tem que ser queimada para que os trabalhadores possam colhê-la, o que torna mais fácil o corte e elimina possíveis animais que colocam em risco a vida desses trabalhadores. Porém, essa queima da cana-de-açúcar lança na atmosfera uma grande quantidade de gás carbônico, além de causar problemas de saúde por causa do chamado “pó preto” ou “carvão”. O uso de máquinas agrícolas para colheita evitaria que a cana precisasse ser queimada, mas causaria uma grande crise de desemprego nesse setor; já que as zonas sucroalcooleiras empregam milhares de pessoas durante a safra, período compreendido entre março e novembro, todos os anos, onde apenas uma máquina substituiria o trabalho braçal de cerca de  300 empregados.

No aspecto econômico, o biodiesel causa preocupações devido a grande possibilidade de sonegação de impostos e de fraudes, como adulteração desses combustíveis. Estima-se que, atualmente, cerca de 50% do álcool produzido no país “some” durante o processo refinaria-posto, pois muitas usinas sucroalcooleiras acabam vendendo álcool diretamente para os postos de combustíveis  por causa dos pesados tributos pagos para o governo. Vale lembrar que essa ação é ilegal, e coloca em dúvida a qualidade do produto.

O estado de São Paulo conseguiu deduzir o ICMS cobrado sobre o álcool hidratado de 15% para 12% em 2003, diminuindo a sonegação, aumentando a arrecadação e dando o exemplo de que é possível cobrar menos tributos sem prejudicar a arrecadação do Estado. Quanto ao biodiesel, teme-se que aconteça o mesmo que aconteceu com o Pró-Álcool: uma explosão de produção, seguida de tributos absurdos (já que o álcool mostrou ser lucrativo), grandes adulterações no combustível (o álcool hidratado precisa ter 93%  de álcool e 7% de água; e o álcool anidro – que se mistura na gasolina – precisa ser quase puro: 99,6% a 99,8% de álcool), e muita sonegação de impostos. Sabe-se que a produção do biodiesel, por dividir-se em várias partes do País, causaria dificuldades quanto à fiscalização   exigindo melhor planejamento por parte do governo para que essa produção não cause dor de cabeça mais tarde. O biodiesel, por provir de uma fonte natural fica sob a responsabilidade do Ministério da Agricultura, mas a intenção do governo é adotar uma medida provisória, passando a responsabilidade de fiscalizar o biodiesel para a ANP (Agência Nacional de Petróleo), já que esta supervisiona a gasolina e o álcool e tem uma maior possibilidade de contratar e capacitar fiscais. O Ministério de Minas e Energia também prevê que a mistura do biodiesel ao diesel fóssil seja efetuada nas distribuidoras, além da união, em cooperativas, dos produtores do biodiesel para garantir a qualidade do produto, evitar fraudes e adulterações, propiciando melhores negociações.

Outra dúvida que paira no ar é se o preço do biodiesel será mesmo mais atrativo que o do diesel ou da gasolina. Por isso, o Ministério das Minas e Energia afirma que o Governo está disposto a investir em alternativas para torná-lo mais acessível. “Alguns países da Europa chegaram a aumentar o preço dos derivados do petróleo para estimular a venda do biodiesel”, diz Maria da Graça Silva Foster, Secretária de Petróleo e Gás do MME. Mas acredita-se que o melhor a fazer é isentar impostos como ICMS, PIS, Cofins e CIDE em toda a cadeia de produção do biodiesel, pois seu preço se estabilizará quando a produção atingir larga escala e a tonelada custar menos que US$ 450,00.

Para garantir a estabilidade de produção em larga escala, é necessário um bom planejamento e um bom investimento. Primeiramente, melhorar as usinas sucroalcooleiras, investindo em sua produção, já que uma tonelada de cana produz cerca de 80 litros de álcool e, conforme as vendas forem melhorando, aumentar os investimentos nos demais vegetais oleaginosos.

Uma vantagem sobre tudo isso é que cada região brasileira é capaz de produzir biodiesel a partir dos vegetais característicos encontrados, podendo suprir suas necessidades internas, fortalecendo-se para depois começar a exportar. Sendo assim, temos na região norte palma, soja, buriti e macaúba; na região nordeste mamona, babaçu, soja, palma e algodão; nos estados Mato Grosso, Tocantins e Maranhão babaçu; na região centro oeste soja, mamona, algodão, girassol, pequi e macaúba e, por fim nas regiões sudeste e sul a produção de soja, mamona, algodão, girassol e amendoim.

A necessidade de fontes  renováveis de energia chamou também a atenção da Petrobras, que irá direcionar 0,5% de seus investimentos para o desenvolvimento do biodiesel no país. Parece pouco, mas são quase 300 milhões de dólares para essa área, o que torna a Petrobrás a maior empresa investidora em Biocombustíveis do mundo.

Assim sendo, podemos afirmar que, o Pró-Álcool contribuiu para tornar mais puro e respirável o ar das grandes cidades brasileiras. Já o biodisel  também, tem  tudo para dar certo e colocar o Brasil no mais alto patamar desse setor, pois temos tempo para projetar e desenvolver esse tipo de combustível em nosso mercado interno e mostrarmos que somos um país rumo ao progresso e que podemos sim, fazer uma coisa bem feita se pararmos para pensar nos benefícios que tais atitudes trarão para a humanidade.
 
BIBLIOGRAFIA:

- Feltre, Ricardo – Fundamentos da Química – 2ª Edição – ver. e ampl. – São Paulo: Moderna – 1996
- Peruzzo, Tito Miragaia – Canto, Eduardo Leite – Química – Volume único – 1ª Edição – São Paulo – Moderna – 1999.
Pesquisas sites:
www.greenpeace.org.br/tour 2004-energia/renovaveis.php?pagina=sujas
www. ambientebrasil.com.br
Outras fontes: O Estado de São Paulo  -  Agência Câmara
Revista Posto de Combustíveis & Conveniência – ano 3 – agosto 2004 – nº 18
Visita e pesquisa em usina local: Della Coletta – Usina de Açúcar e Álcool